Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 10 – Arco 6

Capítulo 193: O Último DESTINO [REALIDADE]

Com as palavras absolutas impostas pela líder das Moiras, os jovens deuses presentes na Câmara de Tecer ficaram sem palavras.

Nenhum questionamento pôde ser proferido.

E nem seria preciso fazê-lo.

As respostas tendiam a chegar naturalmente, já que a própria moira planejava explicar com maiores detalhes.

— O Limite do Destino ter sido rompido implica na impossibilidade de Láquesis determinar a Sorte dentre seus caminhos. — Cloto abaixou o braço erguido, o punho fechado. — Como ocorreu diversas vezes, enquanto “brincava” com vocês, muitas das determinações dela foram burladas.

— É verdade... — Ainda um pouco cabisbaixa, Láquesis confirmou. — Só para exemplificar, houve um momento em que determinei que as filhas de Atena cairiam na abertura do solo, só que o oposto ocorreu.

— Creio que seja suficiente para compreenderem os impactos causados por esse evento. Igualmente, Átropos não pode romper os fios dessa forma. — Cloto tomou as rédeas das explicações de volta. — Claro, resta a necessidade de descobrir os gatilhos causadores disto. Tudo passa por eles. No entanto, é inegável que vocês tenham influenciado, e muito, para que o rompimento definitivo se tornasse realidade. É por causa disso que acredito fielmente na possibilidade de serem aqueles que nosso pai esperava...

— Mas... — A voz rouca de Damon puxou o olhar de todos. — O velhote, então...

— A Deusa da Sabedoria os ordenou a impedirem seus inimigos naturais. — Átropos, de braços cruzados, interveio. — Porém o Rei dos Deuses desejou nossa morte única e exclusivamente para se beneficiar, como minha irmã explicou.

— Bem, não que fosse mudar muita coisa, de verdade. — A Sorteadora levantou os olhos, com o indicador abaixo do queixo. — Ele não sabe o que vocês sabem agora, afinal! E espero que não contem nada sobre nossos segredos a eles.

Desceu o dedo esticado à frente dos lábios, brincalhona.

— Não contaremos — afirmou Chloe, convicta.

Afinal, eles próprios só teriam a perder caso o fizessem.

Enquanto isso, logo ao lado, a ficha do olimpiano começava a cair na realidade que tinha buscado renegar.

“Eu ‘tava certo esse tempo todo?”, relembrou os pensamentos que o incomodavam desde os desenrolares finais na Ilha Methana.

Então, veio a sentença imaginada antes da partida ao Berço da Terra, emendada à Deusa da Sabedoria e fruto de uma sensação que não pôde explicar na hora...

Já não sabia mais no que poderia acreditar ou ignorar. Tudo continuava muito confuso em sua cabeça.

Diante da expressão desolada dele, Helena separou os lábios a fim de comentar algo, mas rapidamente desistiu ao juntá-los de novo.

Naquele instante, nenhuma palavra de consolo seria capaz de livrar o irmão de tais concepções.

Isso também era entendido pelas gêmeas, conscientes sobre o que o respectivo divagava após as atitudes de seu pai terem ganhado um significado tão negativo...

— Você não está errado em pensar assim. — Cloto, ao contrário delas, o confrontou. — Mesmo que inconscientemente, todos os seres tendem a agir dessa forma. Esse é o instinto de sobrevivência, que perdura desde os primórdios, falando sempre mais alto.

“E, talvez, vocês possam ser diferentes disso”, restringiu o comentário final ao próprio pensamento.

Damon abaixou a cabeça. Mirou os pés sobre o piso, encontrando o próprio semblante desacreditado.

Não se sentia apto a colocar em palavras o que o dominava emocionalmente. Só pôde transferir o peso dessa sensação à mão ilesa, a fechando com força.

Helena percebeu a frustração do irmão por meio daquele gesto. Chloe e Julie controlaram as aparências, incomodadas enquanto cercadas por tantas circunstâncias relevantes.

A lanceira se perguntava se aquela era, de fato, a verdade que tanto desejava alcançar. Por um momento, pensou que ficar no escuro poderia ser uma opção menos desconcertante.

Os resultados de todas aquelas respostas deveriam provocar o início de drásticas mudanças no estado das coisas ao redor do Monte Olimpo.

A desconfiança daqueles jovens acerca das grandes divindades passaria a ser inevitável.

“Estamos realmente fazendo o correto?”, o questionamento pessoal valia para todos os presentes na Câmara de Tecer.

E não apenas ali.

Mesmo aqueles que não teriam a oportunidade para uma audiência com as Moiras, presentes naquela ilha ou fora dela, já se faziam a mesma pergunta.

Aos poucos, o início de uma nova percepção entre os mais novos descendentes divinos passou a ganhar fortes embasamentos para se desenvolver.

A mentalidade controlada pela superioridade do panteão se encontrava na beirada de um risco inimaginável...

Perante as consequências silenciosas, Cloto voltou a fitar o filho mais novo de Zeus.

“Este não deve ser o momento apropriado...”, guardou uma súbita vontade nas profundezas da mente.

Ele, consigo mesmo, voltou a se controlar. Não podia deixar aquela nova angústia desaparecer tão cedo.

Lembrou-se das palavras ditas por suas irmãs e a menina sem nome na caverna. Já tinha descoberto as formas de lidar com aquele tipo de situação.

A pequena moira compreendia os sentimentos conturbados do rapaz, portanto respeitou o momento pessoal e decidiu manter a decisão tomada em silêncio.

Assim, tomou a dianteira da audiência para fazer seu encerramento:

— Com a capacidade de burlar a própria essência da Sorte e da Morte a partir deste instante, o futuro de vocês sofrerá de influência alguma nossa. — Ergueu o queixo, o tom de voz soou ainda mais imponente. — Terão a oportunidade única de construírem novos caminhos e moldar um futuro imprevisível, diferente de todos já vistos.

“Afinal, esse era o desejo de meu pai”, mais uma vez restringiu-se à voz mental.

— Vai ser um prazer imenso acompanhar tudo que poderá acontecer sem minha Autoridade! — Láquesis, recuperando os ânimos de forma gradativa, se pronunciou. — Estou ansiosa por tudo que proporcionarão daqui em diante, jovenzinhos!

Abriu um sorriso radiante para os apóstolos.

— Ela encheu meu saco para não cortar os fios de vocês. — A severa Átropos deu as costas a eles. — Não me façam ter que adiantar o trabalho tão cedo.

Ao escutar a declaração da ranzinza, a Sorteadora alargou bem mais o sorriso, a ponto de mostrar os dentes separados.

— Esqueceu que não pode mais fazer isso, sua chata!? — A acompanhou, numa cutucada de cotovelo.

— Cale a boca, sua inconsequente!! — E a tesoureira quase a acertou com o instrumento afiado num gesto efusivo.

Enquanto as duas se voltavam às discussões infundadas, as filhas de Atena e Irene fitaram-nas por um tempo, ainda desacreditadas sobre como interagiam de forma tão casual para as soberanas que eram.

— E sobre sua mãe... — Cloto encarou a jovem pálida, que quase saltou de surpresa. — Suponho que também tenha sido um acontecimento causado pela ruptura inicial dos Limites do Destino.

Depois de alguns segundos processando aquela informação repentina, a garota respondeu cabisbaixa:

— Irene entende...

— Porém... — O complemento a fez subir a cabeça de novo. — Você, assim como eles, também é capaz de trilhar o próprio Destino. Não posso fazer indicações, contudo, certamente a encontrará em algum momento daqui em diante.

O par de íris índigo nos olhos de Irene cintilou.

Lágrimas se acumularam sobre os cílios inferiores, que não puderam as suportar por muito tempo.

— Irene agradece!

Passou o braço pelos fios do pranto que escorria sobre a faceta corada.

Chloe escondeu um suspiro, satisfeita pela conquista almejada pela menina, mesmo tendo a enfrentado há poucos dias.

— Irei enviá-los de volta ao princípio do primeiro nível da ilha. Igualmente farei com os que ainda perduram no caminho... — Cloto estalou os dedos e as esferas douradas voltaram a surgir em volta apenas dos visitantes. — Filha de Atena que possui a Bênção Extrassensorial da Telepatia; alerte a todos que permanecem nos caminhos do Berço da Terra sobre este desfecho da tarefa, em prol de evitar anomalias durante o retorno. Os Imperadores das Trevas aqui enviados já foram devidamente neutralizados.

Por um instante, Julie contraiu suas sobrancelhas. Passou rápido demais, pois ela assentiu com a cabeça logo na sequência.

Resolvida a questão, a Tecelã cerrou o punho dominante e deixou que o invólucro dourado tomasse o rumo à saída do Templo dos Destinos.

A arqueira deu a volta, já pronta para utilizar a Telepatia em potência máxima com a recuperação de uma pequena porção de Energia Vital.

Irene, contente com a descoberta sobre poder reencontrar sua mãe em breve, considerou o objetivo completo naquele lugar.

— Obrigada, Chlozita! Juzita! — Ela se achegou às gêmeas, que a encararam; a primeira bem surpresa ao ser chamada por tal apelido. — Graças a vocês, Irene conseguiu a resposta! Não era tudo que Irene esperava, mas já é importaaaaante!!

A purpúrea, sorridente, assentiu com a cabeça. A alva permaneceu focada em ativar sua Bênção na hora certa.

Ao mesmo tempo, Damon e Helena continuaram a contemplar as Moiras, que se distanciavam na Câmara de Tecer.

Enquanto trocavam olhares, os portões áureos voltaram a se fechar, espalhando seu rangido poderoso por toda a torre.

— Como prometi a elas, não revelaremos alguma informação aos demais... — disse a lanceira, conforme a bola de luz os conduzia até a saída. — Por ora, isto permanecerá um segredo valoroso entre nós.

— E os deuses? — Ainda cabisbaixo, porém muito mais sisudo, Damon perguntou.

— Seguiremos o devido protocolo — respondeu convicta.

— Mesmo da mãe de vocês?

Sobre isso, ela ficou quieta num primeiro momento. Cerrou os punhos com delicadeza, então, para mascarar o ato de pensar na resposta, guardou a metade restante da lança no gancho do cinto.

— Sim. — Então, a palavra seca foi direcionada ao rapaz. — Até mesmo dela.

Encarou-o de frente ao dar meia volta na posição.

Diante daquele olhar cerrado, o filho de Zeus resolveu acreditar em sua resolução.

Durante o restante do caminho, nenhuma palavra a mais foi trocada pelos jovens apóstolos.

Ainda havia muito a se questionar; respostas envolvidas em mistério e informações que precisariam de tempo para serem devidamente processadas.

Mas o mais importante era que, a partir daquele ponto da história, todos eles precisariam carregar o peso de construírem o Destino dessa em seus ombros.

Do lado das Moiras, Cloto respirou tranquila após a partida dos visitantes.

— Agora é com vocês — murmurou baixinho e corrupiou-se em direção à Roda da Fortuna.

Os olhos âmbar piscaram e retomaram a coloração original de turquesa.

Átropos a acompanhou, de volta à sala obscura no outro extremo do grande salão.

Láquesis, em contrapartida, permaneceu por mais alguns segundos defronte os portões fechados.

— Isso foi incrível...

Foi, em seguida, até os fios separados em seu local pessoal. Passou a palma da mão, delicada, sobre as fibras esticadas.

Eles eram realmente diferenciados.

Ainda restaram inúmeras dúvidas sobre os segredos guardados pela irmã mais velha, mas prometeu consigo mesma em deixar aquilo de lado por enquanto.

Se aqueles novos rumos seguissem como pensava, as novas respostas chegariam em breve.

E então...

“Talvez eles possam... vencer este Ciclo Eterno...”

Cloto fechou os olhos, deixando que os pensamentos a permeassem em um gélido arrepio.

Dessa forma, o trabalho das três Moiras foi retomado assim que a Roda da Fortuna voltou a girar.

Cloto tecia o fio da vida, Láquesis media a Sorte dos caminhos tomados pelos seres e Átropos determinava o fim do ciclo.

Essas eram as mulheres que controlavam o Destino de tudo e todos naquela Era Prateada.

Melinoe e Gael seguiam na caminhada pelos trajetos cerrados do Berço da Terra sem fazerem ideia sobre estarem perto ou distantes do objetivo final.

Tudo mudou quando uma esfera de energia dourada repentinamente surgiu ao redor deles.

— Que merda é essa!?

A filha de Hades sacou a alabarda de lâmina dupla com efusividade e tentou cortar o invólucro no mesmo instante. Acabou repelida pela energia impenetrável por dentro e por fora.

Lançada para trás, quase caiu na base da esfera ao colidir com as costas no outro lado da “parede”.

Gael, ainda um pouco debilitado pela batalha travada no dia anterior, tomou aquilo como exemplo e resolveu não avançar contra a camada áurea.

Era uma energia calorosa, embora nenhum dos dois fossem capazes de identificar qualquer traço vital envolvido nela.

O filho de Apolo permaneceu na mesma postura conforme os dois foram erguidos do solo e passaram a ser conduzidos ao caminho contrário do qual prosseguiam pelo dia inteiro.

 “Comunicado: Quem fala é Julie, filha da Deusa da Sabedoria”, a voz ecoou na cabeça de ambos os incrédulos. “Declaro que eu e minha irmã, além dos filhos do Rei dos Deuses, tivemos sucesso em impedir os últimos Imperadores das Trevas.”

— Hã!?

Desacreditada com as palavras da telepata, Melinoe torceu uma das sobrancelhas.

Gael reagiu boquiaberto, ameaçando abrir um sorriso.

Apesar das dissemelhanças em cada resposta, os dois levaram um período considerável até entenderem o peso daquele aviso.

Não muito distante dali a situação se repetiu com os filhos de Poseidon.

Tríton semicerrou as vistas cor de mel, numa perplexidade bastante madura. Silver estava desacordado ainda em suas costas, portanto nem deve ter escutado.

De todo modo, a filha de Atena prosseguiu:

“Relatório: A missão foi finalizada em virtude de uma audiência infrutífera no domínio das Moiras. Elas determinaram que os nossos esforços foram suficientes para que nos poupassem do Destino da morte, portanto estão nos redirecionando ao princípio do Berço da Terra, onde poderemos retornar ao continente.”

Os ouvintes permaneceram em absoluto silêncio após a telepática voz inexpressiva desaparecer.

Melinoe, em choque, abaixou o braço dominante com a alabarda em porte. Toda a vontade de destruir aquela proteção ao seu redor também foi embora.

Em uma missão considerada impossível, pirralhos abaixo à sua classificação na Corporação dos Deuses foram bem-sucedidos em pisarem no terreno pessoal das Moiras.

Falhando ou não na tal “audiência”, eles tinham conseguido algo inconcebível.

Aquele tipo de desfecho fez as emoções da ctónica se embaralharem. No fim, restou apenas a ascensão de uma gargalhada recheada de escárnio.

As risadas potentes aumentaram de intensidade à medida que viajavam na esfera dourada pelo ar; um misto de perplexidade, zombaria e desafogo queimaram dentro do seu peito.

O filho de Thalia a observou de perfil, desprovido de respostas a respeito do súbito descontrole da superior.

Tomado por tamanha inércia, redirecionou os olhos castanhos ao céu nublado que habitava sobre suas cabeças, preenchido por uma tonalidade alaranjada.

Horas se passaram. A noite já cobria o continente distante, mas permanecia a caminho do Berço da Terra.

A última esfera de energia áurea tinha acabado de passar de um dos Jardins Suspensos, chegando ao primeiro pátio nas proximidades da região onde os apóstolos tinham atracado.

As duplas que chegaram primeiro observaram o quinteto responsável por alcançar as donas do Destino.

Quando aterrissaram em terra, o invólucro se desfez em pequeninas partículas luminosas a subirem pelo espaço.

Com o regresso derradeiro, Gael foi requisitado para utilizar um pouco de sua Luz da Cura em Damon, cuja situação física era a mais grave do grupo.

Por conta da energia quase totalmente recuperada durante o dia, o descendente solar pôde dar conta da queimadura no antebraço canhoto dele, além de cicatrizar diversos cortes, perfurações e outras lesões teciduais.

O filho de Zeus enfim pôde respirar sem sentir aquela dor absurda, descansando ao fechar os olhos, deitado no solo frio.

Helena forneceu sua capa dourada ao irmão, que agradeceu por meio de um aceno de cabeça positivo.

Silver, que já tinha recebido os primeiros tratamentos por parte do filho de Apolo, também descansava no chão, bem ao lado do jovem olimpiano.

— E quem é essa pirralha!? — Melinoe lançou seu olhar severo sobre Irene.

— Longa história — respondeu Chloe, mudando o assunto. — Onde estão os veteranos de Rodes?

— Não faço ideia.

Com a resposta desinteressada da filha de Hades, ainda de olho na menina pálida — cheia de vergonha perante os demais representantes do panteão — todos retomaram o silêncio.

Graças ao cansaço, Gael exalou um lamento pesado.

— Foi mal! Mas no meu nível atual, não posso fazer muito mais por eles! Precisam de um tratamento mais intenso com meu pai, se possível!

— Está ótimo. Minimamente deverão sobreviver à viagem de regresso. Correto, Damon? — A purpúrea sentou-se ao lado dele, com um sorriso provocativo.

— É... Claro... — E ele devolveu sem muita energia para discutir à brincadeira.

— Vocês realmente encontraram as Moiras?

A indagação repentina de Tríton cortou a descontração rápida criada pela filha de Atena.

O silêncio perdurou por um breve período, até a própria declarar:

— De fato. Reitero que alcançamos o domínio das Moiras... Todavia, nada pôde ser alterado, apesar disto.  

— Como ‘tão vivos mesmo após chegarem até elas? — Melinoe franziu o cenho, ainda desacreditada acerca do feito deles. — Que merda toda é essa, afinal!?

— Iremos desenvolver as explicações concretas. — Após tomar fôlego, a ateniense proclamou: — Elas deram a garantia de que não irão alterar o Destino dos deuses a bel-prazer, como indicado por lorde Zeus. Em complemento à ocasião, os integrantes dos Imperadores das Trevas enviados a este recinto foram absolutamente neutralizados por nós. Portanto, a favor deles, não há mais chances de as alcançar.

A ctónica estalou a língua perante o linguajar complexo, porém, entendível da garota.

Sabia muito bem que aquilo não era tudo. Tríton compartilhava desse pensamento, mas nada manifestou em protesto.

A decisão tomada pela ateniense sobre omitir as principais informações àqueles que não estavam presentes na real audiência causava o efeito da incongruência.

Sabia que deveria ter pulso firme a fim de lidar com os veteranos, que não eram bobos. Tampouco eram as grandes divindades, que seriam enfrentadas logo após aquilo.

Embora fosse algo natural, a apóstola de olhos violetas permaneceria irredutível àquela decisão.

Além de prezar pela segurança àqueles que tiveram o contato com as “revelações”, manter um controle de danos sobre potenciais decisões desfavoráveis era necessário.

“Este assunto deve ser tratado com extrema cautela”, era o decreto imposto por si mesma, justificando a manutenção do respectivo segredo.

Caso o fato de terem contatado pessoalmente as Moiras sem que nada tivesse mudado chegasse aos superiores, principalmente a Zeus, jamais poderia imaginar as consequências...

Por isso, estava disposta a esconder até mesmo de sua mãe, como prometido a Damon.

Sabia que seria muito difícil, porém tinha confiança na respectiva capacidade de ter sucesso em fazer.

Mostrava-se preparada para carregar tal peso.

E o mesmo podia ser dito para aqueles que presenciaram as donas do Destino, em carne, osso e influência, consigo.

As duas missões decretadas pela Deusa da Sabedoria e pelo Rei dos Deuses chegaram a uma conclusão.

A primeira: sucesso; a segunda: jamais seria possível decretar...

Afinal, só a construção do futuro a partir daquele encontro iria responder a eles qual teria sido o teor do resultado.

“O que devo fazer?”, Damon, enquanto sentia a consciência enfim esvanecer, amorteceu a confusão no coração.

— Eu... — A voz murmurada encontrou Helena e Chloe, as mais próximas de onde estava. Quando ambas o fitaram, ele disparou: — Não posso mais... confiar no velhote... Nem nos deuses...

Com um peso visível no único olho aberto, descreveu a real sensação que permeava não só ele, como também as duas.

Fechou a vista boa, deixando que a escuridão tomasse conta da mente cansada.

Enquanto isso ocorria, a imagem de duas pessoas específicas surgiu, sorridentes, seguras perto dele.

Todas as promessas construídas permaneciam vivas como o sorriso daquelas garotas.

Antes de adormecer, pensou em um único desejo que era o de reencontrá-las o mais rápido possível.

Aquelas que eram insubstituíveis em sua vida, as mais importantes; tudo para ele.

Decidiu que, ao contrário do caso de seu pai e dos deuses, jamais deixaria de confiar nelas.

Um dos principais pilares na construção dos rumos que levariam aquela história ao futuro incerto — até mesmo pelas Moiras — encontrou uma fagulha de paz interior durante o anoitecer.

Livre das amarras impostas pelo Destino, um inédito caminho passaria a ser construído por suas mãos.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por ler mais um capítulo de Epopeia do Fim, espero que ainda esteja curtindo a leitura e a história! 

✿ Antes de mais nada, considere favoritar a novel, pois isso ajuda imensamente a angariar mais leitores a ela. Também entre no grupo do whatsapp para estar sempre por dentro das novidades.
✿ Caso queira ajudar essa história a crescer ainda mais, considere também apoiar o autor pelo link ou pela chave PIX: a916a50e-e171-4112-96a6-c627703cb045

CatarseInstagramTwitterGrupo

Apoie a Novel Mania

Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.

Novas traduções

Novels originais

Experiência sem anúncios

Doar agora