Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 10 – Arco 6

Capítulo 189: Renovação da Alma - "Eu e eu mesmo"

Keith adormeceu.

O que despertou não era ele. Mas, ao mesmo tempo, era.

A nova “forma” demonstrada pelo garoto surpreendera todos que acompanharam seu sofrimento por tanto tempo.

Mesmo a Indomável, sua mãe, encontrava dificuldades para esconder o espanto gerado por tamanha mudança.

Aquilo acabou por se tornar o hábito dos envolvidos, à medida que o respectivo se acostumou à respectiva evolução.

Conquistara os frutos oferecidos pelo sangue dela, somado a sua natureza nefasta.

Passou a ser reconhecido pela genetriz e pelos demais ao seu redor. Nenhum deles o encarava mais com aquele olhar frustrado perante um fracasso.

E seu irmão não o olhava mais com misericórdia.

Mas, sim, com respeito. E temor.

O renascimento daquele chamado Keith coincidiu com a criação do grupo que abalaria as estruturas da Era atual em breve:

 — Os Imperadores das Trevas — entoou em alto e confiante tom. — Esse é um nome perfeito.

Sua opinião foi levada em conta, aceita pela alta cúpula das erínias — e daqueles escondidos nas sombras.

Enfim tinha a liberdade para almejar a finalidade pela qual voltou a despertar naquele receptáculo.

Manteve o processo de evolução vertiginosa conforme lançava assombros àqueles que, há não muito tempo, duvidavam se ele deveria permanecer vivo.

“Me habituei mais rápido que esperava. Esse é um receptáculo e tanto”, pensou consigo ao encarar o mar de trevas da prisão. “Foi calejado na ponta dos cascos, até quase morrer. Por isso preciso agradecer propriamente...”

O sorriso grotesco rasgou a faceta.

— Vou destruir tudo, começando por esses que chamam de deuses! A mãe ao menos vai ter uma retribuição antes de ser destruída por mim! — Abriu os braços ao entoar para o vazio. — Depois, vou acabar com todo o resto. Não vou deixar sobrar nada...

Conforme o tempo passou, a confiança sobre manter o verdadeiro dono daquele corpo afundado na escuridão só cresceu.

Sendo um dos principais “pilares” na construção das bases daquele grupo, se integrou completamente às nuances daquela Era.

O mundo novo o aguardaria... para ser derrubado por suas novas mãos.

Adormecido por anos, nas profundezas de uma treva inescapável, o verdadeiro Keith voltou a abrir seus olhos.

Mesmo preso pelo breu que tinha o domínio de seu âmago, pôde enxergar com perfeição a silhueta familiar.

Parada, logo à frente, ao seu alcance, ela o encarava.

Diferente daquele dia chuvoso, onde acabou por ceder o espírito àquela essência impura, mostrou-se resoluto perante a faceta angustiada do ser.

No espaço vazio, aproximou-se com passadas curtas, recheado de segurança na postura. Por outro lado, o enegrecido tentou manter a distância criada entre eles durante todo aquele período.

Sem sucesso.

— Há quanto tempo... — Sua voz firme contaminou os ouvidos do coberto pelo manto negro. — Parece que você enfim foi superado.

Cala a boca!

A primeira resposta do ser foi avançar contra o pescoço do rapaz. Com as palmas calejadas de cortes e queimaduras, envolveu-o e depositou toda a força que tinha consigo para o esmagar.

Foi só um deslize!! Mesmo que esse mero deslize possa ter lhe despertado por um tempo, eu vou prevalecer!! Porque eu sou mais forte que você!!

O rapaz, embora estivesse sendo enforcado, não alterou sua expressão sisuda por nada.

Aquilo, alheio ao breve momento de silêncio, fez o enraivecido franzir o cenho, perdendo o resto de confiança no peito.

Os olhos alaranjados se esgazearam em puro espanto ao notar que teve o antebraço apanhado pela mão firme do garoto.

Tentou recuar com o membro, porém foi obrigado a se tornar imóvel. A força exercida por aquela pegada mostrou-se além de suas expectativas.

— Mesmo adormecido por culpa do seu domínio, pude sentir tudo o que aconteceu nesse tempo. Tudo que passamos — explicou ao soltar o antebraço dele, que recuou as passadas abaladas. — Todas as suas experiências se tornaram minhas experiências. Tudo que aprendeu, que vivenciou, que sentiu... tudo veio até mim.

O qu...!?

Eu fui fraco. — O atravessou, fechando o palmo com vigor. — Minha fraqueza me fez ter o desejo de sumir desse mundo a qualquer custo. E, por um instante, surgiu em meu coração o desejo de que tudo desaparecesse. O desejo que atraiu você até mim. E que deixou você tomar o controle sem que eu, destruído mental e emocionalmente, pudesse fazer qualquer coisa pra impedir.

Levou a mão ao peito, completando:

— Durante todo esse tempo, eu consegui entender. Esse desejo simples... fez você renascer dentro de mim.

Os lábios do outro estremeceram, incapazes de dizer qualquer coisa num primeiro momento.

Só que, após o baque inicial, ele cuspiu tudo, como se fosse uma maldição:

Você não sabe de nada, pirralho!! Nem mesmo conhece minha verdadeira natureza e, também, não pode mudar nada sozinho! — Brandiu o braço contra o espaço entre eles, colérico. — Eu devo destruir tudo e todos!! Essa é minha Essência!! Esse foi o seu desejo!!! Por isso, fique quietinho aqui, e...!!!

— Não. Está enganado. — Keith o interrompeu. — Ao ver e sentir tudo pelo que você passou, pude enfim perceber o que realmente desejo. E está longe de ser essa destruição que você diz ser a sua Essência.

Como é!?

— Durante todo esse tempo, eu pude ver como esse mundo é cruel. Mas, ao mesmo tempo..., como é muito belo. — Ergueu o rosto. Os olhos pareciam brilhar. — Essa sede de destruição te fez perder o controle. Ser derrotado te fez perder o equilíbrio. Agora, quem está fraco é você.

Pare de dizer besteiras! O que você pode fazer que eu não possa!? Se alcançarmos esse objetivo, você não precisará se preocupar com mais nada!! Os deuses, todos ao seu redor, sua mãe!! Por ter sido fraco, você não pode fazer nada!! Sou eu que...!!

— Não. Eu devo acabar com isso...

O murmúrio final de Keith cessou as respostas enraivecidas da entidade agitada, que arregalou os olhos obscuros e engoliu em seco.

Exalou um rápido suspiro antes de voltar a caminhar. Ultrapassou o ser coberto pelo manto, sem nem o encarar no rosto.

Com ele, a luz veio junto, cobrindo toda a treva que o governara por anos. A imagem do ser sombrio, seu “eu” sombrio, desapareceu na claridade.

Num movimento de instinto, tentou girar sobre os tornozelos a fim de agarrar o verdadeiro filho de Alecto.

No entanto, a purificação fez seu braço ser engolido, não o permitindo completar a ação.

Impossível...”, sua voz mental permaneceu acesa.

Contemplou o rapaz se distanciar até onde não poderia alcançar naquele momento.

Você não pode...

Então, foi a consciência daquela manifestação sombria que encontrou o breu, em direção a um sono longo.

Keith abriu um sorriso franco ao responder:

— Devemos morrer, de qualquer jeito... — Pouco a pouco, a concepção do subconsciente começou a desaparecer. — Mas...

Os lugares voltaram a ser trocados.

Agora, cada um em sua posição.

Sem erros.

Em meio ao mar de cinzas no espaço, raios menores continuavam a estalar pela extensão silenciosa.

O clímax da batalha causou a demolição completa do pátio fechado, a ponto de espalhar avarias até mesmo nos arredores.

Tossindo bastante, Helena se levantou de um pequeno aglomerado de destroços. Tinha cortes nas pernas e um no rosto, mas a capa dourada a protegeu de feridas piores.

Conforme se recompunha, ponderou sobre quão sortuda foi ao sobreviver àquilo.

— Pelos deuses...

Quando a camada espessa perdeu intensidade, pôde observar o cenário devastado com apreensão.

Moveu-se de onde tinha caído, enfrentando as dores incômodas a fim de procurar o meio-irmão.

— Damon? — chamou por ele, sem respostas.

O silêncio sepulcral era apenas cortado pelo uivo do vento.

Era certo que o garoto tinha sido soterrado. Portanto, deveria encontrá-lo o quanto antes, ainda com expectativas de que estivesse vivo.

Caminhou sobre os escombros em busca de qualquer sinal dele. Ela ainda sentia a energia eletrizada no ar.

Ó, deuses vetustos — mussitou ao juntar as mãos, os dedos entrelaçados. — Por favor, respondam minhas preces...

Os olhos esverdeados emitiram um brilho efêmero antes de serem fechados.

A Oração da Verdade levou alguns segundos até indicá-la à posição onde o garoto estaria.

Às pressas, ela retraiu a energia utilizada e foi até o local.

— Damon! — gritou ao vê-lo, não completamente soterrado, mas cheio de ferimentos graves pelo corpo.

Agachou-se e usou todas as forças para retirar as pedras de cima dos braços e das pernas do jovem.

Aproximou o ouvido do peito dele. Os batimentos cardíacos, apesar de fracos, continuavam ativos.

Exalou um suspiro de alívio ao comprovar que ele tinha sobrevivido. Depois de o livrar dos pedregulhos, encontrou a espada com a lâmina partida ao meio.

O palmo dominante continuava a segurar a empunhadura.

— He... lena...

O murmúrio repentino puxou a atenção dela de volta.

Apenas o olho direito do rapaz se abriu, pois o esquerdo tinha sido dominado por um rastro considerável de sangue, a escapar de um dos ferimentos profundos na testa.

Imediatamente a isso, tentou se levantar.

A agonia intensa o impediu de fazê-lo, tanto pelos machucados quanto pelos efeitos colaterais eletrizantes do uso excessivo de energia.

— Não se esforce muito! — Descansou as palmas, delicada, nos ombros dele. — Eu te ajudo...

Ciente de que não teria outra escolha, ele relaxou a tensão e fez que sim com a cabeça.

Cuidadosa, Helena repetiu o gesto feito no dia anterior ao abraçá-lo pela cintura. O ergueu lentamente, tendo que suportar os grunhidos agonizantes próximos de seu ouvido.

Pôde ver o braço esquerdo completamente destruído, a pior das lesões adquiridas durante a batalha.

Desviou o olhar na hora, quase sendo acometida por uma intensa ânsia.

De alguma forma, conseguiu o amparar de forma a colocá-lo de pé, ao seu lado.

— Desculpa — mussitou entre os dentes. — Eu prometi que ia te ajudar, mas...

Damon a encarou de soslaio por um tempo. Estava esgotado o suficiente para ter dificuldades até em dizer algo.

Por isso, resumiu-se a fazer um pedido:

— Me leva... ali...

Apontou com um movimento fraco de cabeça.

— Consegue andar? — À indagação da irmã, gesticulou positivo de novo.

Então, determinada a fazer o que não tinha feito até então, ela começou a conduzi-lo pela extensão.

Os dois alcançaram outra área onde poucos escombros tinham se acumulado.

Isso por conta da presença do filho de Alecto, também esmagado por alguns pedaços de colunas sobre pernas e torso.

Já tinha perdido bastante sangue na perfuração profunda da barriga. O líquido viscoso se misturava ao vermelho-escuro da camisa rasgada.

Os olhos, agora ambos pretos, contemplavam a luz acima do rosto, cercada por nuvens negras.

Não havia mais chifres em suas têmporas. A aura nefasta se desfez por inteiro, portanto, a pressão maligna sobre o recinto esvaneceu.

De olho no estado tão lastimável quanto o seu, Damon teve certeza de que o confronto fora finalizado.

Mas não era apenas isso.

Tanto o olhar demonstrado pelo imperador quanto a sensação vital provinda dele estavam diferentes.

— Não se preocupem... — Sua voz afônica escapou entre leves engasgos com o próprio sangue. — Eu... fui derrotado...

— Você...

Tendo a diferença escancarada a sua frente, o filho de Zeus semicerrou os olhos.

Então, os lábios manchados em vermelho do garoto se curvaram em um tênue sorriso.

— Acabe com isso... de uma vez... Me mate, filho de Zeus. — O repentino pedido fez os dois olimpianos engolirem em seco. — Se quiser evitar esse problema de novo... faça isso.

Simpatizante da condição do inimigo, pois essa era idêntica à de sua amiga, o filho de Zeus ficou quieto num primeiro momento.

Helena o fitou de lado, no aguardo sobre qual seria a decisão tomada pelo garoto.

— O que... aconteceu? — ele indagou, primeiro.

Keith respirou fundo.

Àquela altura, seria desnecessário guardar segredos.

— Vocês já devem ter percebido... aquele não era eu de fato. — Fez uma breve pausa e prosseguiu. — Por ter nascido fraco... o sofrimento, a angústia, o desespero... tudo isso me fez perder o controle sobre meu próprio espírito. O desejo de destruição, para acabar com tudo aquilo, me venceu... Então, até hoje...

— Se era outra pessoa..., então...?

— Não sei dizer — Keith respondeu sem sequer deixar Damon completar sua dúvida. — De qualquer forma, a culpa também é minha... Vocês conseguiram derrotá-lo e sua vontade foi superada como nunca fizeram... Isso me permitiu retornar, mas foi minha fraqueza... que permitiu tudo isso ter acontecido.

Usou os resquícios das forças a fim de cerrar o punho queimado pelas correntes, acima do rosto.

Por ter sido frágil, inapto a superar aquilo, toda a história devastadora foi criada. A cadeia de acontecimentos nada aprazível, até aquele presente instante, existiu...

Tinha prejudicado, direta ou indiretamente, inúmeras pessoas.

Mesmo não sendo diferente do que qualquer outro deus fez para qualquer outro membro daquele grupo, sentia-se envergonhado.

Todos sempre cometeriam atitudes condenáveis em prol do respectivo benefício, se assim fosse necessário.

Todos eram iguais. Nada poderia mudar o instinto de sobrevivência do ser pensante.

Damon, num esforço repentino, livrou-se do amparo da semelhante.

Agachou-se com dificuldades, até as pernas não suportarem o peso para fazê-lo tombar um dos joelhos no solo.

Sobre o corpo inerte do filho de Alecto, que fechou os olhos no aguardo por sua última sentença, apanhou a lâmina partida para baixo e travou sua mira.

Subiu o braço, o desceu e desferiu o golpe no alvo.

O ruído, no entanto, soou diferente do esperado. Isso fez os olhos pretos se abrirem de novo.

Keith ergueu as sobrancelhas ao limite da testa.

Virou o rosto à esquerda, onde o olimpiano tinha fincado o pedaço restante da lâmina longa.

Voltou a atenção ao cacheado, que tinha o sangue gotejando sobre seu rosto cheio de cicatrizes.

Todas as experiências anteriores regressaram às memórias do descendente do Rei dos Deuses.

As palavras cuspidas pela sirena que matou na Ilha Methana; o fracasso na batalha em Delos; o dilema vivido contra o titã no Deserto da Perdição...

Todas as constantes batalhas, física e ideológicas, o permitiram enfim enxergar uma luz na respectiva concepção.

Por ter conhecido e enfrentado todas aquelas histórias, sabia muito bem o que poderia tomar como verdade pessoal.

Ele aprenderia a se permitir sofrer aqueles incômodos. Pois era a partir deles que seria capaz de conhecer ainda mais as nuances daquele mundo onde tinha nascido.

Assim como a si mesmo...

— Não vou... fazer isso — murmurou ao se reerguer.

Esqueceu do estado físico deplorável, então quase caiu. Foi pego por Helena na hora certa, que o ajudou a se postar outra vez.

Deixou a empunhadura com o pedaço de lâmina ali mesmo.

Keith não pôde esconder o espanto através do semblante contorcido. Poderia até soltar um riso sarcástico, mas a agonia das lesões somadas ao cansaço o deixou somente expelir um lamento.

De qualquer forma, não imaginava que conseguiria sobreviver com aquela perfuração no abdômen.

Era só questão de tempo até o Destino o levar daquele plano mortal. Mas, no fim, o responsável por isso continuaria a ser o que se recusou a finalizá-lo.

Irônico, pensou...

— Vamos embora, Damon...

Helena o puxou até dar a volta.

Damon fitou o algoz derrubado até o último instante.

Depois do giro, sem olharem mais para trás, os dois seguiram em frente, no objetivo de cumprirem a promessa garantida às filhas de Atena.

O triunfo da missão impossível estava por um fio após os recentes eventos. Nenhum deles pensava mais em voltar a partir do ponto atual.

O filho de Alecto, por outro lado, continuou a encarar o céu inalcançável.

Triste, mas aliviado, aproveitou os momentos finais que o corpo maltratado aguentaria, sozinho.

“Alerta: A batalha terminou, minha irmã”, foi o recado entregue por Julie, através de sua Telepatia.

Chloe permaneceu em silêncio ante a indefinição entre vencedor ou perdedor do evento em questão.

Afinal, só existia foco para a passagem definitiva à torre negra.

Enfim tinham aquela edificação surreal ao alcance. O tempo de avanço coincidiu com perfeição ao desfecho deixado para o filho de Zeus.

Naquele instante, só restava confiar no melhor resultado a favor do aliado.

As três, aflitas, adentraram o auditório aberto, onde nada mais havia além de colunas metálicas semelhantes a uma escadaria de degraus desconectados.

Irene antecipou-se em dois passos. Encarou a divisória entre as passagens, o abismo de escuridão logo abaixo.

Recuou de novo ao sentir vertigem por conta da altura colossal que os separava de sabe-se lá o que.

Respirou fundo na busca pela recuperação, antes de prosseguir unida às gêmeas.

“Aqui estamos”, pensou a lanceira ao respirar fundo, prontificada a invadir o território final.

Foi a primeira a saltar até a plataforma adiante.

Julie a acompanhou, sendo perseguida por Irene.

Num misto de incertezas, curiosidades e ansiedade, o trio prosseguiu com cautela até chegarem na última plataforma.

A porta já estava aberta, logo à frente. Nem precisaram pensar duas vezes até entrarem no recinto, abraçadas por uma influência distante de tudo que já tinham sentido.

Era suntuosa, equilibrada e intensa, tudo ao mesmo tempo.

Logo de cara, foram recebidas por um salão circular vazio.

A iluminação vinha das pedras douradas brilhantes, que rodeavam todo o espaço escurecido.

Depois de alguns segundos de exploração, as alas gigantescas da entrada voltaram a se fechar.

Preparadas com suas armas empunhadas, as primeiras a pisarem no domínio delas seguiram pelo único caminho disponível no âmbito.

Subiram escadas estreitas, passaram por corredores vazios.

A cada nova subida, Chloe sentia o fôlego se tornar mais escasso. Era um fator de preocupação caso precisassem subir ao final da torre.

Final esse que nenhuma delas sabia onde chegava, sabendo, no mínimo, que ia além das nuvens.

Depois de certo tempo entre avanços e preocupações, o trio alcançou um novo salão plano.

Apresentava o mesmo aspecto e os mesmos detalhes do primeiro acessado. Esse, contudo, tinha detalhes metálicos cravados nas paredes, além do piso ser parecido um enorme espelho escuro.

O problema era a ausência de novas passagens a qualquer lugar por ali.

Antes de sequer poderem se questionar sobre como proceder, as três escutaram um assobio ecoar no espaço.

Perceberam, depois, que se tratava de uma corrente de ar... em um espaço sem aberturas para o exterior.

— Vocês realmente conseguiram!

A voz se pronunciou na sequência, retumbando uma pressão assombrosa sobre toda a câmara.

Não se tratava de Energia Vital. Era a mera natureza de sua presença.

Ao subirem o olhar após segundos de paralisia, as garotas se depararam com a mulher de longo vestido, a descer flutuante no meão do espaço aberto.

Seu cabelo rosa só não chamava tanta atenção do que as pupilas de estrelas dos olhos turquesas.

Trazia ainda um grande báculo dourado na palma destra, na qual a extremidade superior continha argolas presas a uma pedra dourada, semelhante às que acendiam o salão.

Nenhuma das jovens visitantes foi capaz de mover um músculo. Só arregalaram os olhos ou os semicerraram, contemplando a aterrissagem silenciosa da entidade superior.

— Sejam muito bem-vindas ao nosso lar!

A Sorteadora do Destino, Láquesis, pela primeira vez as recebia em carne e osso.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por ler mais um capítulo de Epopeia do Fim, espero que ainda esteja curtindo a leitura e a história! 

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