Volume 10 – Arco 6
Capítulo 186: O Sorriso que Traz a Assolação

A aura obscura parecia criar um redemoinho de impurezas ao redor do corpo de Keith.
Com um sorriso distorcido no rosto cheio de cicatrizes, manifestou a Energia Vital pelas correntes alongadas, até alcançar a esfera de espinhos.
Toda a arma foi dominada por uma camada de luz branca, que ainda trazia um teor ligeiramente azul-esverdeado na luminescência.
Depois, foi puxada de volta até seu corpo, atingindo o solo paralelo aos pés.
Tudo num curto raio foi tomado por rachaduras, enquanto a terra acumulada sobre a extensão de pedras foi carbonizada.
“Autoridade da Luz?”, Chloe semicerrou os olhos, mas já experimentava algo diferenciado irradiar daquela arma banhada.
Para um ser que exalava a tão sórdida influência, dominar tal Autoridade conhecida pela pureza e por suas propriedades benignas soava até como uma ofensa.
Ao menos, essa era a concepção da filha de Atena.
Logo perceberia a verdadeira essência daquele punhado de energia luminosa, que logo ao ser manifestada causou um calor efêmero sobre o ambiente ao redor.
Após recompor a postura, o imperador segurou firme a corrente e levantou a esfera de espinhos luminosos, a girando em alta velocidade no mesmo ponto lateral ao torso.
A partir disso, pequenos raios nasceram em resposta à aceleração do deslocamento. Tais indícios entregaram a resposta à lanceira.
— Autoridade Artificial do Plasma — murmurou ao franzir o cenho. — Isto carrega uma ameaça potencial. Estejam precavidas sobre suas acometidas.
Irene não entendeu muito bem os significados daquele palavreado difícil, mas podia sentir que se tratava de algo perigoso.
Não só a influência deliberada pela soma do portador e da esfera de espinhos, como as próprias palavras da garota.
“Embora não seja a primeira vez que contemplo tal Autoridade...”, a purpúrea continuou focada, ao mesmo tempo que intrigada em ver como aquele rapaz pretendia usufruir do domínio.
As ondas de calor cresceram, como se os movimentos giratórios da estrela da manhã banhada pela energia massiva ficassem cada vez mais velozes...
— Sofram... com minha Guia da Destruição!!
De volta ao controle — ou nem tanto assim —, o enlouquecido esgazeou as vistas escuras e lançou a bola recheada de plasma contra as três.
Tomadas pelas considerações recentes, desviaram sem dificuldades. Entretanto, as correntes pareceram triplicar em um segundo, o que fez a esfera dar a volta pelas costas delas e retornar.
O movimento em U danificou diversos pilares da passagem anterior, os transformando em migalhas de cinzas ao mero toque.
Elas se desvencilharam mais uma vez, cada uma ao respectivo estilo. Foi assim que o ataque perdurou, com os elos mudando de direção diversas vezes, fazendo a esfera ir e voltar.
Cautelosas ao extremo, as irmãs tentaram dividir a atenção entre evitar os ataques e analisar as condutas ofensivas do adversário.
Perceberam um pouco tarde que isso só atrapalharia.
“Não existe padrões”, Chloe quase estalou a língua ao sentir as correntes tórridas passarem rente ao rosto.
Fios de cabelo escaparam, desaparecendo no ar quente em questão de pensamento. Se tivesse a pele e a carne expostas àquilo, seria terrível.
Para comprovar a inutilidade na observação, de súbito o imperador mudou seu foco à ex-companheira.
Pisou com pujança no solo, levando todo o peso do corpo ao braço dominante, que puxou as conexões metálicas juntas da esfera de plasma.
Irene sequer pôde responder a tempo, a metros ínfimos de distância do sedento por destruição.
As filhas de Atena acompanharam a alteração inesperada, mas já era tarde para prestarem algum auxílio à menina.
No entanto, envolta por uma sorte única, ela tropeçou nas próprias pernas e tombou com o traseiro no solo.
A bola luminosa atravessou o espaço sobre sua cabeça, rasgando a parede de ar rarefeito com calor.
Sentindo o coração prestes a saltar boca afora, a pálida deixou de piscar por um delongado período, perdendo o fôlego.
Esse período que foi coberto pelo impetuoso, a avançar logo na sequência enquanto soltava risadas maníacas mesmo ao ter “errado”.
Puxou a lâmina da extremidade inferior das correntes, também condensando a Energia Vital sobre o releixo.
Julie mirou uma flecha e atirou. O rapaz a defletiu ao postar os elos próximos na altura do disparo, frustrando a sequência.
Quando encurtou o caminho à derrubada, posicionou a faca a fim de desferir um golpe de empalamento.
Chloe surgiu em sua retaguarda, na tentativa de pegá-lo em movimento, onde poderia usufruir da guarda baixa e o perfurar.
No entanto, a esfera de plasma voltou, a obrigando a desviar de novo.
“Isto é ruim!”, livre do perigo, acabou abrindo espaço a favor dele, cara a cara com a pacifista.
Todavia, Irene fez o impensável com um movimento repentino e tocou-o naquele momento, na altura do peito, com a palma.
Desinteressado em se surpreender, o risonho maníaco puxou de volta a esfera no entorno em prol de empurrar a faca contra a integridade da garota.
Ou tentou mover...
Afinal, o braço recebeu a ordem do cérebro, mas o deslocamento ofensivo não foi executado.
— Hã!?
Perdendo parte da efusividade, notou o membro estremecido, inapto a seguir adiante.
Ao descer o olhar, percebeu o brilho irradiar dos olhos anis da jovem.
“A Bênção!”, Chloe respirou fundo, a ponto de abrir um sorriso triunfante.
— O Toque Pacifista — mussitou consigo, de tão perplexa.
Foi por muito pouco.
A carta na manga exclusiva daquela garota, usada no momento mais caótico possível, quando ninguém esperava.
Talvez, nem ela mesma...
— Que merda é essa!!? — Keith rugiu, os olhos cerrados na vertente da aflita.
— Irene... não contou tudo que podia fazer... — Atordoada, ela abaixou a cabeça, mas manteve os globos cintilantes erguidos.
As sobrancelhas contorceram, os lábios se pressionaram. A feição desconfortável, porém, desafiadora, fez os batimentos cardíacos do garoto se elevarem.
Perante tal reviravolta, as gêmeas o cercaram rapidamente. Ele virou o rosto por cima do ombro, então pensou em algo ainda divertido.
Largou mão da lâmina e puxou o braço de Irene, colocando-a à frente de seu corpo.
— Até quando isso vai durar, eu me pergunto!!
— Imundo.
Chloe armou a postura, enquanto Julie já tinha o próximo tiro preparado.
— Sim... Vou deixar tudo bem sujo de sangue nesse mundo!! — Uma das sobrancelhas se contorceu. — Por isso... volte a dormir. Eu tive o controle... durante todo esse tempo!!
“Novamente”, percebeu que falava sozinho, alucinado.
Ainda não usufruía de completo equilíbrio.
Ainda poderia servir de vantagem...
Para espanto geral, Irene fechou os punhos com força e os levou ao braço do rapaz, responsável por mantê-la controlada ao passar em seu pescoço.
— Vão!!!
Ela gritou, então a arqueira recuou num pulo bem rápido. O contrário disso veio da lanceira, que avançou agachada, arriscando tudo ao ultrapassar as correntes erguidas.
— Arte da Sabedoria, Matriz Divisória... — As duas lâminas banharam-se em luz, cobertas por um tom ligeiramente violáceo. — Lâminas Elementares: Luz!
Foi quando Keith percebeu que não parecia ser meramente uma camada de Luz. Pois, embora nem chegasse perto do calor de sua manifestação...
— Você também!!?
— Eu disse... — Chloe afastou alguns dos elos ao girar com a lança diversas vezes. — Ah, perdão. És incapaz de ler mentes...
Encurtou a distância da dupla após se livrar dos obstáculos em uma dança bonita. Os choques entre ambas as Autoridades Artificiais do Plasma provocaram explosões caloríficas ao redor.
Raios se manifestaram, enfim, do domínio luminoso que tomava as lâminas da lança.
Prendendo a atenção do desequilibrado naquele detalha, a ateniense mirou com exatidão em seu rosto cheio de cicatrizes.
No instante que as pupilas afunilaram, empurrou a arma na busca por perfurar o olho esquerdo dele.
No puro reflexo, esquivou ao virar o corpo um pouco à direita. O releixo passou raspando na bochecha da menina, que tinha conectado os cílios na hora.
Sentiu a ardência sobre a pele, algo que fez a lanceira pedir desculpas em silêncio.
Mas isso também ajudou; ao perder a sustentação naquele breve átimo, Irene teve firmeza para o empurrar com as costas, se livrando de sua custódia.
Abriu alas à Julie, já tendo a ponta da flecha banhada na Autoridade da Luz. Ou seria de Plasma igualmente?
A corda retesada ao limite do ombro não permitiu ao imperador, que abriu um sorriso, antecipar a natureza da energia.
Antes de ela atirar, puxou a esfera de seu Plasma com tudo contra as costas delas.
Soltando um resmungo, Chloe saltou um mortal para trás, a exemplo de Julie, que precisou remanejar o disparo.
Ela pensou em fazê-lo ao retomar a postura de frente, antes mesmo de tocar o solo, mas o esverdeado agiu mais rápido.
Num giro de corpo acelerado, aproveitou o ímpeto da própria arma que se lançou de volta à Irene, ainda vulnerável no meão do pátio.
Chloe resolveu tirar a prova real ao disparar à frente da pálida, usufruindo das lâminas de Plasma no intuito de tentar rebater o golpe.
Sentiu o calor do plasma mordiscar a pele ao bloqueá-lo, só que subestimou o impacto e foi lançada para trás. Colidiu com a menina, indo ao solo com ela.
“Impetuoso!”, piscou um dos olhos ao se reerguer, antes de Keith executar outro ataque violento.
Julie permanecia incapaz de atirar, vista a efusividade dos ataques imparáveis do garoto.
Na vez seguinte, precisou agachar-se quase numa diagonal à esquerda, deixando a bola de espinhos passar reta pelo ar.
Daquela posição, resolveu aproveitar a rara abertura e atirar; soltou a corda de aço, deixando a flecha viajar até explodir em uma cortina luminosa no meio do trajeto.
Acostumada, Chloe se recompôs de olhos fechados.
Precisou ajudar Irene a ir com ela, ainda não tão habituada mesmo tendo sofrido daquele ataque umas duas vezes.
Mesmo essa Luz da Morte não se provou eficaz, algo que já era esperado pelas gêmeas.
Quando a visão se recuperou, as três tinham se reagrupado, além de usarem o curto período a fim de retomarem o fôlego.
Keith reapareceu rodeado pelas correntes, a esfera de espinhos enfim parada ao seu lado, tombada no solo.
Partes do manto escuro sofreram rasgos graças à sucessão enlouquecedora. Entretanto, ferida alguma poderia ser confirmada em seu corpo.
Era a maior das confirmações de que a batalha de resistência e paciência as tomaria bastante tempo.
Em contrapartida...
— Sua mamãe queria... te matar...!! Ela ia te matar!! Seja um bom menino, então... Eu ainda nem comecei!!
A insanidade de minutos atrás parecia sempre crescer, mediada por subidas e descidas vertiginosas.
Balançou a esfera de plasma outra vez. A produtividade da energia, a exemplo do desvio mental, se elevando.
Condensou outra bela porção vital sobre a camada da Autoridade Artificial, que dobrou o tamanho.
As atenienses voltaram a entrar em guarda.
Desprovidas de qualquer base de enfrentamento graças ao estilo fora da curva do rapaz, deviam confiar mais nos próprios instintos do que na refinada sabedoria.
Isso era incômodo. Entretanto, foram preparadas para que pudessem enfrentar quaisquer cenários.
Toda a situação favorável estava prestes a escorrer por entre os dedos. A chegada às Moiras rumava para ser perfeita, poderiam as encontrar com o estoque completo de energia.
Agora, isso seria impossível.
A intromissão do imperador bagunçou tudo. Era, de longe, um dos piores adversários que poderiam ter naquele momento.
— Muito bem... — A voz dele soou menos intensa. — Agora posso dar início à festa de verdade!
“Reencontrou a estabilidade”, Chloe balançou a cabeça para os lados ao ver outro decréscimo de seu pico de insanidade.
Pensamentos como os alimentados há pouco só serviriam de distração. Deveria permanecer focada no que tinha ao alcance, pois as coisas só tendiam a piorar dali em diante.
— Embora esse moleque seja um fracote, seu sangue de erínia consegue ser intenso às vezes — disparou num tom de ironia.
“Sangue de erínia”, a purpúrea tornou a se espantar, porém dessa vez sustentou a feição sisuda.
— Então és descendente de uma erínia? — Escolheu a abordagem para ganhar algum tempo.
— É... E da mais impetuosa, se é que me entende! — Novos raios tórridos saltaram da camada de Plasma.
“Presumo que teça tal comentaria acerca da líder”, semicerrou as vistas, cautelosa.
De fato, era uma bela representação no tocante às dificuldades enfrentadas com o respectivo.
Filho de Alecto, a líder das impiedosas Erínias.
Chloe por pouco não soltou uma risada de escárnio, nada de seu feitio.
— Portanto, são elas as incumbidas de perseguirem a profanação aos deuses. — Quase soou como uma pergunta.
Ao mesmo tempo, ajeitou a posição da lança.
— Sim, são elas... Mesmo aquele Deus do Sonho desgraçado querendo mexer os pauzinhos! — A retruca não a permitiu controlar as vistas esgazeadas dessa vez. — Mas isso é problema deles!
“Deus do Sonho!?”, paralisou, arrepiada ao escutar tal alcunha.
“Alerta: Está vindo, minha irmã”, Julie, também absorvendo aquelas informações, tratou de puxar a irmã de volta à realidade.
Deixando um rastro de poeira e luz, Keith disparou contra o trio. Trouxe no encalço a estrela da manhã e a lançou para a metros para o alto.
— Chega de falar... e recebam minha Assolação Profunda!!!
Quando puxou de volta a corrente e a esfera desceu a toda velocidade.
— Afastem-se, rápido!!
O grito de Chloe causou a ação imediata das demais, que se empenharam em correr daquele ponto.
Meros segundos separaram os momentos, até a bola de luz atingir o solo.
Além da devastação causada por metros no chão, toda a camada acumulada de Plasma foi liberada.
O efeito criou uma “chuva de plasma” a cobrir todo o raio de distância daquele pátio.
A derrota sorriu logo à frente.
“Isso é deveras desagradável!”, a purpúrea virou o rosto, incapaz de encontrar saídas.
Não lembrava de quando fora a última vez que o desespero a dominou. E sequer haveria tempo.
Seriam atingidas de qualquer forma. Já pensava em alguma maneira de reduzir os danos a fim de seguir na batalha...
“Arte da Sabedoria... Matriz Singular”, a voz de Julie ecoou das profundezas da escuridão.
A nova luz atravessou o desfecho desastroso, à medida que a flecha na corda retesada revelou sua forma especial, semelhante a uma enorme broca.
“Transgressor.”
O disparo rompeu pelo centro. Ao alcançar o espaço acima da esfera caída entre os escombros, outra explosão ocorreu.
Só que, dessa vez, somente ondas invisíveis percorreram o ambiente. E logo em seguida, todo o plasma concentrado pelo imperador desapareceu.
Como num passe de mágica.
O silêncio perdurou durante a ocasião. As jovens pararam de correr; Irene, perplexa, separou os lábios.
— O... O que... aconteceu?
Chloe, mais calma, explicou ao se recompor:
— Uma Autoridade singular de Julie. Detém o efeito de inibir outra Autoridade por determinado período.
Fitou a semelhante de soslaio.
“A desvantagem é a incapacidade de utilizá-la novamente”, cerrou as vistas e apertou o cabo da lança. “Guardávamos esta carta coringa a fim de utilizarmos contra elas...”
Não havia muito o que fazer além de lamentar. Ao menos, o risco surreal tinha sido apagado.
“Ela cancelou meu ataque?”, entendendo um pouco daquilo, Keith encarou a esfera de espinhos.
Tentou reunir a energia, mas percebeu que seria necessária paciência a fim de condensar aquele montante outra vez.
Achando tudo muito instigante, não se precipitou. Caso o fizesse, aquele corpo sucumbiria antes de conseguir o triunfo.
Enquanto isso, Chloe tirou proveito do tempo livre.
— Acerca dos dizeres deste garoto... lograva de ciência destes citados? — Olhou para a pálida em dois tempos.
— Não... Irene só conhecia as moças que o Keithito falou...
"Eles igualmente escondem informações, portanto. E isto... estes jovens não passam de meros peões. Assim como nós."
Chloe não queria pensar por aquele caminho, mas era inevitável. Ainda assim, susteve a feição comepenetrada no que importava de fato àquele momento.
Como ela própria já tinha afirmado, com todas as palavras: agora era a vez de eles decidirem.
Além das imposições de qualquer ser superior, a escolha final seria consumada por suas próprias convicções.
— Vamos, Julie.
“Resposta: Certamente, minha irmã.”
No limite da retomada, Keith fechou o palmo com vigor sobre os elos metálicos ainda quentes.
Soltou sua risada caótica ao experimentar a palma latejar, a indução do calor extremo para manifestar a energia plasmática.
— Podem tirar todos os truques que quiserem!! Isso nunca vai...!!
— Isso é o suficiente.
Graças ao foco extremo nas inimigas, o cicatrizado se descuidou por um singelo átimo quando a voz intrusiva surgiu pela retaguarda.
Chloe, Irene e até mesmo Julie se espantaram ante a nova presença que irrompeu no campo de batalha.
O filho de Alecto girou com lentidão. A espada recheada de raios celestes buscou seu pescoço, sendo impedida pela estrela da manhã puxada no sufoco.
A colisão causou um tilintar pesado, além de estremecer a terra. O impacto maior pendeu ao recém-chegado.
Num movimento brusco do braço dominante, empurrou o imperador para trás. Ele perdeu o sustento e capotou duas vezes no plano, mas saltou para retomar a postura de novo.
Ergueu o rosto e se deparou com o não tão novo inimigo...
— Olha ele! — O timbre deleitoso acompanhou o sorriso assolador. — Continua insistindo em ser destruído por mim, hein!?
Damon o fitou de perfil, nem um pouco interessado em fisgar a provocação.
As garotas nada disseram num primeiro momento.
Julie retomou a inexpressividade de imediato. Chloe boquiabria diante da surpresa máxima que era a chegada do aliado.
Não demorou muito até Helena se juntar à reunião, coberta pelo manto dourado.
A lanceira logo buscou realocar as informações na mente acelerada. Tinha tantas perguntas a fazer, um latifúndio de lacunas a preencher desde a separação no dia anterior.
No entanto, o pleno estado de frenesi só a permitiu disparar duas perguntas básicas:
— Como chegaram aqui? E onde está o filho de lorde Poseidon?...
— Seguimos os “rastros”. — As sobrancelhas enrustiram. — E pensamos que ele ‘taria aqui. A gente se separou depois de cair...
— Disserte em detalhes, por obséquio.
— A gente não tem tanto tempo assim...
Diante da discussão, Keith semicerrou os olhos dominados pelo laranja-escuro. Contemplou o braço do olimpiano, livre dos ferimentos impostos por ele mesmo no último encontro.
A conjuntura o fez soltar risadas sarcásticas. Recobrou uma postura erguida, irritado graças à perda de foco na manifestação de energia.
Em contrapartida, o apóstolo analisou outro detalhe...
“Esses olhos escuros... Não tem dúvida”, remeteu ao conflito no Deserto da Perdição, onde sua parceira havia sido dominada por aquele mesmo efeito.
Ainda carecia de detalhes acerca da presente anomalia. No entanto, saber que algo relacionado poderia o dificultar já era suficiente.
Sem contar o desejo de descobrir sobre o que se tratava...
“Alerta: A Autoridade dominada por este garoto é o Plasma. Tenha cuidado com ele, Mon-Mon”, Julie fez ecoar por sua cabeça, erguendo o polegar livre.
— Valeu... — Um pouco contrariado ao ver o sinal dela, ele fez beiço.
Ciente do poder destrutivo que aquela Autoridade causava, juntou as peculiaridades necessárias em prol de resolver os problemas.
Tinha perdido os dois primeiros confrontos.
Essa seria sua segunda revanche; a última chance.
Naquele instante, valia muito mais do que uma simples redenção; valia respostas que poderiam ser encontradas ali, naquele garoto, e mais adiante, nas donas do Destino.
Portanto, agarrado às promessas que jamais poderia deixar serem rompidas, declarou:
— Gêmeas. Vou dar conta desse maluco. — Deu dois passos à frente, tomando a dianteira sobre ambas. — Continuem pra onde ‘tão as irmãs do Destino. ‘Tá na hora de acabar com essa palhaçada.
Dos olhos azuis-escuros, profundos como o céu noturno, fagulhas de raios escaparam em um piscar.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por ler mais um capítulo de Epopeia do Fim, espero que ainda esteja curtindo a leitura e a história!
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