Volume 2
Capítulo 3: Jase Faz o Homem de Amarelo e o Rapaz com Sorriso de Palhaço, Saírem Voando
Que nojento!
Completamente nojento!
Com uma expressão que não demonstrava todo nojo que dizia estar sentindo, pelo sangue alaranjado e azul que manchava suas luvas e a sola de suas botas. Aiyden caminhava atrás de seus estranhos e desconfortáveis companheiros que definitivamente lhe eram mais estranhos que Chloe. Eles com certeza o eram.
Edgar antes de praticamente perder a cabeça...Ou melhor as memórias, havia lhes informado que o monstro era humano, ou melhor era um humano que devorou um monstro, o que lhe tornava difícil de encontrar, no entanto ele não havia dito que era muito difícil de encontrá-lo.
Aiyden em suas missões anteriores já havia encontrado alguns assim, seres humanos tão ruins ao ponto de conseguirem adquirir o poder de algum monstro para si, simplesmente assumindo o controle. Eram realmente as piores dores de cabeça. Piores do que os monstros que devoravam humanos e os imitavam, como se quisessem se tornar aqueles, com os quais usaram para se alimentar.
Era nojento.
— Essa coisa não está avariada ou algo assim? — Jase perguntou, olhando para o pássaro que ia de um lado para o lado, farejando aquele que procuravam, ou mais algum monstro fraco aleatório, que os faria apenas se sujar de sangue.
— Ele deve estar usando o cheiro de humano para se esconder. — Lucky estalou o pescoço. — Isso já está começando a me cansar. Onde raios...
Lucky rapidamente se colocou na frente de Jase. Um braço metálico protegendo o rosto, quando uma mesa de madeira se chocou contra o metal, se desfazendo facilmente pela velocidade em que foi jogada.
Acho que o contramos.
Gritos estridentes soaram. As poucas pessoas que passavam na rua ficaram estáticas, com as mãos protegendo os ouvidos, do som que se prolongou pelo que pareceu uma eternidade, até que a porta de entrada de um prédio que tinha uma placa escrita: "SEU MARIDO ESTÁ AQUI", simplesmente explodiu, a passos pesados várias pessoas saíram dela. E diferente do que Aiyden pensou ao ler o nome não eram apenas homens que saíram daquele lugar, havia também mulheres, que não hesitaram em pular de um primeiro andar, caindo sobre as pessoas que estavam abaixo, lutando, brutalmente, como se quisessem matar um aos outros.
— Mas que...— Jase não terminou. Sua boca fechou quando viu um homem perfurar o peito do outro com uma garrafa.
— Mexam-se!! — Lucky gritou e sem esperar por ninguém saiu em disparada em direção a batalha dos civis, onde com golpes rápidos começou a imobilizar quem encontrava pela frente.
— Fica aqui! — Jase disse para Logan, que realmente ficou para trás.
Eles eram muitos. Fracos. Porém o bastante para lhes tomarem vários minutos para serem todos imobilizados. Não lhes era permitido matar civis, então tudo que poderiam fazer em casos extremos era deixá-los inconsciente. E aquilo tomava tempo. Precisavam ser os golpes certos e em lugares certos. Para não magoar ninguém, para não causar danos permanentes a ninguém.
Aquilo era chato e cansativo. Aiyden não queria fazê-lo, então permaneceu parado. Observou, e por fim seus olhos encontraram algo. Uma falha naquele cenário feio.
Alguém.
Seus olhos viajaram para todos os lados. E sentado nas grades da varanda onde os civis haviam pulado estava um homem. Assistindo a guerra que ocorria entre os civis. Ele...Parecia normal. Vestia um moletom amarelo e uma calça amarela. Quer dizer, era um pouco ridículo, no entanto, parecia normal...Exceto pelo grito que saiu de sua boca.
As mãos de Aiyden rapidamente foram para os seus ouvidos. Logan, Jase e Lucky fizeram o mesmo, enquanto que os civis apenas prosseguiram lutando, como se não tivessem ouvindo, como se aquele maldito som, não fosse o suficente para explodir seus timpanos.
— Lobos! — Foi Logan quem anunciou. Os sons haviam voltado ao normal e Aiyden prestou atenção ao que se passava ao seus arredores. Eles haviam sido cercados por lobos, ou criaturas que pareciam lobos.
Têm a mesma marca. Seus olhos olhavam para a testa dos lobos onde tinham as mesmas marcas amarelas, que tinha no rosto dos civis.
— Cuida dos lobos — falou para Logan e sem esperar qualquer resposta, avançou em direção a multidão, em direção a um homem, que ao encontrar seu olhar ficou estático. Virou-se completamente para ele. O homem entrelaçou as mãos grandes, baixou-as e antes de ser acertado por uma mulher na cabeça, Aiyden pisou em suas mãos e ele o jogou para cima.
O corpo do soldado viajou em direção a varanda. Indo em direção ao homem de amarelo, o qual desviou e Aiyden foi contra uma porta de vidro, atravessou-a e aterrou atrás de um balcão.
Respirando pesadamente, levou a mão para trás, tocou em sua arma e em um movimento rápido, mandou o corpo para trás, usando apenas uma mão como apoio, e com a outra sacou seu bastão que se alongou até ficar na altura do seu corpo. Aiyden girou o bastão nas mãos, apertou-os com força e os separou, o cabo se tornou pontiagudo e ele avançou em direção ao homem.
Quatro passos e já estava ao seu alcance. Levantou o braço esquerdo, direcionou a arma para o homem, porém ele sumiu. Reapareceu a sua trás, com uma adaga na mão, guiou-a para o pescoço de Aiyden, o qual se abaixou, juntou os bastões, virou-se e bateu uma das extremidades no chão e a outra cresceu até fincar no braço esquerdo do homem.
— Maldito caozinho de guardião. — Sua voz era profunda, como se tivesse saindo de algum lugar distante. Estranha como se não fosse de um ser humano.
Com um soco o homem...Monstro quebrou o bastão. Aiyden recuou. E quando tornou a avançar seus olhos possuíam uma cor turquesa, no entanto retornaram rapidamente para pretos, quando percebeu que aquela coisa à sua frente não responderia aos seus comandos.
Usando um dos braços como apoio, Aiyden pulou para o outro lado do balcão, ao mesmo tempo que o braço do homem socou o ar.
As luzes que ainda iluminavam, aquilo que parecia ser um bar, começaram a piscar freneticamente e Aiyden viu claramente linhas amarelas, passando pelo corpo do homem onde sua pele estava à vista.
Um grito estridente soou do lado de fora e o rosto do homem pareceu ser consumido de prazer. Aiyden o achou terrivelmente nojento.
O soldado levantou uma cadeira com a perna e com um chute a enviou para o monstro, o qual com as mãos conseguiu quebrá-la e a sua frente, uma faca vinha em sua direção. Ela velozmente atravessou sua testa, forçando sua cabeça a ir para trás. Aiyden por sua vez segurou o que restava de seu bastão, com mais força, fazendo a ponta se tornar mais fina. Avançou e seu corpo parou abruptamente quando algo pulou em sua direção.
Era um lobo. Um dos lobos com marcas amarelas. Aiyden se esquivou e o lobo foi contra o chão quando um machado o decapitou. A cabeça foi para um lado e o corpo para o outro. O homem de calças amarela, pareceu respirar muito fundo e então sumiu, reapareceu atrás de Aiyden, o qual se abaixou quando Logan dirigiu seu machado para o seu pescoço, mas por conta do seu esquivo a lâmina levou a mão do monstro para longe do corpo.
— Ei! — Logan disse para Aiyden. — Você está no caminho. — Sem realmente olhar para o monstro Logan o atacou. O homem se esquivou do primeiro, do segundo e no terceiro ataque, chutou o machado para longe das mãos de Logan, deu uma joelhada em seu queixo e socou seu estômago, na sequência.
O corpo de Logan foi contra uma parede, ao passo que Aiyden atirou no braço do homem, que explodiu. Sangue de um tom vermelho estranho voou para todos os lados, antes de o braço e a mão retornarem.
Odeio regenerações.
Aiyden levantou a arma e atirou. Explodiu uma parede. O homem de amarelo avançou e Aiyden viu mais linhas amarelas surgirem em seu rosto.
O homem riu, parecendo verdadeiramente feliz.
— Mais...Mais sangue. Mais sangue de campeão.
Aiyden se afastou da lâmina que tentou transpassar seu pescoço. Elevou as mãos para proteger o rosto, quando um soco lhe foi desferido, e sem poder repeli-lo, seu corpo foi forçado a ir para trás, ao mesmo tempo que Logan tomou seu lugar, cobriu o rosto do monstro com sua mão e com a outra conduziu o machado para sua cabeça. O homem segurou seu braço, antes de uma rajada de raio ir contra ele, levando-o junto de Logan para o outro lado da sala. A parede se quebrou e eles a atravessaram.
— Ele acreditaria se eu disse que foi sem querer? — Jase perguntou para Lucky que nada disse e apenas olhou a volta da sala, até se fixar em Aiyden que saiu por detrás do balcão, os braços sangrando.
Ele não perguntou e eles também não o perguntaram se estava bem e Aiyden também não os perguntou se haviam terminado o serviço. Apenas caminharam para onde fora o monstro e Logan. Jase, Lucky afrente e Aiyden atrás, carregando o que restava de sua arma.