Volume 2
Capítulo 24: O Encontro De Dois Seres Iguais
Passaram se duas semanas e nada. Apenas o reagrupamento estava acontecendo.
Os inimigos não atacavam e eles tão poucos se moviam. Elis falava sobre os próximos passos, porém eles permanecia na estagnação, esperando que aquela que não tinha um nome desse o sinal verde.
Astrid não gostava dos treinos e nem da guerra, entretanto sentia-se angustiada em esperar, não sabendo se deveria ficar avontade ou em alerta. Eles concerteza ainda não estavam livres.
— Eles estão fingindo não saber sobre os ataques ou estão tentando nos embuscar? — Jase questionou, as longas pernas novamente sob a mesa enquanto os olhos vagavam pelo refeitório.
Astrid quis empurrá-lo.
— Arlo disse que não estão fazendo nada de anormal — falou Logan, quase indiferente.
— Vamos só ficar a espera? — Astrid perguntou e Jase suspirou, cansado.
— Elis e a sem nome é que estão no comando, então não há muito que podemos fazer além de esperar — disse como se não fosse aquele que havia começado com o assunto. — Certo?
Os olhos de Jase foram para Aiyden e depois para Chloe. Jase tirou as pernas da mesa e seu olhar se tornou intenso.
— Certo!? — tornou a perguntar, os companheiros parecendo distantes, parecendo como se tivessem conversando por telepatia ou coincidentemente pensando o mesmo.
Para Astrid eles pareciam estar arquitetando algum tipo de plano. E Jase também percebeu.
Uma batida na mesa e Jase conseguiu a atenção de Aiyden e Chloe.
— Vocês não estão pensando em sair dos planos da Elis, certo?
Os olhos foram de um para o outro e terminaram em Chloe, que olhou para Aiyden, o qual olhou para Chloe e assim os dois olharam para qualquer lugar.
Novamente Jase bateu na mesa, chamando a atenção ao redor e fazendo seus companheiros se sobressaltarem levemente.
— Vocês…— sussurrando apontou para a Chloe e Aiyden. — Não façam nada. Elis está no comando agora. E o Ed…— Chloe o encarou. — Ele deve estar tentando fazer tudo funcionar…ele…
— Fazer tudo que a irmã quiser — falou Chloe, os olhos se revirando logo de seguida.
— Eh! Isso é importante para ele. Ele pode por fim estar…— o rosto pulou para uma expressão estranha, um tanto quanto desgostosa. — Pe…perto da irmã. De uma forma estranha mas… você entendeu.
Chloe só deu de ombros.
— Lucky! — Jase chamou, como se pedisse por ajuda.
Lucky olhou para Chloe, que não a encarou de volta, o rosto virado propositalmente para outro lado.
Lucky coçou o pescoço, olhou para Jase e depois voltou para Chloe e ao invés de chamar por seu nome pegou e seu queixo e virou seu rosto para ela.
— Elis não é inimiga. Ela trouxe o Ed de volta. Morto… mas ele está aqui — tirou a mão do queixo de Chloe e usou-a para apoiar a bochecha. — Você não precisa mais ficar na frente. Nosso líder está de volta.
— Mas não é ele que está no comando — Logan se intrometeu, ganhando a atenção de todos. — É a sem nome.
Ninguém discordou.
— Elis disse que “ela” vai cuidar dos soldados que estão em Turmalina – avisou Chloe, levando Jase a levantar da cadeira. Astrid o puxou de volta.
— Como assim? E se… não espera… por que ela vai cuidar disso? Deveríamos ser nós — apontou para si mesmo. — Ela não os conhece. E se ela deixar alguém para trás e se…
— Não está aberto a discussões.
Os olhos de Chloe foram para Jase, intensos e carregando algum tipo de irritação.
— Foi isso que disse a irmã do Ed. E nenhum de nós está incluído nessa missão, então…— deu de ombros como se não se importasse.
— Achei que era para confiarmos na Elis! — disse Logan, os olhos em Jase que o encarou como se disse: “cala a boca!”.
Logan virou o rosto e Astrid viu os cantos da boca se esticarem levemente.
— Astrid e Aiyden. Remoção — anunciou um rapaz, em um tom que lembrava os ajudantes. Ele tinha um sorriso no rosto que ninguém retribuiu obrigando-o assim a ficar sério. — Ian…Sr Moore está chamando.
— Tentem não explodir com tudo — pediu Lucky, enquanto movia a mão em um adeus.
Astrid assentiu, levantou e acenou um adeus para os seus companheiros.
— Sou o Tom! — soltou simplesmente e Astrid tentou sorrir.
Tom andou ao lado de Astrid e Aiyden seguiu atrás.
O caminho foi silencioso, quando chegaram na sala Tom foi para perto de seus companheiros, falando sem cessar.
— Vão para o centro.
Seguindo o comando de Ian, os dois soldados se dirigiram para a área indicada. Atravessaram uma barreira e ficaram um ao lado do outro, com os olhos do grupo da sala neles, eles estavam em alerta, provavelmente esperando pelo primeiro sinal de descontrole ou uma explosão.
A remoção de braceletes estava se tornando uma actividade perigosa para alguns, mas ninguém havia morrido até ao momento então continuavam.
— É pouco provavel que vocês gerem uma explosão. Vossas habilidades não indicam isso. Então fiquem calmos — explicou Ian, ao se juntar a eles dentro da barreira.
— Diz isso para eles — falou Astrid e assim os três olharam para dois tecnopatas que estavam literalmente com um pé fora da sala.
— Vai correr tudo bem. Só não toquem em nada.
O que? Astrid perguntou, estavam afastados de tudo.
Ian parou na frente de Aiyden. Ele era o inimigo da morte naquele momento. O único que poderia tirar os braceletes, pois era o único normal que eles decidiram confiar e também aquele que pelas circunstância deveria ficar dentro da barreira com eles, podendo ser levado junto caso eles se perdessem.
— Enry — Ian chamou e o outro só levantou o polegar do outro lado da sala, enfrente a muitos monitores.
Várias luzes se ligaram no bracelete de Aiyden e depois todas se desligaram.
— Fechem todos os olhos — Ian pediu. — Só nos diga para abrir quando achar que é o momento.
Aiyden assentiu. Astrid fechou os olhos e quando Aiyden pediu para abrirem os olhos, na primeira vez, ela não o fez, e só na segunda decidiu confiar.
Ian Moore colocou o bracelete no bolso do jaleco e se moveu para frente de Astrid.
Várias luzes fizeram o bracelete brilhar, veio o apagão e Ian usou uma pequena chave em várias partes do dispositivo, era como se estivesse desafivelado, até que o bracelete se abriu e caiu na mão de Ian, o qual se afastou, os olhos em Astrid.
— Como se senti?
— Nor…nor…
Astrid recuou um passo, avançou dois, o corpo estranho, com uma energia estranha. Deu mais um passo para trás e as mãos de Aiyden foram para o seu braço quando o corpo de Astrid se inclinou demais.
— Solta é el…
Ian sumiu, a sala sumiu, todos sumiram…não…Astrid se endireitou, olhou ao redor e reconheceu o lugar.
Foram eles que sumiram.
Astrid umedeceu os lábios, os ouvidos se atentando facilmente para a música do carrinho de gelados que passava pela rua e era Frederick, o mesmo Frederick que vendia gelados no seu bairro, no seu mundo.
Como? É real… ou cópia?
— A…Astrid!
Astrid olhou para o lado, se lembrou de Aiyden, o qual puxava a manga de sua camisa.
— Olha! — levantou o dedo indicador. — Sou eu!
Astrid seguiu a indicação e era realmente Aiyden. Usava chapéu, mas ela podia ver facilmente seu rosto e ele os viu também.
O sósia tinha a boca aberta e os olhos arregalados, e montado em uma bicicleta ele passou por eles, os olhos fixados só neles até que a realidade bateu à porta. As mãos se apressaram no guidão, virou de um lado para o outro, entrou em um beco e de lá só se ouviu um pequeno estrondo.
Astrid olhou novamente ao seu redor, os olhos procurando qualquer evidência de que aquilo…aquele lugar era seu mundo. Estava de volta…? Como...? Ela não havia pensado em seu bairro… no que estava pensando? Por que aí? O pai…
Astrid girou nos calcanhares para ir para casa, mas parou quando novamente puxaram a manga de sua camisa, era Aiyden, o qual a chamou enquanto era levado por um homem pela orelha.
Aiyden, seu ex-companheiro de cela, tinha uma mão estendida para ela e a outra segurando inutilmente o braço do homem.
Quem é esse homem?
Astrid olhou para touca que ele usava na cabeça, para o avental em sua cintura e para mão que puxava a orelha de Aiyden e tudo aquilo se tornou o emaranhado de dados na sua cabeça, então tudo começou a ficar estranho, sua visão, seus ouvidos, o gosto em sua boca e o mundo ao redor.
O homem arrastou Aiyden para dentro de um restaurante que tinha peixe em algum lugar de seu nome. Astrid deu dois passos para trás pensando em dar dois para frente e caiu, as pernas ficaram sem forças e o corpo imóvel. Ela queria ajudar Aiyden, pensou em fazê-lo, mas algo estava errado, tudo estava errado, até o entardecer parecia diferente.
Informações e mais informações. Vários pensamentos sem nada conclusivo, sem nada com sentido, até que por fim, enquanto sentia a respiração e o coração desacelerarem, o cérebro desligou.
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