Em Outro Universo Angolana

Volume 2

Capítulo 20: A Mulher Ingrata

Astrid apoiou a mão na parede quando seu corpo se inclinou para o lado. Levou a mão ao estômago quando o sentiu embrulhar e a mistura que ingeriu pela manhã querendo voltar para fora.

De novo ela havia se teletransportado sem querer. Abandonando Levi e Aiyden, embora que os dois deveriam se virar bem sem ela. 

Eh, eles eram melhores que ela. Ela nem deve fazer realmente falta. 

Astrid cogitou deixar o corpo escorregar pela parede e sentar no chão, para descansar, para talvez parar o sangramento do corte que estava em sua testa. 

Maldito robô. Levou a mão ao peito e pressionou-a sob o coração, para ver se ele parava e entendia-se que ela precisava voltar, precisava ir ajudar mesmo que suas forças não fossem muitas. 

Respirou e inspirou e tentou visualizar o lugar em sua mente, mas rapidamente voltou para onde estava, a mente esquecendo o que pretendia fazer e se focando em Lucky, que estava de frente a Kendra Russell.

— Lucky.

A voz de Astrid saiu em um fio de voz. O corpo tentou se mover, mas as pernas só deram dois passos.

Russell tinha sua espada entalhada com diamantes na mão e Lucky tinha as mãos vazias e só com os punhos atacou Kendra.

A espada fina foi movida rapidamente, tão agressiva que fazia Russell parecer desesperada, parecer quase patética. Ela estava com medo, lutando por sua vida.

Lucky desviou de todas as investidas, e quando a lâmina ficou alguns centímetros de seu ombro, ela avançou para Russell com tudo, a derrubando no chão. A mão esquerda agarrou o braço de Kendra e a direita puxou o cabo da espada e a jogou para longe, chegando quase aos pés de Astrid, que cogitou em ajudar Lucky quando Kendra a jogou para o lado. A mulher pegou uma arma e Lucky a tirou facilmente de suas mãos e com o cabo bateu na testa de Russell.

Quatro passos para trás e os saltos de Kendra Russell quebraram e enfim ela caiu.

Lucky avançou dois passos e as costas de Russell encontraram a parede, o rosto manchado com sangue que saia de sua testa e narinas. Ela estava perdida e não realmente bonita. 

Vencemos?

Lucky apontou para a testa de Kendra.

— Sua maldita! 

A voz de Lucky ecoou pelo corredor. 

— Ingrata. Não devia ter me enganado. Não devia ter feito tanto de nós sangrarem até a morte. 

Kendra tentou abrir a boca, mas antes que sua voz fosse ouvida, Lucky atirou duas vezes em seu coração.

— Espero que não consiga descansar em paz — Lucky desejou e os olhos castanhos foram para Astrid que involuntariamente recuou um passo. 

Lucky sorriu, o rosto com sangue que Astrid não tinha a certeza de quem poderia pertencer.

— Ganhámos — declarou e Astrid sumiu.