Em Outro Universo Angolana

Autor(a): Tayuri


Volume 2

Capítulo 1: Edgar Atlas, Perde as Memórias na Sala Cor de Rosa

— Aiyden, certo?

— Sim!

O homem que havia se apresentado como Edgar Atlas passou a assentir com a cabeça e com a caneta indicou para a saída da nave. 

Aiyden avançou para saída e  Atlas seguiu para o próximo, despejando sobre o soldado um monte de perguntas, das quais Aiyden não recebeu nenhuma. 

Eles eram diferentes.

Deixando a nave para trás. Aiyden caminhou sobre a neve e parou atrás de Chloe, a qual era a sexta integrante da fila de soldados, formada para marchar rumo à cidade de Amarilis. 

O tempo passou e finalmente Kane King, se posicionou atrás de Aiyden. A fila começou a andar e Edgar Atlas que se encontrava atrás deles, facilmente se teletransportou para frente da fila, quebrando e refazendo o ritmo da marcha rapidamente. Os soldados que antes caminhavam a um ritmo normal se tornaram mais lento, seguindo os passos vagarosos do soldado mais velho, que caminhava como se tivesse todo tempo do mundo. Como se eles não tivessem só até o amanhecer para terminarem o trabalho.

Bem, não era como se isso realmente o incomoda-se, afinal não era sempre que poderiam estar a céu aberto. Que poderiam ver outros seres humanos, tais que mesmo não lhes dando tanta importância, ainda assim não foram treinados para imobilizá-los ou até matá-los. Então não era realmente ruim estar do lado de fora, mesmo que o motivo fosse tão mórbido quanto manchar as mãos com sangue de criaturas que poderiam continuar rastejando, mesmo após cortar sua cabeça.

Era nojento. Mas ver o amanhecer falsificado, era um tanto quanto reconfortante.

Quase tão reconfortante quanto pensar em voltar a ver seus amigos.

Quase tão reconfortante quanto realmente acreditar que um dia terá a chance de fazer Kendra Russell, estourar os próprios miolos.

Por que não te deram uma capa e uma máscara? 

Era Chloe. Sua nova e ainda estranha companhia.

Não sei. Eles nunca me deram nenhum dos itens. Em nenhuma missão.

Seus olhos deixaram o céu acinzentado e vaguearam por seus arredores, que não tinha nada de agradável para ver. Neve cobria toda parte, sendo acompanhada por uma brisa perturbadoramente gelada, que facilmente atravessava suas roupas, que por conta de uma ameaça ainda não executada, lhe rendeu não somente  o desligamento de qualquer sistema de aquecimento na roupa, como também peças sem qualquer tipo de resistência ao frio. 

Provavelmente deverá ser facilmente cortada até por uma faca de cozinha. Russell definitivamente ainda deveria estar com raiva. 

Você realmente não tem um sobrenome?

O que isso tem haver com não receber uma capa e uma máscara? 

A mão direita passou a coçar a palma da mão esquerda, enquanto seus olhos negros se perdiam na floresta ao longe e depois viajavam para as casas destruidas, que a anos atrás provavelmente deveriam ser quintas. Aquela deveria ser uma pequena cidade do interior, que infelizmente para os antigos donos, acabou ficando do lado de fora da barreira, na zona gelada, longe do clima fabricado, sobre o qual os cidadãos de Aquamarine viviam. 

Posso estar fazendo suposições erradas, mas acho que eles temem que alguns civis se revoltem. 

Por que fariam isso? 

Alguns soldados…Foram entregues por sua própria família. Outros foram tirados praticamente a força de seus pais, então para esses pais como acha que se sentiriam se vissem seus filhos andando pela cidade? Lutando contra monstros ou até vendo-os morrer a sua frente? 

Alguns passos à frente, Aiyden viu carros de guerra, enfileirados uns ao lado dos outros. Dois soldados de preto estavam posicionados a frente de cada carro e mais à frente, haviam vários soldados, armados e desprovidos de qualquer emoção. Suas roupas eram pretas como as de Aiyden e Edgar, porém eles possuíam medalhas e outros detalhes que de alguma forma os faziam parecer  mais honrados que qualquer um deles, afinal aqueles eram humanos e eles eram meras aberrações. 

A fila parou e Edgar Atlas se aproximou de um deles e desatou a falar, no entanto suas palavras não chegaram ao ouvido de Aiyden, que ao lembrar que estava em uma conversa, decidiu se pronunciar, ou melhor, questionar.

Você foi entregue pela sua família? 

Aiyden provavelmente deveria ter pensado mais antes de falar, porém mesmo que o fizesse Chloe ouviria, e ele ainda não tinha realmente uma resposta para suas questões e enquanto ela não terminasse aquela ligação, ele não se sentiria capaz de realmente pensar, não quando outro alguém estava logo ali ouvindo todos os seus, se, senão e talvez. Ao menos para Chloe, ele queria não parecer tão confuso e incerto. 

Você foi? Devolveu a pergunta e Aiyden se sentiu mais confortável, afinal não era o único a tocar é um ponto que Ian Moore, provavelmente chamaria de sensível.

Eu devo ter ido para o centro com quatro ou cinco anos, então a resposta mais provável para essa pergunta, deverá ser sim. E o facto de eu não ter um sobrenome, deve reforçar ainda mais esse facto.

Teu nome é realmente Aiyden? 

Talvez. Ou…É possível que Ian...Sr.Moore tenha me dado ele. Ele tem um cachorro com o mesmo nome. 

Chloe, abaixou a cabeça, os ombros tremeram e uma das mãos foi para o cabelo, puxando as mechas ruivas, para trás. 

Você está rindo? 

Aiyden perguntou, porém a resposta não veio. Sua companheira se endireitou rapidamente. Uma parte da barreira se abriu e a fila voltou a se mover, a marcha prosseguiu e em um ritmo mais acelerado deixaram os soldados para trás. A barreira atrás voltou a se fechar e em menos de trinta segundos Aiyden pode sentir o frio começar a ir embora. Estavam sob um céu azul, com alguns tons de laranja pintando aqui e ali enquanto o sol se supunha, para abrir passagem para noite, que chegaria não tarda. 

Sob um chão pavimentado, prosseguiram atrás do soldado de preto, o qual chegando perto de um pilar de prováveis 180 metros de altura, indicou com sua caneta um elevador, que servia como o meio de transporte para soldados viajarem até o topo do pilar. 

Quatro soldados designados por Edgar, entraram no elevador e em menos de alguns segundos o cubículo todo vidrado, viajou para o topo e após alguns minutos retornou e assim cinco soldados entraram. Aiyden se encolheu e assistiu enquanto o chão foi se afastando, até estar a muitos metros distante dele. 

A porta do elevador se abriu e o primeiro a pular para fora, foi o mais velho, sendo logo acompanhado por Lucky, que trazia como acessório, Jase, o qual se agarrava ao seu braço, visivelmente assustado. 

O topo do pilar não era um lugar realmente estreito, entretanto quando se é aquele que deve dar distância dos outros, os espaços pareciam ficar mais pequenos.

Sem saber realmente para onde se isolar, o soldado andou de um lado para outro, sempre tentando não ser percebido, mesmo que de todos eles era provavelmente o mais chamativo. Era ruim eles serem tão diferentes. 

Edgar puxou Jase para longe de Lucky e o levou para uma das extremidades do pilar, onde tinha uma pista enorme presa a ele, a qual ficava suspensa no ar, e tinha outra extremidade ligada à muralha que cercava, protegia a cidade. Era o único meio de entrada deles. Não podiam entrar por nenhum dos seis portões da cidade, apenas subir em um pilar gigante e descer por uma pista enorme a vários metros do chão era apropriado para eles. Era a única forma de verem o normal, de respirarem o mesmo ar que os normais. 

— A missão corresponde a matar três monstros e fazer algumas limpas aqui e ali. Serão divididos em grupos de quatro. — Afastou a mão do braço de Jase e passou o braço por seus ombros que estavam evidentemente trêmulos, enquanto ele tinha um olhar distante, como se não estivesse aí, como se tivesse fugido para algum lugar que não tinha 180 metros de altura. 

Ele vai empurrá-lo?

— Os grupos serão exatamente como foram divididos no elevador. Então...— Sacou um dispositivo em uma de suas bolsas de cintura. Olhou para tela e minutos depois como se lembrasse da existência deles, voltou a encará-los. Olhou para cada um, guardou o aparelho e por fim voltou a abrir a boca: —  Como ia dizendo...— Pareceu pensar. Coçou a cabeça e por fim olhou para o Jase, o sacudiu levemente e teve sua atenção —  Quem é você mesmo? 

—  Huh?! 

—  Por que estamos abraçados?

— Não estamos. Você é que está me abraçando de lado —  falou e por alguma força desconhecida olhou para trás e vendo o céu parecer tão próximo, seu rosto voltou para mesma expressão vazia, assustada.

— Ei! —  Lucky chamou. —  Edgar! —  O mais velho continuou olhando para Jase. —  ATLAS!! — O soldado finalmente olhou para ela. Piscou, olhou para o céu e quando tornou a olhá-los, sua boca se abriu:

— Como disse anteriormente, temos de matar três monstros, eu irei cuidar de um deles e o grupo da...Lucky irá para a periferia da cidade. — Voltou a sacar o celular, passou o dedo polegar pela tela, e sem desviar continuou: — O alvo em questão é um pouco peculiar, então terão de ficar muito atentos para pegarem a pessoa certa...

— Pessoa? — Chloe perguntou e seus olhos encontraram os de Lucky, entretanto nenhuma delas disse algo.

— Sim. Ele devorou o monstro e assumiu o controle. Ou seja, é bem perigoso e dos três é quem têm causado mais vítimas. 

Edgar devolveu o celular e de outra bolsa retirou dois medalhões, jogou um para Lucky e outro para Kane King. 

— Sua equipa irá para zona mais ao centro. Atualmente um dos bairros e alguns nas proximidades estão completamente sem luz e não, não é por falta de pagamento. Há um monstro causando isso. Não se sabe o por que está escurecendo todos os lugares. E até ao momento ninguém morreu e já foi encontrada a casa em que o monstro está. Então é só seguirem para lá e fazerem o vosso trabalho.  Alguma pergunta? 

Lucky levantou a mão e sem ser lhe dado algum tipo de permissão desatou a falar.

— Quero trocar de lugar com Chloe Walsh. Creio que tal troca não afetará a missão de forma alguma, então...

—  A divisão já foi feita. Cada um irá para a missão que lhe foi designada. Agora...

— Quem fez a divisão? Qual é o real problema em trocarmos? —  Jase perguntou, em um tom que definitivamente não fazia Aiyden lembrar do mesmo garoto que parecia que teria um ataque por conta de 180 metros de altura. 

— Você quer trocar com ela? —  Jase assentiu. — Lamento...— Seu braço deixou os ombros de Jase e bateram em seu peito, no entanto Jase não se moveu e apenas manteve seus olhos cinzentos, observando o par de vermelho sangue que o encaravam apáticos. — Não vai rolar. Ordens de cima.

Edgar Atlas empurrou Jase. Palavrões e gritos foram ouvidos enquanto o corpo de Jase caía. Luzes azuis acenderam por toda a pista e o corpo de Jase flutuava um pouco acima dela, indo em direção aos pequenos portões, que só recebiam soldados dos centros. 

— Próximo? — Atlas perguntou. Ninguém disse nada e Lucky saiu de sua posição e caminhou até estar de frente ao soldado sênior. — Quer um empurrão?

— Só se eu puder te dar um primeiro.

As sobrancelhas de Atlas se elevaram, as duas  mãos de Lucky se apoiaram no peito de Atlas e sem hesitação o empurraram e diferente de Jase, ele não soltou xingamentos ou gritos. 

— Ele é basicamente nosso superior — Kane parou ao lado de Lucky. — Não devia ter o empurrado. 

—  Ele não devia ter empurrado o meu irmão —  retrucou e Kane riu.

—  Alguém o teria feito. 

— Nós não teríamos o empurrado. Nós iríamos com ele. — Pulou e Kane ficou para trás apenas assistindo-a descer com os braços abertos, deixando se facilmente ser guiada pela pista iluminada. 

— Chloe! Chloe!! — Olhos azuis encontraram um par de castanho, eles piscaram, piscaram e por fim pareceram realmente ter voltado à realidade. — Vamos?! —  perguntou, com a mão estendida para sua companheira de grupo. 

—  Quer que te transforme em um morango? 

— Não obrigado, Phelan — dispensou e o soldado de longos cabelos ruivos, assentiu, apertou em seu ombro e foi atrás de Lucky, levando consigo Kane que pela brutalidade do acto, não pode fazer muito além de gritar. — Já anoiteceu, vamos logo.  

Vamos! 

Aiyden seguiu atrás de Chloe que mesmo não parecendo estar com medo, segurou a mão de Logan e com a esquerda segurou a direita de Astrid. 

Vai na frente. 

Por que? 

Preciso de pelo menos mais alguns segundos. Só mais alguns segundos.

Para não quebrar a ligação dos três integrantes do grupo quinze, Aiyden passou ao lado de Astrid. Se posicionou à frente dos três e deixou seu olhar cair para a enorme pista, que o levaria para o normal. 

Também tens medo de alturas? 

Não. 

Aiyden olhou para trás. Olhou para Chloe, que tinha os olhos no céu. 

Tenho medo do escuro. Admitiu e Aiyden deixou seu corpo cair. 

Gravidade ou alguma força qualquer, o impediu de ir contra a superfície da pista e assim seu corpo ficou flutuando alguns centímetros acima, mas mesmo estando sob um céu aberto, ainda assim não sentiu o ar bater contra seu corpo. Não havia calor ou frio. Era uma estranha sensação de estar preso em alguma coisa onde seu corpo era manipulado como se fosse um mero objecto, uma máquina onde ele não precisava fazer qualquer tipo de movimento ou cálculos, pois aquele espaço, o criador daquele meio de transporte fazia isso. Pressão certa para manter o corpo flutuando. Posicionar o corpo de forma correta não importando como tivesse caído e uma barreira transparente e bastante flexível que impedia que qualquer ar entrasse e que se moldava perfeitamente para qualquer posição que o corpo caísse, não dando qualquer tipo de dano, mesmo que o dito objecto, corpo humano cai-se de forma errada.

O corpo viajou rápido. Os olhos pretos contemplaram o céu noturno, antes de passar pela entrada, onde o corpo de Aiyden parou brevemente, avançou e sob a luz artificial da sala cor de rosa, o corpo viajou para cima, e rapidamente desceu, muito lentamente, até os pés de Aiyden tocarem o chão, que também era cor de rosa, como eram os olhos de Yoslin. 

Muito lentamente levantou a cabeça, seus olhos foram para uma das seis lâmpadas, que iluminavam a sala, e lá se mantiveram enquanto sua mente revisitava suas lembranças onde Yoslin existia. Onde a luz mais bonita que já vira residia.

Seus olhos piscaram. Um grito entrou em seus ouvidos e os olhos se foram para o lado, lugar onde Astrid, sua companheira de grupo, caiu, com os olhos e os punhos fechados. 

Aiyden deu dois passos, para longe, antes de Astrid abrir os olhos e verificar que ainda estava inteira. 

Ela não era intimidante como os outros, entretanto a já um tempo se tornou muito estranha. Mais do que quando ela falou com ele, pela primeira vez. 

Ele provavelmente não precisava interagir muito com ela. Eles não precisavam realmente de ter muito contacto, afinal já haviam tido o suficiente. 

— Todos aqui!? Então vamos começar. — Novamente seus olhos estavam presos na tela do aparelho. — Até ao amanhecer, espero todos aqui. Tentem não causar muita confusão e...Sempre priorizam os civis e têm completa permissão para matar, mesmo se o monstro em causa ainda tiver alguma parte ou alguma humanidade.

Ele está lendo!? 

— E...— Crispou os olhos  e aproximou a tela do celular. — Meu nome é Edgar Atlas Archer. Tenho vinte dois anos e...Espera isso não é para vocês. Acho que é para mim. — Seu dedo polegar continuou arrastando a tela, enquanto seus olhos acompanhavam alguma coisa, que só estava em seu campo de visão. 

— Qual é o problema dele? — Astrid sussurrou para Chloe, que não parecia estar aí. 

— Edgar...Você está bem? — Foi Logan quem perguntou e o mais velho, como se volta-se a lembrar da existência deles, por fim lhes dispensou um olhar. 

— Quem é você?!

Logan olhou para alguns de seus companheiros, e quando voltou a encarar o homem não abriu a boca.

Edgar Atlas por sua vez, levou a mão à nuca, depois passou por seus cabelos e então passou a olhá-la, enquanto todos olhavam para ele, esperando uma ordem para finalmente irem embora, mas ele não o fez, aquele que apresentou-se como o superior deles, simplesmente não falou mais nada por longos minutos, até que seus olhos caíram em seu braço e ele soltou um: Kayla. No que Aiyden percebeu alguns segundos mais tarde estar escrito no braço dele, em letras grandes o suficiente para ser notado, porém ele não havia notado. 

— Olá, Atlas.

O celular falou. Atlas soltou-o quase comicamente e Jase que ainda deveria estar irritado com ele o segurou, antes que fosse contra o chão e assim os dois, junto do resto dos soldados, voltaram sua atenção para o aparelho que do nada, passou a ter uma voz. 

— Está me ouvindo Atlas?

— Sim! Mas...quem é você? 

— Essa é a tua preocupação? — Jase perguntou, parecendo um pouco assustado, provavelmente pela voz que surgiu tão repentinamente, tão fora de contexto. — Essa...— pausou. — Essa coisa começou a falar do nada e você está preocupado sobre quem é? 

— Eu não deveria?! E... — seus olhos encaram Jase de cima a baixo. — Quem é você? 

Jase fechou os olhos com força e Phelan deu alguns passos para trás, girou nos calcanhares e passou a procurar pela porta de saída, porém não havia alguma. A sala cor de rosa não tinha portas ou janelas, claro com exceção da porta que eles haviam entrado, mas aquela já estava fechada e não abriria, até que eles tivessem terminado.

Deve ser uma falha. Chloe falou. Ela estava de volta. 

Eh. As memórias deles estão simplesmente se evaporando. E acho que deve ser bastante comum, suas memórias irem e virem. 

Para ter chegado aos vinte dois nessas condições, ele deve ser...Realmente incrível. 

 Ou então...Um excelente fugitivo da morte. 

Chloe olhou para Aiyden e ele a encarou de volta.

Não é a mesma coisa? 

Se for…Então eu sou incrível. 

Aiyden não sorriu, no entanto ainda assim Chloe revirou os olhos e olhou para onde Edgar, Jase e Kayla conversavam. 

 



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