Volume 8

Capítulo 150: Companheiro

Depois de confiar aos defensores uma mensagem para Luecke e Eunius, Aleist chegou ao portão para escapar do palácio.

Escondendo-se no pilar de uma sombra perto do portão, ele vigiou de perto do interior da sombra.

"Duvido que seja capaz de romper as paredes ou o portão."

As paredes eram feitas de forma especial, uma resistência especialmente alta à magia para proteger o palácio.

Havia soldados armados estacionados ao redor e uma ordem tinha sido emitida para Aleist ser capturado quando encontrado.

Embora tivesse sido capaz de escapar de todas as tentativas, o poder do Cavaleiro Negro não permitia que ele se teletransportasse. No máximo, ele poderia afundar e mover-se através das sombras.

O sol estava alto no céu, deixando pouco espaço para ele se esconder, muito menos se mover. Quando ele se escondia, um trecho do ponto formava uma sombra visivelmente mais escura, o que poderia entregá-lo com muita facilidade.

"Porcaria! Passei tanto tempo me movendo, que as horas... parece que meus pais e os outros fugiram, mas..."

Izumi seguiu até Luecke e Eunius ao lado dos defensores. Foi um golpe de sorte que dentro do alvoroço dos preparativos de guerra, parecia que eles não estavam mantendo uma contagem adequada daqueles nas celas.

Mas o caso de Aleist era diferente.

Sua fama tinha o feito fugir daqueles afiliados ao palácio, ou as pessoas cujos superiores eram afiliados à facção de Aileen.

"Eles selaram a porta dos fundos e escaparam, então pensei em tentar o portão."

Enquanto Aleist considerava forçar seu caminho, os soldados em frente ao portão acenaram para ele. Ele se escondeu de surpresa, mas quando um deles tirou o elmo, o rapaz o reconheceu como um amigo querido de seus dias de escola.

Parecia que ele sabia que o cavaleiro estava escondido nas sombras. Os outros soldados não perceberam, mas seus amigos acabaram por descobri-lo.

— Capitão, posso ir mijar... — um deles disse, separando-se de sua unidade e correndo em direção a Aleist.

Circulando ao redor do pilar redondo, Aleist enfiou a parte superior de seu corpo para fora da sombra.

— Há quanto tempo, Aleist.

— Si-sim, realmente faz... não, eu sei que agora não é o momento certo para isso.

Não era como se o grupo de Rudel fosse o único associado a Aleist. Embora pudesse ser estranho falar isso em voz alta, Aleist tinha alguns amigos.

Mantendo a atenção com seus arredores...

— Por que você fugiu? Comandante supremo tem que ser uma grande promoção. Seus pais e namoradas escaparam... mas o palácio vai enviar alguém atrás deles em pouco tempo.

Aleist deu uma explicação geral. Que esta situação era estranha, e além de Aileen agir de forma selvagem, ele explicou nos termos mais curtos possíveis que Rudel estava em perigo.

Suas emoções levaram a melhor sobre ele, o rapaz não sabia se estava fazendo seus pensamentos serem entendidos.

Enquanto ainda estava confuso...

— … entendido. Por sorte, nós três estamos na mesma unidade. Torna as coisas convenientes.

— Conveniente?

— Vamos abrir o portão da frente, só um pouco. Use essa abertura para fugir.

Para a proposta de seu amigo, Aleist balançou a cabeça para o lado.

— Sem chances. Você vai se matar.

Seu amigo sorriu um pouco.

— Não é nada demais, e isso vai acabar conosco nas masmorras. E, sabe...

— O quê?

Com Aleist preocupado, seu amigo sorriu.

— Isso é o máximo que podemos fazer. Nos vemos em breve...

Seu amigo colocou o elmo de volta, e fugindo por trás do pilar, ele imediatamente informou seu capitão que ele tinha retornado. Depois de explicar a situação para os outros dois, os três logo começaram a agir.

Era necessário mover um mecanismo para abrir o portão; dois deles encararam os soldados protegendo a alavanca, enquanto um deles distraía o capitão.

E...

— Desgraçados! O que vocês estão fazendo!?

Quando o capitão notou, o portão já estava meio aberto. Embora Aleist hesitasse um pouco, ele logo saltou para fora da sombra e fez uma corrida para o portão. Para fechá-lo às pressas, os cavaleiros e soldados se reuniram em torno da alavanca, deixando-o correr com facilidade.

Um olhar para trás, e seus amigos estavam sendo espancados. Mas no momento antes de serem jogados contra o chão.

— Vá! Aleist!!

Eles gritaram. As tropas causaram um grande tumulto, eles começaram a se reunir. Aleist fechou o punho com força, ele rangeu os dentes enquanto mergulhava nas sombras além do portão e acelerava.

Enquanto os cavaleiros tentavam perseguir a sombra de Aleist, ao mudar para as sombras lançadas pela paisagem da cidade, ele os despistou com facilidade.

"Sinto muito. Eu com certeza voltarei para salvá-los!"

Aleist orou pela segurança de seus amigos.


Na masmorra no subsolo, três cavaleiros espancados foram empurrados para dentro.

Sophina observava de uma cela do lado oposto.

— ... o que esses três fizeram?

Ela confirmou com os soldados que os prenderam; o líder dos homens olhou os três com um olhar de desprezo.

— Eles ajudaram o cavaleiro negro a escapar. Santo Deus, não entendo por que alguém ajudaria um covarde a fugir da guerra. Se eles realmente são amigos, eles deveriam ter o impedido.

Com trabalho a fazer, os soldados logo deixaram a cela.

— Vocês são amigos do Cavaleiro Negro?"

Os três agredidos pareciam ter sido espancados de forma brutal. Enquanto seus ossos provavelmente estavam intactos, seus rostos e corpos estavam cheios de hematomas.

Um deles murmurou:

— Ha, hahaha, isso mesmo.

Com essa resposta, Sophina estendeu o braço através das barras de ferro. Sua mão esquerda soltou uma luz fraca enquanto os três se contorciam de dor, suas partes feridas ardendo.

— Fiquem parados. Vai acabar em breve.

O vigia da masmorra correu.

— O que vocês estão fazendo? Não faça nenhum movimento.

Ele ergueu uma lança para intimidá-la, então, depois de um instante...

— Já está terminado. Não me diga que tem algum problema em tratar os ferimentos deles? E não é como se eu estivesse sendo mantida aqui por cometer um crime.

Enquanto o vigia saía com reclamações em sua língua, Sophina olhou para os três levantando seus corpos. E...

— Muito bem, vocês tomaram algumas medidas drásticas, pelo que entendi. Se a sorte estiver contra vocês, suas punições podem chegar até suas famílias.

Os três agradeceram pela magia de cura.

— A magia foi salvadora. Mas pensar que aquele cara pareceria tão sério... e quando ouvimos que a Princesa Aileen estava envolvida, nossa geração não pode deixar de suspeitar.

A geração de Rudel e Aleist foi especialmente exposta ao tratamento preferencial de Fritz por Aileen. Eles testemunharam e formaram uma dúvida.

Sophina passou alguns anos na academia como guarda de Fina. Através dessa relação, ela era conhecedora das circunstâncias da academia.

— Entendo... seu ano foi um com uma forte dúvida com a Princesa Aileen. Nesse caso...

Enquanto Sophina considerava adicionar esses três ao seu potencial de guerra, os passos de um grupo armado ressoaram através da masmorra. O som estridente de metal raspando, e os gritos de vigias.

— O que vocês...!?

O vigia imediatamente ficou em silêncio, enquanto um grupo de pessoas altas olhava para confirmar o conteúdo da célula.

Um dos três amigos de Aleist falou:

— Tribo dos Tigres? Por que eles estão em um lugar como...

Um jovem alto e armado da tribo dos tigres encontrou Sophina. Junto de dois companheiros, ele caminhou curvado através da passagem de aparência estreita.

— Acredito que você é Sophina-san. A princesa ordena que você se prepare.

Ouvindo isso, Sophina respondeu:

— Então chegou a hora. De qualquer forma, você está aqui, então busque minhas subordinadas e aqueles três também. É melhor ter o máximo de mão-de-obra possível.

Uma vez que os homens da tribo dos tigres abriram a fechadura, Sophina encontrou-se com suas subordinadas nas outras celas.

"Muito bem, o fato de que estamos nos movendo significa..."


— NUHOHOHOoHoooo!

Rolando na cama, Fina estava tirando suas férias em um quarto muito luxuoso para uma prisão.

— A fofura barata deste travesseiro é irresistível. Se fosse apenas um pouco mais fofo, seria perfeito.

Ela foi jogada em uma cela logo depois de passar uma noite inteira acordada: depois de comer, ela caiu, acordou, tomou banho, depois dormiu de novo. Levando um estilo de vida tão inútil, Fina descobriu que não havia formas de vida para seus gostos ou demi-humanos ao redor, então ela abraçou seu travesseiro e rolou pela cama.

Ainda assim...

— Hah, e agora eu estou entediada. Isso realmente não chega aos pés da fofura real. Pelo contrário, eu preferiria um rato de esgoto, alguém, qualquer um, apareça. Eu só quero dar-lhe comida e criá-lo para animar o lugar um pouco.

Falando como se estivesse repreendendo seu estado até um momento antes para aprender um pouco de autorreflexão, mesmo colocada nesta situação, Fina estava sem expressão e permanecia calma.

Sentindo um pouco a confusão no palácio, ela sentiu que os principais jogadores estavam se movendo, então ela começou seus preparativos.

Movendo seu corpo sem expressão, Fina começou alguns alongamentos de aquecimento enquanto falava:

— Minha nossa, quando você já sabe o que vai acontecer, com certeza é rápido para se preparar. Embora graças a isso, podemos nos mover tão rápido.

Começando uma dança peculiar, Fina afrouxou seu corpo antes de sentar na cama. Ela corrigiu sua postura, mantendo-se imóvel como uma boneca.

Foi nesse momento que ela ouviu uma voz barulhenta da porta:

— Quem é vo-...!

— Chamem refor-...!

Ela permaneceu parada durante todo o tumulto. Quando a porta se abriu, a cabeça de uma Mii totalmente armada apareceu. Ela podia ver outros soldados e cavaleiros demi-humanos através da lacuna na porta.

— Prin-princesa, viemos salvá-la.

Fina deu um pequeno aceno sem expressão. Não foi só para Mii, ela teve que mostrar aos seus aliados ao redor o tipo de personagem que ela era.

— Estou feliz que você tenha conseguido, Mii. Tenho certeza que todos tiveram um momento difícil. Mas aqui é onde a verdadeira batalha começa.

Os cavaleiros e soldados demi-humanos dirigiram saudações para Fina. Um grupo armado... diante dos membros dos defensores, Fina riu em seu interior.

"A brigada da fofura! A legião fofa baseada na tribo dos gatos... aah, que felicidade. Se o mestre estivesse aqui, seria perfeito."

De alguma forma contendo seu próprio furor, Fina caminhou pelo corredor.

— Começaremos imediatamente a suprimir setores de forma individual. Quantas tropas restaram?

Assim que Fina confirmou, Mii caminhando ao lado dela olhou seu memorando.

— Dois mil foram deixados no palácio. A guarda real deve permanecer, e parece que os nobres da facção da Princesa Aileen estão no palácio também.

Com Mii relatando com afobação, Fina suportou sua vontade de babar.

— E nossos números?

— Cer-cerca de oitocentos. Ela tomou medidas mais cedo do que o planejado, então não pudemos reunir um número muito grande. Há unidades nossas que foram absorvidas na expedição.

Ouvindo que o pessoal que ela preparou tinha sido adicionado ao exército de Fritz, Fina queria estalar sua língua.

"Eu pensei que poderia obter dois mil com espaço de sobra... bem, estamos em uma corrida contra o tempo. Temos que fazer uma limpeza na facção da minha irmã e seus colaboradores. Será melhor enquanto tudo ainda contar como minha própria conquista."

Com pensamentos sombrios em sua mente, Fina mudou para a promulgação de um plano que estava sendo preparado por um longo tempo. Era um meio para quando sua irmã tomasse medidas fortes, e um meio que Fina não queria ter que usar.

"Agora, que tal começarmos a construir meu país?"

... se ela pudesse fazer uma expressão, Fina sem dúvidas teria um sorriso sombrio e enlameado espremido sobre seu rosto.


Cercada por defensores, Izumi conseguiu entrar em contato com Luecke e Eunius.

Depois de explicar a situação, os dois...

— ... eles estão exigindo reforços de nós também. Isso vai nos colocar sob o comando de Fritz.

Assim que Luecke falou com um rosto azedo, Eunius passou as mãos em seu cabelo.

— Rudel foi enviado sozinho, e Aleist o perseguiu... esses dois não estão pensando em nada.

Eunius rotulou Rudel e Aleist como tolos, e com certeza, Izumi também pensou que poderia haver uma maneira melhor de eles terem feito isso.

Mas dizer isso agora não os levaria a lugar nenhum.

— Eu quero ajudar esses dois de alguma forma. Vocês seriam capazes de emprestar sua força?

Com a súplica de Izumi, Luecke chegou a um veredito imediato.

— Há muitos pontos estranhos. Voltarei ao meu território imediatamente, e enviarei tropas em seu caminho. Mas o problema é como devo persuadir meu pai.

Para seu dilema, Eunius falou:

— Basta dar-lhe uma bela surra. Isso  parece sempre funcionar na minha casa; embora, de forma evidente, nunca ganhei contra ele.

Enquanto Izumi se perguntava se estava tudo bem, Luecke já havia passado para a ação.

— Estou indo. Izumi, o que você vai fazer?

Ela tocou a mão no peito.

— Irei até Rudel como reforço. Ele deve estar desejando o maior potencial de guerra possível.

Luecke estava prestes a abrir a boca, mas ver os olhos sérios de Izumi o calou.

Eunius falou em seu lugar:

— Você tem sua própria veia de teimosia. Mandar unidades contra o inimigo, uma de cada vez, não é a maneira eficiente de guerrear. Além do mais, adicionar um único membro ao campo de batalha não leva a nada. Contenha-se e venha comigo ou com Luecke.

Izumi balançou a cabeça. Seu rabo de cavalo preto balançou.

— Se não chegarmos a tempo, sinto que não vou me perdoar pelo resto da minha vida. Portanto, mesmo que seja apenas um pouco mais cedo...

Antes que ela pudesse terminar essas palavras, um único cavaleiro entrou na sala. Arrastando Vargas, que vigiava do lado de fora, o indivíduo que entrou com um sorriso foi Oldart.

— Ó, veja só quem está aqui. Izumi-chan, a inspetora especial não deveria abandonar o emprego. O que você vai fazer se Rudel ficar fora de controle quando você não estiver por perto?

— Capitão Oldart? Umm, eu estou...

Oldart deixou dois cavaleiros entrarem na sala. Um deles era uma cavaleira de cabelos prateados, as orelhas erguidas para cima.

O outro era um cavaleiro esbelto e bonito.

Bennet e Keith.

— Keith, entregue os filhos mais velhos dos arquiduques para seus territórios. E não coloque a mão neles. Escute, estou falando sério!

Com a expressão séria de Oldart, Luecke e Eunius recuaram um passo para olharem para Keith.

A pessoa em questão respondeu:

— Para salvar um subordinado precioso e salvar um amigo querido, eu tomo com prazer essa missão de entregar esses homens em suas casas. Ah, que dia maravilhoso! Tamanha é a beleza da amizade entre os homens.

Oldart ignorou Keith.

— Existem alguns problemas com a personalidade desse aí, mas ele tem as melhores capacidades aéreas da brigada dos Dragoons. Agora, a ídolo da brigada de dragoons... Bennet-chan, leve Izumi-chan com você e junte-se a Rudel na briga. Ah, se você encontrar o cavaleiro negro pelo caminho, dê uma carona a ele.

Bennet saudou:

— Entendido, capitão. Ele também é um precioso subordinado meu, com certeza chegarei a tempo. Mas se eu acharei o cavaleiro negro ou não, não posso garantir.

Oldart coçou a cabeça.

— Esse é um erro de cálculo da minha parte. Bem, no momento, é mais importante nos apressarmos. Não há tempo. Enviaremos nosso suporte o mais rápido possível... você só precisa aguardar até lá. Não se esforce demais.

Bennet e Keith responderam com seriedade a expressão séria do seu capitão despreocupado.

Izumi pensou consigo mesma:

"Só espero que isso seja suficiente... Rudel."


Um exército de monstros que continuava sem fim.

Como se não conhecessem a noção de pausa, eles continuaram invadindo o forte, onda após onda. Não havia plano, e o império havia reunido números grandes o suficiente para não serem necessários nenhum.

No forte, Rudel embainhou sua espada, dormindo como se estivesse a abraçando.

Ele estava sentado em uma caixa de madeira, ao redor dele, as fogueiras eram mantidas acesas enquanto a ofensiva inimiga contínua era enfrentada. No forte estreito, Sakuya sofreria os golpes de inimigos que conseguissem entrar.

Diante de centenas de milhares de monstros, a razão pela qual um pequeno forte poderia se sustentar era devido à graça de uma subespécie de dragão gaia, graças à defesa da pele dura de Sakuya.

Seus braços grandes afastavam os monstros agarrados às paredes, mesmo assim, diante da violência de centenas de milhares, eles foram pressionados para uma dura batalha.

Um dragão como Sakuya poderia continuar lutando por alguns dias, mas o Rudel humano era atingido por seus limites com facilidade. Mesmo assim, ele conseguiu lutar por duas noites e dois dias, por isso, o rapaz era bastante desumano.

Chlust havia colocado cavaleiros de confiança em torno de Rudel.

Ao redor, os civis de todo o forte que perderam seu lugar para fugir provocaram um tumulto em seu terror.

— Por que você não está lutando!? Se você é um cavaleiro, então lute!

— Deixe-me sair! Vou fugir do forte, apenas me deixe sair!

— Eu nunca ouvi dizer que seria assim! Você não pode me culpar por isso!

Cegamente fieis aos dragoons, e sentindo-se traídos, a raiva do povo foi dirigida a um Rudel em repouso. Mesmo que ele tivesse lutado até seu limite, neste estado de pânico, não importava como eles explicassem, não era possível esperar chegar a um entendimento.

"Foi por isso que eu disse para eles fugirem. E mesmo se eles correrem agora..."

Era tarde demais para fugir. Tarde demais. Eles estavam cercados pelo exército de monstros do império, e qualquer um que saísse não passaria de comida de monstros.

A defesa do forte tornou-se um pouco mais confiável com a chegada de Sakuya, mas uma situação em que eles precisavam se manter cautelosos por dentro e por fora ainda persistia.

Poucas horas depois de começarem a descansar, Rudel levantou-se lentamente.

— Irmão! Você pode dormir um pouco mais! Nesse estado...

Vendo a resistência e mana de Rudel gastas, Chlust queria usar todos os meios à sua disposição para que seu irmão descansasse um pouco mais. Mas quando Rudel levantou o rosto.

— A noite logo chegará. Quando isso acontecer, os movimentos inimigos serão ainda mais ativos do que antes. Eu poderia comer um pouco?

Rudel não mostrava uma expressão de dor; Chlust ordenou que um de seus homens preparasse uma refeição.


O exército liderado pelo primeiro príncipe do império... o príncipe herdeiro mediu o tempo certo para avançar perto da fronteira.

Sob um grande pavilhão, o príncipe herdeiro estava cercado por seus generais.

— A unidade wyvern está pronta.

— Príncipe herdeiro, enfim chegou a hora de lançar uma contraofensiva em Courtois!

— Existem de cem a duzentos dragoons, no máximo, mas a unidade wyvern do império ultrapassa quinhentos. Mesmo numericamente, temos a vantagem.

Ouvindo essas declarações...

— Nesta ocasião, somos meras distrações. Em vez de vitória, nossa prioridade será diminuir o número de seus soldados de infantaria. Mantenham os dragoons no lugar com a unidade wyvern e usem esse espaço e nossos números para atacar seu exército.

Na declaração do príncipe herdeiro, os generais assentiram em silêncio. No que dizia respeito ao campo de batalha, Courtois colocava uma forte pressão em seus dragoons. Por esse motivo, seus soldados rasos eram escassos.

No lado oposto do espectro, o império tinha tantos soldados a pé que não sabiam mais o que fazer. Com Askewell liderando seu exército de monstros, a maioria dos soldados humanos ficou sob o comando do príncipe herdeiro. Contra os soldados de Courtois, tanto em qualidade quanto em quantidade, eles venceriam.

E havia sentido em priorizar diminuir a quantidade de seus soldados de infantaria.

Um dos generais falou:

— Se eles perderem seus soldados de infantaria, será impossível ocupar suas terras. Por mais poderosos que os dragoons sejam, soldados de infantaria ainda são uma necessidade.

O príncipe herdeiro olhou para a mesa preparada para ele e os generais. Um mapa havia sido espalhado sobre ela, com a formação do exército imperial esperando intensamente que a força principal de Courtois em peças de madeira ordenadas sobre o mapa.

— ... não há necessidade de vencer. Derrotem o maior número de soldados e comandantes dentro de nossas capacidades. Em uma batalha aérea, nossa unidade wyvern nunca vencerá os dragoons de Courtois em habilidades técnicas. Então devemos derrubar Courtois com tanta força que eles levarão dez, vinte anos para se recuperarem. Nesse período, as colheitas do império surgirão do solo rico que tomamos. Pois essa é a verdadeira vitória para o império!

Quando o príncipe herdeiro se levantou, os generais o acompanharam. Suas expressões eram a epítome da seriedade. Eles por fim conseguiram responder a Courtois, que os atormentou por muitos anos. Os generais também entenderam que essa era uma batalha importante e única para a volta por cima do império.

Embora Courtois estivesse protegido pelos dragoons, o império foi colocado na mais difícil das situações. E essas dificuldades haviam criado uma poderosa força terrestre.

Soldados imperiais... sua qualidade era superior à do lutador mediano de Courtois. O espírito de luta deles estava mais alto do que jamais poderia estar.

O príncipe herdeiro deu um leve sorriso, ele segurou a mão direita em punho e ergueu-a no alto.

— Nesta batalha, o futuro do império depende do desempenho de todos. E estou certo de que reinaremos vitoriosos... vitória ao império!

— Ao império!

No posto mais alto de seus generais, após o grito do príncipe herdeiro, os homens ergueram suas vozes em sucessão. Muito mais unificados que Courtois, eles eram um inimigo que não se podia menosprezar.


Entregue em casa por Keith, Luecke se encontrou com seu pai, o chefe de sua casa no castelo da Casa Halbades.

Além da janela, todas as superfícies do escritório em que o pai processava a papelada estavam cobertas de estantes de livros que chegavam ao teto. Cabelo e barba bem-feitos, suas roupas também eram elegantes e adequadas, um homem que parecia visivelmente tenso.

Ele nem olhou para o filho Luecke, que voltara para casa.

— ... então, você está me dizendo para despachar as tropas da Casa Halbades porque quer salvar um amigo? Indo ao ponto de se opor ao reino? Eu tinha minhas esperanças em você, mas agora me pergunto o que estava esperando.

Com as palavras de seu pai, Luecke apertou os punhos e cerrou os dentes. Ele esperava que chegasse a isso, e negociando com esse resultado predeterminado em mente, Luecke apenas o reafirmou.

Ele desesperadamente moveu a boca, falando de lucros para a Casa Halbades:

— Há uma alta probabilidade de que a princesa Aileen esteja se movendo por sua própria vontade, e mais anormal do que qualquer coisa é...

— Probabilidade? Anormal? O momento em que você segue seu pensamento positivo é o momento em que falha. Você não está em uma idade em que não consegue entender isso, está?

Terminada a papelada, o pai de Luecke devolveu a pena ao suporte de caneta e tampou o frasco de tinta. Ele revisou os documentos enquanto esperava a tinta secar.

Sentado profundamente em sua cadeira, ele fechou a boca e os olhos. A voz de Luecke ficou rouca:

— Então seguirei sozinho, se for preciso.

Para Luecke...

— Eu sei que você tem carinho pela filha nascida de uma concubina da Casa Arses. Você está jogando fora sua vida por ela? Seja prudente, e eu não me importaria de deixá-lo tomá-la como uma concubina. Pense bem.

Luecke zombou das palavras frias de seu pai:

— Hah, eu prefiro que você não me menospreze. Seduzirei a mulher que amo nos meus próprios termos. Mas um amigo... Rudel é um amigo querido para mim. Se eu o deixar morrer, não poderei me perdoar.

Descansando um cotovelo em sua mesa, o pai de Luecke falou:

— Entendo. Então enviarei reforços, embora não saiba se você chegará a tempo. Estou ocupado aqui. O assunto está em suas mãos.

Luecke estava de costas para o pai, o líder, e estava prestes a sair da sala. Vendo essas costas, o chefe da família deu um murmúrio cansado:

— ... santo Deus, você não era esse tipo de criança.

Luecke parou.

— ... sim, talvez eu tenha mudado. Mas, pessoalmente, acredito que foi para melhor.

Derrotado por sua persistência, o líder chamou Vargas, que estava estacionado do lado de fora da sala.

— … Vargas, você está aí?

— Si-sim!

O veterano de Rudel, Vargas também era guarda de Luecke. No momento, ele era um cavaleiro da Casa Halbades liderando sua própria unidade. Ele estava bastante preocupado com Rudel, e talvez pretendesse partir com Luecke, pois já estava até usando sua armadura.

— Eu vou para o palácio para outro assunto. Saiba que você só terá cinco mil soldados para comandar. Vou precisar de mil para mim.

— Pai?

Quando Luecke se virou, o líder sorriu um pouco.

— Você ainda é uma criança, Luecke... você achou que eu não sabia de nada? Há muito que compreendi os movimentos suspeitos da Princesa Aileen. Tenho certeza de que Diade também estará se movendo. E ouça bem... se você é homem de uma Casa de Arquiduque, mostre ardor suficiente para fazer do seu lado o vencedor. Você seguirá seu amigo. Eu farei algo sobre o palácio. Afinal, parece que a Princesa Fina já está agindo.

Luecke ficou um pouco surpreso com as palavras do pai, mas logo assentiu e chamou Vargas:

— Vamos lá, Vargas!

— Conte comigo, jovem mestre!

— Não me chame de jovem mestre! Maldição, eu vou te reeducar um dia desses!

Luecke havia se movido para salvar Rudel.


No pátio do castelo da Casa Diade, Eunius estava sendo derrubado por seu pai.

Seu pai musculoso não era tão alto quanto ele. Mas seus braços eram muito mais grossos e seu corpo estava cheio de grandes cicatrizes.

Eram cicatrizes do campo de batalha. Seu cabelo curto estava penteado para cima, sua barba rija o tornava mais um guerreiro valente do que um nobre.

— … conceder o campo de batalha a você? Quando você se tornou mais importante do que eu, filho?

Quando Eunius enxugou a boca com a manga de sua roupa, ela ficou vermelha, mas sem se importar, ele olhou feio para o pai.

— Vou salvar um amigo! Por que tenho que lidar com aquela Princesa Aileen arrogante no palácio!? Vá tomar você o palácio, velhote!

Suas sobrancelhas grossas se contraíram, o pai de Eunius socou o filho mais uma vez para jogá-lo para longe. Mas desta vez, Eunius aguentou e devolveu o soco.

Atingido por seu filho, seu pai se afastou um pouco, mas explodindo em gargalhadas, desta vez ele bateu em Eunius sem se conter.

Jogado contra a parede, Eunius caiu no chão.

— Belo soco. Muito bem, vou respeitar esse soco e sua língua nas planícies da guerra. Mas não vou aceitar nada além da vitória. Se você voltar sem qualquer conquista distinta, vou ter que ensiná-lo do zero.

Eunius se levantou e limpou a sujeira grudada em suas roupas.

— Seu velhote... forte demais para o seu próprio bem.

Olhando para seu filho Eunius com um sorriso, o pai gritou ordens para seus subordinados ao redor.

— Estou indo para o palácio. Todos vocês seguirão Eunius. Se aquele idiota tentar fugir, deem-lhe um chute na bunda e o levem em direção ao campo de batalha.

Eunius cuspiu sua com essa frase impensável para um arquiduque. Uma saliva quase toda vermelha grudou na grama, mas sem se importar, Eunius olhou para as fileiras de soldados.

Localizada perto da fronteira, a reunião de elite dos vassalos da Casa Diade podia ser vista.

Colocando suas armaduras, eles se viraram para Eunius e ficaram em fila.

— … correr? Se fugir e abandonar um amigo, vou me arrepender pelo resto da vida. Não posso fugir dessa responsabilidade.

E enquanto ele caminhava em direção a seus vassalos, Eunius declarou:

— Certo, vou gravar o nome da Casa Diade naqueles imperiais idiotas. Vocês, tentem me acompanhar!

As palavras de Eunius foram seguidas por uma resposta alta. Embora a Casa Diade fosse dura, essa era apenas a reunião de guerreiros que eles eram.

Eunius olhou para seus homens movendo-se de forma apressada.

"Não sei se vamos chegar a tempo. Rudel, não exagere."

E quando Eunius olhou para o céu, o sol foi bloqueado por algo voando, fazendo uma sombra.


Perto da propriedade da Casa Hardie, na capital real, Aleist encontrou Nate.

Senpai, a mansão da Casa Hardie já foi ocupada.

— Nate? E quanto aos meus pais!

Para Aleist em pânico, Nate fechou um olho em uma piscadela.

— Eles já saíram da cidade. Falaram algo sobre retornar ao território e se prepararem para a guerra. Sua casa com certeza é radical, senpai. Estou preocupado em não conseguir acompanhá-los.

Aleist deu um meio sorriso ao ver Nate em sua forma usual. Ela usava um manto em volta do corpo e, nas proximidades, um hipogrifo estava parado em sua forma de cavalo. Era o parceiro de Nate.

Ao seu lado, com longos cabelos negros, um monstro com linhas vermelhas escorrendo pelo chifre... o Pesadelo Heath também estava lá.

Aproximando-se de seu mestre Aleist, ele tocou-lhe com o chifre.

— Heath, você esperou por mim.

A armadura e a bagagem de Aleist estavam carregadas em suas costas. Ele tinha vindo buscá-los, mas parecia que Nate estava sendo atenciosa.

— Nate, você também esperou? E aquela brigada de cavaleiras sem nome, ou você prefere a brigada das sombras?

Quando Aleist inclinou a cabeça, Nate colocou a mão na testa.

— Elas estão fazendo seu trabalho. Eu, bem, veja… sou sua noiva, então vim para te apoiar. Eu vou te seguir aonde você for.

Vendo Nate em seu ritmo habitual, Aleist deu um sorriso amargo. Uma voz chamou atrás dele também.

— Nate, você... você está tentando se promover?

— Sujo. Nate, você está jogando sujo.

Lá, Seli e Juju se encontraram com eles, vestindo seus equipamentos.

— Eh? Hu-huh?

Para a confusão crescente de Aleist, o grupo feminino se reuniu uma após a outra. Uma mulher que era filha de um comerciante se aproximou de Aleist.

— Aleist-sama, serei eu quem o tirará com segurança da capital.

— Ei, essa é a única parte em que você terá alguma utilidade!

— Em vez disso, não é um número e tanto?

— Hã? Não sabia que você estaria participando.

Aleist olhou para os membros reunidos. E apesar de sua confusão...

— Err... estou me opondo ao reino, e não importa como analisemos isso, estarei em uma posição terrível depois disso. De qualquer forma, se possível, gostaria muito que se esquecessem de mim e seguissem em frente.

Para isso, Seli, a júnior na academia de Aleist, falou:

— Do que você está falando!? Se você cedesse a essa ordem e se tornasse o comandante supremo, eu teria cancelado nosso noivado naquele momento. Para salvar um amigo, Aleist-sama, que se manteve firme contra a crise do reino, é o único digno de ser meu marido.

O rosto de Juju ficou vermelho.

— Aleist, você é muito legal.

Aleist pensou:

"… hum? Por que todas estão me seguindo? A mãe não disse algo sobre saber onde estavam se enfiando... ou melhor, por que todas elas? Vejo algumas pessoas aqui de quem nem estou noivo..."

As mulheres que apareceram eram numerosas demais para serem contadas com apenas duas mãos.



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