Volume 8
Capítulo 149: O avanço do Império
— Então você foi trazida para cá também.
A cela da prisão na qual a guarda real levou Izumi já estava ocupada por Sophina. Uma masmorra subterrânea úmida, ela mal conseguia distinguir seu rosto com a luz não confiável.
— U-umm...
Izumi era uma alta cavaleira, assim como Sophina. Mas Sophina era sua sênior e a guarda da segunda princesa Fina, que chefiava uma unidade própria. Por que ela estava aqui? Quando Izumi ficou intrigada, a mulher se levantou da cama e se espreguiçou.
— A princesa também foi pega. Nós fomos amarrados e jogadas aqui. Nossas armas foram levadas, mas nossas roupas foram deixadas. Eles devem estar com muita pressa.
Talvez não houvesse tempo para vesti-las com roupas de prisioneiras, pois depois de pegarem suas armas e empurrá-las para dentro da cela, os cavaleiros da guarda real já haviam saído para algum lugar.
O soldado vigiando elas também parecia inquieto.
— Mas o que poderia ter... isso é terrível demais.
Sophina concordou plenamente com as palavras de Izumi. Enquanto concordava, ela estava se mantendo controlada.
— Há um movimento no palácio já há um bom tempo. Mas nunca imaginei que eles levariam isso tão longe.
— Você sabe de algo? Preciso sair daqui rápido e salvar Rudel.
— ... err, aconteceu alguma coisa com Rudel-dono?
Sophina parecia perturbada. Izumi explicou prontamente que o rapaz havia sido enviado para o campo de batalha como um cavaleiro solitário. Quando ela descreveu a situação de Aleist, Sophina pareceu surpresa.
— Então o cavaleiro negro é o comandante supremo. Nada mal. Eu pensei que ela forçaria Fritz nessa posição, mas... alguém a impediu? De forma surpreendente, ela é sensível.
— Você com certeza está calma.
Com o leve sarcasmo de Izumi, Sophina deu uma risada irônica. Depois de verificar o ambiente, ela sussurrou:
— Ei, não fique assim. Eu consegui descobrir que algumas coisas estavam acontecendo graças à princesa. Desculpe, mas minha senhora também foi capturada... até que os principais jogadores do palácio façam a sua jogada, duvido que ela faça algo. Esse é o tipo de pessoa que ela é.
— Então ela tem algo planejado? Se ela não se apressar, algo terrível irá...
— Já está muito terrível. Mas veja, ela pretende usar esses desenvolvimentos também. Ela realmente é... se ela fosse um pouco mais digna como um ser humano, você não pode imaginar como minha vida seria mais fácil.
Depois de dizer isso, Sophina instruiu Izumi a se deitar e descansar um pouco.
A câmara de audiências.
Os nobres reunidos não foram informados das medalhas a serem concedidas.
A sala de audiências do reino de Courtois era uma sala vasta, era uma extravagância digna de uma grande potência. Os cavaleiros e nobres reunidos em tal lugar, incluindo Eunius e Luecke, ficaram em grande parte perplexos.
O rei não estava participando.
A rainha não podia ser vista em lugar nenhum.
A princesa Aileen estava na frente do trono, dando um discurso.
— O Império Gaia ainda não aprendeu a lição, eles estão novamente se preparando para invadir o solo de Courtois! O fim deles está próximo... chegou a hora de mostrarem sua lealdade a Courtois!
Dentro de toda a confusão, ao ouvirem sobre a marcha do Império Gaia, os nobres foram rápidos em direcionar seus olhos para os dragoons participantes.
Enquanto fingiam compostura, os membros da brigada de dragoons pareciam se controlar.
— Vamos nos preparar para partir imediatamente. Mas primeiro... pretendemos solicitar o papel de comandante supremo nessa batalha ao Cavaleiro Negro. No entanto, o cavaleiro negro fugiu como o covarde que é. Embora ele não seja um substituto adequado, nomeio o Capitão da Guarda Real, Fritz-dono, como Comandante Supremo.
A câmara de audiências caiu no caos. Não era porque o Império Gaia havia invadido. Eles invadiram tantas vezes que não havia como contar, e todas as vezes, os dragoons os repeliram.
Os interesses dos nobres foram atraídos pelo plebeu Fritz, nomeado comandante supremo das forças armadas. Sem quaisquer atos decentes no exército, e ainda jovem, as vozes de insatisfação se ergueram contra ele.
Mas Eunius não se deixou iludir.
— Há alguns que não ficam surpresos.
Nas proximidades, Luecke assentiu.
— Aleist não está aqui, mas também não vejo Rudel. Aquela mulher fez alguma coisa. E pensar que ela iria tão longe.
Nem Aleist nem Rudel estavam em lugar algum.
Uma confusa reunião de cavaleiros e nobres. Mas entre eles havia alguns que não estavam confusos, a guarda real, por exemplo.
Eunius não parecia feliz.
— Duvido que estejam mortos, mas... estou voltando ao meu território. Vou mandar soldados da minha casa.
Luecke olhou para Aileen, dando seu discurso diante do trono.
— Que coincidência. Quando essa farsa acabar, estarei voltando para casa...
E Fritz caminhou diante de Aileen. Quando ele apareceu na frente dela, o jovem recebeu a espada, a prova de sua posição, pela mão de Aileen.
Eunius olhou para a espada.
— Já não vi essa espada em algum lugar antes...
Aileen, depois de entregar a espada a Fritz, falou:
— Esta é uma espada produzida ao reunir a melhor tecnologia que Courtois tem a oferecer. Certamente é digna do comandante supremo. Você tem que se certificar de trazê-la de volta.
Fritz segurou a espada no alto.
— Sem falhar, voltarei aqui e relatarei nossa vitória!
Luecke, respondeu o comentário de Eunius:
— Parece que acabou de ser feita. Você deve estar vendo coisas. Esqueça isso, ela não disse uma palavra sobre Rudel.
Luecke se preocupou com seu amigo.
Aleist havia chegado à masmorra no subsolo.
Mostrando-se de dentro das sombras das celas sombrias, ele olhou inquieto o ambiente.
— Izumi-san, você está bem?
Izumi pulou da cama, olhando para Aleist, que de alguma forma entrou em sua cela, com surpresa.
— Eu nunca soube que você poderia fazer isso.
— Bem, veja, quando fui perseguido por visitas noturnas, aprendi uma coisa ou duas sobre como usar essa técnica. Ser o Cavaleiro Negro com certeza é conveniente... espere, não temos tempo para conversa fiada. Aqui.
Aleist tirou a katana de Izumi da sombra e a entregou. Ele jogou a chave ao lado dela.
— Estou em dívida com você. Aleist, qual é a situação agora?
Depois de aceitar a katana e apertar a chave com força, ela tentou confirmar a situação atual com o rapaz. Mas ele abaixou a cabeça.
— Desculpe. Eu só estive correndo por aí. Quero informar Eunius e Luecke da situação, mas não é apenas a guarda real, parece que a princesa Aileen tem alguns aliados em outros lugares... é inútil para mim, eu me destaco demais. Eu vim procurar sua cooperação...
Sophina na cela levantou seu corpo e virou-se para Aleist.
— … os defensores.
— Perdão?
— Procure ajuda dos defensores. Use o nome da princesa, se necessário. Se você só precisa enviar uma mensagem, eles ainda podem se mover com liberdade pelo castelo. Você pode me dar apenas mais alguns detalhes sobre o estado das coisas?
Aleist relatou tudo o que conseguiu descobrir.
O capitão da brigada de dragoons, Oldart, encarou o comandante supremo Fritz.
Com a princesa Aileen estacionada ao seu lado, ele não pôde fazer nenhum comentário precipitado.
— Em suma, você está nos colocando sob o controle do comandante? É preocupante que você esteja dizendo algo tão flagrantemente óbvio, e também é preocupante que você tenha enviado meu subordinado para o campo de batalha de forma arbitrária. Você disse que era uma área de baixa prioridade, mas no estado atual, com o império atacando em duas frentes, o potencial de guerra de uma unidade não está à altura. Vou enviar reforços adicionais.
O descontentamento de Oldart veio de Aileen substituí-lo, enviando Rudel para uma zona de guerra sem ajuda. Um dragão era sem dúvidas poderoso. Eles eram poderosos, mas uma batalha também se tratava de números.
Enviar apenas um cavaleiro era algo que ele não podia ignorar como capitão. E ele não podia perdoar que ela ordenasse um de seus homens.
Fritz respondeu de forma ousada:
— Enquanto a força principal deles estiver em outro lugar, é natural que concentremos nosso potencial de guerra lá.
Oldart deu uma risada desdenhosa.
— Parece que você já sabe qual é a força principal deles... enquanto não recebemos nada de informação. O que isso poderia significar?
Então, Aileen se intrometeu. Fritz vacilou um pouco, então ela com certeza iria cobri-lo.
— Agora não é hora de falar sobre esses assuntos. Sob o comando de Fritz-sama, a brigada dos dragoons se unirá e expulsará o império. Isso é uma ordem.
Se ela chamava de ordem, ele não tinha escolha a não ser obedecer.
Contudo...
— Se é uma ordem, eu obedecerei. Eu quero acabar com isso logo, para que eu possa salvar meu subordinado. Que tal conversarmos bastante quando eu voltar?
Sob o olhar de Oldart, Fritz responde:
— Então prepare-se para partir. A brigada dos dragoons assumirá a liderança para derrotar nosso inimigo. Com base na velocidade de seus preparativos, a força principal partirá agora mesmo.
Mas Aileen acrescentou:
— Capitão Dragoon... caso o inimigo atravesse a fronteira, permitirei um ataque. Mas não vou aprovar mais nada.
Oldart falou através de um sinal:
— Estou ciente. Há quanto tempo você acha que estamos protegendo a fronteira?
Aileen apenas mostrou um sorriso destemido. Foi mais do que suficiente para avisar Oldart que algo estava acontecendo.
"... muito bem, o que eu faço sobre isso? Acho que mandarei Keith agir ou algo assim."
Era a mansão da Casa Arses.
Erselica fez um apelo desesperado diante do quarto de seu pai.
— Pai, quando Chlust-niisama está lutando, por que a Casa Arses não envia reforços!?
Não importava como levantasse a voz, ela nunca obteve uma resposta. Não era apenas o pai, ao saber da situação de Chlust, sua mãe também não tentava agir.
Depois de trocar cartas com Chlust, Erselica conhecia a situação do forte fronteiriço em detalhes. Ela descobriu sobre os movimentos do Império com seu irmão.
Nessa frente, Erselica o apoiara da melhor maneira possível. Mas, chegando tão longe, a notícia de que o império enfim havia iniciado sua mobilização total foi emitida. A Casa Arses não mostrou sinais de agir.
Ao redor da sala, os vassalos se reuniram.
"Se eu tivesse agido mais rápido..."
Uma Erselica irritada levantou a voz na porta várias vezes:
— Estou te implorando. Os preparativos já estão em ordem. Tudo o que resta é que você dê a ordem, pai, e nós partiremos.
Ela já havia confirmado que seu pai estava na sala e a Casa Arses havia concluído seus preparativos para a missão. Olhando para eles como uma casa de arquiduque, eles só podiam enviar um número minúsculo, mas isso era tudo o que Erselica podia preparar com todas as suas forças.
— Há outros senhores que nos prometeram sua cooperação. Por que meu pai, um arquiduque, deve permanecer parado quando seu país está em um momento de crise!?
Seus pedidos desesperados não alcançariam o pai na sala. Não apenas isso, para Erselica e os vassalos reunidos diante da sala...
— Qual é o significado disso, quão irritantemente barulhenta!
... do outro lado do corredor, sua mãe apareceu levando seus servos.
— Mãe! Fale com ele também! O forte em que Chlust-niisama está estacionado está sob ataque do império. Peço permissão para enviar reforços!
Sua mãe ofereceu uma refutação fria às suas palavras:
— ... aquele garoto é o fracasso da Casa Arses. Se ele lutar duramente no forte e morrer em batalha, pelo menos recuperará um pouco da reputação da Casa Arses. E mesmo se não nos movermos, insetos como o império podem ser expulsos pelos dragões.
Erselica ouviu com terror. Ela balançou a cabeça para o lado.
— ... já ouvi o suficiente.
— O que há com essa atitude? Alguém prenda Erselica. Minha nossa, causando tanta confusão...
Enquanto sua mãe tentava sair, ela foi cercada por cavaleiros e soldados armados.
O mordomo do lado de Erselica não criticou isso.
— O que significa isto? Quem você acha que eu sou!?
Virando-se para a mãe clamando, Erselica revidou:
— Se você quer ter uma postura vigilante nesta crise, não tem qualificações para liderar esta casa! Amarrem e prendam meu pai e mãe! Enviaremos reforços agora mesmo. Digam aos senhores que prometeram assistência para enviá-la o quanto antes.
Enquanto os cavaleiros e soldados se movimentavam, soldados com machados apareceram na frente da sala. Eles destruíram a porta e invadiram.
Enquanto os soldados a prendiam, ela olhou para Erselica.
— Você entende o que está fazendo!? Tal ato... ninguém jamais a reconhecerá!
Quanto mais Erselica observava sua mãe, mais triste sua expressão se tornava.
— ... não há vassalos aqui que irão ajudá-la. Os únicos aqui são aqueles descontentes com suas ações. Todos os outros fugiram quando eu dei informações precisas e pedi sua cooperação.
Erselica havia pedido a Lena que contasse com Luecke para investigar as relações entre facções. A quais facções os senhores feudais vizinhos juravam lealdade e a quais casas tinham interesse investido.
Havia muitos senhores e funcionários do palácio que não pensavam de forma gentil com o estado atual da Casa Arses que entraria em colapso se as coisas continuassem.
Ao conversar com essas pessoas, Erselica havia feito seus próprios preparativos.
— Erselica-sama!
Um dos cavaleiros conteve o pai e o levou para fora da sala. Enquanto ele usava um roupão, não tinha nada como roupas íntimas.
Havia um número de mulheres e o quarto estava permeado com o cheiro de álcool. Olhando para o pai murmurando queixas, Erselica falou:
— Levem-no. Não temos tempo a perder com ele.
Enquanto a mansão estava em uma comoção barulhenta, Lena subiu ao telhado e olhou para o céu.
— ... muito bem, devo me mexer.
Segurando sua lança, vestindo roupas fáceis de se mover, Lena assobiou. Aquele assobio que ressoou no céu, quase parecia que estava chamando algo.
Sentada no telhado, parecia que Lena ficaria lá e esperaria até o que ela chamou chegasse.
— Você acha que aquele meu mano vai vencer o destino?
Curiosamente, Lena sorriu.
Desde o início, ela era uma irmã peculiar. Ela era a irmã peculiar de Rudel. No começo, o rapaz foi capaz de se tornar mais humano porque Lena estava lá. Quando Rudel não se interessava por outras pessoas, ele demonstrou interesse pela garota. Nos momentos importantes, era Lena que estava envolvida com ele.
Não de forma direta, ela sempre esteve indiretamente ligada.
— Bem, ele é meu irmão, ele deve ficar bem.
A garota disse e olhou para o céu.
A cena mudou para um forte, continuando sua resistência.
O exército liderado por Askewell, do Império Gaia, continuara com pequenos ataques como se fosse para atormentá-lo.
Havia várias razões, mas, embora conseguissem se infiltrar bem no solo estrangeiro, avançaram sem receber nada que pudesse ser classificado como resistência.
Despachando unidades para as cidades e vilarejos da região, eles estavam juntando suprimentos.
Mantendo-se discreta ao lado de Askewell, Mies olhou com amargura para os suprimentos que haviam reunido.
Na tenda, ela relatou a situação atual a Askewell quando ele se sentou em sua cadeira.
— Askewell-sama, o inimigo em grande parte se retirou. Enquanto uma pequena porção das aldeias ignorou a ordem de evacuação e permaneceu, acredito que o comandante inimigo ordenou que os civis dessas partes encontrassem refúgio assim que nosso lado começou a se mover.
Askewell murmurou:
— Entendo. Então os monstros devem estar com fome.
Desde o início, os monstros negros de seu exército eram peças descartáveis. E essas peças tinham seu próprio papel em suas forças.
O império estava cheio de pessoas. O plano era migrar para o solo abundante de Courtois e, com esse objetivo em mente, as pessoas que viviam naquela terra estavam no caminho. Cuidar dessa disposição era o trabalho dos monstros.
— Eu pensei que este era um país que só podia confiar em seus dragões, mas parece que ele tem alguns homens fortes. Deixar o povo fugir e tentar aguentar em um pequeno forte.
Mies confirmou seu curso futuro com Askewell:
— O que devemos fazer? Seria simples esmagá-los, mas pretendíamos estabelecer uma base de operações lá, então isso afetaria bastante o...
Depois que Mies falou isso, um soldado mensageiro entrou na tenda.
— Sua Alteza! Dragoons inimigos estão se aproximando! De cor cinza! Dois cavaleiros!
Askewell sorriu com o relatório.
— … que momento perfeito. Envie a unidade wyvern.
No momento em que o mensageiro deixou a tenda, o ambiente estava cheio de vozes de monstros.
Askewell ficou de pé; Mies o seguiu para fora. Ao redor deles, os wyverns subiram ao céu um após o outro, com cavaleiros de armadura negra nas costas.
Eles enfrentariam dois cavaleiros, mas seu ataque consistia de algumas dezenas.
Dragões cinzas.
Dizia-se que os dragões domesticados por Courtois eram os mais fracos, mesmo assim, eram uma ameaça ao império. Enquanto o soldado parecia ansioso, eles pareciam ter alguma esperança com o despacho da unidade wyvern.
Não, podia-se dizer que eles estavam enviando suas orações. Para o império, os dragões eram símbolo de medo. No passado, um único dragão azul tinha sido suficiente para colocá-los em inúmeras experiências terríveis.
Esse medo foi passado de pai para filho, sucedido por seus netos.
Em relação aos dois dragoons, as dezenas de wyverns os cercaram para realizar seu ataque. Talvez, como esperado de um dragão, eles lutaram bem contra os wyverns, mas no final, diante da diferença de números, um caiu no chão.
Askewell olhou para a cena.
— Parece que três contra um será suficiente para lutar. Suas manobras aéreas são grosseiras, mas devem ser capazes de lutar o suficiente.
Os monstros negros ao redor e soldados humanos se reuniram para atacar o dragoon caído.
Levantando gritos, a cabeça do dragão foi cortada e içada no alto do céu.
— A era dos dragoons acabou!
— Glória ao Império! Glória ao Príncipe Askewell!
— Deem uma olhada, o outro está fugindo!
No alto, o dragoon cercado por todos os lados recebeu ataques como se estivesse em um jogo. Mesmo assim, quatro wyverns aliados caíram.
— ... se eles obterem alguma experiência de combate, a unidade wyvern pode se tornar um pilar das forças do império.
Askewell lançou um olhar triste para seus subordinados mortos. Eles eram suas preciosas tropas e seus camaradas. Observando Askewell lamentar por seus companheiros caídos, Mies ficou emocionada.
— Askewell-sama, você é muito gentil.
O dragoon final caiu no chão. Era o elo entre cavaleiro e dragão? O dragão seguiu seu cavaleiro até o chão como se fosse para protegê-lo. Em terra, os cavaleiros e soldados soltaram gritos, e os monstros reuniam-se em torno de cavaleiros e seu dragão.
Para o império, essa era a cena pela qual eles tanto esperaram. Os outrora governantes do céu, os dragoons caindo no chão, a cena de sua própria unidade wyvern se tornando os novos soberanos do céu.
Isso significava que a era de se esconder de Courtois havia terminado.
— Mostrem as cabeças dos cavaleiros e dragões para o forte! Depois que acabarmos com o espírito de luta deles, aconselhe-os a se renderem!
Os cavaleiros ao redor aplaudiram, ergueram as armas e empurraram os punhos para o céu.
Diante disso, seus cabelos dourados esvoaçavam atrás dele, seu corpo vestido com uma armadura negra, Askewell era uma visão pitoresca de se ver.
— Capitão!
Chlust foi acordado por seu subordinado.
Ele não dormia há dias e, enquanto tentava descansar apenas algumas horas, a situação havia mudado demais.
Levantando-se da cama, Chlust deu um tapa no rosto para acordar enquanto recebia o relatório.
— O que aconteceu?
— O império... o império matou um dragoon!
Ouvindo as palavras, Chlust correu sem a chance de pegar qualquer armadura adequada. Quando chegou, onde havia uma boa vista, ele viu as cabeças de dois dragões e o terrível estado de dois cavaleiros alinhados na praça em frente ao forte.
Dois cavaleiros imperiais ordenando em torno de ogros negros exigiram em voz alta sua rendição:
— Testemunhem o que a nova unidade do príncipe Askewell fez dos dragoons em que vocês confiavam! Covardes de Courtois! Vocês receberam a opção. Lutem por este forte até sua morte ou se rendam e se submetam ao império!
As palavras do cavaleiro imperial jogaram em pânico os civis locais que permaneceram no forte. Eles nunca imaginaram que um dragoon pudesse perder.
Nunca ocorreu a Chlust que os dragoon que vieram em seu auxílio perderiam com tanta facilidade.
— Como pode ser... há algo no céu.
No ar acima deles, uma sombra parecida com um dragão... não, Chlust era um homem nascido de Courtois. Ele sabia que a sombra era diferente dos dragões de Courtois.
Pelo seu conhecimento, ele conseguia distinguir que tipo de monstro era.
— Por que wyverns... eles deveriam ter temperamentos ainda mais duros que os dragões. Nenhum humano jamais foi capaz de fazer um contrato com eles antes!
Os subordinados de Chlust estavam reunidos ao seu redor, olhando ao redor com cautela.
— Capitão, os civis que não fugiram estão exigindo uma explicação. Nesse ritmo, essa fortaleza se tornará um campo de guerra!
As pessoas que fugiram para o forte e disseram que não se moveriam até que a guerra terminasse começaram a causar tumulto. Eles estavam certos de que não havia como perder, mas, ouvindo sobre a derrota dos dragoons, estavam começando a se agitar.
— Foi por isso que eu disse para eles fugirem... maldição!
Chlust foi encurralado em uma situação com inimigos por dentro e por fora.
Era um forte pequeno.
Se os cidadãos que se refugiaram lá dentro ficassem fora de controle, os cavaleiros e soldados precisariam lutar para salvar a própria pele. Quando isso acontecesse, o interior da fortaleza se transformaria no inferno.
As tropas que restavam estavam lutando para proteger Courtois. Se eles tivessem que matar seus próprios cidadãos, isso levaria a uma grande perda de moral. Se isso acontecesse, proteger este forte seria impossível.
Diante do forte, o cavaleiro imperial gritou:
— Se vocês trazerem a cabeça do comandante do forte, não nos importaríamos de transformá-los em nobres. Ao contrário de Courtois, o império paga suas dívidas!
Em voz alta, o cavaleiro riu.
Chlust e aqueles ao seu redor ouviram em desespero. Os civis estavam começando a se reunir ao redor deles.
O subordinado de Chlust falou:
— Afastem-se! Não tentem sair.
Eles prepararam suas armas para ameaçar os civis evacuados, mas esses civis haviam agarrado instrumentos agrícolas e quaisquer armas que pudessem encontrar ao redor do forte.
— É-é culpa de vocês por perderem, desgraçados!
— Se eu puder me tornar um nobre no império...
— Nós apenas queremos viver em paz!
Chlust se arrependeu de deixar seu equipamento em seu quarto.
"E pensar que eu seria morto por aqueles que deveria proteger... desculpe, irmão. Isso é o mais longe que pude chegar."
Chlust começou a pensar em se render ao inimigo. Se isso salvaria seus homens e as pessoas aqui.
Mas algo passou pelos céus do forte.
Para os céus onde as pessoas de Courtois e Gaia ergueram a cabeça, um dragão com quatro grandes asas brancas estava caindo em direção ao chão. Uma vez que seu imenso corpo bateu no solo, os cavaleiros imperiais circundantes, soldados e muitos monstros negros foram derrubados.
Lá de cima, um wyvern abriu a boca para lançar seu sopro, mas essa boca foi atravessada por uma grande espada de luz, a magia armazenada em sua boca reagiu, explodiu e sua cabeça voou.
Enquanto uma nuvem de poeira cobria tudo, algo reluzente soltou uma explosão de luz.
Os sons dos gritos ecoaram e, no final, as grandes asas do dragão branco sopraram a poeira.
O que apareceu foi um único cavaleiro vestido com armadura branca, seu manto azul flutuando ao vento. Cavaleiros imperiais e monstros se reuniram ao seu redor. Aquele cavaleiro de armadura branca logo foi cercado.
Chlust murmurou:
— … irmão.
Pousando no chão ao lado de Sakuya, Rudel apoiou a espada na mão direita contra os ombros.
Olhando em volta, não havia nada além de inimigos.
Duas cabeças de dragão cinza apresentadas diante do forte, os cadáveres dos cavaleiros estavam presos em estados horríveis.
Um deles era o contemporâneo de Rudel.
Saas Venia, um dragoon, enquanto ele tinha uma aparência ruim nos olhos, tinha um talento especial para cuidar das pessoas.
Rudel soube que ele estava estacionado na fronteira e, depois de correr para ajudar, morreu em batalha.
— ... vocês estão desrespeitando um guerreiro.
Quando ele lançou um olhar ao redor, os cavaleiros imperiais e os soldados atrás dos monstros negros ergueram as vozes. Com certeza eles estavam dando ordens para a morte do rapaz. Rudel fechou seus olhos.
Os olhos azuis que ele abriu lentamente ficaram vermelhos, absorvendo com precisão os movimentos ao seu redor. Com a sensação de que o tempo estava passando devagar, Rudel falou:
— Tenho certeza que todos vocês vieram aqui sabendo que podem não voltar vivos à sua pátria.
Combinando com a ira de Rudel, Sakuya rugiu para o céu. Enquanto os soldados circundantes cobriam os ouvidos com aquele barulho estridente, Rudel correu para a frente e cortou o ogro preto que havia saído à sua frente.
Era o tipo de ogro preto que ele encontrou em seus dias como estudante, seu corpo coberto pelas insígnias brancas de alguém que uma vez tentou entrar em seu caminho.
Rudel deu um golpe no ogro.
— ... eu acho que você está sério. Mas não dará um passo adiante!
Virando a mão esquerda, Rudel manifestou várias espadas de luz ao redor. A ponta de cada uma voou para seu próprio destino, empalando monstros e soldados inimigos.
Enquanto um dos cavaleiros defletia a espada com sua lâmina, ela explodiu e sua postura se desfez. Sem deixar passar a oportunidade, Rudel se aproximou e deixou a espada correr do ombro esquerdo ao quadril direito do homem.
A armadura foi cortada, o sangue jorrou quando uma cena terrível se espalhou.
Sakuya afastou os ogros com seus braços gigantes; ela soltou seu sopro em direção ao céu. Quando os wyverns no ar entraram em contato com o sopro dela, suas asas rasgaram, fazendo-os cair no chão.
Por outro lado, mesmo que os ataques dos wyverns atingissem Sakuya diretamente, isso não exibia nenhum efeito específico.
O cavaleiro assumindo o comando na retaguarda gritou:
— Re-recuar! Recuaaaar!!
A ordem cimentou o cavaleiro na mente de Rudel como oficial de comando e, cobrindo a distância em um instante, ele bateu no inimigo com o escudo em sua mão esquerda.
O cavaleiro que comandava de cima de seu cavalo bateu no chão, enquanto o cavalo se desesperava e corria para outro lugar.
Os cavaleiros tentaram cercar Rudel com lanças e espadas. Pegando a estocada de uma lança contra ele de um cavaleiro montado com a mão esquerda, o rapaz roubou a arma e a enfiou no torso de um cavaleiro com uma espada.
Devolvendo a própria espada à bainha, ele usou uma espada roubada para cortar o soldado mais próximo. Outro movimento rápido, enquanto ele cortava monstros e humanos em sucessão, sua forma, seus movimentos eram próximos dos de uma fera.
— Seu… monstro!!
Jogados para longe por Sakuya, e rapidamente afundados em um mar de sangue por Rudel, a unidade do império encontrou seu fim.
Nem demorou uma hora para que tudo acabasse.
A cena foi testemunhada pelos soldados e cavaleiros do forte, e os moradores evacuados em grande fascínio.
Quando tudo terminou, Rudel prendeu o líder inimigo inconsciente. Com um aceno de sua mão, ele ordenou que os vigias do forte recolhessem o comandante dele.
Descartando a espada que segurava, Rudel caminhou até o cadáver de um camarada.
— … eu vou te descer. Sakuya, você cuida dos dragões.
"… tá."
Sakuya recuperou as cabeças dos dragões e, enquanto as colocava gentilmente no chão, Rudel libertou seu camarada e contemporâneo de seus horríveis grilhões.
Para o cadáver do amigo Saas, Rudel fez um discurso:
— Eu não cheguei a tempo. Sinto muito... mas vou lutar por você. Sem dúvidas espalharei a notícia de seu heroísmo.
Depois que os soldados correram do forte, Rudel olhou em volta. Os monstros e soldados que ele matou estavam espalhados, mas estranhamente, os monstros se dissolveram em fumaça negra e desapareceram.
A fumaça negra ignorou a força do vento, saindo para algum lugar.
A expressão de Rudel era dura quando ele olhou para o céu, mas então ele ouviu uma voz nostálgica:
— Irmão!
Quando ele se virou, viu Chlust, sem uma única peça decente de armadura. Ele deve ter se apressado, sua respiração estava muito irregular.
— ... você fez bem em aguentar, Chlust.
Chlust não sabia o que deveria dizer. Mas olhando para Rudel, ele ficou com uma cara séria.
— Irmão, isso foi apenas uma pequena porção do exército do império. Sua força principal ainda está à frente, juntando suprimentos da área. Eu tenho que perguntar, quantos reforços podemos esperar?
Ao ver Chlust fazer a cara de um comandante, o humor de Rudel melhorou um pouco. Mas o pensamento não pôde permanecer.
— Infelizmente, fui enviado como vanguarda. Não tenho informações definitivas sobre reforços.
Chlust abaixou a cabeça um pouco.
— Entendido. E obrigado... você nos salvou.
Ele agradeceu.