Volume 8
Capítulo 148: E Aleist, o protagonista
O Império Gaia e o Reino de Courtois.
Perto da fronteira, uma grande formação de tropas se reuniu.
Os soldados lançaram olhares assustados para os monstros estacionados nas proximidades, em espera, conforme as ordens. O monstro mais notável, incluindo os Gora, todos eles tinham linhas brancas semelhantes a insígnias correndo sobre seus corpos negros, tornando-os particularmente conspícuos.
Os monstros negros usavam seus símbolos brancos de forma uniforme.
— Ei, é melhor essas coisas serem seguras.
— Como se eu soubesse. Tudo o que posso dizer é que eles fazem parte do exército do terceiro príncipe.
— Mas uma olhada nisso, e eu sei que Courtois está condenado desta vez.
Muitos cavaleiros e soldados observavam os wyverns voando pelo céu. Eles eram grandes em número e obedientemente ouviam os cavaleiros montando neles.
Vendo aquela brigada de wyverns subir galopando pelo céu, aqueles cavaleiros e soldados foram envolvidos com um sentimento de alegria; eles enfim seriam capazes de vencer o Reino de Courtois, ou melhor, os dragoons que os atormentaram por centenas de anos.
O comandante supremo, o primeiro príncipe, caminhou ao lado de Askewell, o terceiro.
Mais de meia-idade do que um jovem, o primeiro príncipe olhou para o exército de monstros.
— Askewell, este é o verdadeiro teste do seu exército. Mas você está bem com isso? Usando monstros para massacrá-los... nem todos em nossas terras têm a melhor aparência em seus rostos.
Em vez de se preocupar com o irmão mais novo, seu tom era de verificação. Na realidade, se essa guerra fosse bem-sucedida, Askewell seria o mais próximo do assento de imperador.
Askewell notou que eram palavras cautelosas para um irmão mais novo que estava fazendo um nome como o herói do império.
— Alguém tem que fazer isso. O império já está no seu limite. Mesmo que apenas meu nome fique sujo, se isso salvar dezenas de milhares de vidas imperiais, é um preço barato a pagar.
Para a declaração de Askewell...
— Entendo.
Foi tudo o que o primeiro príncipe respondeu. Mas continuando:
— ... dessa vez, meu exército servirá de isca para atrair os dragoons. Mas você está bem em nos deixar tantas de suas unidades wyvern?
Dois exércitos estavam se preparando para atacar trechos separados da fronteira. A divisão centrada em seres humanos estava prestes a fazer com que a fronteira atraísse a força principal de Courtois.
— Temos os Gora. Além do mais, alguns de nossos wyverns. Será problemático para mim se você não voltar vivo, irmão mais velho.
Um exército de monstros superando dez mil.
Ao assumir a liderança, Askewell estava certo de sua vitória. Não, ele estava certo de que a vitória era o único caminho para a sobrevivência.
"Eventualmente, o império se desgastará e enfrentará uma divisão interna. Antes que isso aconteça, precisamos obter o máximo de solo abundante de Courtois que formos capazes."
O palácio imperial estava em ruínas, e brigas de família corriam desenfreadas entre seus irmãos e irmãs.
Mais do que essas histórias sem fim, os olhos de Askewell vislumbraram um futuro da divisão do império se o poder central caísse mais.
O primeiro príncipe falou:
— Entendo. Askewell.
— Algo a mais?
Askewell olhou para o irmão, mas o primeiro príncipe já estava saindo. Mostrando as costas, algumas breves palavras de despedida:
— Volte vivo. Vou abrir um vinho precioso.
Ao ouvir isso, Askewell imediatamente ficou cauteloso com um possível assassinato, mas esse não parecia ser o clima. O momento era muito impróprio para sua morte.
— Sim, se você me acompanhar, terei prazer em compartilhar um copo.
Com essas palavras, os dois retornaram aos exércitos que comandavam.
O palácio real.
Um indivíduo procurou Rudel.
Ele era um cavaleiro da guarda real, que lia em voz alta os documentos oficiais que carregava sobre sua pessoa. Rudel ouviu-os na sala de espera antes da cerimônia.
Izumi ficou de pé, os olhos arregalados quando ela abriu a boca:
— Você quer que Rudel vá ao local sozinho? Você está zombando de nós!?
O guarda real olhou para a alta cavaleira Izumi e ridicularizou:
— Esta é uma ordem oficial. Que zombaria há aqui?
Se fosse uma ordem de sua majestade, Rudel não tinha o direito de recusar. Mesmo que ele pertencesse a uma casa de arquiduque, ele agora estava trabalhando como um simples cavaleiro do reino.
Com o decreto real...
— Izumi, se acalme. Se me disseram para investigar o movimento de Gaia na fronteira, não tenho o direito de recusar. Eu recebi minhas ordens. Agora vou seguir para o local. Mas se realmente houver movimento, acho que a estrada será perigosa sozinho.
Rudel foi instruído a assumir a missão por conta própria. Em geral, isso seria uma situação impossível.
— Rudel, isso é loucura! Estamos no palácio neste exato momento. Por que você estaria recebendo um decreto por escrito!? Por que o rei não vem ordená-lo diretamente!? E você faz parte da brigada dos dragoons. Se o capitão soubesse, eu poderia entender, mas por que você como um indivíduo...
Depois de confirmar que a ordem foi passada, o cavaleiro da guarda real saiu sem demora da sala. Deixados por conta própria, Rudel e Izumi trocaram um olhar.
Mas o rapaz estava sorrindo.
— Eles estão me enviando para o lugar sozinho... devo interpretar que eles esperam grandes coisas de mim?
Izumi enviou um olhar penetrante para sua piada.
— Rudel, informe os outros agora mesmo. Isto está errado. Há algo de estranho neste decreto!
Os papéis que eles aceitaram foram definitivamente assinados por sua majestade e carimbados com seu selo. Mas Izumi continuou explicando a ele que era impossível.
Rudel já estava ciente disso.
— Se o inimigo está se movendo, isso faz parte do meu trabalho. E veja, eu preciso ir para lá, mesmo que esteja sozinho. Na fortaleza naquele trecho da fronteira... está Chlust. E se eles realmente se moveram, tenho certeza que o capitão me seguirá em breve.
Quando Rudel estava prestes a sair da sala, Izumi agarrou seu braço. Com uma expressão determinada...
— Eu também vou. É muito perigoso ir sozinho.
Rudel lhe mostrou um sorriso e implorou:
— Não, a ordem especifica que eu vá sozinho, veja. E eu tenho que partir imediatamente. Preciso que você transmita essa questão a alguém. Pode ser Luecke ou Eunius. Aleist está em algum lugar por aqui? Vou ficar com a vanguarda e segurar o inimigo por eles.
Rudel retirou a mão de Izumi da sua e saiu da sala.
— Eu te alcanço em breve. Não faça nada louco.
Para uma Izumi séria, Rudel sorriu e acenou com a mão.
— Bem, é possível que eles ainda não tenham começado a agir de verdade.
Embora ele realmente não pensasse assim.
"Entendo... até que enfim chegou. Isso foi mais cedo do que eu pensava."
Recordando tudo até esse ponto, ele achou que isso aconteceria algum dia. Ele não conseguia entender, mas teve a sensação de ter visto isso acontecer.
As três bestas negras que o atrapalharam, ainda assim deram uma mão no final: o javali, o pássaro e a névoa negra haviam lhe contado.
"Eles sabiam que esse dia chegaria."
Depois de sair da sala e fechar a porta, Rudel pensou:
"Destino, hein... bom, isso é interessante."
Ele não tinha ideia de quem havia preparado tudo isso. Mas ele pensou que tinha que ir para lá, e esses pensamentos apressaram seus pés pelo corredor.
Seu irmão Chlust estava estacionado em um local que se tornaria um campo de batalha.
— Espere um pouco, Chlust.
Os civis ao redor haviam evacuado para um forte vigiando a fronteira. Um mensageiro já havia sido enviado para uma cidade mais distante do país, enviando ordens para que outros fossem evacuados.
Um garoto parecido com Rudel assumiu o comando do posto.
— Como estão os esforços da evacuação!?
Usando uma armadura pesada, seu subordinado confirmou a situação do forte antes de responder.
— Não parece bom, capitão. Aqueles cavaleiros da central fugiram com os cavalos. Disseram que espalhariam a notícia e fugiram! Se fossem apenas os homens, talvez, mas com damas, crianças e idosos para cuidar, não vamos conseguir.
O nome do cavaleiro chamado de capitão era Chlust Arses, o irmão mais novo de Rudel, e um cavaleiro forçado a se formar na academia.
Reconciliando-se com seu irmão Rudel, ele amadureceu e cumpriu seu dever como cavaleiro do forte.
Mas seus cavaleiros fugiram diante do inimigo e, nesse ponto, ele seria forçado a permanecer como o encarregado.
Chlust examinou o forte.
Uma fumaça negra subindo ao longe. O exército negro e contorcido do império. Um bando de monstros.
Olhando para a situação diante de seus olhos, ele entendeu por que alguém iria querer fugir. Mas ele mal podia trazer isso à boca.
— Já enviamos mensageiros. Aguentem firme até que os dragoons cheguem, então será a nossa vitória!
Os civis que fugiram para o forte também foram consolados pelo fato de os dragoons mais fortes de Courtois apareceriam. Para o bem ou para o mal, aqueles que sempre afastaram o Império Gaia eram os dragoons.
Aqueles que fugiram acreditavam que com certeza seriam salvos em outra ocasião. Foi precisamente por causa dessa crença que muitos se recusaram a fugir além do forte.
"Isto é ruim. Eles planejam ficar aqui e voltar para casa assim que a guerra terminar. E pensar que nosso povo é quem não está fugindo..."
A existência dos dragoons concedeu paz de espírito ao povo. Por isso, embora tivessem suas preocupações, eles estavam bastante calmos no forte.
Independentemente da mentalidade deles, isso significaria que Chlust teria que interceptar o império enquanto protegia pessoas que não fugiriam.
Chlust procurou o apoio de sua irmã mais nova, Erselica. Ele pensou no que podia fazer e se preparou para o momento em que algo aconteceu.
No entanto, ele não tinha como prever este grande exército diante de seus olhos.
"Aguentar até os dragoons virem? Mas por que eles acumularam tal exército neste momento... eles devem estar bem cientes de que vão ser presas para os dragoons."
Ao longo da história, o Império sofreu grandes baixas pelos dragoons. Chlust temia que o império estivesse escondendo algum tipo de trunfo.
Para afastar suas ansiedades, Chlust bateu as mãos contra suas bochechas.
"Vai ficar tudo bem. Podemos pelo menos ganhar algum tempo."
No palácio real do Reino de Courtois, os preparativos de Aileen estavam em andamento. Os atendentes ao redor a vestiram com um vestido, um relatório foi lido para enquanto ela se trocava.
— Entendo. Então Rudel foi para o campo de batalha. Bem, esse é o Cavaleiro Branco, não há nenhum erro que ele contribui para o potencial de guerra de Courtois, se ele perder, as façanhas militares de Fritz-sama se destacarão, então ele tem meus agradecimentos a esse respeito.
Uma cavaleira da guarda real continuou com o relatório:
— O império está invadindo Courtois com dois exércitos separados como planejado. Parece que o local para o qual Rudel seguiu é sua principal força, e eles têm um número considerável reunido.
Aileen falou um pouco farta:
— De todas as possibilidades, um exército de monstros... o império com certeza é composto por selvagens. E os preparativos para a cerimônia?
A cavaleira informou que não estava indo muito bem. Como a expressão de Aileen nublando, a cavaleira logo deu sequência:
— Há forte oposição a estacioná-lo como comandante supremo. Além disso, se você o tornar comandante supremo, Fritz-dono não terá nenhuma oportunidade de levantar quaisquer realizações militares pessoais. Em minha humilde opinião, ele deve ser colocado em uma posição que lhe dá um pouco mais de liberdade de movimento. Talvez o segundo em comando.
Aileen teve dificuldade em aceitar isso, mas não haveria problema enquanto Fritz pudesse agir, então ela concordou de forma relutante.
— Eu vou deixar o seu lado cuidar disso. Mas então quem vamos nomear como comandante?
O palácio de Courtois estava uma confusão. Onde Aileen não podia ver, a cavaleiro curvou as extremidades de seus lábios.
"Até parece que um cavaleiro plebeu pode desempenhar esse papel. Uma decoração deve funcionar cumprir seu papel como decoração... está fora de questão para o sangue real se misturar com lama comum. Os cavaleiros aceitarão muito mais cedo o Cavaleiro Negro, a mesma posição que o fundador do nosso país."
Os nobres e cavaleiros içando Aileen apenas queriam-se como a próxima grande potência.
Havia um problema com Fina, cuja expressão nunca mudava. A Aileen fácil de manipular era mais adequada como um santuário portátil1.
Eles a seguiram sem nenhuma razão além da briga interna de Courtois. Se a guerra veio e terra foi tomada, enquanto eles tivessem os dragoons, sabiam que poderiam levá-la de volta a qualquer momento.
Isso mostrava o quão grande era a existência dos dragoons.
— Eu recomendo Aleist Hardie. O notável Cavaleiro Negro deve ser o melhor para o posto de comandante supremo. Seus pais já chegaram a uma mansão na capital. Tenho certeza que eles vieram ver seu filho em suas melhores roupas, mas eles devem ser suficientes para usarmos contra ele.
Aileen estava um pouco descontente com seu vestido.
— Espere. Esta cor não vai combinar bem com Fritz... troquem isso logo.
A cavaleira olhou para Aileen e pensou:
"Você é uma rainha maravilhosa, Aileen-sama. Com isso, um pilar dos três lordes cairá, muitos nobres perderão suas posições... raramente tal mudança se abateu em Courtois, e você é a estátua perfeita para se reunir atrás. Enquanto um herdeiro nascer, ame um plebeu o quanto quiser. Não é como se você pudesse deixar este castelo."
Assim que Aileen mudou seu vestido, ela de repente lembrou:
— Pensando bem, o que vamos fazer sobre a espada que preparamos para Fritz-sama? Foi preparada como uma espada para o comandante supremo.
A cavaleira sorriu.
— Você só precisa entregá-la ao comandante supremo. É uma espada feita com a melhor técnica de Courtois, deve aguentar perfeitamente bem se você a emprestar por um curto período de tempo. É bom para se exibir, e usar a arma com que está acostumado é melhor no campo de batalha. Fritz-dono não se importaria de testar os limites de uma lâmina emprestada, mas ele não será capaz de lutar com o melhor de suas habilidades.
Aileen inclinou a cabeça, mas ela não tinha pensamentos particularmente profundos quando se tratava de espadas. Ela tomou a opinião da cavaleira como a resposta correta.
— Então deixo isso para você. Por favor, deixe Fritz-sama desempenhar um papel ativo.
A cavaleira fez uma saudação.
— Deixe isso comigo.
Era apenas um sentimento vago, mas ele pensou que este dia chegaria...
Rudel pegou seus pertences de um saco nas costas de Sakuya. Havia ornamentos azuis decorando sua armadura branca. Ele tirou o escudo e confirmou seu estado.
Perto dos estábulos de dragões, Sakuya estava comendo uma refeição. Ela estava mastigando uma grande quantidade de carne com vontade, enchendo seu estômago para o campo de batalha à frente.
Vendo a comida se esgotando a uma taxa alarmante, os trabalhadores dos estábulos de dragões prepararam um fluxo sucessivo em segundos.
— Continuem empilhando!
— Deixem os outros dragões comerem também! Eu não me importo se vocês tiverem que esvaziar o armazém!
— Apresse-se e verifique a válvula de recarga!
Uma vez que Rudel os informou dos movimentos em larga escala do Império Gaia, as instalações dos dragoons estavam tão barulhentas quanto uma colmeia de abelhas. Um dragoon imediatamente se dirigiu ao palácio para confirmar a informação, enquanto os dragões foram colocados para comer enquanto os preparativos começaram.
No meio disso, Rudel equipou sua própria armadura. Antes uma peça grosseira e funcional, esse era o presente que o javali preto e demoníaco lhe concedeu no final. Assim que colocou a armadura, Rudel repetiu uma ação de abrir e apertar a mão.
Quando ele olhou para cima, o céu estava nublado. O tempo parecia que poderia virar chuva, mas só isso não atrasaria o ataque.
Depois que Rudel tirou o elmo, ele agarrou alguém nas proximidades ocupado se movendo.
— Meus preparativos estão completos. Eu vou partir.
O funcionário dos estábulos de dragões falou em voz alta:
— Entendido. Hum, esta é sua primeira campanha, certo? Certifique-se de que voltar inteiro!
Rudel agarrou com força a mão estendida para um aperto de mão. O cavalariço sorriu.
— E pensar que fui eu quem preparou o cavaleiro branco para sua primeira campanha; eu quero me gabar, então vá e faça algo grande.
Depois de devolver um sorriso, Rudel voou em direção às costas de Sakuya.
"Esta não é minha primeira campanha... não, essa parte não importa."
Quando ele pousou, Sakuya tinha acabado de comer, enquanto ela espalhava suas quatro asas com um rugido. De dentro dos estábulos de dragões, ele ouviu rugidos em resposta.
Rudel acariciou as costas de Sakuya.
— Você está pronta?
"Minha barriga está cheia, então eu estou bem! Sakuya os fará voltarem!"
Quando Sakuya ergueu seus dois braços grandes e mostrou sua motivação, Rudel deu um tapinha nela de leve. Com isso como o sinal, ela moveu as asas e subiu para o céu.
As pessoas ao redor se abrigaram. Mesmo assim, uma vez que eles tinham subido a uma altura segura, Rudel falou com Sakuya:
— Sakuya, tenho a sensação de que esta será uma batalha importante para mim e para você. Então eu vou dizer agora. Obrigado por se tornar meu dragão.
Sakuya inclinou a cabeça. Ela não parecia entender o que ele queria dizer.
"Eu não entendi, mas Sakuya é o dragão de Rudel, certo!? Vou dar o meu melhor. Sakuya é forte, ela vai derrubar o inimigo em pouco tempo!"
Rudel riu.
— Estou contando com isso. Agora vamos embora... **** aguarda.
Rudel olhou para além do céu, sentindo algo confuso.
Sakuya moveu violentamente suas asas, enquanto ela aos poucos acumulava velocidade, uma parede de magia se formou ao seu redor. O vento estava sendo bloqueado pela parede. Enquanto Sakuya se dirigia para o campo de batalha, as pessoas que trabalhavam nos estábulos acenavam com as mãos.
Por volta do momento em que Rudel foi para o local.
Seus preparativos para a cerimônia no palácio estavam completos, Aleist foi recebido por seus pais.
— Pai, mãe! Por-por quê!
Desconsiderando sua confusão, seus pais se aproximaram e bateram nele nos ombros. Eles pareciam excepcionalmente satisfeitos, fazendo-o ficar tímido.
O pai do Aleist falou:
— Viemos vê-lo em sua hora de triunfo. Um convite veio direto do palácio.
A mãe de Aleist foi às lágrimas:
— Você se tornou um jovem fantástico. Você estava nos preocupando muito, você não tem voltado para casa nos últimos tempos. Você está comendo direito? Você não perdeu peso?
Aleist mostrou um sorriso amargo. Ele se distanciou um pouco para que os dois se acalmassem.
— Eu-eu estou bem. Mais importante, só estou recebendo uma medalha desta vez, e sou uma figura extra. A verdadeira estrela desta vez é Rudel.
Quando ele disse isso, seu pai mostrou-lhe um olhar vazio. Aleist se perguntou se ele havia dito algo errado. A mãe dele abriu a boca:
— Aleist, o Império Gaia está invadindo, então você foi nomeado comandante supremo da força de subjugação, não foi? Os dragoons vão expulsá-los, então tenho certeza de que tudo ficará bem, mas é uma nomeação sem precedentes na sua idade.
Aleist assumiu uma pose de surpresa. Na sua postura curiosa, seu pai ficou confuso.
— O palácio já está em pânico. Os cavaleiros estão se preparando, e já foi decidido que você seria nomeado comandante supremo. Não me diga que você não ouviu nada a respeito?
— Ma-mas! Não ouvi nada na limpeza da manhã! E ontem não houve nada!
Agora, algo completamente diferente surpreendeu seu pai.
— Lim-limpeza? O que você quer dizer? Você não era um comandante dos defensores? O que você quer dizer com limpeza da manhã? Eu nunca ouvi nada a respeito disso!
Agarrado pelos ombros e sendo sacudido, Aleist estava muito surpreso para uma resposta adequada.
— Hã? Guerra? O Império Gaia!? É sério, o quê!? Em vez disso, estou apenas no serviço de limpeza dos defensores e...
A mãe dele gritou:
— Ser-serviço de limpeza!? Meu Aleist!? Como poderia, meu meigo Aleist…! Aah.
— Querida!
Seu pai abraçou a mãe à beira do colapso. Aleist verificou que os dois ainda estavam se dando bem como sempre, mas, mais importante do que isso...
"Uma guerra neste momento... acima de tudo, isso é um evento? Não, errado. Isto não é um jogo. Não é mais um jogo!"
Pensamentos sobre jogos e eventos ainda lhe passavam pela cabeça, mas Aleist interrompeu essa linha de pensamento dizendo a si mesmo que este era um mundo diferente.
"É verdade. Tornei-me amigo de Rudel. Eunius e Luecke também... este é o mundo em que vivo!"
Quando ele estava prestes a sair da sala, Izumi entrou correndo. Ela estava sem fôlego, seu cabelo estava uma bagunça.
— Aleist! Rudel foi... despachado por conta própria.
Aleist arregalou os olhos, a boca aberta em mudo espanto. Esse era praticamente o mesmo desenvolvimento do jogo. De forma peculiar, no jogo, informar o protagonista da invasão do país inimigo era o papel de Izumi.
Aleist sentiu algo muito ameaçador nessa virada de eventos.
"Nesse ritmo, Rudel vai…"
Izumi agarrou o braço de Aleist. Ela fez uma súplica.
— Sem dúvidas houve um decreto real. Mas algo está errado. Rudel recebeu ordem de seguir sozinho... e algo está estranho no palácio. Está estranhamente calmo. Estou te implorando, salve Rudel.
Segurando sua mãe desmaiada, seu pai lançou um olhar para Izumi.
— E quem é você? Aleist tem a pesada responsabilidade de comandante supremo na guerra contra o Império Gaia. Se você está procurando ajuda, não pode pedir a alguém mais adequado!? Aleist, eu ouvirei a explicação mais tarde. Estamos sem tempo.
Aleist tentou abrir a boca. Logo depois disso, a guarda real invadiu a sala. E os cavaleiros da guarda real apreenderam Izumi.
O líder deles era Fritz.
— Será bastante problemático se você ficar descontrolada. Cavaleiro Negro Aleist, a cerimônia de nomeação começará em breve. Você deve escoltar seus pais pelo corredor. E joguem a alta cavaleira na masmorra.
Depois de dar as ordens, Fritz se foi. Quando Aleist tentou resistir, a guarda real cercou seus pais. Seus pais não podiam ver, mas havia alguns cujas mãos alcançaram o punho de suas espadas.
— Vocês... por que vocês estão...
A guarda real simplesmente sorriu, eles entraram com Aleist e o levaram para fora da sala.
Junto com seus seguidores cavaleiros, Eunius se dirigiu ao salão para participar da cerimônia de entrega de medalhas.
Ele sentiu uma estranha perturbação no peito e um pânico no palácio, mas empurrado para uma sala de espera e vigiado, o rapaz não foi capaz de agir.
Enquanto ele podia entender que algo estava acontecendo, não conseguia dizer o que era. Do outro lado do corredor, Luecke caminhava.
Quando Eunius levantou a mão, Luecke olhou em volta e suspirou. Ele se aproximou de Eunius para reclamar:
— Não fale comigo de forma tão leviana aqui. Mais importante, há algo que preciso lhe perguntar. Eu acabei de ser empurrado para a minha sala, mas o que está acontecendo? Se alguém é capaz de fazer isso conosco, quem poderia ser?
Luecke teve uma premonição igualmente ruim. Seu tom dava a impressão de que ele já sabia com quem estava lidando. Eunius murmurou o nome da pessoa que veio à sua mente.
— Se estamos lidando com a guarda real, deve ser a Princesa Aileen. Mas este é um tratamento terrível. Terei que fazer pelo menos uma reclamação.
Vendo o sorriso feroz de Eunius, Luecke parecia querer dizer alguma coisa, mas depois de dar um suspiro resignado, ele caminhou em direção ao corredor. Enquanto os dois caminhavam pelo corredor do palácio, seus arredores estavam agitados. Luecke mostrou um leve sorriso.
— Talvez tenha acontecido algo com Rudel e Aleist também. Vamos convidá-los para um protesto conjunto?
Eunius sorriu de forma maliciosa.
— Um protesto? Puxa, você não é exemplar? Temos que enviar uma mensagem. É isso mesmo, vamos fazer Rudel circular o palácio com seu dragão. Tenho certeza de que eles ficarão chocados.
Irritado como estava, Luecke parecia estar se divertindo.
— Mas, dessa forma, apenas Rudel será punido. Vamos ver, acho que vou tentar pensar em uma vingança interessante. Não é como se a cerimônia fosse interessante de qualquer maneira.
Eunius olhou para Luecke com um rosto um pouco surpreso. Mas diferente do anterior, ele mostrou um sorriso verdadeiramente travesso.
— Você está muito melhor como está agora. Se estivéssemos brigando, seria muito mais divertido com o você atual.
Luecke encolheu seus ombros.
— Ainda brigando? Você é quem nunca muda. Mas… certo. Não participei do nosso último ano escolar. Pensando bem agora, me arrependo um pouco.
Eunius ergueu sua voz:
— Foi por isso que eu te disse. "Entre no ringue", eu falei! Isso teria sido um espetáculo.
Os dois sorridentes se aproximaram do salão. Mas o que os esperava era...
Na sala de espera da sala de audiências que sediaria a cerimônia, Aleist não podia acreditar no que estava ouvindo.
Enquanto seus pais ainda estavam lá, Aileen fez sua aparição e mandou que ele se tornasse comandante supremo. E Aleist confirmou com Aileen.
Onde estava Rudel?
Era a pior possibilidade possível. Aleist era um reencarnado. Mantendo o conhecimento de um jogo, ele sabia o que aconteceria se a guerra eclodisse com o Império Gaia. O vilão irremediável Rudel fugiria para vender seu país, deixando o caos em seu rastro.
E Rudel era morto por um príncipe do império. Mas o Rudel deste mundo era positivo com sua idiotice.
Aleist queria pensar que o futuro havia mudado em algum momento, no entanto, chegando tão longe, como se para criticá-lo, o mundo estava juntando pedaços para reformar o evento.
— Rudel foi despachado para o local onde se diz que o Império Gaia poderia invadir. Determinamos que isso é uma distração. Portanto, enviamos apenas uma unidade. Há um forte lá, tenho certeza que eles serão capazes de segurá-lo. Afinal, ele é um dos mais fortes de Courtois, um dragoon.
Ao ouvir o local, a expressão de Aleist ficou ainda pior. Esse era o local da batalha decisiva do jogo. Não importava como ele considerasse, ele sentia que a força real do inimigo estava lá.
— Apenas uma unidade? Mas isso... pelo menos, envie assistência!
Os pais de Aleist estavam cercados pela guarda real. Sua mãe estava ansiosa, seu pai encarava os cavaleiros.
— Princesa Aileen, qual é o significado disso!? Tal descortesia, mesmo que você seja uma princesa real, não pense que isso será perdoado!
Aileen ignorou a opinião do pai de Aleist e virou-se para o rapaz.
— Aleist-dono, você é o comandante supremo. Você receberá uma espada preparada pelo Reino de Courtois. Para você desempenhar seu papel de forma esplêndida. Bem, você só precisa estar lá. Por favor, não faça nada.
— Não fazer nada?
Aileen concordou.
— Sim, você é um ornamento com o nome de comandante supremo. Não buscamos mais nada de você.
Aleist e seu pai encararam Aileen. Os cavaleiros circundantes apontaram suas armas para os dois.
Aleist se conteve.
— Então vou seguir como reforço de Rudel. Aquele local é um ponto crítico. Se você quer um ornamento, não precisa ser...
Aileen parecia incomodada. Sim, era tudo tão problemático.
— Isso já foi decidido. Ou você jogará fora tudo para ajudá-lo? Muito bem. Não tenho interesse em você. Claro, nesse momento, saiba que você perderá tudo. A Casa Hardie desaparecerá.
Depois que Aileen saiu, as lágrimas de Aleist explodiram. Elas caíram enquanto caía de joelhos. Ele queria salvar seu amigo. Ele queria ir e ajudar Rudel.
Ele tinha um mau pressentimento.
Mas pensando em seus pais, o rapaz não conseguia se mexer. Eles o criaram com amor, um reencarnado impertinente como ele, eles eram sua segunda família. Aleist não sabia o que deveria fazer.
E naquele espaço, naquela sala de espera, a guarda real empurrou as subordinadas de Aleist. Suas juniores da academia, Seli e Juju haviam participado da cerimônia do rapaz.
Nate de cabelos azuis também foi empurrada, murmurando queixas para si mesma.
Se ele fugisse, então aquelas reunidas ali...
Aleist tinha um mau pressentimento sobre isso. E ele estava mortificado consigo mesmo, tão incapaz de se mover. Seus pais e membros de seu harém o observavam com nervosismo enquanto ele chorava.
Foi nesse momento. A mãe de Aleist abriu a boca:
— Aleist, levante o rosto.
— Mãe-mãe?
E com um sorriso, ela falou com o filho:
— Você quer salvar seu amigo, não quer?
Aleist assentiu com a cabeça. Suas lágrimas escorrendo por todo o rosto, ele abriu a boca:
— Ele me ajudou muitas vezes. Se ele não estivesse lá, eu nunca estaria onde estou agora... nunca fui capaz de dizer obrigado. E, no entanto, nem posso salvá-lo!
Ele pensou que havia se tornado forte. Ele usou seu conhecimento do jogo para aumentar seu nível. Mas envolvido em um grande fluxo que não resolveria, Aleist não conseguiu se mover.
Sua mãe colocou a mão em seu ombro.
— ... agora, aja como você desejar.
— O que você…
A mãe de Aleist falou com ele com um sorriso. Ao ouvir isso, seu pai pareceu confuso. Para o pai, em um tom diferente do habitual:
— O que é isso? O líder da Casa Hardie se dobra a uma ameaça tão insignificante!? Todas vocês, bom Deus, a Casa Hardie apoiará as ações de Aleist. Estamos preparados para assumir uma posição agressiva contra o Reino de Courtois. Se vocês entendem isso, é melhor pararem de perseguir Aleist... vocês nunca encontrarão a felicidade.
No final, sua mãe mostrou bondade em relação às namoradas. Aleist olhou para o rosto de sua mãe.
— Por-por quê? Quero dizer, se eu fugir daqui...
— Ele é um amigo precioso, não é? Aleist, desde que me lembro, você sempre teve um parafuso a menos, sempre perseguindo mulheres, sempre me preocupando. Quando você foi para a academia, houve dias em que perdi o sono com o pensamento de que você poderia ter engravidado uma garota. Mas acho que foi no final do seu segundo ano? Você estava falando tão feliz sobre seu amigo, o mais feliz que eu já vi. O Aleist que sempre parecia estar procurando por Deus sabe lá o que estava se divertindo...
Quando ele pensou em como sua mãe estava olhando para ele, Aleist baixou os olhos. Desde que reencarnou, ele sempre olhou para o mundo pensando que era um jogo, sem realmente olhar para nada. Ele falou com as pessoas como se estivesse vendo personagens na tela.
Sua mãe havia notado.
— Aleist, vá. Para fazer isso, Courtois deve estar em uma posição precária. Mesmo se você a obedecer aqui, a Princesa Aileen com certeza continuará fazendo exigências irracionais à Casa Hardie.
Seu pai deu um forte aceno de cabeça.
— Isso mesmo! Sua majestade está ausente, a rainha não está em lugar algum! Isso é bastante suspeito, não é!? Nossa Casa Hardie pode ser nova, mas não há razão para sermos tratados assim! Não se preocupe conosco. Aleist, faça o que você quiser. Não há como essa tirania ser permitida!
Aleist enxugou as lágrimas, levantou-se e olhou para o rosto dos pais. E abraçando-os, ele lançou suas palavras:
— … obrigado. Por amarem alguém tão fraco quanto eu, obrigado. Eu não me importo se vocês me deserdarem. Vou salvar meu amigo por vontade própria. Obrigada por tudo.
Ele não pensou que uma desculpa dessas funcionaria. Mas ele com certeza usaria suas conexões para ajudar seus pais com o melhor de suas habilidades. Por sorte, Aleist era amigo dos filhos dos três lordes.
"Preferia não usá-los assim, mas..."
Aleist virou-se para olhar para suas namoradas. As meninas que se reuniram assim que ele perdeu o interesse em um harém. Para ser completamente honesto, ele não sabia se as amava ou não.
Mas eram pessoas que ele não podia odiar. E viajar com essas garotas foi divertido.
— … eu sinto muito. Não sou mais o herdeiro de uma casa de conde, nem sou um cavaleiro de Courtois. Como apenas um humano, vou salvar um amigo. Tenho certeza de que causei alguns problemas a todas vocês, mas é aqui que nos separamos. Obrigado... e adeus.
Depois de incapacitar os cavaleiros da guarda real de vigia com as mãos vazias, Aleist saltou para fora da sala. Ele disse a todos para não se demorarem enquanto corria para o palácio.
Ele teve a sensação de ter perdido muitas coisas. Mas, ao mesmo tempo, ele não podia ignorar a situação de seu querido amigo que havia aberto seus olhos.
"Tenho certeza de que nunca serei ninguém importante. Não sou um herói. Eu sou estúpido e servil... mesmo assim, mesmo que seja apenas uma vez. Não posso me levantar apenas uma vez por causa de um amigo!? Se eu fugir agora, nunca me perdoarei pelo resto da vida."
Para salvar um amigo, para salvar Rudel, Aleist correu pelo corredor.
Nota
1 – Um mikoshi é um palanquim religioso sagrado (também traduzido como "santuário xintoísta portátil"). Os seguidores xintoístas acreditam que ele serve como veículo para transportar uma divindade no Japão enquanto se desloca entre o santuário principal e o santuário temporário durante um festival ou quando se muda para um novo santuário. Muitas vezes, o mikoshi se assemelha a um edifício em miniatura, com pilares, paredes, um telhado, uma varanda e uma grade.