Volume 8

Capítulo 147: A nação ou o povo

O palácio do Reino de Courtois foi levado a reagir à atividade mostrada pelo Império Gaia.

Embora o assunto com Celestia os apressasse sobre a concessão de medalhas, para lidar com os movimentos repentinos de um país inimigo, uma reunião foi realizada.

O Rei Albach olhou para as filas de ministros e gritou:

— O que significa isto? Por que razão esse relatório não foi apresentado até agora!?

Então, um dos ministros riu jovialmente enquanto falava:

— Calma, calma, sua alteza, por favor, não se preocupe com isso. Só teremos que colocar os dragoons para trabalhar. Podemos decidir quem é o responsável mais tarde e substituí-los. Precisamos nos preparar para a cerimônia.

Albach bateu o punho sobre a mesa.

— De que idiotice você está falando!? Por que estamos fazendo pouco caso de nosso inimigo!? Quanto do nosso sangue você acha que Gaia derramou? Como você pode declarar que o inimigo repetirá as mesmas ações de antes? Onde estão todas as informações!? Sei que temos fortes mais que suficientes estacionados na fronteira!

Como nenhum relatório foi apresentado, o país não conseguiu adotar contramedidas adequadas. Sentindo uma má intenção deliberada, Albach olhou para os ministros.

Mas Courtois nunca havia perdido antes.

A razão era o fato de eles contarem com os dragoons mais fortes. Enquanto eles estivessem lá, mesmo que ocorressem baixas, eles com certeza nunca perderiam, os ministros estavam certos disso. Ao mesmo tempo, as terras de Courtois eram abundantes, levando a um menor senso de crise.

— O que vocês estão fazendo? Temos que investigar, enviem batedores...!

Segurando o peito, Albach enxugou o suor de sua testa. Além de uma dor no peito, sua voz não saía. Respirar tomou todas as suas forças, sua tontura não lhe permitiria ficar mais de pé.

— Sua-sua majestade!

Os que estavam por perto se aproximaram dele e a reunião foi suspensa.

Albach pensou:

"Não encerrem o assunto assim, tolos. Alguém assuma o comando em meu lugar... qualquer um!"

À medida que sua consciência se afastava, Albach sentiu algo preto e contorcido se mover em um canto da sala. Mas Albach não tinha os meios para confirmar se algo estava mesmo lá.

Sua voz foi selada e com suas dores no peito, ele não podia se mover.

Com o rei incapaz de fazer algo, Courtois foi empurrada para um estado de guerra.


Fina Courtois.

Ela aguardou sua cerimônia de graduação.

Ela havia adquirido todos os créditos eletivos e de classe necessários, não havia problemas com sua formatura.

Como a segunda princesa de Courtois, Fina havia conseguido notas excelentes, mas... com as olheiras embaixo dos olhos, ela tomou um gole de café enquanto olhava o sol da manhã.

— ... a noite chegou de novo.

Quem estavam com olheiras semelhantes sob os olhos, com os cabelos violeta bagunçados, os óculos fora do lugar, era uma mulher chamada Sophina.

Guarda exclusiva de Fina, atualmente ela era uma oficial comandante da ordem declinante dos altos cavaleiros.

Independentemente do fato de ela estar em um dormitório da escola, o quarto de Fina era luxuoso. Em tal quarto, o chão estava cheio de documentos, e uma demi-humana da tribo dos gatos-brancos estava desmaiada no chão.

— Não me venha com essa, a noite acabou, engraçadinha! Seus dias de escola estão prestes a terminar enterrados em um mar de papelada, princesa, você está bem com isso?

Com suas expressões imutáveis desde a época do nascimento, Fina fechou a mão em um punho e mostrou o polegar.

— Eu não me arrependo de nada. Fiz amizade com Mii, acariciei tantos camaradas, pude conhecer meu mestre... estou tão feliz que acho que vou enlouquecer.

Embora inexpressiva, seu prazer era real. Sophina lamentou pensando se estava mesmo tudo bem para sua mestra se alegrar com uma coisa dessas.

— Vamos fazer algumas lembranças melhores da escola enquanto ainda podemos! Você é a única trancada em seu quarto com documentos do governo!

As olheiras sob seus olhos eram profundas, a mancha de tinta em suas mãos era terrível. Mas enquanto Fina não tinha expressão, ela exalava um ar como se tivesse atingido a iluminação.

— Uma amiga e um mestre por toda a vida, o que mais posso desejar? Quando isso acabar, ficarei satisfeita apenas em controlar o país das sombras. Certo, para um dia elevar o status dos demi-humanos, eu controlarei todas as cordas!

— Você é realmente a pior.

Ao som de Sophina explodindo em lágrimas, suas subordinadas entraram na sala. Elas eram as subordinadas de uma alta cavaleira, mas o problema estava no fato de que as subordinadas de Sophina não entrariam na sala por algo desnecessário.

— O que aconteceu?

Seus rostos eram o epítome da gravidade. Sophina voltou a seu rosto sério e procurou confirmação.

Uma de suas subordinados falou:

— Capitã, um mensageiro veio de Aileen-sama. Disseram-nos para que Fina-sama retorne ao palácio imediatamente.

Ao ouvir isso, Sophina se virou para olhar para Fina.

Ela terminou o café e, suspirando, Fina olhou para a gata-branca Mii, que estava desmaiada.

— ... deixe-me colocar Mii para dormir. Vou me arrumar, então você poderia pedir para eles esperarem?

Mas os cavaleiros entraram de forma ousada na sala. Essa atitude contra Fina foi uma grande falta de cortesia e, além disso…

— Segunda princesa, Aileen-sama está esperando no palácio. Você não precisa preparar nada. Por favor, se apresse para a carruagem.

Fina ficou de pé, colocando o copo na mão sobre a mesa.

— Não posso deixar minha boa amiga assim. Vou colocá-la para dormir na minha cama, você poderia pelo menos me dar tempo para isso.

Então, um dos cavaleiros soltou a voz:

— Uma demi-humana como amiga? É porque eles deixaram você frequentar essa academia que chegamos a isso.

Enquanto ouvia essas palavras, Fina se comportou com calma. O capitão dos cavaleiros pensou um pouco antes de concordar e aprovar a transferência de Mii para a cama.

Fina deu as ordens e Sophina deitou Mii.

E…

— Muito bem, altas cavaleiras, vocês deixarão suas armas para trás.

Com essa demanda adicional, os olhos de Sophina ficaram afiados.

— Qual o significado disto? É quase como se...

"... quase como se estivéssemos sendo presas", assim que Sophina tentou dizer isso, Fina a acalmou.

Andando diante do capitão dos cavaleiros, ela falou:

— Você é um cavaleiro da guarda real. Muito bem, leve-me para onde quiser. Mas você dará uma explicação da situação?

O cavaleiro falou:

— Aileen-sama fará isso pessoalmente no palácio.

O que significava que não haveria explicação ao longo do caminho.

"Puxa vida, então ela enfim fez seu movimento. Isso é um pouco mais cedo do que eu pensava. Meus preparativos ainda nem estão completos."

Pensando que não havia conseguido a tempo, Fina fez Sophina e suas subordinadas se desarmarem antes de sair da sala.

Um tempo depois, quando todos se foram, Mii se levantou da cama com um rosto pálido.


Enquanto isso.

No palácio, liderando seus cavaleiros, a primeira princesa Aileen mostrou um sorriso de prazer diante do rei e da rainha.

O rei estava segurando seu peito, ele tentou se levantar da cama, mas talvez não pudesse obter nenhum poder em seu corpo, pois estava falhando de forma miserável.

O médico conteve Albach com um olhar desesperado no rosto, a rainha jogou o leque que ela normalmente carregava contra a filha.

Quem derrubou esse leque foi Fritz, capitão da guarda real.

Cabelos castanhos, vestindo o uniforme da guarda real, ele próprio estava com o rosto um pouco pálido.

A rainha gritou:

— Aileen! Você sabe o que está fazendo!?

A rainha, que normalmente cuspia cinismo e ainda permanecia imperturbável, ficou enfurecida. O rei permaneceu imóvel, sua respiração perturbada fazendo-o se ajoelhar.

Aileen abriu a boca:

— Eu sei. Se o pai não puder se mover durante essa grande crise, alguém terá que o substituir. O Império Gaia está se movendo. Teremos que preparar contramedidas próprias.

A expressão da rainha não era dirigida à filha, ela a enviou a Fritz ao seu lado.

— Então a princesa do nosso país foi enganada por um único homem... eu nunca gostei de você, mas nunca pensei que você fosse tão longe.

Quando a rainha expressou seu descontentamento em relação a Fritz, Aileen ficou furiosa.

— O que você quer dizer com isso? Fritz-sama é meu esplêndido cavaleiro! Se você quer insultá-lo, mesmo sendo minha mãe, não haverá piedade.

Assim que os cavaleiros prepararam suas armas, os cavaleiros ao redor do rei também pegaram as suas. Com muitos cavaleiros da guarda real por perto, considerando os números, eles estavam cercados.

Aileen continuou com calma:

— Apenas assistam daqui. O dia em que Courtois renascerá de novo... onde o status não importa, mostrarei a atualização de um mundo em que todos vivem com igualdade.

Com essas palavras, a rainha disse:

— Eu não vejo você sendo capaz de realizar uma coisa dessas. Você faria bem em aprender, mesmo que faça algo assim, ninguém a reconhecerá! Todos os rumores dizem que a doença de Albach com certeza foi trabalho seu. Os tempos vão se ressentir de você.

Albach entrou em colapso devido a uma doença misteriosa, até o médico real não conseguiu tratá-lo.

Aileen havia partiu para a ofensiva. Albach tinha duas filhas, Aileen e Fina.

Restringindo a mãe, a rainha, ela havia feito os preparativos para conter Fina também.

— ... mãe, quando tudo acabar, eu a libertarei. Fina também. Aquela criança é minha irmã. A partir daqui, quero que ela viva mais liberdade.

Ao ouvir isso, a rainha riu.

— Aha, ahahaha! Aileen, você está enganada.

Nas palavras da rainha, os cavaleiros olharam para Aileen. Segurando-os com um aceno com a mão, Aileen conversou com a mãe:

— Um equívoco? O que você quer dizer com isso?

— É simples. Você não compreende quem é Fina. Aquela criança entende bem. Embora pareça que você goste de se mover nas sombras. As conversas sobre seu casamento com Aleist... você sabe quem foi que trouxe isso à tona?

Aileen olhou entre Fritz e o rosto da rainha.

— Então você quer me dizer que aquela garota fez uma coisa dessas?

A rainha falou com Aileen:

— Tenho certeza de que não haverá uma próxima vez, então lembre-se disso. Conflitos entre irmãos não são restritos à casa real, são um conto que você pode encontrar em qualquer lugar. A Fina que você acha tão adorável pode se tornar um animal selvagem, entendeu?

Aileen, sem expressão, levou Fritz e os outros para fora da sala, deixando cavaleiros para vigiar.

"Aquela garota... fez uma coisa dessas!"

Sentindo que fora traída, Aileen caminhou pelo corredor do palácio. Levando seus cavaleiros, ela deu uma ordem seguida de outra.

— Reúna todos os membros principais de uma só vez. Os cavaleiros branco e negro devem estar aqui para receberem suas medalhas. Ambos têm papéis vitais, certifique-se de chamá-los sem falhas.

Fritz observou os cavaleiros seguirem as ordens de Aileen. Enquanto ele deveria ser o capitão da guarda real, todos os seus homens seguiam as ordens de Aileen.

— Aileen, o que exatamente está acontecendo? Quando o Império Gaia está invadindo, por que o palácio está tão...

Ela levantou o que era quase uma insurreição1. Não, isso era uma insurreição.

Aileen sorriu para Fritz.

— Está tudo bem, Fritz-sama. Eu sem dúvidas vou realizar seus sonhos.

Depois de chegar tão longe, Fritz sentiu algo aterrorizante no sorriso de Aileen. Mas, estando tão envolvido, Fritz havia perdido a opção de fugir.


Tendo se aventurado na capital para receber uma medalha, Rudel chegou à frente das instalações de treinamento dos dragoons.

Era um lugar que ele parava pela primeira vez em algum tempo, mas os que o esperavam eram cavaleiros preparados para a batalha. Seu capitão da brigada Oldart Billums e o vice-capitão Alejandro Campbell.

Os outros dragoons também estavam se preparando para a batalha, esperando a chegada de Rudel.

Rudel viu seu colega Luxheidt Aiguille fazendo um gesto de desculpas por trás da brigada de dragoons em plena formação de batalha.

Bennet, que o acompanhara ali, também ficou perplexa com a situação.

Em primeiro lugar, Rudel apareceu para treinar com Enora. Mas quando ele chegou, encontrou os dragoons se preparando para a guerra.

É claro que isso o confundiu.

Não compreendendo nada, Rudel perguntou ao capitão:

— Capitão, do que se trata tudo isso? Você precisa que eu faça alguma coisa?

O autoproclamado charmoso em seu auge, Oldart, mostrou um sorriso beligerante enquanto falava com Rudel.

— Não, sabe... nós apenas vamos colocar algumas restrições no maldito tolo que colocou as mãos no ídolo da brigada de dragoons. Nós só vamos esmagar um novato que está se achando só porque ele é um pouco forte. Isso não é um rancor pessoal nem nada do tipo.

O vice-capitão com uma cicatriz no rosto, Alejandro, falou:

— … andando com beldades por aí, um cara que está em posição até de pôr as mãos na minha filha. Não há como eu ignorar isso. Vamos esclarecer as coisas aqui e agora.

Pensando que estava havendo um mal-entendido, Rudel lançou um olhar para Luxheidt, que parecia ser o único ainda são.

— Desculpe.

Embora Luxheidt se desculpasse, ele parecia estar gostando da situação.

Ansiosa por seu treinamento com Rudel, Enora ficou profundamente irritada ao ver os outros membros da brigada atrapalhando.

— Ei, isso não é um pouco terrível demais? Vocês precisavam reunir esses números para enfrentar Rudel? Estamos um pouco ocupados aqui.

Fingindo calma, talvez Bennet estivesse um pouco assustada, pois seu rabo se encolheu.

— É-é isso mesmo. Além do mais, o uso de dragões para assuntos pessoais é estritamente proibido. Capitão, isso com certeza não é bom.

Rudel cercado por mulheres.

E Rudel com mulheres o defendendo.

A vontade da brigada de dragoons tornou-se uma.

Oldart disse:

— Não brinque comigo! Bennet-chan, você tem que acordar! Aquele homem é um lobo!

Ao ouvir isso, os ouvidos de Bennet caíram. Afinal, Bennet era uma demi-humana, uma loba, e ele fez parecer como se...

— ... eu faço parte da tribo dos lobos.

Assim que ela disse isso, Oldart começou a inventar desculpas. — Homens são todos lobos em pele de cordeiro. —, disse ele, suando.

Enquanto isso, Alejandro falou:

— Você deveria ter um melhor discernimento para homens! Estamos falando de Rudel. Aquele Rudel!

Sendo descrito assim, Rudel ficou com uma expressão duvidosa enquanto olhava para Izumi, que ficou em silêncio o tempo todo. Tentando ficar fora disso, Izumi parecia realmente relutante em receber aquele olhar.

— Ei, eu sou mesmo tão terrível?

Izumi respondeu:

— Em um sentido diferente, você é consideravelmente terrível. Não, acho que você é um cara muito bom, em geral.

— En-entendo!

Vendo Rudel encantado com o elogio de Izumi, Enora pareceu descontente e Oldart soltou um grito:

— Você não precisa se atentar aos detalhes! Estamos bem aqui, e Rudel também! Assim, só há uma coisa a fazer!

— Vamos te mostrar o inferno!

— Hoje é o dia em que você morrerá!

— Enterre esse maldito!!

Respondendo aos gritos de seus dragoons, os dragões também rugiram e subiram aos céus. Montando seus dragões, os dragoons dançavam no ar.

Oldart falou com Rudel:

— Rudel, vamos acabar com você. Venha aqui para cima.

Assim que ele disse isso, ele voou para o céu, e os dragoons começaram a voar como se quisessem desenhar um círculo.

Vendo isso, os olhos de Rudel começaram a brilhar.

Enora falou:

— Esses números são um pouco demais. São mais de vinte dragões. Rudel, vá para casa hoje.

Bennet também estava preocupada.

— Este é um assunto pessoal. Não haverá problema se você recusar.

Ela parecia preocupada com seu subordinado Rudel.

Izumi olhou para as duas preocupadas enquanto falava com um rosto resignado:

— Não há nada que possamos fazer quando ele fica assim. Rudel, certifique-se de não se machucar muito. Será ruim se você for hospitalizado antes de receber sua medalha.

Rudel sorriu.

— Tá, deixe comigo... mas é que quando meu inimigo está tão sério, seria rude não ficar sério, não seria?

Ao dizer isso, Rudel sorriu e assobiou.

De um grande buraco perto da instalação, o dragão branco Sakuya colocou sua cabeça para fora e rugiu. Os dragões que voavam pelo céu rugiram fracamente em resposta.

Sakuya pousou diante de Rudel e deu-lhe as costas.

Um Rudel sorridente montou nela em um instante. Quando ele subiu no ar com Sakuya, Bennet suspirou.

— Você está em verdadeira desvantagem com esses números. Vou te dar uma mão. Heleene.

Quando Bennet chamou seu dragão, um belo dragão azul desceu até o chão. Em sua boca havia uma massa de carne que ela havia adquirido de algum lugar.

Parecia que ela estava no meio de uma refeição.

Depois de esmagar a carne desossada nos dentes e engoli-la, ela dirigiu as costas para Bennet.

Enora também.

— Eu também posso... Falk, venha aqui!

Aparecendo em resposta a essa voz estava o dragão do vento Falk. Abrindo suas grandes asas, ele rugiu e, uma vez que Enora ficou de costas, ele subiu para o céu.

Vendo tudo isso, Izumi soltou um suspiro profundo.

— Hah, acho que eu deveria começar a correr.

Ela disse enquanto fugia do local.


No céu, os dragoons voavam ao redor do dragão branco.

— Merda! Ela não vai cair!

— Ela é muito resistente!

— Ei, alguém tem que parar as outras duas!

Como uma subespécie do dragão gaia, uma espécie que enfrentava dificuldades no combate aéreo, Sakuya bateu suas quatro grandes asas brancas.

Com o dobro do tamanho dos dragões cinzentos que compunham a maioria dos dragoons ela mantinha um nível diferente de intensidade. Como essa expedição não conseguiu recrutar nenhum gaia ou dragões vermelhos, eles não tinham meios de causar danos reais.

E esse dragão estava sendo protegido pelos dragões de Bennet e Enora.

Embora Bennet pudesse ter um bom desempenho em batalhas terrestres, no ar, ela exibia habilidades inferiores à um dragoon mediano. Independentemente disso, ela estava acompanhada por um dragão da água selvagem.

O dragão do vento de Enora usava sua velocidade em combate aéreo para se manter superior.

Contra esses três dragoons, as forças de Oldart somavam mais de vinte.

Mas mesmo com uma força quase sete vezes maior, eles não conseguiram ferir Sakuya, que sofria em combates aéreos.

— Não, ela está forte demais! Não era assim antes!

Quem respondeu à voz de pânico de Oldart foi Bennet:

— Eu fiz o meu melhor para treiná-la!

Olhando para a resposta de Bennet cheia de confiança, Oldart disse:

— Bennet-chan é mesmo fofaaaa, mas Rudel... eu não vou te perdoar!

Sobre as costas de Sakuya, Rudel bloqueou os ataques de sopro que vinham ao redor com seus escudos de luz. E se um dragão chegasse muito perto, seria golpeado pelos braços enormes de Sakuya.

"Planejei espancá-lo para mostrar que ainda há pessoas melhores, mas... então ele ficou tão forte."

Mesmo sendo ele quem criou esse tumulto estúpido, Oldart ficou impressionado com o crescimento de Rudel. Ele estava convencido de que sua própria decisão não havia sido um erro.

"Não foi um erro deixá-lo com os mais fortes em terra e ar, Bennet-chan e Keith. Maldição, se Keith pudesse devorá-lo no meio do processo. Mas poder apreciar Bennet-chan, me faz querer pegar leve."

Diante de Rudel, para quem dragoons normais já não eram páreo, Oldart mostrou um sorriso.

"Quão forte ele vai ficar?"

Oldart e seu dragão deram uma volta em torno de Sakuya enquanto ela continuava estagnada, afastando qualquer dragão que chegasse muito perto. Olhando com mais atenção, havia também uma batalha de dragões entre pai e filha.

— Enora, pare já com isso!

— Você é quem deveria desistir!

Os dragões do vento estavam realizando um jogo de perseguição.

Voltando os olhos para Bennet, ele viu que ela mantinha uma distância moderada de três dragões, se mantendo na defensiva para mantê-los no lugar.

"Hah, eu queria estar ali. Mas não podemos deixar este aqui assim."

Oldart olhou para Rudel e emitiu ordens para seus subordinados:

— Não se aproximem, continuem circulando e lançando ataques! Vamos ver quanto tempo Rudel aguenta!

Então, com um sorriso de loucura nas costas de Sakuya, Rudel parecia encantado.

— Era exatamente o que eu queria!

Ele disse uma coisa dessas.

"… ó meu Deus, esse cara é assustador."

Pensou Oldart.


Era uma torre para isolar a realeza.

Dentro daquela prisão feita pela realeza havia uma luxuosa cela.

O quarto tinha uma cama macia, um tapete se espalhava no chão. Todos os móveis estavam limpos e as estantes de livros também foram organizadas.

Mas elas não continham livros.

Fina olhou para o quarto.

— Santo Deus, para me jogar em um lugar como este.

Ela disse e deu um suspiro.

Havia barras de ferro atravessando a janela da qual a luz entrava. Era impossível para Fina sair através delas.

Do outro lado da porta de entrada havia duas cavaleiras vigiando. Sentada no sofá, Fina pensou no que aconteceria agora.

— ... eles vão me deixar cuidar dos animais, não vão? Eu deveria fazer um pedido.

Em sua vida de tédio, ela pensou no que lhe daria calor. Mostrando uma quantidade surpreendente de calma, não era como se Fina nunca considerasse que as coisas chegariam a isso.

— Espere um segundo... se eles vão me trancar assim, isso significa que eu não tenho que trabalhar e posso gastar todo o meu tempo brincando com animais fofos, certo? Ora essa, minha nossa! Isso pode ser incrível!

A Fina sem expressão se levantou, erguendo as duas mãos enquanto pulava de alegria.

— O primeiro deveria ser um cachorro, talvez? E então um gato...

Assim que suas fantasias se expandiram, uma batida veio da porta.

Antes que ela pudesse responder, a porta se abriu.

De pé estava sua irmã mais velha, Aileen.

Conduzindo seus cavaleiros orgulhosos, ela apareceu diante de Fina com um sorriso.

"O que é isso, ela apareceu sem demora."

Fina parou de dançar e fez uma reverência para Aileen e Fritz.

— Faz muito tempo, irmã.

Aileen fez sinal para ela se sentar. Havia mesas preparadas com um sofá no meio, e depois que Aileen se sentou primeiro, Fritz ficou na diagonal atrás dela, mantendo-se cauteloso com Fina.

Se algo acontecesse, ele parecia pronto para atacá-la.

"Trazendo seu cavaleiro favorito, parece que alguém está se divertindo."

Enquanto ela queria reclamar, Fina se segurou e sentou-se diante da irmã. Assim, Aileen ofereceu um pedido de desculpas:

— Tudo isso está acontecendo tão rápido que não encontramos alguém para cuidar de você. Não posso servir chá, desculpe, Fina.

Fina balançou a cabeça.

— Não se preocupe com isso. E então? Posso perguntar por que você me chamou aqui, irmã?

Sabendo que Aileen faria um movimento, Fina sabia que esse dia chegaria. Claro, ela pretendia que fosse sua irmã trancada na torre real em vez de ela mesma.

"Bem, as brigas de família são algo comum para a realeza e os nobres. Talvez eu tenha sido um pouco ingênua. Pensei que meus preparativos seguiram um caminho considerável."

O rosto de Aileen mudou de um sorriso para uma expressão mais séria, enquanto ela explicava a situação atual:

— Fina, o pai desmaiou. Por sorte, não há perigo para sua vida. Mas ele está com dificuldades para falar. Para piorar, o Império Gaia fez a sua jogada. Você não acha que alguém tem que se encarregar de uma situação dessas?

Fina ouviu sem nenhuma expressão.

Mas ela fechou os olhos.

"Ahhhh, eu acabei de ficar acordada a noite toda, estou com sono. Eles nem me deixaram dormir na carruagem. Eu quero tomar um pouco de café. Uma xícara deve me ajudar."

Ela estava pensando em algo completamente diferente, mas Aileen sabia que a expressão de Fina não mudaria e continuou.

Talvez ela achasse que a garota estava aceitando com humildade.

— Se mostrarmos fraqueza em tal crise, os arquiduques tirarão vantagem de nós. Então eu decidi assumir o comando. Mas mesmo que eu possa suprimir o palácio, não posso fazer nada sobre as brigadas de cavaleiros ou o exército. Então, vou pedir ao Fritz-sama que faça o seu melhor.

O olhar de Aileen voltou-se para Fritz. Fritz estufou o peito assim que ficou diante dela.

Fina…

"Ei, ei, você tem certeza disso? Ele não tem nenhuma experiência em liderar uma grande força, tem? Além disso, ele não tem conquistas para alguém o reconhecer."

Fina abriu a boca:

— ... o que aconteceu com a mãe. Além disso, começando pelas três casas dos arquiduques, um grande número de nobres não ficará satisfeito com Fritz.

Aileen estreitou os olhos e assumiu uma expressão bastante descontente.

— Por enquanto, não posso me incomodar em cuidar de tal coisa. Além do mais, temos muitos que irão cooperar conosco. Fina, o atual Courtois está errado. Os nobres só pensam em si mesmos, ignorando as pessoas...

Fina pensava o mesmo. Mas tudo com que concordava foi com a parte de Courtois estar errado.

Certo, elas mesmas estavam incluídas.

"Nós confiamos demais nos dragoons. Um ambiente de terra abundante vigiado por dragoons poderosos... os países vizinhos prepararam várias coisas para se oporem a nós, mas não fazemos absolutamente nada. Não temos príncipe para suceder ao trono, Courtois está cheio de problemas... é mesmo um aborrecimento."

Aileen informou Fina de como os nobres de Courtois eram decepcionantes e da dor que causavam ao seu povo.

E usando isso como uma oportunidade, Aileen disse:

— Com um plebeu com as realizações de Fritz como uma oportunidade, Courtois passará por uma grande mudança. Não será mais pessoas para o país, mas um país para o povo. Precisamos fazer deste país um país onde todos sejam iguais, e enquanto você for qualificado, você será reconhecido.

Se Fina pudesse fazer alguma expressão, ela estaria rindo. Além disso, com um sorriso depreciativo no rosto.

Mas as palavras que saíram de sua boca:

— Você tem razão. Isso é importante. Penso que avaliar pessoal talentoso e atribuir-lhes papéis de destaque é importante. É só que, não concordo que Fritz-dono seja o representante disso. Ele não tem nenhuma conquistas.

Aileen permaneceu descontente.

— ... ele só precisa começar a construí-las agora.

Ela disse.

— Irmã mais velha, não há absolutos na guerra. Fritz-dono.

Fina dirigiu os olhos para Fritz. Ele pareceu um pouco surpreso, mas respondeu no mesmo instante:

— O que foi?

— A guerra de agora... você acha que podemos vencer?

Fritz estufou o peito assim que declarou isso de forma clara:

— Vamos vencer. Usando essa chance que Aileen me deu para provar que até um cidadão comum pode ascender na nação de Courtois é um dever para mim.

— É mesmo? —, disse Fina antes de olhar para baixo.

Aileen falou para a irmã:

— Fina, você vai cooperar comigo, não vai? Na academia, você interagia não apenas com os nobres, mas também com os plebeus. Você consegue entender como eu me sinto?

Enquanto procurava a aprovação de Fina, Aileen parecia estar tentando aumentar seus aliados.

O que Aileen falou estava correto. Fina também queria tornar o sistema mais meritocrático do que o atual.

Não era como se ela não visse a necessidade de reformar Courtois, que dependia tanto dos dragoons que se arruinou.

Mas essa não era a hora.

Não havia chegado a esse estágio.

Essa foi a conclusão de Fina.

Fina olhou sem nenhuma expressão para sua irmã Aileen enquanto falava.

— Vou ter que recusar, irmã (Um país para o povo, hein. Isso está errado, irmã).

Vendo a expressão de descrença de Aileen, Fina pensou:

"Não são pessoas para o país ou um país para as pessoas. São necessários os dois lados para um país prosperar. Como eu pensava, nós duas somos incompatíveis."

Fina decidiu se despedir de Aileen.


Rudel chegou ao palácio.

Era para receber suas medalhas de guerra.

No passado, ele salvou uma cidade atacada por monstros. A confusão sobre a arma milenar de Celestia estava enfim acabando, e o Reino de Celestia enviou algumas palavras de gratidão.

Ao recebê-las, Rudel e Aleist também receberiam algumas medalhas.

Rudel raramente ia ao palácio, ele não conseguia se acalmar enquanto olhava em volta.

A inspetora que o acompanhava, Izumi, fez uma pergunta:

— Qual o problema? É raro vê-lo tão inquieto.

Os arredores eram os mesmos, mas Rudel sentiu uma espécie de formigamento em sua pele.

— Não, não é isso. É que esse, esse tipo de...

No meio da conversa, Rudel viu Aleist no corredor e o chamou. Conduzindo suas subordinadas, por alguma razão, Aleist estava segurando materiais de limpeza.

— Ah, bom dia.

Izumi fez uma cara de dúvida.

— Faz um tempo desde a última vez que te vi assim. Em vez disso, você não deveria receber algumas medalhas hoje, Aleist?

Aleist concordou com a cabeça.

— Isso mesmo. É por isso que tenho que terminar meu trabalho antes disso. Depois disso, só tenho que voltar para a sala e me preparar.

Deixar a limpeza do palácio para o herdeiro de uma Casa de Conde era uma história bastante peculiar.

Além do mais, Aleist era o cavaleiro negro.

Rudel falou:

— Aleist, o palácio parece estranho, aconteceu alguma coisa? Sempre parece assim?

À pergunta de Rudel, Aleist respondeu:

— Não, ouvi um boato de que sua majestade desmaiou. Mas existem muitos outros rumores estranhos, e não posso contar o que exatamente aconteceu.

Enquanto Aleist parecia perturbado, — Entendo. —, disse Rudel, enquanto decidia entrar na sala de espera.

— Eu vou na frente. Você vem mais tarde, certo?

Enquanto ele dizia isso, Aleist assentiu com um sorriso.

— Isso mesmo. Mas não consigo me acostumar a andar pelo palácio sem essas roupas de trabalho.

Vendo a risada de Aleist, "Isso é realmente algo bom?", pensou Rudel, mas ele ficou calado.

O homem em questão parecia gostar do seu trabalho, e ele teve a sensação de que não era algo para alguém de fora se intrometer.

— Estarei esperando.

Assim que Rudel disse isso e seguiu em frente com Izumi, Aleist acenou com a mão.

— Sim, eu estarei lá antes que você perceba.

Ele respondeu.

Quando eles se separaram do grupo de Aleist, Izumi começou a rir.

Rudel pareceu intrigado.

— Algo engraçado aconteceu?

Enquanto ele perguntava, Izumi balançou a cabeça com um sorriso.

— Não, eu só estava pensando que você e Aleist se tornaram bons amigos. Eu apenas pensei que isso era estranho.

— Você acha?

— Eu acho.

Sendo informado por Izumi, Rudel se sentiu um pouco estranho ao coçar o rosto com a ponta do dedo.

Ao mesmo tempo, a atmosfera do palácio ainda o incomodava por algum motivo.

"Tenho um mau pressentimento sobre tudo isso. Espero que não aconteça nenhum problema."


Nota

1 – Uma rebelião, ou insurreição, é um processo político-militar em que um grupo de indivíduos decide não mais acatar ordens ou a autoridade de um poder constituído. Para haver uma rebelião, é preciso que antes haja necessariamente um poder contra o qual se rebelar. Em Política, as rebeliões são geralmente tratadas como contestações subversivas da ordem vigente, a princípio ilegítimas, e não ganham legitimidade até conseguirem derrotar o poder constituído. Uma rebelião armada, mas limitada, é uma insurreição, e se o governo estabelecido não reconhece os rebeldes como beligerantes, então eles são insurgentes e a revolta é uma insurgência. Em um conflito maior, os rebeldes podem ser reconhecidos como beligerantes sem que seu governo seja reconhecido pelo governo estabelecido; nesse caso, o conflito se torna uma guerra civil.



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