Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 190: Torrando os Ossos Espirituais(3)

— Lorde!

Zara treme, incapaz de se mover para frente. As ondas de energia eram muito grandes, e estavam partindo a terra ao redor.

O corpo de Mythro começa a rachar ainda mais, as linhas cruzavam e conectavam. Mas um momentum estranho também se construía em seu corpo.

Parecia que algo estava prestes a se romper, mas não sendo necessariamente seu corpo.

Sua cultivação parecia estar rompendo alguns limites, e isso também estava acontecendo do nada no corpo de Grásio, Núbia e Suife.

A baleia que antes estava com um olhar maníaco de destruir Mythro de uma vez por todas, muda sua expressão pra incredulidade.

Suas nadadeiras começam a puxar seu corpo para frente. Seu Semblante é invocado e ele toma o Vaso Colhedor da Morte em suas nadadeiras espirituais e começa a jogar ainda mais energia.

— Acho que a morte dos seus pais foram uma benção dupla. Para você, e para mim... Atravessar para o terceiro reino ia precisar de muita energia e talvez meses para poder compreender e atravessar o gargalo...

— ... Para outros é claro. Eu já tenho a compreensão, a cosmicidade... só faltava a energia.

Quatro pilares enormes de energia explodem do corpo dos seres divinos(Yibang e Yabang também são divinos, mas eles não são o “grupo original”).

O Mar da Baleia treme em reverencia, a terra floresce, e as árvores dão frutos. Lótus negras e douradas se abrem com os mistérios do renascimento cármico, e se fecham com a semente do Principado.

O Semblante Espiritual de Mythro, Suife, Grásio e Núbia se manifestam. É possível ver os Ossos de Segundo Plano brilhando e uma explosão ocorre neles.

Então, como pequenas ondas, líquida energia é produzida. Ela se converge até se tornar um pequeno osso.

Os de Grásio e Suife são dourados escuros. De Núbia, dourado e o de Mythro é incrivelmente, um pedaço de cristal azul metálico!

— Terceiro reino! Os Lordes quebraram dos limites da Condensação de Anima, e foram direto para a Sobreposição de Anima.

O Semblante Espiritual de Mythro se ergue no ar. Suas mãos se tornam enormes e as juntando, ele manda o Semblante Espiritual da baleia voando!

A baleia cospe sangue de sua boca, e ela toda cai no jovem Hipernova.

A força transbordando de Mythro e os três cavaleiros do apocalipse não era brincadeira. Núbia colhe o Vaso Colhedor da Morte no ar e começa a refiná-lo.

Ela ia tomar ele aqui e agora da baleia. Como ultimo recurso, ela invoca os esqueletos de seus pais e os joga contra a margem.

Mas Grásio aumenta seu tamanho, e agora sendo capaz de voar, ele simplesmente enrola os esqueletos e os destrói por completo.

Perdendo a conexão que tinha, a baleia novamente derrama seu sangue no corpo de Mythro.

Seus olhos se tornam vermelhos de raiva e ódio. Com as últimas gotas de Sangue Espiritual que ela tinha, ela faz seu último sacrifício.

Ela invoca seus quatro pedaços de Ossos de Terceiro Plano, e os começa a absorver. Ela estava tentando atacar o quarto reino, aqui e agora!

Mas sem minério, ela estava apenas tentando gerar energia para um último ataque! Ela sabia que não tinha mais chances, pois mesmo que o menino a sua frente morresse, ela teria que lidar com os outros três.

Porém, valeria toda a pena. Pois foi ele que fodeu com tudo! Se ele não tivesse preparado diversas estratégias e métodos de lidar com seus ataques, eles teriam sido derrotados desde o começo.

Que tipo de seres podiam se proteger contra a grande maré que ela invocou? Apenas aqueles no terceiro reino, e que pelo menos tivessem a mesma origem que ela, se não, ela seria uma verdadeira Deusa da Morte para os mortais do Ventre das Fadas.

Em poucos meses ou anos, ela teria direito de atacar o Quarto Reino com perfeição. Ela subiria desses confins e mataria tudo e a todos, colhendo a energia que eles cultivaram suas vidas todas no Vaso. Ela reinaria suprema!

Com os conhecimentos de como atacar os próximos reinos também, ela poderia eventualmente até sair deste lugar imundo.

Sua ancestral era jovem e viajava com seus pais para expandir seus horizontes. Mas numa caçada feita por sectos das Areias Douradas, seus pais morreram e a ancestral caiu ferida no Ventre.

O caso é que a mãe de sua ancestral estava grávida, e antes de ser morta pelos caçadores, se mutilou e deu suficiente energia para a filha prematura viajar com a mais velha.

A ancestral caiu em um dos mares do antigo “real continente”. A luta por sua carne e sangue fez o céu chorar e a terra adoecer de tanto sangue e morte que foi causada pela ganância dos cultivadores.

No tempo, o Plano Aquático era um secto poderoso, que conseguiu expandir muitas suas forças com os produtos orgânicos da baleia. Mas seu maior achado foi a pequena baleia prematura, e o que estava protegendo a todo momento seu corpo não completamente formado... O Vaso Colhedor da Morte!
Quando eles finalmente conseguiram tomar o vaso para si mesmos, eles abriram a placenta que ainda protegia a pequena baleia, e para sua surpresa, era um casal gêmeo.

Eles gastaram recursos que faria uma vila do oeste de fora se tornar um clã do oeste profundo para preservar a vida das jovens baleias. Depois disso, criaram como suas guardiãs e maiores armas de guerra.

As duas baleias preservaram sua espécie, única no Ventre das Fadas, através do incesto. Tanto para pagar a divida de vida que elas tinham com o Plano Aquático, como para não deixar os esforços de sua mãe morrerem em apenas uma geração.

E assim, eles procriaram até terem um casal para continuar a linhagem. Em algumas gerações, havia duas fêmeas, dois machos...

Até a presente geração em que a fêmea simplesmente não se sentia na obrigação de continuar em um clã abandonado, e conspirou contra os pais, quebrando as tradições de sua raça no Ventre das Fadas para talvez, voltar para Tarthia, ou simplesmente reinar suprema no planeta.

A baleia bate suas nadadeiras com todas as forças no chão, e sua enorme boca engole Mythro. Seu corpo começa a emitir Vapor.

Zara se desespera. Foi o ataque que destruiu todas as magias de uma vez!

Mas o ataque exterior não acontece, e das feridas do seu corpo sangue e vapor começam a vazar.

— Ela se auto flagelou? — Um instante de realização atravessa os olhos da jovem Oni, e ela grita — Não, LORDE MYTHRO!

O Semblante da Baleia começa a se tornar ilusório, e até mesmo tribulação celestial começa a se juntar.

Quando um cultivador atacava o Quarto Reino, mas não tinha sucesso, os céus os castigavam. A coroa quando era criada, recebia bençãos celestiais para poder ser construída com mais rapidez, já que em sua formação ela podia ser roubada.

Por isso, os céus abriam seus ouvidos e coração para ajudar alguém que atacasse o quarto reino. Mas caso esse chamado fosse em vão, ele os puniria.

Também tinha o outro lado da moeda, caso a coroa realmente recebesse a tentativa de roubo, os céus puniriam o assaltante.

Roubar a coroa em formação era ofender não só o cultivador em questão, mas o próprio céu.

Mas era estranho ter chegado a esse ponto, sem minério isso não poderia ser chamado nem de meia tentativa.

A baleia também não tinha nem Sangue Espiritual dentro de si para poder criar uma verdadeira ponte para atravessar os reinos.

Mas ainda assim um céu de nuvens negras se formará.

— Sr Suife, faça algo. Pelo amor de deus, ajude o Lorde!

Zara cambaleia na direção de Suife, aos prantos ela cai aos seus cascos. Mas o Cavalo Jade Negra não se move.

Arkab atrás do forte, apenas fica com seus joelhos no chão. Ele não consegue imaginar de forma alguma seu Lorde sendo comido vivo. Ele começa a pensar se eles não foram atacados por alguma ilusão quando atravessaram para o Campo onde conheceram Lilati.

Raios e Relâmpagos se acumulam nas nuvens. Elas se chocam e fazem ruídos, como se uma luta estivesse prestes a começar. Como o trotar de milhares de cavalos em um campo de guerra.

— Isso é... A magia do Lorde... Céu Apocalíptico, Tribulação... Proferida...

Alura se levanta, se apoiando contra a parede de terra do forte. Ela toca no ombro de Arkab, que acorda de suas desilusões.

O Semblante da Baleia começa a encarar as nuvens de maneira estranha. Uma ira toma seu rosto, e ela começa a rasgar o próprio corpo como se odiasse profundamente algo dentro.

O corpo da baleia começa a chorar e gritar de dor. Sua cultivação viva estava a destruindo! 

Pedaços de carne que fariam diversas vilas no Abismo sobreviverem por semanas são jogados ao ar.

Eventualmente, uma voz pode ser ouvida do corpo da baleia.

— Descensão da Morte.

Os relâmpagos e raios somem por um segundo. Então, como uma onda, eles se juntam em um único ponto e um relâmpago cai direto no Semblante Espiritual.

Suife fica na frente de Zara, e sua poderosa energia cria um escudo na frente dos dois.

O Semblante e o corpo convulsionam, o cheiro de carne queimada ataca os sentidos de todos. Alura e Arkab que não tinham feito nenhum escudo começam a vomitar com o cheiro.

Um outro pilar de luz sobe neste instante. Núbia dominou por completo o Vaso Colhedor da Morte.

O Semblante é queimado até que seus Ossos de Segundo Plano possam ser vistos, e então o relâmpago os chamusca de azul para preto.

Mythro torrou por completo até os Ossos Espirituais da baleia. Núbia aponta o vaso para a baleia, mas nada é colhido.

Ela foi torrada para fora de existência!



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