Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 160: A quinta categoria de itens do leilão

Tudo estando em seu lugar, Munica inicia o leilão. Ela vai até o lado de um menino.

— Começaremos por este jovem... “Camilitia”.  Sua cultivação está no segundo reino, ele possui 7 Estrelas Cadentes. Preço inicial de 2 bilhões.

Uma pequena bagunça começa com clãs conversando entre si.

— Senhorita Munica.

— Ancião Helt Utis?

— Existe alguma doença os abatendo?

— Não que saibamos.

— Incapacidade cerebral?

— Não.

— Canais enérgicos em bom estado?

— Sim.

— Ora...

Mythro se vira para Machist, e pergunta o porquê desse pequeno interrogatório.

— Porque está caro.

— Caro?

— Um ser quase no segundo estágio da Condensação de Anima é realmente algo interessante, mas se fosse só isso... Veja, muitos morrem tentando formar a Placenta Anímica. Principalmente escravos, enquanto em seus clãs e tribos, eles cultivam corretamente, mas quando são vendidos, eles basicamente destroem a si mesmos quando chega a hora de formar uma placenta. Escravos são vistos como consumíveis. Eles valeriam mais se estivessem no início da Condensação de Anima, pois teriam mais tempo de vida, e portanto, mais tempo de servitude.

— Por quanto um escravo no início da Condensação de Anima seria vendido?

— Uns 5 bilhões. É o custo médio de trazer alguém do oeste de fora para o segundo reino antes dos 20 anos. O preço sempre depende da idade. Os quatro que foram trazidos junto com aqueles livros são jovens que tem dentro de 14 anos. O preço deles devia ser bem maior, o talento deles é realmente incrível, assim como o seu. Mas...

— Se for para alcançar o segundo estágio e se detonarem...

— Não valem nada. Além disso, com você já tendo comprado os livros, o valor deles diminui ainda mais.

— Vidas são baratas assim, hein?

Machist fica quieto. Ele sabe que independente do que ele diga, Mythro já têm suas conclusões.

Munica fica impaciente. Até que o pequeno NOVA levanta a mão.

— 2 bilhões e um.

Seu lance é o único.

O menino é levado até o lado de Mythro. Seu rosto é belo. Pele negra no tom de tronco de árvore. Cabelos cor de ferro puro.

— Acorde. Qual seu nome?

O menino retoma um pouco de sanidade. Sem olhar ele responde:

— Arkab Camilitiafso

— Filho de Camilitia? Camilitia deu pobremente nome para vocês. Minha irmã poderia ter feito melhor.

Arkab treme. Seus olhos retornam ao foco completamente. Todas as emoções que ele tentava fugir, retornam com seu foco, como se o seu pesadelo tivesse sido finalmente arrastado a seu subconsciente. Raiva, medo, dor, angústia, tristeza, ódio... Tudo entrelaçado e envenenando sua alma.

— Quem é você? Por que diz isso de Camilitia? Você vai humilhar a noss—

— Eu? Você me chamará de Lorde. Lorde Mythro Zumb’la. E sou mais que qualificado de falar sobre Camilitia. — O pequeno NOVA interrompe o menino.

— Mythro Zumb’la?

— Aquela é sua irmã?

— Sim, por favor, não a machuque. — O garoto tenta se levantar das correntes, só para cair.

— Não irei. Ela é mais forte que você, primeiramente. Você não está em posição de demandar isso.

A voz de Munica soa novamente.

— A menina Camilitia, preço inicial 2 bilhões e quinhentos milhões.

Levatando a mão e aumentando em um gradã, o pequeno NOVA compra a menina.

Ela é colocada ao lado do irmão. Seu rosto se levanta para encarar Mythro.

— Senhor, faça comigo o que quiser. Só não machuque meu irmão...

— Seu nome?

Olhando para a máscara de diamante, a menina treme ao dizer seu nome.

— Zara Camilitiafso.

— Zara, não machucarei nem você, nem seu irmão. Vocês quatro estarão comigo pelas luas a vir. Serão meus generais.

Mythro diz tudo em mensagem cósmica.

— Além disso, é Lorde. Lorde Mythro Zumb'la. Sou irmão de Camilitia, e não machucaria vocês.

Zara olha para o menino na sua frente, as palavras que ele diz repetem em sua cabeça e uma raiva sem controle começa a tomar ela. Ela se levanta, fazendo um giro para chutar. Mythro nem se levanta, Grásio pega a menina e a ataca no chão. Depois a sufoca até que perca a consciência.

— Precisarei educar vocês.

Assustado o menino se joga em cima da irmã. Todos veem a situação com certa calma. Alguns surpresos com a velocidade da Serpente em debilitar a menina.

— Lorde Mythro. Perdoe minha irmã, não a mate. É que Camilitia é a... nossa deusa... é nossa religião que o Lorde está brincando.

— Eu não estou brincando. Eu sei tudo sobre vocês. Sua raça. Porque seus cabelos tem cor de ferro, e seu sangue é pesado como aço. Sei que seu ancestral estava quase morrendo, um ser divino apareceu e salvou ele, compartilhando sua própria essência, gerando vocês em seu sonho. Filho de Camilitia(Camilitiafso).

Arkab fica trêmulo. Sua boca treme como se ele tivesse estado em água gelada por horas.

— Quem é você?

— Eu sou descendente de Xinma. Assim como sua “deusa”, e não me venham com papo de religião. Camilitia não vai salvar vocês, nem se vocês alcançarem o terceiro passo. Ela não pode entrar no Ventre das Fadas, mas eu — Mythro olha fundo nos olhos do menino, seus olhos dourados irradiando sua força — Eu posso tirá-los.

“A menina Munica já fez o lance do Boor”. — Gornn avisa Mythro, que se perdeu na conversa com Arkab.

 

— Que porra é isso?

Zou Uin deixa escapar seu espanto. Ao ver que a escrava nas correntes possui quatro braços. Uma das acompanhantes levanta a menina que em breve será vendida. Seu rosto é pálido como mármore branco, como nuvens sendo banhadas por raios de sol, como os grisalhos fios de alguém prestes a partir desta vida. Assim também eram seus cabelos, suas unhas, seus cílios e sobrancelhas. Seu corpo atrofiado, seco, seu rosto com lábios sem sangue, brancos como casulos de teia vazios, um nariz que mais parecia um focinho, e quatro pálpebras fechadas.

— 780 milhões!

Mythro fica surpreso. O lance inicial foi tão baixo assim?

“Ela explicou que, embora a cultivação dela fosse de seis Estrelas Cadentes, ela é completamente aleijada.”

Olhando ao redor, o pequeno NOVA vê primeiramente, muitos enojados. Mas seus rostos enojados mostravam até certo tempo depois de primeira impressão, algo que transformava homens em monstros.

— 1 Bilhão. — Mythro faz um lance, e traz todos para o chão.

— Jovem sábio. O leilão é para todos, por que não deixa algo para nós?

Um comerciante do leste, convidado do clã Ondas Barbáricas pergunta, se levantando. Ele abre os braços, indicando que faz isso por todos.

— Impedi vocês de participarem? Façam seus lances.

Grásio traz duas cadeiras para Arkab e Zara. O menino senta e, acorrentado, luta para colocar a irmã na cadeira. A Serpente Jade Negra o ajuda, e acorda a menina, agitando o fluxo de sangue. Acabando o serviço, ele olha para Mythro, surpreso sobre a dificuldade de alterar o fluxo sanguíneo da menina.

— Ora, Senhor Mythro...

— Não sei seu nome. Mas você tem cheiro do leste. Já disse o suficiente, e acho que todos sabem que quero estes quatro primeiros escravos, já que obtive os três livros. Se quiserem ela, façam seus lances, e claro, tirem o olhar de cio de vocês antes. Nem uma aleijada está segura da falta de hombridade de certos homens, nojento.

— Do que você está tentando incriminar este meu convidado, de sobrenome Zumb’la?

— Patriarca Caluf Uin. Se tiverem algum problema de como eu me porto, peço que resolvamos isso lá fora. Traga qualquer um dentro do primeiro estágio da Condensação de Anima do seu lado, e, se vencerem, prometo que compro ela para vocês, e ainda dou tudo que comprei neste leilão para o clã Uin. Isso se tiverem alguém em seus ranques que possa me enfrentar.

Caluf olha para todos ao seu lado. Da jovem geração, apenas seu filho foi convidado. Zou Uin cerra os dentes, mas sabe que contra Mythro ele jamais teria chance de sair vitorioso.

— Infelizmente, aqui não possuo alguém capaz de te derrotar. Mas com seu jeito presunçoso de “Imortal que desceu dos céus” você não vai durar muito. Sua arrogância um dia poderá te matar, seja pelas mãos de uma besta mágica faminta, ou em um duelo contra alguém mais forte. Existem dezenas de milhões de pessoas no oeste, achar que você é o tigre no topo da montanha pode ser uma visão até real, mas quando você deparar que sua montanha é a menor dos rochedos, você saberá como é pequeno.

— Bem, você não está errado quanto ao “Imortal que desceu dos céus”. Quem quiser um dia provar que minha montanha é pequena, sabem onde me encontrar. Creio que, se ninguém mais der lances, essa albina já pode ser considerada minha.

Munica mantém a imparcialidade na conversa. Se ela intervir demais sempre que o assunto for sobre Mythro, a própria reputação do clã da lua em ser justo para todos pode ser questionado, causando muitas perturbações no oeste profundo. Vendo que ninguém mostra desejo de dar mais lances, ela fecha o item.

— Vendida.

Grásio vai buscar a menina. Ele assusta as duas assistentes. Ele enrola a garota, que de tão fria parece morta, e a arrasta até o lado dos Camilitiafso.

— Lorde Mythro. Ela dá azar. — Arkab recua na cadeira, tentando manter distância.

— Ela não dá azar. Uma raça caçada por seu nascimento manchado, o mau karma que ela tem já foi pago por centenas de milhares de anos de sofrimento de todo seu clã. Olhem para ela como igual, pois ela será.

Os irmãos se entreolham e acenam. Enquanto Mythro discutia, Arkab falava com Zara sobre o que tinha descoberto até então de seu “mestre”. Com a raiva tendo ido, a menina pôde parar para pensar sobre sua atual situação, e que no momento, suas vidas estão nas mãos de alguém mais jovem até mesmo que ela.



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