Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 159: A quarta categoria de itens do leilão(2)

— Não é a toa. Com um surgimento manchado deste, ser alvo de escárnio era o mínimo a ser esperado. Não devem haver muitos deles por aí.

“Seus números são bem pequenos. Mas eles são usados devido aos seus contratos. Ai que entra a fonte de energia renovável. Eles podem, através da teia, conectar a energia de seus dantians com a de seus “mestres”. Isso pode criar uma sinergia, uma simbiose ou uma maldição. A simbiose e a sinergia podem andar de mãos dadas, e ao mesmo tempo separadas. A maldição é o que geralmente é tida como recurso de guerra, e uma das maiores formas parasíticas deles. Através de um contrato, o Pálido garante parte de sua força e energia para o contratando, até que não sejam mais necessários seus serviços. Como parte do acordo, ele pega um pouco da cultivação como pagamento. O problema é que, se ele não tiver um suporte bom o suficiente atrás de si, como um clã forte ou aliados poderosos, rumores de ter sua cultivação completamente sugada não são raros.”

 Munica dá tempo a todos, e começa a pedir lances.

— Lance inicial de 30 milhões para o primeiro livro. Lembrando que este valor é o de poder ter para si um escravo com habilidades únicas que pode servir para diversas atividades.

— 32

— 34 e 500

— 38

— 45

— 47

— 50!

Marcus Drak se levanta e diz fortemente:

— 75 milhões.

Muitos vacilam. O valor do livro deveria ser pensado também com o custo do escravo, que ainda não era certeza. Se alguém obtivesse o livro, mas não pudesse comprar o escravo... Pra que serviria o livro?

— 80 milhões.

O patriarca da Bestas Aliadas diz, sem hesitação na fala ou postura.

Marcus Drak abre a boca pra fazer outro lance, mas uma voz não madura o interrompe.

— 150 milhões. Por cada um destes três livros.

— Garoto, você está muito pra frente. Mal sabe cuidar de si mesmo, imagina de escravos.

— Sr Drak. Não se preocupe, qualquer um destes escravos na minha mão ficarão mais fortes que sua filha dentro de um ano, isso se já não forem.

— Jovem estúpido. Quem você acha que é? Ousando retrucar um rei do meio-oeste!

— Eu sou Mythro Zumb'la. E seu reinado borda apenas as terras do seu clã. Fora dele você mereceria o respeito de um sênior, isso se me tratasse devidamente como um junior. Como não é o caso, espero que não me entenda errado. Sua família tem se mostrado cada vez mais contra mim, creio que vocês não liguem para um oeste prosperando junto, mas sim sua família prosperando enquanto os vizinhos caem, assim podendo exibir sua dominância. Céus, que bom que nasci no abismo, e não sob seu mandato. Assim que você percebesse que tenho mais talento que sua filha, provavelmente teria me estripado, ou, assim como foi feito no ritual de fogo, aleijado parte da minha constituição para sua filha poder avançar na cultivação. Quantos já morreram no seu clã para poder encobrir o mau fruto que saiu da sua semente?

Não havia ninguém do clã Pira Anímica, mas se tivessem com certeza eles teriam entendido a agulha picando suas mãos.

— Fedelho do abismo.

— Marcus Drak, Mythro, já chega! — Machist se levanta, balançando seus braços que demandam que Drak se cale.

— Vocês do clã da lua permitem que uma criança espiã do norte fale assim de seus vassalos! Ouvi dizer que a vila dele está crescendo e logo poderá se comparar com um clã do oeste de fora assim que tiverem um ancião, ele desrespeita a hierarquia existente, cospe nos ancestrais do nosso povo ao investir seu poder como artesão em lixo da parte de fora. — Marcus olha para o clã Espada sob o Sol, depois continua —  Caluf Uin deveria ter demandado sua execução, não apenas travas de cultivação. Além disso, duvido muito que travas tenham sido colocadas nele, sua cultivação ficou presa por 4 anos e ainda assim ele está hoje, aqui, no segundo reino!? Esse moleque deve ser um filho bastardo do atual patriarca anfitrião!

— Já chega! Drak! Você está banido deste leilão e de todos mais que esta princesa for anfitriã. Eu te bano com uma das Três Delegações que a família real tem!

O leilão fica quieto. Drak aumenta sua aura, e ela começa a esmagar aqueles no segundo reino.

Os reis se levantam e ficam na frente de Marcus. Suas auras suprimem a dele e protegem o restante.

— Seu clã deve sair. — Laudis Tong olha fundo nos olhos de Marcus Drak.

— Vocês vão proteger aquele—

— Isso já passou de um mero incômodo. Qual seu real problema com o menino, Patriarca do Dragão Flamejante? — Helt Hong pergunta, seu rosto mostra uma sincera preocupação.

Assim como todos os outros reis. Se incomodar com um júnior talentoso trazendo mais poder militar para uma guerra de dezenas de anos é simplesmente insanidade. Se o garoto criasse rancor e fosse para o outro lado, em 10 ou 20 anos eles teriam que lidar com um norte ou sul ainda mais forte. Bem armados, e com um Sábio das lendas produzindo experts aos montes para seus ranques.

Drak dá o sinal para que seu clã parta. Juntando o que consegue de sua postura, ele pede desculpas para Munica. Antes de sair, no entanto, ele vira para Mythro, e o diz em mensagem cósmica:

— Eu sei quem você é de verdade... E sei que parte disso pode ser tomado.

Suas costas passam pela porta, e deixam todos no leilão mais relaxados. Munica se vira para o pequeno NOVA e depois para todo o público.

— Mais alguém vai querer competir pelos três livros?

Ninguém responde, e Mythro leva os três “Artes Guia do Dao”.

**

— Pai, vamos deixar as coisas assim?

— Mesmo que não fôssemos expulsos, ele teria levado os livros e os escravos. Não sei o que ele fez pro clã da lua, mas conseguiu 500 bilhões deles.

— Ele gastou 150 bilhões com seus mascotes no ritual de fogo. Recuperou 140 bilhões aqui ao vender as armas de segunda terra e mais 10 bilhões por ter vendido as tatuagens mágicas para o clã da lua. Depois vendeu por 950 milhões seus armamentos rúnicos e tirando 10% de tarifa do leilão ele ficou com 855 milhões. Ele tem 500 bilhões e 855 milhões, menos uma coisa ou outra que ele comprou... Ele deve ter 500 bilhões livres. O Sr disse que tínhamos 173 bilhões, certo?

— Sim...

— Gastamos 700 milhões hoje.

Mariana perto de seu pai era apenas uma menina comum. A parte distorcida de sua personalidade era apenas para inimigos do clã.

— Como está a assimilação de núcleo de fogo externo?

— Estou refinando bem o dantian do tio e da tia. Pai... Eles vão morrer?

— Já estão mortos. Mas não se preocupe. Meu pai também preferiu a mim em vez dos meus tios. O importante é ter alguém que possa levar o clã para frente.

— Aqueles livros, eram como o nosso tesouro?

— Provavelmente. Nossa relíquia familiar foi o que nos trouxe do oeste de fora para o meio oeste. Teria nos levado para o oeste profundo, se não fosse por aquele!

— Eu irei matar ele pai, no torneio do Rei Leão Esmeralda. Se não for no torneio, nas ruínas com nossos aliados.

— Não se preocupe, a morte do menino é coisa de tempo. Heralda, Tiago e Murilo irão se juntar com outros candidatos para poder se livrar dele.

— Tudo isso?

— É um plano que foi feito com a Pira Anímica, para deixar sem rastros.

— Os Mor não queriam Mythro vivo?

— Não diga isso!

Com seu pai gritando com ela, a menina começa a chorar.

— Somos traidores. Estamos aqui para entregar o oeste de bandeja para os inimigos. Quando o clã da lua cair, nós seremos os senhores desta terra. 

Um olhar vil e cheio de malícia vindo de Marcus Drak faz mortais espasmarem no chão, e cultivadores tremerem de medo, como se uma besta estivesse prestes a devorá-los.

**

— Mythro...

— Não se preocupe, Machist. Nem Drak, nem o Dragão Flamejante inteiro podem pôr a mão em mim. Saiba que se eles vierem atrás de qualquer coisa que possuo, irei transformá-los em adubo. Minha montanha é leniente para aqueles que não querem ser nossos inimigos, mas completamente criminosa se for para se vingar.

— As leis do oeste não permitiriam, mesmo que você conseguisse.

— Eu consigo. Mas não levantarei minha mão até que fechem o punho contra mim.

Machist suspira. Desde que ele conheceu esse jovem Sábio, sua vida tem sido jogada para cima e para baixo.

**

Outros quatro livros foram leiloados. Mythro comprou todos. Eram artes de cultivação e técnicas que podiam beneficiar a vila Chamto. Depois disso mais 12 livros foram apresentados e o pequeno NOVA comprou 7 deles. Com isso o poder da vila cresceria tremendamente. Todos ali sabiam que o jovem Sábio não precisava daquelas artes, mas sabia que sua facção estava crescendo e necessitaria de novas armas para poder subir na hierarquia do oeste.

— Com isso terminamos a categoria de livros do leilão. Iremos agora para a categoria de escravos, onde serão vendidas 8 vidas.

Sete pessoas com robes negros cobrindo seus corpos andam sendo levados por correntes. São guiados pela frente pelo assistente masculino de Munica. As duas mulheres levam em seus braços um corpo de pele esbranquiçada.

Eles são colocados de joelhos, um do lado do outro. Com exceção daquele que as assistentes carregavam, ela é colocada no chão, em posição fetal.

Os que podem levantam suas cabeças. Seus olhares vazios de qualquer vontade de viver.



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