Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BCzeulli e Heaven


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 108: Alcance Cósmico do Pavão Imperador(2)

O pergaminho se desdobra e flutua por alguns segundos. Então ele volta as mãos de Mythro.

As palavras estavam todas na língua ancestral. O pequeno NOVA as começa a ler.

Sua vinda a este universo traz alegria além do mesurável. Pequeno Altíssimo.

Foi apenas a primeira vez que o vi, e já sabia de sua ascendência, pois foi escrito em pedra pelo próprio Shagdi!

Esta é uma arte de Alcance Cósmico de alto nível. Chamada Pavão Imperador.

Seu real nome, de fato, não é Pavão Imperador. Mas foi a técnica que um velho amigo pavão meu utilizou para dominar quadrantes e ser reconhecido e combatido por dezenas de deuses do seu universo.

Espero que possa fazer com que esta arte seja revivida, e que a Cauda de Lanças seja reanimada nesta geração, para sempre mais!

Isto, encerra Karma e Cosmicidade minha, e passa para você.

Estes eram os primeiros detalhes do pergaminho.

“Isto é de alguém que reconhece sua origem.”

— Se conhece o Senhor Shangdi, não deve ser inimigo, certo?

“Podemos dizer que sim no momento.”

— Você já ouviu falar desse pavão?

“Com certeza. Cauda de Lanças, um nome simples, mas, com significado poderoso! O Pavão Imperador foi seu título, pois ele foi o Deus Pavão com maior notoriedade dentro deste infinito. Ele era uma criatura mística. Seu clã nasceu dos sonhos de Vishnu, e vive até hoje em um dos planetas do quadrante hindu.”

“… Cauda de Lanças foi a arte que o deu notoriedade. Você já viu um pavão antes, com sua bela cauda.”

— Sim.

“Seus títulos em seu quadrante são, As Pequenas Garudas de Vishnu, e, As Aves Protegidas por Hera, que era uma deusa de outro quadrante, e, que ao ver as belas aves, se apaixonou, e pediu que levasse metade do clã para sua própria galáxia.”

— E foi concedido?

“Sim. Vishnu e Hera são boas amigas. Já tive a oportunidade de vê-las junto com meu pai, quando ele se tornou um deus.”

O pequeno NOVA fica admirado. A única Deusa que ele pode ver foi Mutima. Na verdade, se outros pudessem fazer uma comparação, o único ser no primeiro reino que poderia ver um ser em um nível tão alto de cultivação seria o próprio filho deste Deus. Alguns Reis não podiam ver os deuses do próprio quadrante até que fizessem uma enorme contribuição.

“Ah, eu pude ver o Pavão Imperador. Ele foi um dos que foi com Hera. Lá, ele aprendeu o Dao do trovão com Zeus, e no seu coroamento como príncipe, se tornou um com o relâmpago divino do Senhor do Relâmpago Grego. A partir daí, ele fez com que cada uma das penas de sua cauda fosse como o próprio relâmpago divino, e, ao mover suas penas, que eram como relâmpagos, ele trucidava inimigos como tribulação celestial. Quando ele pisou no sexto reino, ele pediu a Hera que o levasse de volta para Vishnu. Hera aceitou e o trouxe de volta para sua terra natal.”

“Em sua terra natal, ele continuou cultivando, e se tornou um paragão para todos os outros. Como a raça ainda era jovem, eles tinham baixa cultivação, mas todos aprendiam sob a tutela de Vishnu, então todos eram muito poderosos. Os relatos dizem que houve um dia em que Vishnu foi atender a prece dos mortais, e neste dia quem visitou os pavões foi Shiva. O Pavão Imperador jovem viu seu poderoso tridente, e quis que suas penas fossem tão belas quanto os dentes do tridente. Um tridente tem três dentes, mas suas penas tinham apenas uma, por isso, ele cultivou Rajas(movimento) e construiu seu Grande Dao em cima deste dente. Suas penas se tornaram uma com o fluxo das estrelas, elas nasciam e se desprendiam antes que seus inimigos pudessem entender, elas seguiam um movimento próprio, ditado apenas pelo Pavão Imperador, e ninguém mais. Imagine relâmpagos se movendo como caudas, lhe caçando como tribulação celestial e se movendo como meteoros caindo em mundos em construção. Definitivamente assustador. Diziam que aranhas de cem pernas não se moveriam como ele com suas caudas.”

“Quando ele se tornou um Deus, ele já era uma lenda em todo o universo. Os pavões tiveram dias gloriosos, sendo liderados pelo Pavão Imperador. Ah, uma pena.” — Gornn para neste momento e suspira junto de sua última frase.

Mythro sente um pesar no suspiro de Gornn.

— O que aconteceu com ele?

“Um Senhor dos Deuses Acadiano tomou sua cauda, para fazê-la de colar.”

— !!

“Ah, se fosse apenas uma ferida física, ele poderia reconstruir seu corpo, mas, o Senhor dos Deuses tomou a essência. O quadrante Hindu ficou irado. Vishnu, Brama, e os outros Deuses se levantaram para guerrear. Mas o Pavão Imperador decidiu se isolar e pediu para seus Deuses que não houvesse guerra. Ela traria muitas mortes sem sentido.”

— Os Hindus não tem um Senhor dos Deuses?

“Eles tem sim. Quando Vishnu, Shiva e Brama se unem, eles se tornam um Senhor dos Deuses. Mas em guerras assim, mortais morrem, deuses morrem, imperadores e reis são mortos as dezenas e centenas. Uma guerra assim, mesmo se obtendo a vitória, é apenas uma vitória pírrica.”

— Porque as fadas não entraram no meio?

“Oh? — Gornn ri por um momento. — Porque não as beneficiava.”

Mythro para e pensa. O leão rubro o disse uma vez que as fadas eram seres de enorme ganância.

“Quando você aprender esta arte, espero que também acarrete o que ela traz. O Pavão Imperador escreveu apenas um pergaminho desta arte, segundo os relatos. Ninguém sabe para quem ele passou. Muitos acreditam que está com Vishnu, já que ele é o criador dos Pavões Místicos.”

— Então o Senhor Pavão passou para esse amigo dele, que agora passou para mim?

“Parece que este é o desfecho.”

Mythro se senta e, ao tentar ler o restante do pergaminho, ele se depara com outro fenômeno.

O pergaminho começa a se desfazer e virar diversos caracteres e runas. Elas caem em Mythro e atravessam sua pele, se tornando energia quando tocam suas artérias enérgicas.

Entrando em estado meditativo, ele começa a compreender os misticismos da arte.

Cauda de Lanças

Minha arte foi minha maior conquista. Onde estas asas iriam, elas iriam como o atirar de uma lança, fazendo eterno movimento(Rajas) por estas estrelas.

Ela se tornou minha arte de Alcance Cósmico quando me tornei rei.

Ela será dividida em três dificuldades:

9 caudas, 999 caudas, e 99.999 caudas.

A cauda pode ser formada por qualquer elemento, portanto que a pureza seja grande. O caminho a ser seguido, não precisa ser o do movimento, seu Dao é sua arma, e a cauda serve para mover seu Dao.

Minha intenção será a descrição de como formar a Cauda-lança.

O pergaminho se desfaz por inteiro, e, de dentro de um dos caracteres, uma pena exuberante se manifesta.

Ela tem mais de 300 metros e sufoca todas as existências na Gruta do Paraíso. Ela toca na testa do pequeno NOVA, e vai diminuindo até desaparecer.

Mythro continua em seu estado meditativo, atrás dele, o que seria uma pena, ou talvez uma lança, ou ambos ao mesmo tempo, começa a se formar.

**

Voando no alto, olhando através do teto da Gruta do Paraíso, um pavão observa o desenrolar dos eventos.

— Velho abutre. Você e eu escolhemos o mesmo vaso.

**

Após três dias diretos meditando, Mythro acorda. Ele abre seus olhos e uma forte intenção de Lança abrasa de seus olhos.

Ele levanta e invoca a lança dourada. A enguia sai de suas tatuagens e toma sua forma.

Ele dá um passo e estoca, e então a pressão do ar afasta as coisas dentro de uma área de 2 metros. Ele gira e move a lança de uma forma que antes ele não conseguiria.

“Muito bom. Você também melhorou sua maestria com a lança, foi uma pedra em dois pássaros.”

Mythro move sua cabeça para olhar para trás e vê que há uma cauda negra, com fogo e raios negros pairando sobre. Esta cauda, na verdade, é só uma pena. Uma pena de pavão.

O ocelo desta pena possui cor dourada, que brilha com grande furor.

Movendo esta cauda, o pequeno NOVA sente ao mesmo tempo uma sensação boa e forte, e outra pesada.

É como se parte de seu corpo negasse a existência desta cauda.

“Lembre-se menino, nós Arfozianos, filhos do grande Weh, já possuímos caudas.”

— Numroharr? — Mythro sabe que esta voz vem da pedra negra.

“Você entende isso?”

— Sim. Eu entendo.

“Esta arte não é ruim, por isso farei vista grossa à ela. Mas lhe proíbo de usar qualquer arte de aviação.”

Algo brilha dentro do corpo de Mythro, e a sensação pesada da pena desaparece.



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