Diários de uma Apotecária Japonesa

Tradução: Noelle Tokito

Revisão: Kessel


Volume 2

Capítulo 5: Chumbo

Por volta do anoitecer, Jinshi veio até ela com uma história extraordinária. — Sinto muito em incomodá-la — começou ele, o que já era algo notável por si só. Normalmente em qualquer ocasião, ele não parecia se importar com o quanto importunava Maomao. Ainda assim, aquela introdução teve o efeito de despertar o interesse dela.

A questão, ao que parecia, envolvia uma disputa relacionada a um conhecido de um conhecido de Jinshi. Algo que se aproximava, embora não fosse exatamente uma briga de família. Um artesão havia morrido sem transmitir seus segredos mais importantes aos seus discípulos, que por acaso, também eram seus filhos. Entre tais segredos, havia uma técnica que nunca fora revelada a estranhos.

— Então tudo o que precisamos fazer é descobrir a arte mais secreta desse ferreiro. Certo? — disse Maomao.

— Nossa, quando você coloca nesses termos, até parece simples! Mas devo dizer, você parece incomumente entusiasmada.

— Pareço? — perguntou Maomao, desviando o olhar.

Eis o que Jinshi lhe contara: o ferreiro tinha três discípulos, todos filhos de sangue e todos respeitáveis artesãos por mérito próprio. O pai havia recebido uma comissão especial do palácio e, com sua morte, falava-se que um de seus filhos poderia sucedê-lo.

O pai deixara um testamento, em que garantia uma herança a cada filho. Ao primogênito deixou uma pequena oficina; ao segundo, um móvel decorado por ele; ao terceiro, uma tigela para peixes dourados. 

O testamento também continha uma sugestão enigmática: Gostaria que vocês, meus filhos, sentassem juntos para compartilhar um chá, como faziam antigamente.

— Que testamento mais intrigante — comentou Maomao. Ela não sabia se deveria interpretá-lo literalmente ou se havia algo além disso.

— De fato. E, ao que tudo indica, é tão obscuro para os jovens quanto para nós.

Maomao assentiu pensativa. — Tenho que dizer, a divisão da herança não parece muito justa.

A casa principal da família ainda era ocupada pela mãe dos rapazes, portanto não fora incluída no testamento. Ainda assim, quando um filho recebia uma oficina, outro um móvel e o terceiro apenas uma tigela de peixes, era difícil não pensar que este último saíra em grande desvantagem.

— Você sabe algo sobre esse aquário?

— Receio que não. Mas, se está curiosa, pode visitá-los. Tenho o endereço. — Que bela preparação da parte de Jinshi. Ele devia ter previsto que chegaria a esse ponto.

— Então talvez eu possa ser dispensada por um tempo amanhã? — disse Maomao, lançando um olhar discreto a Suiren. A velha dama de companhia acenou como quem dizia divirta-se, mas Maomao suspeitava que sua carga de trabalho aumentaria mais do que nunca nos próximos dias.

A casa dos artesãos ficava além do extremo da grande avenida principal que cortava a capital. Situada em uma área repleta de lojas, era uma residência impressionante, com um enorme castanheiro erguendo-se no quintal.

Jinshi e Gaoshun não estavam com Maomao; em vez disso, acompanhava-a o mesmo jovem que estivera com ela no caso do peixe venenoso. Chamava-se Basen.

Parece que ele não tem uma opinião muito boa de mim, refletiu Maomao, observando como ele falava apenas o estritamente necessário com ela. Mais do que reserva, transmitia um desprezo ativo. Mas Maomao estava perfeitamente satisfeita com isso, desde que não atrapalhasse seu trabalho. Afinal, não estavam ali para fazer amizade.

— Conversei com a família, e eles concordaram em nos receber — disse Basen. — Contudo, oficialmente, sou eu quem fará as perguntas. Você é minha assistente.

— Muito bem. — Melhor ainda, pensou Maomao: era o arranjo ideal. Chegaram à casa, com Maomao seguindo obediente atrás de Basen, e, ao baterem à porta, um membro da família apareceu: um homem de aparência severa de pouco mais de vinte anos.

— Soube que viriam — disse ele, conduzindo-os educadamente para dentro, apesar da expressão carrancuda. O interior da casa transmitia a mesma impressão do exterior: organizada e bem cuidada. Pequenos arranjos de flores estavam espalhados aqui e ali. Em um nicho da parede havia um objeto curioso: parecia um pedaço de rocha adornado com metal que brilhava tenuemente em um tom azulado.

Maomao estudou o objeto com atenção. — Ah, isso — disse o homem taciturno, aproximando-se. — Meu pai comprou quando estava adquirindo materiais. Sempre teve fraqueza por... coisas estranhas. — Pela primeira vez, uma ponta de alegria surgiu em seu rosto.

Eles deixaram a casa principal e seguiram por um corredor coberto. Perto de um edifício que Maomao supôs ser uma pequena oficina, encontraram mais dois homens. Um era alto, o outro um pouco rechonchudo, e ambos pareciam aborrecidos como o primeiro.

— Aqui estão, queridos irmãos mais velhos — disse o anfitrião. Pelo tom respeitoso, Maomao deduziu que o guia era o caçula. Ao menos ele tinha a decência de ser cortês; os outros dois pareciam francamente hostis.

Quando Maomao e Basen se aproximaram, os irmãos concluíram rapidamente uma conversa em voz baixa e os conduziram até a oficina.

O interior era agradável, com todas as ferramentas bem organizadas em seus lugares. Os homens explicaram que a verdadeira oficina ficava na casa principal; aquela não era usada havia algum tempo. Agora servia como depósito de ferramentas antigas, onde às vezes tomavam chá.

— Que arranjo estranho — comentou Basen, observando o espaço. Maomao concordou em silêncio. Bem no centro do cômodo havia uma cômoda. Aparentemente, estava no caminho, mas a uma inspeção mais atenta, revelava delicadas decorações. O formato não se assemelhava a nenhum outro que Maomao tivesse visto, parecendo bastante avançado em termos de moda de mobiliário. Quase fazia sentido deixá-la ali, no meio de tudo. As mesas estavam dispostas ao redor dela, compondo um arranjo surpreendentemente harmonioso.

Os cantos da cômoda eram bem arredondados, adornados com detalhes em metal trabalhado. A fileira superior das três possuía fechaduras, assim como a gaveta central, cada uma realçada com um tipo diferente de metal. O irmão rechonchudo aproximou-se de Maomao, que examinava atentamente a peça, e disse em voz baixa: — Você pode olhar, mas não toque.

Ela inclinou a cabeça em reconhecimento e deu um passo para trás. Lembrou-se de que o testamento do artesão incluía a doação de um móvel ao segundo filho. Seria aquele o objeto em questão? Presumivelmente, isso faria de seu interlocutor o segundo filho.

Sua suposição logo se confirmou: o irmão mais novo aproximou-se, trazendo algo transparente e arredondado.

— Acha mesmo que conseguirá entender essas quinquilharias que nosso pai nos deixou? — perguntou o homem alto, provavelmente o primogênito, dirigindo-se a Basen.

Basen lançou um olhar a Maomao, que assentiu e fez um gesto em direção aos três irmãos. Não tinha certeza se ele entendera, mas ele os encarou e respondeu com calma: — Receio que não poderei dizer nada até ouvir um pouco mais.

Então ele sentou-se em uma cadeira. Maomao permaneceu atrás dele, aproveitando para examinar novamente o ambiente. Esta arquitetura é mesmo estranha, pensou. Por exemplo, a janela estava em um lugar incomum. Era extraordinariamente alta (talvez em estilo ocidental?), o que permitiria ampla entrada de luz. Havia apenas um problema: o enorme castanheiro do lado de fora bloqueava toda a claridade. Apenas a luz que conseguia filtrar pelas folhas alcançava o interior, exceto em um ponto específico. Isso ficava evidente pela cor desbotada da prateleira na parede, embora houvesse um espaço quadrado que mantinha a tonalidade original, denunciando que algo permanecera ali por muito tempo, até bem recentemente.

Enquanto Maomao examinava o ambiente, o irmão mais velho, esguio, entretinha Basen. — Já contamos tudo o que havia para contar — disse ele. — Nosso pai partiu deste mundo sem jamais nos revelar seu segredo mais profundo. E então me deixou nesta oficina.

— E a mim, estas gavetas — acrescentou o segundo filho, dando um tapa demonstrativo na cômoda.

— E eu fiquei apenas com isto. — O caçula estendeu o objeto transparente e arredondado. Agora era possível ver que se tratava de vidro fino, com fundo plano. Jinshi dissera que o filho mais novo herdara uma tigela de peixes dourados, mas Maomao não imaginara algo de vidro. Supunha que fosse de madeira, ou ao menos de cerâmica. Percebi agora que cada um dos filhos havia recebido algo de algum valor. Ainda assim, parecia haver uma disparidade inegável, um distanciamento gélido, entre as heranças dos dois primeiros filhos e a do terceiro.

O que está acontecendo aqui? Maomao observou cada homem em silêncio. Todos tinham calos nas mãos, marcas de quem trabalhava com ofício, mas as mãos do filho mais novo chamaram-lhe a atenção. Apresentavam uma sucessão de vergões vermelhos, queimaduras em processo de cicatrização?

O segundo filho suspirou e passou a mão pela cômoda. — Não sei o que o velho tinha na cabeça. Deixou-me este móvel inteiro, mas só existe uma chave... e ela não abre nenhuma das fechaduras!

O olhar de Maomao acompanhou o do homem até os fechos de metal na base da cômoda. Estava, ao que tudo indicava, presa ao chão. A chave parecia pertencer à gaveta central, mas o homem insistia que não servia. As outras três gavetas abriam-se todas com a mesma chave, chave essa que eles, ao que parecia, não possuíam.

— Veja só — disse o segundo filho, irritado, indicando os fechos. — Não consigo levar essa coisa para lugar nenhum. Então o que devo fazer com ela, presa na oficina do meu irmão?

O primogênito assentiu, como quem partilhava da mesma frustração. Apenas o caçula parecia hesitante. — Mas pai disse para tomarmos chá como fazíamos antigamente, não foi?

Os dois mais velhos o encararam como se já tivessem repetido essa conversa muitas vezes. — Fácil pra você dizer. Você é o sortudo. Sua herança é como dinheiro no bolso.

— Sim, azar o nosso. Venda esse troço e vai poder comer do bom e do melhor por um bom tempo.

Soavam como cães raivosos tentando enxotar um vira-lata. Maomao refletiu e deu a Basen um leve toque, incentivando-o a fazer outra pergunta. Ele franziu o cenho, mas cumpriu seu papel. — Se me permitem — disse, voltando-se para os irmãos —, poderiam repetir as últimas palavras de seu pai?

— Igualzinho o moleque falou — respondeu um dos mais velhos.

— Sim, fazer uma reunião de chá, como antes. Seja lá o que isso quer dizer.

Talvez fosse apenas uma exortação para que se dessem bem. Um conselho paternal a deixar como legado. Mas Maomao não tinha como ter certeza, nem acreditava que chegariam a lugar algum apenas refletindo sobre as três heranças. Estava ponderando o que fazer quando a mãe dos rapazes surgiu com uma bandeja. Colocou xícaras de chá para cada um sobre a longa mesa no centro da sala.

— Aqui está — disse apenas, antes de se retirar. Três xícaras ficaram alinhadas de um lado da mesa, com mais duas do outro, deixando livre o espaço diante da cômoda. As duas eram, presumivelmente, para Maomao e Basen. Os irmãos se sentaram, mas não nos lugares mais próximos; cada um escolheu um assento específico, como se fosse o mesmo de sempre, de longa data.

Hm. Maomao notou que a luz atravessava a alta janela, estendendo-se em direção à cômoda. O assento diante dela estava vazio, considerando o horário, o sol seria forte demais para alguém tomar chá ali. Um pouco mais adiante, a luz alcançaria a cômoda, mas não havia sinal de desbotamento na madeira. Evidentemente o sol nunca chegava tão longe.

Sinais de desbotamento? Maomao levantou-se e olhou para a janela. Com a grande árvore lá fora, a luz não entraria no quarto por muito tempo. Ela parou em frente à janela e observou a cômoda. A posição da fechadura a incomodava. Não as fechaduras das três gavetas superiores, mas a da fileira do meio, onde apenas uma gaveta estava trancada.

Curiosa, avançou até o móvel, atraindo olhares desconfiados dos irmãos. Basen levou a mão à testa e abaixou os olhos. O gesto era estranhamente familiar, Maomao percebeu, surpresa, que ele lembrava Gaoshun.

— Encontrou alguma pista? — perguntou Basen, suspirando, com desagrado evidente.

— Essa gaveta com fechadura não abre, certo?

— Já abriu, mas meu pai mexeu tanto nela que agora não funciona mais — respondeu o segundo filho.

— E existe apenas uma chave?

— Essa aqui. E o nosso velho nos disse, você já deve saber como ele adorava falar coisas sem sentido, que se quebrássemos a fechadura, o que estivesse dentro se quebraria também. Então não podemos simplesmente arrombá-la.

Maomao se posicionou diante da cômoda e examinou a fechadura. Teve a impressão de que algo estava comprimido lá dentro.

Talvez haja um motivo para o móvel estar preso ao chão também... refletiu, repassando o que sabia: as heranças — oficina, cômoda, tigela. A gaveta que não abria. E...

Olhou para o aquário do caçula. — Perdão pela pergunta, mas essa tigela ficava naquela prateleira ali, não?

— Ahn... s-sim, ficava. — O rapaz caminhou até a janela, ainda segurando a tigela. Dobrou um lenço, colocou-o sobre a marca desbotada e então repousou o aquário em cima. — Costumávamos criar um peixe dourado aqui. Mas o frio o matava, então no inverno só o deixávamos aqui ao meio-dia, quando estava mais quente. Faz anos que não temos peixe. Esse aquário tem sido apenas enfeite. — Ele sorriu, com certa melancolia.

Hmmm. Maomao avaliou o arranjo com um olhar calculista e saiu da oficina.

— O-Onde vai? — Basen exigiu.

— Apenas buscar água. Maomao disse. Ela voltou em seguida e despejou a água na tigela. — Imagino que costumava estar assim, cheia, não é?

— Sim, e o desenho na lateral ficava sempre voltado para nós, assim.

Pensei que sim. Maomao voltou a observar a tigela. A luz atravessava a janela e incidia sobre ela. Dali, concentrava-se em um único ponto: a fechadura da cômoda. Especificamente a central, que cintilava sob o feixe de luz.

— Posso presumir que este é exatamente o horário em que costumavam tomar chá?

— E-Ei! O que está acontecendo aqui? — disse o segundo irmão, colocando-se entre a tigela e a cômoda.

— Afaste-se! — gritou Maomao, mais veemente do que pretendia. Foi eficaz: o homem grande pareceu encolher.

— Perdão. Se o feixe entrar em seus olhos, pode deixá-lo cego. Preciso que esse espaço esteja livre, por isso, mantenham distância. Caso contrário, a fechadura não se abrirá. — Ela observou atentamente a fechadura e a luz, e esperou.

Ninguém sabia ao certo quanto tempo passou; ninguém contava. O reflexo da tigela deslocava-se pouco a pouco, contornando a fechadura. Por fim, desapareceu, bloqueado pelo castanheiro. Maomao então examinou a fechadura com olhar crítico. O metal estava quente ao toque e exalava um odor estranho.

— O que significa isso? — alguém perguntou. Mas Maomao apenas respondeu: — Por acaso o falecido sofria de anemia e dores de estômago?

— Sim, sofria...

— E talvez apresentasse vômitos e crises de letargia?

A maneira como os três irmãos se entreolharam confirmou para Maomao que estava certa. Então se lembrou do estranho objeto decorativo, o cristal.

— Não entendo muito de metalurgia, mas aqui também se fazia soldagem, não?

— Sim...

— Muito bem. Por favor, abram a gaveta com a chave.

— Já disse que não serve — resmungou o segundo, mas ainda assim introduziu a chave na fechadura. Ela se encaixou com naturalidade. O homem, surpreso, girou-a e foi recompensado com o som de uma trava cedendo.

— O-O que aconteceu? — exclamou o primogênito, enquanto os irmãos observavam, atônitos. Até Basen parecia impressionado.

— Nada de especial — disse Maomao. — Apenas seguimos o último pedido de seu pai. Vocês tomaram chá juntos, como faziam antes. — Ela então retirou a gaveta e a colocou sobre a mesa, à vista de todos. Dentro, havia um molde em forma de chave, que emitia um brilho opaco. Notavelmente, continha metal ainda quente. Maomao bateu com o dedo, testando a dureza. — Posso retirar isso?

— S-Sim, claro...

Com o consentimento dos irmãos, ela retirou a chave do molde, sentindo o calor residual em sua mão. Experimentou-a nas fechaduras das demais gavetas: encaixava-se perfeitamente em todas. Abriu-as uma a uma, arrancando expressões de perplexidade e surpresa.

— O-O que é isso?

As duas primeiras gavetas, de tamanhos variados, continham metal e algo parecido com cristal. Na maior, havia uma pedra azulada como a que adornava a entrada da casa.

— Receio não saber. Apenas fizemos o que nos foi pedido — respondeu Maomao, balançando a cabeça e colocando os três blocos sobre a mesa. Não havia mais nada a acrescentar.

— Droga. Sejam amigáveis uns com os outros, ele diz! Como se fosse possível! — bradou o primogênito. — O pai deve ter rido de nós no túmulo, pregando essa peça!

— Ele deve ter dado risada até o túmulo! — acrescentou o segundo.

O caçula, porém, permaneceu em silêncio, olhando fixamente para os blocos. Depois, examinou as gavetas. Maomao voltou a notar suas mãos, marcadas por queimaduras meio cicatrizadas. Seus irmãos mais velhos não tinham nenhuma.

Aprendiz observa, aprendiz faz? Ela se recordou das palavras ditas por alguém que certa vez visitara seu pai, um homem com inconfundível ar de artesão. Também lembrou de ter seguido esse conselho ao tentar misturar as ervas trazidas por ele, imitando o que pensava ter visto, e acabando por envenenar a si mesma. Desde então, seu pai insistira que sempre perguntasse antes.

Maomao suspeitava que apenas o filho mais novo compreendia o que o velho artesão buscava. A soldagem envolvia a mistura de diferentes metais para que derretessem a temperaturas mais baixas. Ela conhecia uma combinação possível: chumbo e estanho. Por que sabia disso? Porque o chumbo era venenoso. Já vira um metalúrgico envenenar-se ao derretê-lo. E havia também o pó clareador de rosto, popular no palácio interno: seu pai lhe dissera que era feito à base de chumbo.

E se dois dos três blocos fossem chumbo e estanho, e, ao misturá-los com o terceiro, se criasse um novo metal? A tigela apenas concentrava a luz por instantes, mas o ponto de fusão devia ser muito baixo. Além disso, talvez mais importante, o artesão fizera as gavetas em tamanhos diferentes, algo deliberado.

Maomao sabia que não precisava dizer mais nada, mas quis acrescentar uma última coisa. Aproximou-se do caçula e disse: — No distrito do prazer, na Casa Verdigris, há um boticário chamado Luomen. Um curandeiro de grande habilidade. Se algum dia se sentir mal, recomendo que o procure.

— Ahn... o-obrigado — respondeu o jovem, surpreso com o conselho inesperado. Maomao inclinou a cabeça lentamente; o irmão mais novo despediu-se com polidez, enquanto os outros dois continuavam a brigar. Ela os deixou para trás.

Notou a expressão no rosto de Basen; parecia tão contrariado quanto antes. Maomao percebeu que talvez tivesse se adiantado demais, e voltou a andar atrás dele. O que viesse depois não lhe dizia respeito. Se o inteligente terceiro filho escolhesse agir com generosidade ou guardar o segredo para si, era indiferente para ela.

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