Volume 1
Capítulo 8: Academia de esgrima Krono (3)
“Galera, que tal a gente dar uma caminhada matinal?”
O som de suspiros e risada surgiu de todos os lugares.
as ações do Instrutor Karaka haviam posto pressão neles até que ele abriu sua boca.
Os prováveis treinandos todos responderam ‘Sim!’ um segundo depois.
Karaka afirmou e bateu suas mãos.
“Legal. Então, dêem uma olhada por aqui. Não há necessidade de se equiparar ao ritmo do outro, apenas se divirtam.”
É claro, era impossívei que seria tão simples.
Não importa quão amigáveis e calmas suas palavras fossem, ele ainda era um instrutor. As crianças se lembraram da pressão que Ahmed liberou ontem.
Graças àquilo, eles foram capazes de entender o que estava acontecendo. E com isso, um grupo de 400 estudantes começou a se mover ao redor da escola.
“Isso aqui é o espaço de treinamento interno. É um lugar que usamos quando o tempo lá fora fica ruim.”
“Esse é o lugar para educação teórica. Ah, é a sua primeira vez vendo tal lugar? Krono não é apenas um lugar para aprender como afiar suas habilidades com a espada. Educação teórica apropriada é necessária para completar todos os cursos na escola…”
“Haha, isso está virando uma conversa longa. No fim, há uma coisa que eu preciso dizer. Antes de afiarem sua espada, nós precisamos ter certeza que vocês estão pensando direito. Entenderam?”
“Sim!”
“Legal. Oh, nós já sabemos disso.”
Karaka era uma pessoa bastante conversativa.
Expressões em branco apareceram nos rostos dos futuros treinandos conforme ele falava, mas ainda, a conversa desinteressante continuou ao longo da caminhada.
Entretanto, havia bastantes pessoas que pensavam o contrário.
Contudo, tudo isso teve um fim.
No momento que uma longa e ampla estrada apareceu na frente deles, Karaka fez um comentário surpreendente.
“Por fim, esse é o lugar onde o treinamento físico, o de resistência assim como o de resistência muscular são feitos. Tem algumas lombadas, mas no geral é um percurso de corrida normal.”
“Uh, huh?”
“Então agora…”
“Vamos lá, divirtam-se correndo!”
Depois de falar, o instrutor rapidamente acelerou, de uma caminhada rápida para uma corrida lenta, pouco a pouco.
Entretanto, ele nunca diminuiu. Embora os futuros treinandos estivessem frustrados, eles seguiram Karaka com expressões ansiosas.
“Phew, phew.”
“Pant, pant.”
“Legal. Não é bom movermos nossos corpos?”
“Sim!” Um rugido de respostas.
Embora eles fossem jovens, eles todos eram crianças que trilhavam o caminho da espada.
Cada um deles tinha mais fôlego que um homem adulto, então nem uma única pessoa fez um som de desconforto.
Mas, é claro, aquilo era só o começo.
Karaka sorriu.
“Bom. Muito bom. Então vamos acelerar as coisas daqui em diante!”
“… Sim!”
Diferente de antes, dessa vez, a resposta demorou.
Depois de um tempo, a ansiedade deles se tornou realidade.
“Huk! Huk!”
“Haa, haaa, ahh…”
“Bom. Um pouco mais rápido!”
Velocidade ainda mais rápida.
Além do mais, a distância entre o instrutor e os treinandos continuou a aumentar.
E, com essa combinação, os rostos dos futuros treinandos ficaram sofridos.
A respiração deles, antes estável, começou a ficar bagunçada, e alguns dos mais novos já podiam sentir a força em seus pés afrouxando.
Porém, Karaka não parou, assim como as crianças cansadas não mostraram intenção alguma de parar, isso porque todas elas sabiam que a competição havia acabado de começar.
‘Eu preciso correr até o fim!’
‘Eu preciso aguentar isso a todo custo!’
‘Droga, se eu for expulso cedo, eu não vou conseguir olhar minha família nos olhos…!’
Competição, orgulho, autoestima.
Todas as outras emoções queimavam como combustível, e assim, à todo vapor, os treinandos estavam prontos para correr até que o fogo dentro deles se apagasse.
Talvez, levaria bastante tempo para o teste surpresa acabar.
Mas nem todos poderiam se permitir pegar leve.
“Kuk, pant, pant!”
Uma criança estava vigorosamente ofegando na retaguarda como se ele fosse ficar sem fôlego a qualquer momento.
Não, ele era velho demais para ser uma criança.
O treinando mais velho, o nobre vagabundo, era a primeira vez que ele corria em anos.
Antes de vir para a escola de Esgrima Krono, Irene tinha balançado sua espada mais do que qualquer um.
Era algo verdadeiramente fantástico. Um dia um garoto que nunca fez nada pelos últimos 10 anos de sua vida começou a mudar.
Ele treinou tanto que até sua família, que esperava que ele entrasse de novo no mundo, e os soldados que o assistiam sentiram a necessidade de pará-lo.
Ninguém tinha as qualificações de diminuir os esforços de Irene pelo último mês.
Mas, não importa o quão brilhante ele havia agido durante o último mês, mesmo se ele conseguisse passar do que um garoto mediano podia fazer, comparado àqueles que tinham treinado desde tempos e tempos antes de sequer o nobre preguiçoso tivesse tido aquele sonho, Irene apenas veria desespero.
Os resultados estavam aparecendo.
“Gag, pant, kuk…, pant…”
A respiração correta de inalar através do nariz e exalar através da boca enquanto corria era desconhecida para ele.
Tinha passado um tempo desde que ele estava com coriza; até saliva misturada com areia saía de sua boca.
Naquele estado, Irene estava lutando para se manter nas classificações.
Mas não havia ninguém para ajudá-lo.
O instrutor Karaka era gentil porém coração frio, e os outros instrutuores estavam todos assistindo o teste.
E os outros futuros treinandos?
Eles queriam que Irene caísse mais do que qualquer outra pessoa. Esse era o tipo de lugar que a escola era. Apenas pisando nos sonhos de outros alguém poderia ascender.
Então, todos rezaram. Em particular, as crianças das classes mais baixas que estavam com pouco fôlego rezaram.
Que os treinandos velhos caiam rápido. Eles rezaram para que sua vontade quebrasse, para que ele caísse de joelhos e para que ele caísse dos classificados e acabasse na última colocação.
É claro, Irene não podia fazer isso.
Irene só poderia continuar correndo.
“Gurgle, kuk, kuk, kuk…”
‘Eu… Eu posso correr!’
Fazendo um som como uma besta ferida, o jovem lorde pensou para si mesmo.
Machucava tanto que seus pulmões pareciam que iam se partir, e parecia que alguém estava apunhalando ele. Suas articulações pareciam se quebrar, seus músculos estavam gritando para que ele parasse.
Ele poderia mesmo correr mais um pouco?
Se perguntado, havia uma resposta definitiva. Irene ainda podia correr.
Não era só uma promessa ou orgulho também.
Ele estava declarando o que ele sabia.
O homem que balançava sua espada nos sonhos de Irene nunca parou.
Era só quando encontrava seu próprio ‘limite’ que ele caía no chão e respirava de maneira áspera.
Já que Irene havia ‘experienciado’ isso indiretamente, ele não poderia colapsar a esse ponto.
‘O que aquele desgraçado está fazendo?’
‘Idiota! Ele parece tão fraco, ainda assim ele está correndo.’
‘Por favor, caia, caia! Eu estou chegando nos meus limites!’
‘Não é assim que alguém morre?’
Os treinandos que estavam ficando para trás pareciam cansados. Alguns até olhavam para Irene com medo em seus olhos, preocupados sobre o que aconteceria se Irene continuasse a se forçar.
É claro, Irene não era o tipo de ligar pra isso. Ele não podia se permitir a isso. Em sua visão borrada, o nobre preguiçoso fez seu melhor para mover seu corpo.
Ele correu por outros 5 minutos.
Mas então, ele caiu como uma marionete por seus fios quebrados.
“Dê a ele uma poção e rapidamente o movam para o quarto de recuperação!”
“Entendido!”
A assistente correu para um exausto Irene Pareira.
Felizmente, não havia grandes problemas. Ele poderia estar de volta ao normal em um dia ou dois.
É claro, ele deveria ter sido parado antes de seu corpo desistir.
Entretanto, Instrutor Ahmed não podia pará-lo.
Era porque uma curiosidade irresistível estava crescendo dentro dele.
‘Eu estava tentando descobrir quão longe ele poderia ir, eu quase cometi um erro e descartei um novato capaz.’
Ahmed balançou sua cabeça.
Com suas excelentes habilidades de observação, ele foi capaz de ter um vislumbre das habilidades físicas de Irene.
Para usar uma analogia, era como se ele tivesse torcido uma toalha molhada forte o suficiente para que nem mesmo uma única gota de água fosse deixada.
Alguémm podia dizer que o corpo havia feito o seu melhor e então colapsou de exaustão.
‘Aquilo não é uma tarefa impossível.’
Ele mesmo, Karaka, e até os outros espadachins que se formaram em Krono se sentiram daquele jeito pelo menos uma vez.
A coisa é que eles tinham que passar de seus limites até que seus corpos não pudessem acompanhar suas mentes.
Inversamente, também significava que alguém que se formava em Krono nunca sentiria essa emoção novamente.
“Ele é um dos estranhos. Apesar de ser fraco.”
Ahmed puxou uma lista de seu bolso. E então pegou uma caneta que ele havia trazido junto e escreveu ‘potencial’ do lado de ‘Irene Pareira’.
Depois de pensar, ele colocou um símbolo de interrogação próximo ao nome de Irene.
Balançando sua cabeça mais uma vez, ele saiu.
“…”
A manhã seguinte.
Irene Pareira olhou para cima para o teto não familiar e acordou
Era o teto branco do quarto de recuperação. O garoto, que tinha estado deitado lá, acenou com a cabeça.
‘Eu desmaiei enquanto corria.’
Ele não conseguia se lembrar dos detalhes.
Do momento que a dor passou de um certo nível, os limites entre o consciente e o inconsciente ficaram borrados.
Ele não tinha certeza se era ele que estava correndo, ou se era o velho dos seus sonhos. E então sua visão borrada parou quando ele colapsou.
Ele estava preocupado, mas seu corpo estava bem
Irene levantou a parte superior de seu corpo com um rosto sério.
Uma voz profunda soou em seu ouvido.
“Não se preocupe muito com seu corpo. Você é um cara saudável.”
“…”
“Eu sou o instrutor Rune Tarhal. Eu também estou encarregado do quarto de recuperação.”
“Ah… obrigado.”
Aquele homem o curou. Irene pensou para si mesmo e curvou sua cabeça para expressar sua gratidão.
Rune Tarhal acenou com a cabeça.
“É claro que você deveria me agradecer. Sem mim, você teria um tempo difícil se recuperando.”
Depois daquilo, o instrutor falou por um tempo.
Sobre quão grandes os investimentos no quarto de recuperação eram, quão grandiosos os equipamentos eram e quão habilidoso ele era.
Em adição a isso, ele disse que a razão pela qual o quarto de recuperação era tão bem investido era que o treinamento em Krono era complicado.
“Talvez, eu vou vê-lo com frequência. Irene Pareira.”
“Eu sei.”
“Era pra ser uma brincadeira. Não me responda tão seriamente.”
Envez de portar uma aparência solene, o instrutor era um tagarela alegre.
Conforme Irene estava pensando sobre aquilo, o homem estendeu algo.
Um papel. Numerosos nomes e números estavam escritos naquilo.
Irene perguntou.
“O que é isso, Instrutor?”
“O teste de classificação. Não se preocupe. É diferente da avaliação a médio prazo a avaliação final que afetam a admissão oficial. Nós apenas queríamos saber o condicionamento físico dos treinandos, então esse treinamento foi feito de maneira leve.”
Irene não podia pensar do treinamento tão levianamente.
Para um teste leve, cada treinando foi classificado individualmente.
Instrutor Rune Tarhal, talvez alerta do que estava acontecendo, adicionou.
“Bem, ganhar uma classificação de fato é bom mas ganhar uma classificação baixa motiva a pessoa a se esforçar muito mais, não é? Não se preocupe muito, já que isso vai te bagunçar completamente.”
Irene acenou com sua cabeça.
O instrutor estava certo. Não importava que classificação ele estava.
Entretanto, era verdade que ele estava crescendo.
O garoto que engoliu em seco confirmou os resultados da competição pela primeira vez em sua vida.