Volume 1
Capítulo 9: Quebrando Regras
Nathaly, em seu apartamento, abraçava o travesseiro, sentada na cama e sentindo-se triste e confusa. Não entendia por que Nino agia de um jeito em público e de outro quando estavam sozinhos.
Cansada de manter tudo em segredo, decidiu contar a verdade para Nina.
Saiu de seu apartamento e pegou o elevador até o andar dos Gêmeos. Ao chegar, bateu na porta, que foi aberta por Nina.
"Fodeu" — Nathaly, como va... — Nina tentou disfarçar o nervosismo, mas Nathaly entrou no apartamento sem responder, passando direto por ela.
— Nathaly, aconteceu algo? — perguntou Nino, levantando-se do sofá e indo até elas.
Nathaly olhou para ele e, em seguida, se virou para Nina.
— Nina, eu e o Nino estamos ficando há algum tempo — revelou, com a voz trêmula de nervosismo, vergonha e insegurança, mas determinada a falar.
"Fodeu... Fodeu..." Nina ficou paralisada, sem saber o que dizer.
— Do que você tá falando? — perguntou Nino, confuso.
— Vai negar na frente dela? — Nathaly olhou para ele, as lágrimas começando a se formar em seus olhos.
— Não sei do que você está falan...
Pá!
Nino sentiu o impacto e manteve a cabeça inclinada, ouvindo os passos de Nathaly e seu choro enquanto ela se afastava. Ela saiu do apartamento sem fechar a porta, e Nina observou Nino em silêncio.
— Nino? — Ela o chamou, mas ele a ignorou completamente.
Nino se virou, pegou sua espada e foi para a sacada do quarto. Em seguida, pulou para o prédio ao lado, afastando-se rapidamente.
Nina ficou sozinha, refletindo sobre a situação e se deu conta da besteira que havia feito.
Na sacada, sentiu a brisa da noite balançando levemente seus cabelos. Ela se virou, fechou a porta de vidro e decidiu dar um tempo para seu irmão. Sem saber o que fazer, deitou-se de costas na cama, tentando dormir.
Vrrrrrr! Vrrrrrr! Vrr...
Na manhã seguinte, o despertador do celular a acordou.
Ainda sonolenta, percebeu que Nino não estava no quarto. Procurou por ele no sofá da sala e no banheiro, mas não o encontrou. Abrindo o espelho do banheiro, pegou sua escova de dentes.
"Ele passou a noite toda na rua... que MERDA!"
Bam!
Quase quebrou a porta do espelho ao fechá-la. Colocou seu sobretudo e saiu do apartamento.
Na escola, enquanto caminhava pelos corredores, Nina encontrou Alissa.
— Sabe onde o Nino está? — perguntou Alissa, visivelmente irritada.
— Ele não veio? "Também não apareceu na escola..."
— Mandei mensagem para ele vir cedo hoje — Alissa, impaciente.
— Ele não é muito de usar o celular. Hehe...
— ...Vou ver o que eu faço — Alissa saiu, dirigindo-se às salas infantis.
Nina entrou em sua sala e se sentou no fundo, com a cabeça baixa sobre a mesa.
Os outros não entenderam seu comportamento. O esquadrão era formado por seis pessoas, mas naquele momento apenas cinco estavam presentes; as cadeiras ao redor permaneciam vazias. Por que se sentar tão longe?
Nathaly se aproximou e juntou sua mesa à de Nina.
Ao levantar o rosto, Nina viu Nathaly e percebeu o cansaço nos próprios olhos, resultado de uma noite mal dormida.
— Ele não vai aparecer hoje, né? — perguntou Nathaly, sentindo-se culpada.
— Depois de ontem, ele saiu e até agora não sei onde está.
— Desculpa por não ter te contado antes; ele disse que falaria com você, mas tava demorando muito. Quando me negou ontem, fiquei irritada — Nathaly encostou-se na cadeira, olhando para baixo.
"Eu é que deveria me desculpar." pensou Nina enquanto olhava para Nathaly.
Alissa entrou na sala junto com o professor Natanael.
— Então vocês dois estão juntos? — perguntou Thales.
— ATÉ VOCÊ, MOLEQUE?! NÃO ENCHE MEU SACO! — Alissa gritou, olhando irritada para Thales.
Natanael riu levemente e depois ajudou a instalar o projetor para a aula de Alissa, que mostraria algumas ameaças foragidas.
Enquanto Alissa falava, Nino vagava pelas ruas, ainda bolado com o tapa.
Depois que Natanael instalou o projetor e saiu, Alissa mostrou uma imagem de uma anomalia e começou a falar sobre a ameaça Fênix, uma criatura semelhante a um pássaro de fogo que pode se transformar em uma figura humanoide.
— Não são apenas os Errantes que têm aparência humanoide? — perguntou Arthur, intrigado.
— Não. Já mencionei antes, eu acho, mas as quatro classificações de anomalias padrão são apenas as mais conhecidas. Podem haver outras por aí. Esta, por exemplo, parece com um errante, mas é uma anomalia capaz de se transformar; ela fugiu de mim em 2006. Matei outras duas calamidades semelhantes, mas uma era de metal e a outra, elétrica. Esta, no entanto, dispara fogo. Não tenho imagens das outras, já que as destruí, mas esta foi fotografada enquanto fugia sem que eu percebesse.
— Tem mais algum exemplo? — perguntou Nina.
— Sim — Alissa trocou a imagem e mostrou Blacko. Nina olhou para a imagem, e Nathaly a observou de soslaio. — Este é conhecido como Espada Negra; a única foto que temos é essa. Ele está em cima de um obelisco em uma praça de Belo Horizonte. Como podem ver, tem braços e pernas semelhantes aos humanos; uma calamidade disfarçada de errante. Mas relaxem, já foi morta.
— Foi ele que matou meu pai — murmurou Arthur, com o rosto sombrio.
Todos o olharam, mas Nina demonstrava um olhar diferente, levemente receoso.
Nino caminhava pelas ruas, quando virou uma esquina e sentiu uma leve dor vibrar pelo corpo, acompanhada por um som alto vindo do topo de um prédio.
— Screeee!
Ele olhou para cima e avistou a Fênix. Seus olhos se arregalaram de espanto.
A criatura arremessou uma chuva de penas vermelhas em sua direção.
BOOM!
Nino rapidamente sacou a espada das costas e tentou cortar as penas no ar, mas ao encostar a lâmina em uma delas, ela explodiu, lançando-o com violência. Crash!-crash!-scscrec! Foi arremessado por dois prédios antes de parar no terceiro, caindo entre vidros e móveis destruídos de uma loja.
Civis ao redor o observavam, assustados.
— SAIAM DAQUI! — berrou Nino, mas antes que pudesse agir, um som ainda mais alto ecoou pelo ambiente, fazendo seu sangue vibrar.
— Screeee!
A dor que tomou conta do corpo de Nino o distraiu momentaneamente, e, quando a Fênix parou de gritar, ele percebeu tarde demais que ela já estava a poucos centímetros dele. Desviou para a direita, deslizando pelo chão coberto de vidro, mas a Fênix se transformou em sua forma humanoide e, com agilidade, avançou sobre ele.
Nino, sem entender o que era aquilo, tentou cortar o pescoço com um golpe veloz, mas ela desviou da mesma que Nino havia feito antes — ela estava aprendendo.
Ploch!
A Fênix voltou à forma de pássaro, agarrando a perna de Nino com suas garras afiadas, penetrando a carne e começando a queimá-lo.
FUU!
Com um poderoso bater de asas, ela o ergueu para o céu.
Nino se contorcia, tentando se soltar com chutes, mas a criatura permanecia firmemente presa. Cr-r-reck! À medida que subiam, Nino dobrou a perna ferida em um ângulo impossível, quebrando seus ossos, e tentou um corte lateral na cabeça da Fênix, mas não teve sucesso.
A Fênix mudou novamente para sua forma humanoide, fazendo com que ele errasse o corte.
BAMCRECK!
Com um giro no ar, ela acertou um chute nas costas de Nino, quebrando mais ossos.
Ele começou a cair em direção ao chão de um lugar específico, mas sua regeneração o curou antes do impacto.
BOOM!
A Fênix, desde o início, tinha um alvo secundário em mente e acelerou seu ataque, levando sua primeira presa para o local onde encontraria seu próximo alvo. Nino caiu brutalmente no campo da ADEDA.
O estrondo da colisão ecoou por toda a escola. Alissa, ainda em meio à aula para o terceiro esquadrão, interrompeu a apresentação ao ouvir o barulho.
Olhando para os alunos, ela deu sua ordem:
— Venham comigo! — Todos pegaram suas armas e saíram correndo atrás dela.
Nino, irritado, se levantou e encarou a Fênix que se aproximava rapidamente. Tin-CRASH! Tentou cortar a cabeça com um corte quase instantâneo, mas a Fênix se transformou em sua forma humanoide e bloqueou a lâmina com os dentes, destruindo a espada.
BA-
Com um giro muito rápido, a Fênix desferiu um chute violento no rosto de Nino, que conseguiu segurá-la.
Cr-r-reck-BUM!
Mas a criatura se dobrou, quebrando partes do próprio corpo para lançar um chute com a outra perna no peito dele.
BOOM!
Ele foi arremessado para trás, colidindo contra a parede do campo com tanta força que a destruiu, voando para um prédio do outro lado da rua.
Durante o voo, Nino teve uma visão perturbadora: uma mulher com vestido gótico preto e cabelo preto encontrava-se em um quarto branco, equilibrando-se de pé sobre o cabo de uma espada preta fincada no chão.
Ela sorriu de forma suave e aterrorizante, virando o rosto e olhando diretamente para ele com seus olhos roxos penetrantes.
Ele despertou com um sobressalto, encontrando-se agachado, mas de pé, na parede do prédio, sem ter sequer arranhado a enorme vidraça ao seu redor.
"Não usar o que você me deu, pai?... Que se foda!" A marca em seu pescoço surgiu, e sangue preto começou a escorrer.
Vrrrrumm!
Antes mesmo de pular de volta, a vidraça se despedaçou, e Nino pulou, deixando uma vasta área destruída ao redor do prédio.
No ar, Nino perdeu qualquer preocupação com regras.
Criou uma espada com seu próprio sangue e girou no ar, deixando um rastro preto e roxo. Com um corte extremamente rápido, ele atacou a Fênix, que desviou assustada pela nova velocidade que Nino se encontrava.
BRUUMM!
A lâmina passou ao lado do corpo da anomalia, cortando o chão em um profundo rasgo.
Aproveitando a brecha, a Fênix contra-atacou com um soco direto na cabeça de Nino.
BAM!
Ele desviou abaixando-se e respondeu com um chute vertical no queixo da Fênix, arremessando-a para cima.
Transformando-se novamente em pássaro, a anomalia lançou um sopro de fogo em direção a ele.
Ploch!
Sem hesitar, ele arremessou sua espada, que cortou o fogo e perfurou o queixo da Fênix.
PAH.
Nino então pulou, chutou o buraco aberto e prendeu o pé na abertura, forçando a criatura a colidir contra o chão.
CRUNCH!!
Ainda com o pé sobre ela, Nino enfiou a mão esquerda no buraco e puxou com força, rasgando aquela coisa ao meio e separando a forma humanoide da de pássaro.
Mesmo dividida, a anomalia ainda estava viva.
SHKRUNCH!
Nino a observou com um olhar aterrorizante, criou uma nova espada com a mão direita e a matou de forma definitiva.
Alissa chegou ao campo com o terceiro esquadrão.
Ao ver Nino com a espada preta em mãos, paralisou o esquadrão e se escondeu. Nino, ouvindo passos próximos, rapidamente desfez a espada e a marca em seu pescoço, voltando a um semblante mais tranquilo.
Pah.
Alissa destravou o esquadrão, e Thales caiu de cara no chão. Ela havia travado ele após um pequeno pulo.
— Por que fez isso? — perguntou Thales, esfregando a cabeça, enquanto Samanta o ajudava a levantar.
— Me assustei, mas já está tudo bem. Nino matou a ameaça — respondeu Alissa, olhando preocupada para Nino ao lado corpo da Fênix, agora sem vida.
Não foram apenas os membros do terceiro esquadrão que se dirigiram ao local; o quarto esquadrão e muitos outros alunos também foram, e viram Nino diante do cadáver da ameaça calamidade.
— Nino, você tá bem? — perguntou Alissa, com a preocupação evidente em seu tom de voz.
— Tô de boa, vou ir pra casa descansar um pouco.
— Você está coberto de sangue.
— Não é meu sangue — Nino respondeu, virando-se e indo em direção ao buraco que se formou quando ele foi arremessado.
Nathaly começou a ir em direção a Nino, mas Nina a segurou pelo braço.
— Melhor deixar ele descansar primeiro. Ele deve estar com a cabeça cheia — disse Nina, enquanto observava Nino se afastar.
— Acho que você tem razão...
Algumas horas depois, ao chegar em casa, Nina ficou parada em frente à porta do apartamento por um longo tempo.
Respirou fundo e entrou.
Nino, no sofá, não se virou e continuou comendo macarrão e assistindo televisão.
Nina fechou a porta e se sentou ao lado dele.
— Hãm? — Nino perguntou, engolindo a comida. — Tá com fome? Fiz agora, é só pegar em cima do fogão.
— Não é isso... — Nina hesitou, observando-o comer enquanto assistia ao programa. Finalmente, ela tomou coragem e perguntou: — E a anomalia lá? Ela era forte? — Tentou puxar assunto, tentando disfarçar sua ansiedade.
— Me deu raiva aquele bicho, movimentos aleatórios demais... — Nino pensou alto, enquanto girava o garfo no prato. — Acho que deveria lutar assim também! — Ele deu outra garfada e continuou comendo.
— Você gosta da Nathaly? — Nina perguntou de repente, sentindo um nó na garganta. "Direta demais!"
Nino se engasgou com a comida e tossiu, surpreso com a pergunta direta.
— Não sei, não sei como é sentir atração por alguém — ele respondeu sinceramente, enquanto Nina tentava esconder sua ansiedade.
— Pirocas confusas magoam bucetas incríveis em...
— Pffft!
Nino cuspiu o refrigerante que estava bebendo quando ouviu a frase de Nina.
— Que merda cê tá falando? — ele perguntou, com uma expressão confusa.
— Nada não... É que ela parece gostar muito de você.
— Eu sei, já percebi isso há um tempo, mas eu só a vejo como uma segunda irmã. Não há muito o que eu possa fazer — Nino disse, rodando o garfo e pegando mais macarrão.
— Nino... Posso te dizer uma coisa?
Thum-thum-thum...
Nina sentiu seu coração bater mais rápido.
Ele afastou o garfo e a olhou.
— Fala aí.
— Eu usei sua aparência várias vezes para ficar com a Nathaly — ela confessou, se sentindo nervosa e culpada.
— O... O que você fez mesmo? — Nino perguntou, com uma expressão séria.
— Desculpa. Desculpa.
— Você vai contar pra ela.
— Mas eu não posso...
— E por que não?
— Eu amo muito ela, mas ela gosta de você. E se ela ficar brava comigo?
— Um dia você vai ter que contar. — Nina fez um rosto fofo e triste, tentando apelar para o lado sentimental do seu irmão. — Que merda, por isso ela fica brava comigo do nada. Você pode continuar se encontrando com ela, mas isso vai dar problema no futuro.
Ela o abraçou, e Nino deu a última mordida no macarrão enquanto ela o apertava.
— Eu já sabia, mas não queria perguntar; só queria que você falasse pra mim mesmo — disse, com um sorriso zombeteiro.
Ela o soltou, e ele colocou a tigela na mesinha.
Aproximou-se de Nina e disse baixinho:
— Então vocês já fod...
Ela deu um soco no rosto dele, mas os dois acabaram se misturando.
Nino balançou a cabeça rapidamente para os lados, com nojo do que viu.
— Duas safadas, credo, meu pau nem é assim!
Nina ficou chocada com o que viu.
— Por que usou a marca pra matar a calamidade, seu... IDIOTA?! — perguntou, muito estressada por ele ter quebrado a promessa.
— Aaaaaaah! Nem começa, você é que tá errada aqui. E quem viu já tá morto.
Nina resmungou, cruzou os braços e virou o rosto na direção oposta a ele.
— Idiota.
— Seu cu! — Ele se levantou, foi até a cozinha e colocou sua tigela na pia. — Vou dormir.
— Não vi ninguém te perguntando.
— Camarada, eu quero mais é que você se foda.
Nina criou uma pena de fogo e a apontou para ele.
— Se você quer explodir o prédio, pode tacar.
Nina desfez a magia, frustrada.
Ele mostrou o dedo do meio e colocou a língua para fora enquanto entrava no quarto. Nina ficou no sofá, ainda brava por ter que dormir na cama ao lado dele.
— O sofá parece mais interessante hoje — murmurou para si mesma.
Na manhã seguinte, Nino caminhava pelo corredor próximo ao pátio aberto, perto do refeitório.
— Nino...
Ao se virar, viu Nathaly. Apesar de ainda estar irritado com sua irmã, ele parou para ouvir Nathaly.
— Opa... Desculpa pelo que aconteceu aquele dia. Fui um otário. — Nino forçou um sorriso.
— Desculpa pelo tapa, eu tava muito nervosa na hora. — Ela abaixou a cabeça, envergonhada.
— Quem deveria pedir desculpas sou eu. Não vou mais esconder que estamos juntos — disse, mesmo com pensamentos contrários, mantendo um sorriso no rosto. "Eu o caralho."
Nathaly segurou a gola do sobretudo dele, puxou-o e Mwwwaah! o beijou.
Nino ficou surpreso, os olhos bem abertos. Atrás de Nathaly, a certa distância, Nina observava com uma expressão ameaçadora.
No mesmo corredor por onde Nino havia entrado, Arthur se aproximava. Ele viu o beijo e rapidamente virou-se, voltando pelo caminho que havia vindo.
— Nossa, que flores lindas... ho ho, que bacana... — Arthur começou a falar coisas aleatórias para disfarçar o que acabou de ver.
Thales chegou e presenciou a cena.
— Nathaly, a Alissa tá te chamando.
Os dois pararam de se beijar.
— Tá bom! — Nathaly olhou para Nino e saiu com um sorriso.
Thales lançou um olhar safado para Nino.
— Não enche — Nino respondeu com um tom sério.
— Que isso, nem me conta que tá com ela. Não sou seu amigo? — Thales provocou, fazendo biquinho.
— Ó a Samanta ali.
Thales virou-se instantaneamente e percebeu que havia caído na brincadeira.
— Ha ha, engraçadão.
Nino riu, Tap! e eles deram um toque de mão.
— Mas estou procurando ela mesmo. Depois a gente se fala. — Thales se afastou de costas, indo em direção ao refeitório.
Nino voltou a olhar para onde Nina estava, e ela continuava lá, com a mesma expressão ameaçadora.
— Já resolvi as coisas, está tudo bem agora. — Ele fez uma careta para provocá-la.
— Eu vi, não sou cega! — respondeu ela, querendo matá-lo.
— Tá bravinha, fofa? Ti... — Ele soltou uma risadinha de canto de boca.
Nina o olhou com intensidade e Nino começou a correr.
Ela correu atrás dele por um tempo, mas como tinham a mesma velocidade, acabou desistindo.
— Esse imbecil vai ver.
Mais tarde, à noite, já no apartamento, Nino recebeu uma ligação de Alissa.
— Alô?
— Por que não veio na minha sala hoje? — ela perguntou, claramente irritada.
— Desculpa...
— Vai dizer só isso? Venha aqui amanhã às 8h.
— Mas amanhã nem tem aula.
— Você tem que estar aqui às 8 horas, entendeu?
— Tá bom... — Nino desligou com um suspiro entediado. — Que saco.