Dançando com a Morte Brasileira

Autor(a): Dênis Vanconcelos


Volume 1

Capítulo 10: Chifrinhos

Na manhã seguinte, Nina acordou muito cedo. Com cuidado para não fazer barulho, pegou um papel e uma caneta e escreveu um bilhete para seu irmão. Depois, procurou uma fita em algumas gavetas até encontrá-la, prendeu o bilhete na testa de Nino, que ainda estava dormindo, e saiu do apartamento, fechando a porta atrás de si.

— Otário.

O despertador de Nino tocou por volta das 07:45. Ele acordou sem enxergar nada, passou a mão no rosto e desgrudou o papel.

Prim! Prim! Prim! Prim! Prim!...

— CAAPETA!!

Desligou o celular, quase o arremessando na parede, e olhou para o papel.

— Hãm...? — Ele olhou para o bilhete e leu: — "Marquei de sair com a Nathaly hoje. Use minha aparência aí, seu otário." Porra, desenhou até uma mini rola. — Ele suspirou, frustrado com Nina, e saiu do apartamento usando a aparência dela, como solicitado.

Na escola, ao passar pelo portão, um garoto o viu e, reunindo coragem, foi até ele.

— Est...

— Não!

Nino passou ao lado do garoto, que se petrificou e se desintegrou em pó com uma brisa passageira.

Nino chegou à sala de Alissa e entrou.

— Nina? Algum problema? — Alissa perguntou, tomando um gole de café enquanto observava Nino.

— Não... É que meu irmão pediu para eu vir no lugar dele hoje.

— Você lembra o que conversamos ontem?

"Merda..." — Sobre o Nino?

Alissa deu mais um gole no café e colocou a caneca na mesa.

— Nós nem conversamos ontem, Nina.

Alissa paralisou Nino.

— Quem é você?

— Como assim, quem sou eu, caralho?! — Nino respondeu, sentindo muita dor.

"Nina não falaria assim comigo." — Consigo ver que é você, Nino!

Ele voltou à sua aparência original, e Alissa o soltou.

— Como sabia que era eu?

— Não sabia. Você que foi burro e caiu em um blefe. — Nino fez uma careta entediado.

Alissa usou seu poder e trancou a porta.

— Eu te vi no dia que matou a fênix. Aquela espada... Qual o seu vínculo com a Espada Negra? Sabe do que estou falando?

"Não tenho como fugir mais..." — Sim, ele era meu pai — respondeu, receoso.

— Seu pai?... O que você é? — perguntou, curiosa.

— ...Meu pai não era uma anomalia como vocês pensam. Na verdade, ele era um demônio e minha mãe era uma humana. Fui criado pela minha avó, já que minha mãe morreu no parto e meu pai foi morto pela ADEDA em 2006.

— Demônio? Tipo o coisa ruim?

— Hãm?

— O sete pele, capiroto?

— Não tô entendendo.

— Hnn... E cadê os chifrinhos? — Alissa fez uma expressão curiosa e fofa, como a de um gato.

— Hãm? Que cara é essa? — Nino estava confuso.

— Os chifrinhos. Você não é um demônio?

— Sou meio demônio e isso é preconceito! — Nino respondeu com um semblante sério.

— Ahh, para, mostra aí. Você era a Nina até agora pouco. Mostra aí, vai.

Alissa fez uma expressão fofa e curiosa, então Nino criou dois chifrinhos brancos para não se camuflavam no seu cabelo.

Alissa achou fofo e começou a fazer carinho na cabeça dele.

— Para, por favor, isso é constrangedor — disse Nino, com a cabeça abaixada de vergonha.

— Mas como funciona isso? Como consegue ser outra pessoa?

— ...Meu poder é manipular o meu próprio sangue. Posso mudar minha aparência, cabelo, roupa, voz, criar armas e tudo que seja similar a isso.

— Mas eu vi você usar fogo no seu primeiro dia.

— Magia elemental normal. Eu e minha irmã aprendemos desde crianças e brincávamos de lutinha todo dia.

— Criança você ainda é — disse Alissa, com uma expressão debochada e a mão na boca.

— Haha, muito engraçado.

Alissa riu, e Nino a observou sem medo desta vez.

— Eu pensei que, se descobrissem que eu sou filho dele, eu seria caçado.

— Quem sabe sobre isso? — Alissa perguntou, mudando para um tom mais sério.

— Apenas você e Nathaly... — Nino voltou a ficar receoso ao notar a mudança de humor de Alissa.

— Não conte a mais ninguém. Vou te contar uma coisa.

— ...

— Em 2006, o ano em que seu pai morreu, ele lutou contra o Primeiro Esquadrão e matou oito membros, incluindo o irmão de Louis. Depois de matar seu pai, eles não saíram vitoriosos, pois vários amigos também morreram na missão. Desde então, Katherine me culpa pela morte dos membros do Primeiro Esquadrão. Ela diz que se eu estivesse lá, ninguém teria morrido. E, de fato, se eu estivesse lá, todos não teriam morrido. Mas por que me culpar? Como eu poderia imaginar que dez exterminadores, os melhores, abaixo de mim, é claro — Nino fez uma expressão sarcástica enquanto olhava para ela. — Não conseguiriam lidar com uma anomalia? Louis me odiou por um tempo, mas acabou superando. No entanto, o irmão de Louis teve um filho em 2006, e o filho dele é o Arthur do seu esquadrão.

— Arthur?

— Sim.

— Ah... Queria entender por que meu pai fez aquilo...

— Não sei o motivo exato, mas os relatos das pessoas que sobreviveram falam de um olho gigante no céu e uma névoa preta no chão. À frente de cada pessoa surgiu um olho, e eles disseram que inicialmente ficaram paralisados de medo. Um sobrevivente contou que ficou completamente imóvel observando as pessoas na sua frente até que uma delas se mexeu. Ela foi cortada em pedaços minúsculos, e quando isso aconteceu, outras pessoas desesperadas começaram a se mover e gritar, morrendo instantaneamente, cortadas em milhares de pedacinhos. Esse homem foi internado em um manicômio devido ao trauma; ficou louco e até tentou agredir a repórter durante uma entrevista.

— É... Arthur é mesmo filho do irmão de Louis? Complicado, logo no meu esquadrão.

— Sim. Depois que cresceu, Katherine convenceu Arthur de que eu sou o responsável pela morte de seu pai e fez com que ele me odiasse. Louis o colocou na minha sala para mostrar que eu não sou o monstro que Katherine diz.

— Acho que não conseguiu, né, Sra. Velhossauro? — Nino deu uma risadinha.

— O que está insinuando com isso? — Alissa o olhou com uma expressão séria. — Mas não pense que todos aceitarão isso facilmente. O que seu pai fez ficou marcado na história do Brasil. Ele não apenas matou exterminadores, mas também milhares de pessoas, e quase causou um colapso financeiro em Belo Horizonte.

— Entendi... Mas por que você aceitou?

— Seu pai fez isso, e você era apenas um bebê. Você não tem culpa nenhuma. Mas se Louis descobrir, talvez ele queira vingar seu irmão te matando. Eu não vou permitir isso.

— Você ficaria do nosso lado se descobrissem?

— Sim, você, Nina e Nathaly são como meus filhos, os TriN.

— TriN? Que merda é essa?

— Nino, Nina e Nathaly. Três Ns, TriN.

Nino a encarou.

— É sério? E os outros?

— Eles têm suas próprias famílias. Vocês três são os órfãos aqui — ela fez uma careta, mostrando a língua.

Nino ainda a olhava com as sobrancelhas levantadas.

— Não precisava falar assim também, né?

Alissa deu uma risada e perguntou:

— Você foi criado por sua avó, ela nunca te contou nada sobre seu pai?

Nino abaixou seu olhar.

— Sempre que eu perguntava, ela mudava de assunto ou dizia: quanto menos você souber, melhor. Quanto menos você se parecer com ele, melhor. Mas eu me pergunto como não vou ser ou parecer com ele, se não sei como ele era pra fazer o oposto.

— ...Sabe algo sobre o olho?

— Não sei bem o que é ele.

"O que é ele...?" Alissa ficou confusa, mas percebeu que ele não estava confortável e ignorou a questão. — ...Entendi. — Alissa levantou o rosto de Nino com a mão e fez carinho em seu queixo enquanto o olhava. — Mas por que veio aqui com a aparência da Nina?

Alissa retirou a mão e Nino continuou a olhá-la enquanto respondia:

— Eu não deveria... Mas vou te contar uma fofoca, fica entre nós dois, hein! — Alissa confirmou com a cabeça, balançando-a rapidamente. — Ela est...

— Pera!

— Hãm?

— Vou estourar uma pipoca.

Alissa se levantou, foi até a mini cozinha em sua sala e pegou uma pipoca de micro-ondas do armário acima da pia. Colocou no micro-ondas para estourar e ficou encarando Nino enquanto a pipoca preparava. Depois de dois minutos de silêncio e olhares, Nino estava entediado e Alissa tinha um sorriso enorme no rosto. Ela deu um joinha e Nino, irritado, deu um tapa na própria cara. Quando a pipoca ficou pronta, ela voltou para sua poltrona.

— Quer? — ela perguntou, jogando alguns grãos de pipoca para cima e pegando-os na boca.

— Não, valeu. Posso continuar?

Alissa não respondeu, mas fez um joinha enquanto continuava a comer.

— Então... É que a anta da Nina está usando minha aparência para sair com a Nathaly. Nina gosta dela e está ficando com ela usando a minha aparência, essa corna nem me falou nada. Descobri esses dias atrás aí.

— Minino, que babado, mas que burrice! Quando a Nathaly descobrir, vai ficar muito triste e brava, e com razão.

— EXATO! Falei que um dia ela vai ter que contar a verdade. Puta que pariu, finalmente posso conversar com alguém que me entende.

— Mas por que você aceitou isso? — Alissa pegou mais pipoca e comeu.

— Pode parecer às vezes que odeio a Nina, mas eu a amo e quero a felicidade da minha irmã. Deixei ela fazer isso porque ela ficaria feliz.

— Own, que fofo, ele ama a irmãzinha. Mas e você? E se você começar a gostar de alguém?

— Difícil, até hoje não senti atração por ninguém. Um dos motivos de eu deixar ela fazer essa loucura... Pelo menos é eu que não quero, já você só não consegue desencalhar mesmo — Nino riu, olhando para ela com deboche.

— Para a sua informação, eu tenho um encontro no sábado — Alissa levantou o rosto, continuando a comer pipoca.

— E quem é o louco? — Nino riu muito, mas suas mãos começaram a se mexer sozinhas e se aproximaram do seu peito. — Faz isso naAaAaAAaaAÃO! — Alissa estava forçando Nino a apertar o mamilo de seu próprio peito.

— Me chame de mamãe.

— NEM FODENDOO! AIII! AII! — Nino estava caído no chão, desesperado.

— Anda, me chame de mamãe.

— Mamãe, mamãe! — exclamou Nino, desesperado, e ela finalmente o soltou.

— Bom, está dispensado do seu castigo. Não precisa mais vir aqui se não quiser.

— Nunca mais apareço aqui também. — Nino mudou para a aparência de Nina e foi em direção à porta.

— Espera! Pega aquela sacola ali.

Nino se virou.

— Pra quê?

— Seu novo sobretudo chegou, atualizado com o SS.

— Ah, valeu — respondeu ele, olhando para o novo sobretudo com as inscrições: "Nino" "17" "3" "S" "S".

Nino abriu a porta e um garoto estava com a mão levantada, prestes a bater. O garoto travou e se petrificou, virando pó no chão, mais uma vez.

— Alissa, tem um garoto na porta.

Nino saiu e Alissa foi até a porta.

Ela olhou para os dois lados.

— Não tem ninguém aqui. Que moleque chato! — bateu a porta com raiva e o pó do garoto se espalhou pelo corredor.


Nina e Nathaly estavam em um shopping, acabando de sair de uma joalheria. Nina entregou a Nathaly um colar que se une ao dela, formando um coração.

— Afinal, isso é um pedido de namoro? — perguntou Nathaly, com um sorriso.

— Ainda não. Vou te pedir em um momento muito especial — respondeu Nina, aproximando o rosto do dela. Nathaly permitiu, e elas trocaram um selinho lento muito apaixonado.

Já era tarde, e elas tinham comido bastante durante o encontro. Quando passaram pelo banheiro, Nathaly entrou, e Nina ficou esperando na entrada do corredor, já que não podia entrar no banheiro junto, afinal, estava com a aparência de Nino. Enquanto esperava por Nathaly, que estava demorando um pouco, duas meninas, as mesmas da nomeação dos esquadrões, o viram parado.

— Ei, olha o Nino ali, vai lá.

— Incomodar ele no shopping? Pra quê?

— Você disse que ia pedir o número dele e até hoje tá enrolando.

— Mas...

— Se eu for com você, você pede?

— ...Ah... Tá bom.

Nina percebeu as duas garotas se aproximando e ficou receosa.

"Não, não, sai daqui."

Alguns metros antes das garotas chegarem, Nathaly apareceu.

— Vamos?

A garota que estava interessada em Nino travou, e sua amiga a segurou como uma placa de papelão. A virou e a levou embora.

— Eu disse que ele tinha namorada — disse a garota, triste, enquanto se afastava.

— Está muito triste?

— Sim...

— Quer um sorvete?

— Quero... — respondeu, quase em lágrimas e com uma voz dengosa.

— Vamos lá embaixo, vou comprar um sorvete com muito chocolate para você — afirmou, gesticulando com os braços levantados.

— Tá bom...

— Não fica assim, ele nem era tudo isso.

— Era sim... — começou a chorar.

— He he. — forçou uma risada sem saber como reagir.


Nina e Nathaly começaram a andar para fora da área dos banheiros.

Beeeeeeeeeeeep...!

Um alarme de incêndio começou a tocar na loja à frente. O corpo inteiro de Nina reagiu ao som; ela começou a tremer, e seu sangue parecia querer sair do corpo e se desmanchar no chão.

— Aaaaaaaarrghh!

Nathaly puxou Nina para dentro do banheiro feminino e fechou a porta. O som ficou muito mais baixo e o sangue de Nina parou de reagir, aliviando a dor.

— Parou de sentir dor?

— Sim... — Nina respirou fundo e continuou: — Já estou melhor.

Nina manteve a aparência de Nino, mas estava visivelmente cansada.

— Será que você tem sensibilidade a barulhos agudos por não ser humano?

Nina, com a cabeça abaixada, arregalou os olhos enquanto olhava para o chão.

— Não sei. "Merda, merda, merda."

— Mas você já está melhor, certo?

— ...Sim.

— Vou olhar lá fora pra ninguém ver um menino sair do banheiro feminino.

— Ok...

Nathaly saiu do banheiro. Nina saiu do sanitário e ficou em pé em frente a uma porta fechada de um banheiro ao lado.

THAAM!

Uma mulher estava lá e se desesperou ao ver Nina. Nina tapou a boca da mulher com sua mão, apertou forte sua cabeça contra a parede.

— Hunmngh...

— Se você contar o que ouviu aqui para alguém, você morre. — Nina olhava com um olhar aterrorizante, e a mulher gemia de dor e medo.

Nina retirou a mão.

— Po-po-por favor, moço, eu tenho filhos — implorou a mulher, em voz baixa, desesperada e chorando.

Nina colocou a mão novamente na boca da mulher, forçou-a brutalmente a abrir e derramou sangue preto dentro dela. Ela ficou paralisada, com o corpo rígido e a boca aberta, dando tosses leves como se estivesse engasgada.

— Você não consegue se mexer, eu controlo seu corpo e posso matar você a qualquer momento. Então, vou dizer uma última vez: não abra a porra da boca pra ninguém. — Nina liberou o sistema nervoso da mulher, permitindo que ela se movesse.

A mulher abaixou a cabeça, tremendo, e respondeu com dificuldade:

— S-s-sim, senhor... — enquanto chorava silenciosamente.

Nina caminhou até a porta de saída e Nathaly a abriu.

— Que barulho foi esse?

A mulher dentro do banheiro cobriu a boca, com medo de fazer qualquer som e ser morta; seus olhos tremiam e sua respiração estava ainda mais trêmula.

— Eu tropecei ali, não foi nada demais.

— Então vamos, não tem ninguém na frente dos banheiros, apenas no corredor.

As duas começaram a andar, e assim que saíram do corredor dos banheiros, um homem parou Nina.

— Você está bem, garoto? — ele estava com uma mochila de criança nas costas, um bebê em seu colo e uma criança segurando sua mão. — Vi vocês correndo para o banheiro, parecia que estava com dor.

— Ah... Estou bem, sou sensível a sons muito altos. Obrigado por perguntar — Nina respondeu com um sorriso.

— Tranquilo, tenham uma boa tarde.

— Obrigada.

— Valeu.

As duas continuaram a caminhar.

— Vamos embora, melhor você descansar um pouco — disse Nathaly, mas Nina estava com a atenção voltada para o homem.


— Papai, a mamãe está demorando. — A criança estava puxando o braço do seu pai.

— Já já ela volta, Matheus.


— Que merda eu fiz... — Nina pensou alto sem querer.

— O que disse? — Nathaly não ouviu por conta do barulho do shopping.

— Vamos passar na praça de alimentação antes. Vou comprar algo pra levar pra Nina comer, já que estou aqui, é o mínimo.

— ...Tá.

Depois de saírem do shopping e retornarem ao prédio, Nathaly não deixou Nina ir direto para o seu apartamento. Segurando a mão de Nina, puxou-a até o seu próprio apartamento.

— É idêntico ao meu — comentou Nina, atuando ser a primeira vez que Nino entrava lá.

— Sim, imagino que todos os apartamentos do prédio sejam iguais.

Nina colocou o lanche de Nino no balcão de Nathaly e se sentou no sofá, um pouco afastada e perdida em seus pensamentos. Nathaly sentou-se ao seu lado e colocou a mão na testa de Nina.

"Eu deveria matar logo aquela mulher?" "Ela tem família, eu deveria?"

— Hm... Você não está quente. Tá se sentindo bem?

Nina demorou para responder.

— Estou sim.

"Ele parece um pouco desanimado." — ...Tem algo que eu possa fazer para animar você? — Nathaly perguntou, mas percebeu que Nina não estava prestando atenção.

Nathaly se levantou, ajoelhou-se no chão e prendeu seu cabelo na frente de Nina. No entanto, ao olhar para ela, notou que não houve reação. Chateada, Nathaly se levantou e saiu.

— Vou tomar um banho. Você parece não estar muito afim de fazer algo. — Nathaly se virou e entrou no banheiro. Quando fechou a porta, o leve estalo fez Nina despertar.

Tlec.

Nina a olhou para a porta e retomou sua cabeça.

"Porra, essa humana de merda na minha cabeça. PRESTA ATENÇÃO NA SUA MINA, SUA RETARDADA!" Nina se levantou ao ver que fez merda e se dirigiu ao banheiro de Nathaly.

Pssshhh...

Ela entrou, e Nathaly já estava nua, esperando a água esquentar para entrar no box. Ela escutou a porta e virou seu rosto.

— Que fo...

— Me desculpa. Eu estava pensando no barulho do shopping e acabei deixando você de lado sem perceber.

Nina tirou a blusa e a jogou no chão, seguida pelo restante de sua roupa. Ela se aproximou de Nathaly com um brilho nos olhos.

— Que tal um banho juntos?

Nathaly ergueu o olhar para o rosto de Nina e, com um sorriso suave, envolveu os braços ao redor do pescoço dela, sentindo o calor de seus corpos se encontrando.

— Acho que é uma boa ideia.

— ...Você me perdoa?

— Depende.

— Depende do quê?

Nathaly se ergueu nas pontas dos pés, aproximando seus lábios dos dela, o sussurro malicioso:

— Depende do que vai acontecer nos próximos 30 minutos.

Um sorriso surgiu nos lábios de Nina enquanto ela a segurava com firmeza, guiando-a para dentro do box. Sshhhuaa... A água quente caia sobre elas. As duas se beijaram profundamente, Nathaly ainda abraçada ao pescoço de Nina. Em um movimento rápido, Nina segurou as pernas de Nathaly e as envolveu em sua cintura. Nathaly a prendeu firmemente, sentindo as mãos de Nina apertando sua bunda enquanto a penetrava, apoiando as costas de Nathaly contra o vidro do box.

Plop-plop-plop!

O ritmo era constante, os movimentos do quadril de Nina intensificando a cada segundo, enquanto Nathaly se movia em sincronia, seus corpos se encontrando em um ritmo perfeito do prazer. Plop-plop-plop! Após algum tempo, Nathaly desprendeu suas pernas, e Nina a soltou de pé no chão, ainda dentro dela. Levantando um pouco a perna direita de Nathaly, Nina continuou, enquanto Nathaly. Scrrreech... Arranhava as costas de Nina, deixando marcas escuras, resultado do sangue preto da mesma.

Nina começou a chupar o pescoço de Nathaly, sua respiração ofegante enquanto Nathaly inclinava a cabeça para trás, os olhos fechados em êxtase. O som de suas respirações ecoava no espaço apertado. Quando Nina afastou o rosto, seus olhos encontraram o de Nathaly, e com um olhar de desejo, ela tirou seu pau de dentro dela, baixando sua perna ao chão.

Shluurrrpplap!

Com um movimento rápido, Nina virou Nathaly de costas e a penetrou novamente, desta vez com mais força, segurando sua cintura com uma das mãos enquanto a outra se fechava ao redor de seus seios. Plap!-plap!-plap! Nathaly, perdida na sensação, moveu os braços de apoio no box e os colocou para trás, segurando o quadril de Nina enquanto sentia cada investida. Plap!-plap!-plap! Nina continuou a beijar o pescoço dela, os lábios deslizando pela pele úmida. Soltando o peito de Nathaly.

Pá!

A marca da sua mão se gravou em vermelho, provocando um gemido que ecoou no box.

Apoiando as mãos no vidro embaçado mais uma vez, Nathaly riu, ofegante.

Nina, mantendo o ritmo constante, inclinou-se lentamente até que seus lábios ficaram próximos ao ouvido de Nathaly. As respirações de Nina, quentes e irregulares, deixava Nathaly cada vez mais excitada. Plop!-plap! Nina murmurou intencionalmente, quase como um segredo, entre suas respirações:

— Tá mais molhada que o normal hoje.

Nathaly, ofegante e com um sorriso provocador, respondeu entre risos e gemidos:

— Por que será, né?

O sorriso de Nina se alargou. Pá! E ela deu mais um tapa antes de agarrar firmemente a cintura de Nathaly, penetrando ainda mais fundo.

PLAP!-PLAP!-PLAP!

— Por que será?

Nathaly sentiu que iria gozar, seu corpo tremeu levemente. Quando finalmente gozou, Nina a segurou firme. Shluurrrpp... Penetrando fundo uma última vez e mantendo-se ali, sentindo o calor do prazer passar por ambas. Elas permaneceram abraçadas por alguns segundos. Haff...Haff... Respirando pesadamente enquanto a água caía ao redor, subindo a fumaça que não era apenas de suas respirações.

Plop... Plop...

Nina voltou a penetrar Nathaly, mas dessa vez com movimentos lentos e controlados. Ela se ergueu um pouco na ponta dos pés, fazendo com que Nathaly sentisse cada centímetro de forma diferente. Hnmaff... Um suspiro escapou dos lábios de Nina, seguido de um gemido suave. Nathaly, ainda de costas, abriu um sorriso. Ela sabia exatamente o que aquele som significava. Virando a cabeça levemente, Nathaly olhou nos olhos de Nina e murmurou:

— Coloque tudo na minha boca.

As palavras de Nathaly foram como um xeque-mate. Nina sentiu um arrepio de excitação percorrer seu corpo. Shluurrrbblop! Nathaly se virou, tirando o pau de Nina de dentro de si, e se ajoelhou no chão do box. Preocupada com o conforto de Nathaly, Nina abaixou a potência do chuveiro, para que a água não dificultasse sua respiração.

Ajoelhada, Nathaly ergueu o olhar para Nina, um sorriso safado iluminando seu rosto avermelhado, com os cabelos encharcados caindo sobre os ombros. Com um gesto provocante. Tlik-tlik! Ela bateu o pau de Nina duas vezes contra seu rosto molhado, fazendo as gotas de água espirrarem. A visão foi suficiente para levar Nina ao limite, e ela começou a gozar antes mesmo de Nathaly começar. AaahGlub! O prazer transbordou e sujando o rosto dela, Nathaly, sem perder tempo, o enfiou na boca, e Nina gemeu profundamente, suspirando de prazer enquanto se entregava à sensação observando Nathaly indo e voltando sem parar em seu pau. Glup-glup-gluhm-grk-ugh...

Quando terminou, Nathaly tirou o pau de sua boca e olhou para Nina. Aaaaah... Mostrando sua língua limpa, um gesto de provocação. Mwah!-mwwaah! Ela continuou dando algumas chupadas e beijinhos bem lentos nele, enquanto olhava para cima com um sorriso e uma risada travessa. Nina colocou a mão na cabeça dela, forçando-a, enquanto Nathaly ia e voltava com a língua, envolvendo-a lentamente. Glup-hm-hum... Nina apenas aproveitava tudo, mas estava cansada demais, e Nathaly sabia disso. Levantando-se, ainda segurando o pau de Nina, ela começou a estimulá-lo enquanto as duas trocavam olhares intensos, enchendo o box com fumaças de suas respirações entrecortadas. H-haff...Huff...

— Você sabe bem como me deixar louco — murmurou Nina, os olhos brilhando de desejo e admiração.

Nathaly deu uma risadinha suave, e depois de alguns momentos, elas começaram a realmente tomar banho. Com a água desligada, Nina esfregou as costas de Nathaly, e Nathaly fez o mesmo por ela. As duas ensaboaram-se completamente antes de ligarem o chuveiro novamente para enxaguar o corpo uma da outra. Enquanto a água escorria, elas se olhavam e alisavam mutuamente o corpo para retirar o sabão, até que, inevitavelmente, começaram a se beijar intensamente sob o fluxo quente da água.

Depois de terminarem o banho, Nathaly envolveu seu corpo com uma toalha e se posicionou em frente ao espelho, secando os cabelos com um secador. Nina, por sua vez, se secou rapidamente com uma toalha, deixando o cabelo meio úmido. Vestiu suas roupas, mas antes de colocar a blusa, ela se aproximou de Nathaly por trás, abraçando-a e pressionando sua cintura contra a bunda dela. Nathaly desligou o secador por um momento, virando-se para olhar Nina com um sorriso.

Nina então vestiu sua blusa, mas logo em seguida pegou o secador das mãos de Nathaly, começando a secar o cabelo dela com carinho.

— Não sabia que sabia fazer isso.

"Puta que pariu... É..." — Às vezes minha irmã me pede pra ajudar ela com isso...

— Você não me parece que ajudaria ela com isso.

— Não é porque eu a irrito todo dia fora de casa que em casa é a mesma coisa. "É a mesma coisa sim."

— Entendi, legal saber disso.

Depois de um tempo, elas terminaram, e Nina colocou o colar no pescoço de Nathaly. Nathaly, então, foi para o quarto e se sentou na cama, esticando os braços para cima e se espreguiçando.

— Você vai dormir comigo hoje?

Nathaly fez um rosto tão fofo que Nina quase mandou seu irmão ir se foder em 10 línguas diferentes para não ter que ir entregar o lanche a ele, e sim passar a noite deitadas dormindo juntas ali.

— Hoje não dá, mas amanhã quem sabe...

— Aahh... Fica aqui! — Nathaly segurou a mão de Nina e tentou puxá-la para a cama, mas Nina permaneceu imóvel, apesar do esforço de Nathaly. "Ele é feito de chumbo, é?"

— Não tem como hoje. Eu e minha irmã discutimos mais cedo, se eu dormir fora, ela vai se irritar comigo. Também tenho que levar o lanche para ela, apesar de já estar frio uma hora dessas. — Nina se aproximou de Nathaly e deu um selinho lento. — Amanhã eu prometo que vamos dormir abraçadinhos.

— Amanhã vai demorar muito...

Nina sorriu ao olhar para Nathaly.

— Já são umas 9h da noite, garota. Amanhã tá logo aí.

— Tá bom, então... Vou esperar.

— ...Tchau.

— ...Tchau.

Nina pegou o lanche da bancada na cozinha, abriu a porta e saiu para o elevador. Quando o elevador chegou ao seu andar, ela, cansada e com preguiça, caminhou lentamente pelo corredor até a porta do seu apartamento.

Nino estava perto da cozinha e ouviu sua irmã chegar. Ela entrou com a aparência dele e, após fechar a porta, voltou para sua aparência normal. Levantou a mão perto do cabelo e o secou instantaneamente.

— Me avise quando for fazer isso, sua retardada.

— Teoricamente, eu te avisei.

— ...Avise antes de fazer.

— Desculpa. Eu estava animada para sair com ela, e você me irritou dois dias seguidos, estava merecendo.

Nina tirou o colar do pescoço e o estendeu para Nino.

— O que é isso?

— Comprei um colar de casal para usar com a Nathaly. Quando eu não estiver com sua aparência, é pra você usar isso, tá?

— Ah, tranquilo. E o que é essa sacola aí?

— Trouxe um lanche pra você. Já deve estar frio, então esquenta aí rapidinho no micro-ondas. — Nina entregou a sacola a ele.

Nino pegou a sacola e a abriu. Era um burrito acompanhado de uma porção de nachos. Ele pegou um prato no armário, colocou o burrito para esquentar e, enquanto esperava, pegou uma tigela e colocou os nachos nela. Pegou também um refrigerante de limão da geladeira. Enquanto fazia isso, Nina se lembrou do que aconteceu no shopping.

— Ah, tem mais uma coisa.

— Hãm? — Nino perguntou, enquanto servia refrigerante em um copo e olhava para ela. — Quer?

— Não, tô de boa.

— Tá, fala aí. — Nino terminou de encher o copo e o colocou de volta na geladeira.

— Eu estava no shopping e uma sirene disparou do nada, pensei que ia perder o controle de tanta dor que senti.

Pi. Pi. Pi.

— Som de sirene? — perguntou, enquanto tirava o lanche do micro-ondas dando uma mordida.

— Sim. pera, vou pegar um áudio na internet. — Nina pegou seu celular no bolso do short e pesquisou na internet por um som de sirene. Ela abriu um vídeo e estendeu o celular. — Aqui.

Piiiiiiiiiiiiiii...

Um som agudo saiu do celular, mas nem Nina nem Nino sentiram dor.

— Não senti nada.

— Mas estou falando sério. — Nina olhou para seu celular e clicou em outro vídeo de uma sirene diferente.

Piiii! Piiii! Piiii! Piiii!

— Tá, chega de mentir por hoje.

— Mas eu não estou mentindo. Só não está funcionando. Será que é porque é gravado?

— Se fosse isso, o micro-ondas já teria ido de óbito.

— ...

— Para de mentir, camarada. Uma sirene a machucou? Sério? Bom, boa noite aí, porque EU vou amassar esse burrito aqui assistindo minha TVzinha. — Nino se virou e foi até o sofá, colocando o copo de refrigerante sobre a mesa.

Nina o observou e desistiu de tentar convencê-lo. Ela estava exausta devido à dor que sentiu e ao tempo que passou com Nathaly. Caminhou até seu quarto e, ao chegar lá. Pahfft! Caiu na cama com o rosto para baixo, permanecendo assim.

Depois de um tempo, Nino terminou de comer, desligou a televisão e se preparou para dormir. Entrou no quarto e viu sua irmã deitada com o rosto para baixo. Com cuidado, a virou de maneira confortável, a cobriu e colocou um travesseiro sob sua cabeça.

— Você dorme bastante, mas hoje tá com um rosto muito cansado — murmurou e se deitou na cama virado para o lado oposto. — Será que é verdade? — lembrou-se do áudio no celular e logo teve sua resposta: — Naaa, não é não.



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