Dançando com a Morte Brasileira

Autor(a): Dênis Vanconcelos


Volume 1

Capítulo 6: Duelos em Duplas

O grande dia dos duelos finalmente chegou. Toda a escola estava reunida nas arquibancadas sob o sol daquela manhã. O céu estava limpo e, mesmo se começasse a chover, Alissa interviria para parar cada gota que ameaçasse atrapalhar o evento que ela aguardava com tanta expectativa. Ansiosa para derrotar o time da professora Katherine, Alissa estava radiante enquanto Louis anunciava o início dos duelos.

— Hoje, acompanharemos três duelos em duplas. O time vencedor será o terceiro esquadrão oficial e o perdedor será o quarto. Por favor, professora Alissa, escolha sua primeira dupla.

Alissa olhou para as cadeiras reservadas para seu time.

— Nino e Nina, podem ir.

Os dois se levantaram e pularam para o campo, posicionando-se.

— Agora a sua dupla, professora Katherine. — Louis se voltou para Katherine, que parecia um pouco irritada. — Por favor.

Após ouvir o "por favor", Katherine ajustou sua expressão e escolheu seus alunos.

— Vinícius e Helena, podem ir.

Eles se posicionaram.

— Bora acabar com isso logo! — disseram os gêmeos em uníssono.

— Para de me imitar, sua idiota!

— Para de me imitar, seu burro!

Os dois começaram a se provocar, apontando um para o outro com expressões irritadas.


— O que eles estão fazendo? — perguntou Vinícius, confuso. "Querem se enfrentar? E a gente?"

— Esqueça os dois e foque no que treinamos — respondeu Helena, com confiança. 

— Sim.

— Atenção!...

Os gêmeos ficaram parados, braços caídos, apenas observando. Enquanto isso, Helena e Vinícius se preparavam. Ambos colocaram a mão no cabo de suas espadas na cintura. A lâmina de Helena, ainda na bainha, emanava uma aura rosa. A de Vinícius começou a queimar, mudando a cor do fogo lentamente para azul, mas ele não conseguiu terminar sua magia a tempo.

— COMECEM!

Vinícius e Helena não conseguiram se mover nem um centímetro quando o duelo começou. Suas cabeças voaram. Era um sonho acordado. Quando despertaram, encontraram Nino e Nina entre eles. Nino, com sua espada na mão esquerda como se estivesse segurando uma adaga para baixo, estava quase cortando o pescoço de Vinícius, mesmo que a lâmina não estivesse afiada. Nina, da mesma forma, estava com a espada apontada para Helena.

Vinícius, tremendo de medo e com a sensação de que o menor movimento poderia cortar seu pescoço, virou calmamente o rosto e encontrou os olhos de Nino, que o observava com um olhar de desprezo e superioridade.

— Não me viu chegar, princesinha? — Nino disse com um tom de soberania e um olhar aterrorizante.

— Duelo encerrado, vitória da primeira rodada para o time da professora Alissa.

Alissa, assistindo ao lado dos professores, soltou uma risada satisfeita, enquanto Katherine, atrás dela, parecia frustrada, mas não reagiu. Nino voltou para seu grupo e fez um sinal de joinha para Alissa.

Vinícius estava paralisado, sua mente ecoando as palavras de Nino: "Não me viu chegar? Não me viu chegar?" Helena tocou seu ombro e o trouxe de volta à realidade.

— Vamos voltar. Não deu dessa vez... — lamentou Helena com um tom triste. Vinícius não conseguiu responder e a seguiu de volta para seu time em silêncio.

Observando como Nino manuseava a espada e a bainha nas costas para uma puxada vertical, Vinícius retirou a bainha de sua cintura e imitou Nino.

— Por que colocar nas costas? — perguntou Helena, curiosa.

— Parece ser mais eficiente — respondeu Vinícius.


— Agora, o segundo duelo. Por favor, escolham suas duplas.

— Nathaly e Arthur, ACABEM COM ELES! — gritou Alissa para sua filha, se levantando com entusiasmo.

Nathaly olhou para a mãe e sorriu de volta.

Katherine, irritada com o tom de Alissa, deixou transparecer um pouco de sua raiva ao anunciar sua dupla.

— Pedro e Manoela — disse com um tom seco.

Os dois times se dirigiram para suas posições. Arthur olhou para Nathaly e pensou:

"Ela é tão linda!"

Nathaly notou o olhar e perguntou, curiosa:

— Hum? Tem algo no meu rosto?

— Não, eu só estava pensando no que vamos fazer... — respondeu Arthur, colocando a mão atrás da cabeça de forma envergonhada. "Eu sou muito estranho."

— Apenas faça o que você sabe fazer de melhor, beleza? Eu quebro ela — disse Nathaly, ajustando a posição da sua perna e segurando sua espada na bainha.

— Beleza — Arthur respirou fundo e se concentrou em Pedro.


— O que aconteceu com o rosto dela? Cicatriz grande — perguntou Manoela, com nojo na voz.

— Não sei ao certo, mas me contaram que ela matou o pai e quase a mãe em um descontrole de poder. Bizarra essa garota.

— Ela fez o quê?! — Manoela exclamou, espantada e assustada. Olhou para Pedro, mas Louis começou a falar.

— Atenção!... COMECEM!

Nathaly fez sua espada se envolver em chamas, que se espalharam pelo chão em uma grande onda de fogo. Ela avançou em direção a Manoela, que tentou desviar, pensando: "ESSA GAROTA VAI ME MATAR!" O ataque de Nathaly foi um corte diagonal que atingiu o chão.

BOM!

Pedro pulou para evitar ser atingido, e Manoela, desviando para a esquerda, não esperava o movimento de Nathaly. Após o corte, Nathaly girou a espada para a esquerda, e Manoela, ao tentar bloquear com sua espada, não conseguiu. Shktin... Nathaly cortou a espada de Manoela ao meio e parou com a lâmina no pescoço dela.

— Manoela fora! — anunciou Louis.

Manoela, apavorada e achando que estava prestes a morrer, caiu ajoelhada no chão com os olhos arregalados. Pedro, ao ouvir Louis anunciar que Manoela estava fora, olhou para ela e viu uma parede de fogo se aproximando rapidamente. Ele se assustou, fechou os olhos e levantou os braços em proteção.

— Pedro fora. Vitória do time da professora Alissa.

Alissa soltou uma risada ainda mais alta, enquanto Katherine, com um rosto irritado, não conseguiu esconder sua raiva.

Quando Pedro finalmente abriu os olhos, a parede de fogo havia desaparecido. Arthur estava com a ponta de sua espada emanando água, que usou para apagar as chamas. Ele guardou a espada e, ao olhar para trás, viu Nathaly pisando desesperada nas chamas restantes. Ele usou sua magia e espalhou água por toda a área ajudando-a.

— Uff. Brigadão! — agradeceu, aliviada e com um sorriso sincero que fez Arthur parar por um momento, encantado com sua beleza.

Eles retornaram aos seus respectivos times, e Louis fez um anúncio adicional:

— Não é melhor de três. O time da Professora Katherine ainda possui uma dupla; se vencerem o duelo a seguir, eles irão competir contra outra dupla vencedora da Professora Alissa. Se ganharem novamente, então quem vencer o terceiro confronto será nomeado como o terceiro esquadrão oficial da ADEDA.

A plateia aplaudiu, alguns com raiva, como Vinícius, e outros rindo, como Nino.

— Últimas duplas, por favor, apresentem-se.

— Samanta e Thales. Arrebentem eles! — gritou Alissa, animadamente, de pé.

Thales e Samanta assentiram em resposta.

— Por que sinto que se perdermos, nós vamos morrer?

— Não sei. Ela me dá medo...

— Paulo e Marcelo — disse Katherine, com um tom irritado e seco, mantendo os braços cruzados e sem olhar diretamente para seus alunos.

— Atenção!... COMECEM!

Samanta utilizou magia de vento para cortar um bloco de pedra e terra. Bam. Thales, com uma pisada forte, fez o bloco subir e o arremessou na direção de Paulo e Marcelo, que avançaram juntos em direção a Samanta.

— Ela está mais vulnerável! — comentou Paulo, confiante.

Os dois tentaram atacar Samanta, mas ela usou um vento forte que arremessou Paulo na direção de Thales. Marcelo tentou atacar Samanta, mas ela bloqueou com sua espada. Tinn! Paulo caiu em direção a Thales e tentou atacá-lo enquanto caía. TinnCreck!! Thales bloqueou o ataque com suas manoplas e, com a mão esquerda, quebrou a espada de Paulo, segurando-o pelo pescoço com a mão direita.

— Paulo fora.

BUM!

Marcelo aproveitou a proximidade com Samanta e usou sua magia de gelo, fazendo uma explosão que congelou Samanta, exceto um braço e a cabeça. Ele colocou a espada no pescoço dela.

— Samanta fora.

BAAM!

Quando Louis anunciou a eliminação de Samanta, Marcelo se virou e encontrou Thales, que o atingiu com um soco na barriga, fazendo-o cair ajoelhado no chão, com as mãos na barriga e sem ar.

— Marcelo fora. Vitória definitiva do time da Professora Alissa.

A plateia aplaudiu, e Alissa se levantou para comemorar com seu time, rindo de forma triunfante. Katherine, furiosa, amassou uma lata de refrigerante e, com um rosto irritado, se dirigiu até Marcelo, que estava no chão.

— Vocês estão bem? — perguntou Katherine, com um tom sério.

— Desculpa, professora, não estávamos esperando isso... — lamentou Vinícius, cabisbaixo.

— Eu também não — respondeu Katherine, seca. — Vou treiná-los; vocês vão ficar mais fortes do que eles, eu prometo isso.

Alissa chegou até seu time com um sorriso triunfante.

— Vocês tinham que ver a cara de brava dela — Alissa estava rindo muito. — Foi impagável. E para comemorar, vou levá-los a uma churrascaria hoje.

— Vou dar prejuízo em! — disse Nino, rindo.

— Duvido comer mais do que eu — provocou Thales com deboche.

— Virou disputa, é? Tô dentro — respondeu Nina, com um sorriso estranho.

— Ninguém te chamou, esquisita — retrucou Nino, zoando.

— Vou arrebentar tua cara no tapa, moleque chato. — Os dois se encararam com caretas.

— Acho que vai ser legal — disse Arthur, esperando saber se Nathaly também ia.

— Naquela que você já me levou?

— Aquela mesma, a carne de lá é ótima. Daqui a três horas, todos devem estar prontos aqui na frente da escola, ok? Irei vir buscar vocês.

— E desde quando você dirige, coroa?

— Se quiser, eu assino sua certidão de óbito — respondeu Thales.

— Hãm... Por quê? — Nino olhou para frente, e uma aura maligna emanava de Alissa, que estava com um sorriso horripilante, mas isso desapareceu de repente, dando lugar a um rosto amigável.

— Vou relevar hoje porque fizeram um bom trabalho — disse Alissa, tranquila.

— Mais um dia de vida, que sorte — comentou Nina, com um sorriso de canto de boca.


Nina, já mais tarde no apartamento, abriu o guarda-roupa com três peças de roupa na sua parte, todas pretas.

— Precisamos comprar roupas novas.

— Nem começamos a ganhar dinheiro e já tá planejando como gastar?

— Pelo menos comprar um short preto novo, talvez uma saia preta, uma blusa comprida preta, um top preto, um moletom preto... — disse, pensativa.

— Ai, vou concordar, umas roupas pretas novas iam ser boas mesmo. As minhas já estão velhas, coitadas.

— Quantas horas são?

— Sei lá.

— Olha no celular, seu preguiçoso.

— Não gosto de usar isso.

Nina foi até seu celular na bancada da cozinha e olhou.

— Já está na hora, vamos.

Nino desligou a televisão e espreguiçou os braços, se levantando lentamente.

— Anda logo!

— Calma. Tô indo.

Nino se levantou e a seguiu, fechou e trancou a porta do apartamento.

Chegaram na frente da escola, onde todos estavam esperando por Alissa. Skrrrt! Uma van cortou a rua com uma derrapada e parou perto deles. A porta se abriu e Alissa saiu com um pulo.

Tadammm!!... — exclamou, apontando os dois braços para a van, com um sorriso no rosto.

— Está meio velha para essas coisas, não?

— Garoto, eu vou matar você.

— Calma, cara, é só uma brincadeirinha... — respondeu Nino com um tom provocador para Alissa.

Eles entraram na van e foram para a churrascaria. Uma hora depois, a mesa já estava cheia de pilhas de pratos. Samanta, Thales, Arthur e Nathaly já estavam no chão de tanto comer, enquanto os funcionários corriam desesperados para trazer mais carne para a mesa de Nino, Nina e Alissa, que não paravam de comer um segundo sequer em sua competiçãozinha.

— Vocês são malucos — depois de dizer isso, Thales caiu no sono.

Um funcionário, visivelmente cansado, se aproximou:

— Senhores, a comida acabou. Por favor, retirem-se.

— Fica para a próxima, o vencedor então — disse Alissa, palitando os dentes.

— Faz parte — comentou Nino.

Arthur e Samanta ainda estavam acordados quando subiram na van. Nina carregou Nathaly, que estava dormindo, e Nino carregou Thales. Indo embora, Nina levou Nathaly, ainda adormecida, até seu apartamento, a colocou na cama com a maior delicadeza e a cobriu. Nina ficou olhando para ela por um tempo, admirando-a, passou os dedos pelo cabelo de Nathaly para tirá-lo do rosto e então foi embora.

Nino levou Thales para seu apartamento e o colocou na cama também. No entanto, ao ver Thales desacordado, decidiu zoar um pouco. Encontrou uma caneta na gaveta de uma cômoda e escreveu na testa de Thales: "Nino é Gostosão". Ele riu muito disso e foi embora.

No dia seguinte, na escola, antes da nomeação, Thales viu Nino e saiu correndo atrás dele.

— VOLTA AQUI!

Nino saiu correndo, rindo, enquanto Thales o perseguia, bravo.

"O dia mal começou e já estão assim?" pensou Nina, observando-os correndo como duas crianças.

Chegou o grande momento.

— Hoje é um dia muito feliz para a ADEDA, o dia em que dois novos esquadrões serão formados. Por favor, uma salva de palmas.

Todos aplaudiram.

— Primeiro, eu gostaria de chamar a Professora Alissa aqui, juntamente com o equipamento que será dado ao terceiro esquadrão.

Alissa subiu com a caixa de armas flutuando atrás dela.

— Agora, pode subir nosso novo esquadrão.

Nino estava quase na escada quando ouviu a voz de Thales:

— Isso. Primeiro as damas — e deu uma risadinha.

— Haha, mister piadocas.

Um a um, os novos exterminadores oficiais subiram enquanto Alissa entregava os equipamentos e colocava o sobretudo em suas costas.


[ Pelo fato de Alissa ser a responsável pelo terceiro esquadrão, ela permitiu que o sobretudo do terceiro esquadrão fosse igual ao dela do segundo esquadrão: completamente prateado. No entanto, isso não foi bem assim. Alissa não fez o pedido formalmente; ela simplesmente mandou Louis fazer, e ele apenas obedeceu. Contestar Alissa é complicado, apenas um louco ou alguém sem amor à vida tentaria tal coisa.

Isso não foi muito bom para Louis quando uma pessoa descobriu, já que o ciúme obsessivo de Katherine explodiu quando ela pediu permissão para que o sobretudo do quarto esquadrão fosse igual ao primeiro: completamente dourado. Louis disse não. Quando ele negou, teve que aguentar a manipulação vitimista de Katherine, que alegou que ele só pensa e defende Alissa, que finge gostar dela e esconde sua verdadeira paixão por Alissa. Caindo na dela, ele tentou fazer algo para que a mesma parasse de chorar.

Sugeriu que o sobretudo do esquadrão seguisse a linha dos metais. Como o dourado simbolizava o ouro e o prateado simbolizava a prata, Louis sugeriu que o sobretudo do quarto esquadrão fosse em tom de bronze. Mesmo que isso não fosse o que Katherine queria, ela aceitou e o abraçou enquanto ele tentava confortá-la. ]


— Nosso terceiro esquadrão é formado por: Nino, Nina, Arthur, Samanta, Nathaly e Thales. Uma salva de palmas!

Todos aplaudiram e duas garotas na plateia conversaram.

— Aquele garoto é tão bonito — comentou uma delas, com um olhar fofo, olhando para Nino.

— Pede o número dele depois.

— Ele deve ter namorada.

— Só vai saber se tentar.

— ...Não quero levar um fora.

— Nem tentou e já está desistindo?

— ...Tá, tá, depois eu pergunto ele.

— Assim é melhor.

O terceiro esquadrão, junto com Alissa, desceram do palco.

— E agora, por favor, professora Katherine, pode subir.

Katherine chegou empurrando uma grande caixa com rodinhas, mas não conseguiu levantá-la e colocá-la no palco. Estressada, ela tentava arrumar forças, até que Alissa usou seu poder para fazer a caixa flutuar e a colocou em cima para ela.

"Inconveniente, nem pedi sua ajuda." Katherine olhou estressada para Alissa, que apenas sorriu de volta para ela.

Da mesma forma que para o terceiro esquadrão, Katherine entregou as armas oficiais a cada membro do quarto esquadrão que subia ao palco.

— Nosso quarto esquadrão é formado por: Vinícius, Pedro, Paulo, Manoela, Marcelo e Helena. Uma salva de palmas!

Todos na plateia aplaudiram novamente.

Mesmo agora como exterminadores oficiais, eles ainda frequentam a escola, principalmente porque ainda têm muito a aprender. A entrega de relatórios deve ser feita ao seu supervisor, que no caso do terceiro esquadrão é Alissa. Eles precisam relatar tudo, e Alissa passa os relatórios para Louis arquivar no sistema.

Após as premiações, Louis recebeu um chamado sobre uma Anomalia na cidade e ligou para Alissa.

Brrr!

Alissa olhou para o celular que vibrava ao seu lado. Ao ver o nome de Louis na tela, sua expressão mudou para uma tediosa. Ela atendeu:

— Alô?

— Oi, é o Louis.

— Eu sei, tem seu nome aqui. O que foi?

Louis encarou a parede com um olhar desolado por três segundos antes de voltar a falar:

— Algumas Anomalias estão destruindo prédios e carros perto do museu Ipiranga. Pensei em passar a missão para você, para que seus alunos já comecem a se acostumar, sabe?

— Ah, entendi. Vou passar a eles. — Alissa desligou o celular.

— Poxa, nem deu tchau.

A porta do escritório de Louis abriu.

— Estava falando com quem?

— Passei uma missão para o terceiro esquadrão.

— Por que para eles e não para o meu? E precisa ligar para ela para passar a missão? — Katherine ficou emburrada.

— É mais rápido e fácil falar por ligação. Não passei para o seu por conta da derrota. A prioridade é para o mérito do terceiro esquadrão; eles venceram e é bom que já comecem a ganhar experiência como profissionais.

— Sempre isso... Eles venceram, né?

PAH.

Katherine saiu da sala e bateu a porta.

— Katherine! — Louis a chamou, mas ela não voltou e ele foi atrás dela.


Alissa passou o GPS do local da missão para o terceiro esquadrão e eles partiram imediatamente. Chegando ao local, encontraram várias anomalias que se pareciam com pombos gigantes, completamente verde com o bico enrugado. Esses pombos estavam cagando ácido em carros, prédios e até no asfalto, criando buracos e causando muitos estragos.

— A Nina vem comigo, e vocês ficam com essas... essas rolinha imatura dos postes.

— Sim, líder! — todos gritaram, exceto Nina, que o olhava com desdém.

Nino e Nina pularam na parede de um prédio e subiram rapidamente atacando as anomalias que estavam sobre todos prédios. Crunch-crunch. Pop-pop. Nino saltava de telhado em telhado, derrubando os corpos divididos dos pombos gigantes com um corte em cada, enquanto Nina apontava sua mão como uma arminha e disparava uma magia de vento que explodiam cada uma como se fossem balões. Enquanto isso, Arthur e Thales enfrentavam os pombos que voavam mais baixo.

Um dos pombos cagou ácido na direção de Thales, mas Arthur agiu rápido, manipulando o líquido com sua magia e fazendo-o retornar para o próprio pombo. A força do ácido contra as asas da anomalia fez com que ela perdesse a estabilidade e caísse no chão. PAH! Crunch! Nathaly aproveitou a oportunidade e finalizou a anomalia com sua espada, limpando a área.

Embora as anomalias fossem fracas individualmente, eram numerosas. Após eliminarem todas, voltaram para a escola e relataram a missão para Alissa.

— Aí o Nino pulou em uma delas voando e ela ficou toda perdida, sacudindo ele no ar. — Todos começaram a rir.

— Cara... eu queria ter descido com ela no chão, mas ela não parava de sacudir.

— Tudo correu bem. Que bom, vou entregar o relatório para o Louis e, mais tarde, para comemorar, vou levá-los a um rodízio de pizza muito bom.

— Vai querer disputar de novo? — perguntou Nino, com um olhar desafiador.

— Claro, só estava brincando ontem — respondeu Alissa com um sorriso.

— Tô dentro! — exclamou Nina, fechando os punhos.

— Eu tô é fora — respondeu Thales.

— Não vai não? — perguntou Nino.

— Eu vou, mas não vou disputar, vocês comem igual uns malucos, credo.

À medida que a tarde se transformava em noite, o terceiro esquadrão foi para a pizzaria. Passaram um bom tempo comendo até que os funcionários começaram a correr de um lado para o outro, trazendo comida e empilhando vários pratos na mesa novamente. Alissa, Nino e Nina estavam devorando as pizzas que chegavam.

Um dos funcionários da cozinha, ao perceber o caos que se formava, decidiu espiar a cena e ficou paralisado ao ver o que estava acontecendo.

— O que foi? — perguntou seu colega, ao ver o desespero no rosto do funcionário.

— El... eles... eles de novo! — exclamou o funcionário, com um olhar aterrorizado.

— O quê?

— Saí do meu antigo emprego porque esses adolescentes causaram um prejuízo enorme na churrascaria onde eu trabalhava. O chefe precisou desligar alguns funcionários e eu fui mandado embora. — Pah... Ele se ajoelhou no chão. — Meu Deus, não me faça ser demitido de novo, por favor!

Seu colega de trabalho olhou para ele ajoelhado e apenas balançou a cabeça, murmurando:

— Dramático.



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