Volume 1 – Arco 2
Capítulo 98: Calamidade 1 ...2 ...
As três desceram ao mesmo tempo.
BUM! BUM!-BUM!
Nina desviou com uma tranquilidade obscenamente desleixada, como se estivesse dançando e não enfrentando criaturas capazes de destruir países.
Duas das aberrações adentraram a terra, Crruuruumnn... usando-a para se esconder enquanto preparavam ataques.
Entretanto, o som era muito forte, e um rastro de rachaduras, igual artérias, só que de lama, era formado no chão. Mesmo que confiassem na Guariba que ficou na superfície e retornava em um ataque direto na Primordial, Nina controlava cada centímetro daquela área... as anomalias apenas não sabiam.
PLO-PLOCHH!!
Lanças colossais de pedra rasgaram o solo e empalaram as aberrações com uma brutalidade avassaladora. Ultramente penetradas, os corpos ainda se contorciam, presos em espinhos igual insetos de uma coleção.
A terceira Guariba avançou pelo ar em linha reta, sua boca grotesca escancarada num rugido silencioso de puro ódio... Nina, com um gesto simples, moldou uma lâmina viva de chamas vermelhas.
Shk!
Cortou aquela aberração ao meio... péssimo erro... mais uma Guariba se multiplicou, e as presas no espeto, Cra-crash! cortaram-se ao meio, diminuindo em metade o seu tamanho, mas também se multiplicando.
"Interessante... isso não são clones... são como eu e o meu... irmão?" Nina inibia seu lado querendo descer o cacete e xingar seu irmão inteiro pela nova situação de merda que os colocou em mais um dia.
Sua curiosidade para com o que era aquilo era maior. Um sorrisinho animado, enquanto brincava com aqueles seres, se formou, no tempo em que estudava e analisava-as atentamente, procurando um erro, procurando o possível ponto fraco.
"Regeneração muito rápida, uma Ruína ou Calamidade... mas é tão fraca..." pensou, enquanto via aqueles seres se movendo "lentamente", juntos, de seis direções distintas.
— Tsi...
Com um sorrisinho de canto, uma risadinha suave... a menina avançou para se divertir com as três que avançavam pelo ar. A anomalia que vinha pelo centro mantinha a boca aberta, sua mandíbula grotesca de um macaco deformado. Aquela Guariba — inteira — em específico, não havia se adaptado e desenvolvido magia.
A grande boca vinha para trucidar a menina, que só passou do lado, desviando no ar em um giro. Shrrrrrrrrk! penetrando uma fina espada feita de gelo, rasgando a lateral inteira do corpo daquela coisa feia.
Grunhidos fortes de dor vinham daquela parte de todas as Guaribas, e as outras duas que voavam ao lado tentaram abocanhar Nina, que só corria na extensão de seus corpos, rasgando-as por puro entretenimento.
CRUNCH!
Uma delas tentou uma mordida direta, mas errou a menina, ocasionando em dividir mais uma das Guaribas ao meio... multiplicando outra, embora diminuindo-a pela metade do tamanho.
Nina saltou quando a mordida veio, observando a regeneração daquilo em uma visão privilegiada no ar. Seus olhos atentos viam que o coração era diferente do que viu ao dividir a primeira no ataque ainda na floresta.
"Não são clones e nem como nós... Um coração manda em tudo? Matar a verdadeira acaba com isso?" pensou, mas enquanto analisava, uma das que atacavam anteriormente pelo solo subiu rasgando o ar na direção da menina, e Nina girou em uma linda pirueta, com uma marreta colossal de pedra surgindo na sua mão.
BAM!
O ataque vertical veio, descendo como um cometa, sua pose no ar como se estivesse sentada de pernas esticadas no solo.
BUM!
A criatura afundou no solo como um meteorito disforme. A cabeça reduzida a polpa, se regenerando, quando...
BUM!
Nina desceu, explodindo-a de vez.
Olhava para o interior do buraco que deixou, mas o coração não estava no mesmo lugar da que olhou anteriormente... a anomalia começava a aprender, começava a colocar o coração em um lugar mais escondido.
— Huh? Cadê?
Todas a atacaram ao mesmo tempo.
Nina lançou um olhar calmo para o lado, as diversas Guaribas vindo, no tempo em que a da sua frente se regenerava e avançava nela novamente. Sem nenhuma preocupação, fechou os olhos, colocou as mãos no bolso do "short" do macaquinho e sorriu de forma leve.
Notava que era filmada pelos humanos, então decidiu brincar, posando para as imagens enquanto dava um cacete naquela Calamidade. As Guaribas chegaram, BAM!...-CRUCH! A princípio, a menina nem fez nada, além de desviar de forma despreocupada, deixando que aquelas criaturas se colidissem por não conseguirem controlar a própria velocidade.
Se batiam, se mordiam tentando atacar Nina, que caminhava sobre seus corpos, zombava de suas capacidades, ria de suas feiuras. Uma humilhação que a anomalia sentia, e sentia com o mais sincero temor, que precisava de poder, precisava consumir sangue para vencer.
Os humanos ficaram hipnotizados por verem aquela jovem, sem muitos esforços, brincar com aqueles seres. Tudo isso com um sorriso gentil no rosto, tudo isso mostrando um carisma para as câmeras.
Nina só curtia o momento.
"Provavelmente o verdadeiro é a parte que meu irmão foi atrás... foda-se, ent..." pensava, quando viu duas anomalias quererem fugir na direção do condomínio, e principalmente no grupo de pessoas assistindo.
PLO-PLOCH!
— Voltem aqui. Eu digo quando acaba, você apenas obedece — murmurou com uma voz arrastada, absolutamente ameaçadora.
Duas estacas gigantes de pedra penetraram as duas anomalias e as direcionaram até mais próximo de onde Nina se divertia. BU-BUM! deixando de existirem após colidir com os corpos daquilo no chão.
Nina tirou as mãos dos bolsos, saltou bem alto com um mortal e, no ar, as diversas anomalias voaram ao seu encontro no céu. A menina criou uma lâmina de chamas e desceu girando, correndo de corpo em corpo, rasgando cabeça por cabeça, dilacerando entranhas por entranhas... uma carnificina, uma chuva de sangue que logo virou uma chuva de mais anomalias duplicadas.
"Por que essa coisa se divide tanto...?" pensou, enquanto via a chuva de seres que criou descendo a milhão, indo atacá-la.
BUM-BU-BU-BUM!
O som lembrava um ataque de mísseis, um bombardeiro direcionado. A menina desviava quase em uma dança, apenas olhando, analisando o que aquele ser queria com tanto aumento e duplicação de massa.
Crurururrrmmn...
BA-...BRUM!
Uma rasgou pelo subterrâneo até a jovem... e desta vez... foi diferente.
A boca veio aberta, os dentes afiados e o bafo eram os mesmos, mas... aquela aprendeu magia. Uma aura esbranquiçada e azul se uniam em sua boca para disparar gelo, e Nina se interessou por aquilo.
Aquele ser a atacou, e Nina apenas segurou o ataque, estendendo a mão e segurando a cabeça daquilo. O ser nem mesmo arrastou a menina, empurrou ou a fez dobrar minimamente a pele do braço no impacto que amassou o chão sob os pés da jovem.
PLO-PLO-PLOPLOCH!
Todas as outras foram pegas por estacas de pedra crescendo sem limites, levando todas para o mesmo ponto: uma bola maciça dos corpos daqueles seres presos pelas estacas para não fugirem.
BUM!
A bola, com mais de cinco toneladas de carne, foi feita, caindo no chão e mostrando o peso com um som de quase explosão... Um mini terremoto no chão.
Nina mantinha o olhar na que segurava com apenas a mão direita.
— Interessante — disse com soberba, nariz erguido diante da criatura insignificante.
Fu-SRAAGRGRNCH!
Com um movimento rápido e despreocupado, Nina moveu a cabeça da Guariba para a direita e voltou com tudo para a esquerda. Sua força rasgou a criatura quase pela metade — e então, finalmente, encontrou o coração.
O órgão foi escondido entre outros órgãos... mas também havia uma cópia mal feita na região que, de fato, viu da primeira vez.
"Um coração falso... Esse é mais claro. Isso aprendeu a esconder o coração?" O coração daquele ser era verde-escuro, sendo o sangue verde. O coração falso, no mesmo ponto que o verdadeiro ficava, era quase o tom do sangue. "Tanto faz..."
Nina segurou o coração verdadeiro, Rasg! o arrancou em meio ao estômago, Crunch! e o esmagou sem muita enrolação... mas... aquele ser se regenerou novamente na sua frente.
Devido a não ser dividido, só regenerou como era e avançou com a boca na menina mais uma vez. Ainda tentava produzir gelo, não havia tido muitos exemplos para aprender, além de ter sido dividido pela menina com a lâmina anteriormente.
Como a garota não estava usando nada além da própria força, aquela anomalia estava fadada a morrer antes mesmo de se adaptar ou dominar a magia.
BA-...
Nina segurou novamente aquele ser — sem esforço algum — e então, seu pensamento sobre aquilo mais cedo voltou:
"O coração era igual o do primeiro... então, ou o verdadeiro é o que tá com o meu irmão, ou não existe isso de coração verdadeiro." pensou, e olhou na direção que seu irmão foi, mas, quando viu a quantidade de pessoas com rostos alegres, felizes por verem magia de perto, Nina decidiu de fato posar para fotos.
Brincando e usando aquele ser de cobaia. Usava armas feitas com magia, segurava aquela coisa com a cara enfiada no chão, obrigava aquilo a sorrir... montou um verdadeiro estúdio a céu aberto, sob uma noite iluminada pela lua... e por inúmeros flashes da multidão.
Exibia seu carisma para a população... mas seu irmão, naquele instante, não dividia do mesmo ar de espírito. Ficou puto por precisar salvar aqueles humanos, mas, mesmo estressado, não quis desobedecer a visão que teve de seu pai.
Depois que colocou todas as pessoas do prédio — que deixou, a princípio, ser destruído — no chão, afastadas do desabamento, a anomalia que chutou voou e bateu no prédio ao lado, rachando toda a estrutura, mas não desabando instantaneamente...
Nino, mesmo sem querer... quase matou mais dezenas de pessoas.
FRROOOSTT!
Rasgou o ar, deslizando em um caminho de gelo que se formava em seus pés. Seus olhos arregalados... naquele momento, ninguém podia morrer. Não queria falhar, não queria desobedecer o pai, não queria desobedecer sua avó.
CR-...CRRRASH!
O peso da anomalia ao se mover desestabilizou o sustento do novo prédio, e, embora muitas pessoas já tivessem saído quando os barulhos altos começaram... ainda havia muitos lá dentro.
Crash!
Nino entrou por uma janela, o ambiente se tornando inclinado em câmera lenta. Os quadros, televisores, móveis... toda a decoração flutuava, sendo arrancada de seus respectivos lugares.
Corria de quarto em quarto, cômodo em cômodo, resgatando cada pessoa, cachorro, gatinho e passarinho em gaiolas. Colocando-os fora daquele lugar.
FRUUUSTT!
Disparou uma rajada de gelo, criando um sustento massivo externo para segurar aquilo de cair, embora fosse apenas para não virar um efeito dominó — de prédio colidindo em outro prédio.
"Porra!" exclamou irritado em sua mente com o que o mesmo fez.
Quando criou o sustento, saltou ao céu, vendo sua irmã próxima do viaduto inacabado... e agora com uma parte destruída. Quando voltou o olhar para a sua área, procurando a anomalia que deixou "solta"... a viu avançando em um grupo de pessoas que filmavam o menino salvando a noite.
Os olhos do jovem se assustaram... as pessoas não sentiam medo, só continuavam gritando, torcendo pelo jovem... e filmando o tão querido "vídeo viral".
BRRUUMM!!
A anomalia iria conseguir matar todos, mas Nino surgiu por cima da Guariba-boia, descendo com um chute sinistro de forte, amassando o crânio do macaco, fazendo com que o corpo — toda a traseira — se erguesse como se tivesse dando um grau de moto.
O chão afundou com abundância, todas as pessoas foram jogadas alguns centímetros, dependendo do seu peso, para cima em um efeito gangorra. O que fez as crianças se divertirem, batendo os braços como galinhas a 40 cm do chão; os adultos sentirem frio na barriga com seus mini pulinhos de 10 cm; e os gordos continuarem imóveis... percebendo que não puderam participar da brincadeira.
Um "cara" virou o rosto, parou o vídeo que gravava e reclamou:
— Rum! Vou abrir uma thread. Gordofobia é crime!
— Cala a boca, x-tudo! — exclamou um cara no meio da multidão.
— QUEM DISSE ISSO?! — gritou irado, movendo o corpo para o lado. Suas tetas caídas, Plapla! voaram na cara da pessoa ao lado, que quase caiu desmaiada no chão... desnorteada.
Havia muita gente.
Não encontrou quem gritou, ficando ali... de bico, sem nem mesmo ter visto sua tentativa de assassinato.
Após afundar a cara esmagada da anomalia no chão, Nino viu a cena despreocupada que rolava naquele lugar, e só foi jogar lenha na sua raiva. Virava um chute lateral no corpo do ser que vinha ao seu encontro, pedindo seu golpe, quando pensou:
"Saiam daqui... imbecis!"
BAAMM!
O corpo da criatura foi rodando igual uma estrela ninja. Nino o lançou para bem longe dos prédios, na tentativa de conseguir eliminar aquilo sem se preocupar em ter que cuidar de humanozinhos sem amor à vida.
CRA-CRA-CRASH!
A anomalia voou até o início da floresta, colidindo com diversas árvores e as quebrando em sequência. Não havia mais para onde fugir. Suas outras partes eram mantidas de refém, e ela precisava agir.
Nino vinha na direção, rasgando o chão.
Seu corpo incandesceu, irradiando um brilho de chamas vermelhas. Seus passos deixavam pegadas escuras, queimadas na grama, e a anomalia, vendo aquilo, avançou com seus dentes na direção.
O que sua parte aprendeu a princípio... tentou reproduzir.
Da sua boca, magia de gelo se formava, e, confiando inteiramente nela... o ser atacou e abocanhou o menino... que deixou-se ser engolido.
BRRUMM!
A luz que cobria o corpo de Nino brilhou forte, depois se apagou, voltando ao seu padrão — suas vestes pretas, só não mais que o cabelo.
Aquele ser foi dilacerado.
Explodiu em uma chuva de sangue verde... que Nina viu de bem distante, e então ficou um pouco perdida... sem saber como matar aquilo.
"O coração foi destruído... então não é isso."
De uma Guariba, surgiram cinco... se regenerando.
Duas do tamanho da original e três de tamanho reduzido. Nino olhou para a formação daqueles seres, a regeneração instantânea em sua frente.
Shhkrkrrk!
Todas nasceram juntas... e juntas foram rasgadas novamente.
A lâmina de chamas vermelhas dividiu-as, e as cinco se multiplicaram... se tornando dez.
O olhar do Primordial foi um misto de raiva, curiosidade e preguiça. Seu movimento de corte sendo finalizado, a curvatura do corpo pronta para avançar, dilacerando-os em mais um golpe.
"Como vou m..."
— Ninoo!
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