Cheaters Brasileira

Autor(a): Kuma


Volume 1 – Arco 4

Capítulo 53: Provações

 

Enquanto isso, do outro lado da ||TORRE DO MAGO SOLITÁRIO||...

PLAYER: [Letícia]

 

— Maldição! — xinguei, desviando por pouco de mais um ataque preciso.

— O que foi, Letícia? Não está sequer tentando.

Mesmo com o arco de gelo, eu não estava ganhando e nem perto de ganhar aquele combate. Meus movimentos, minha velocidade e técnicas estavam sendo sobrepujadas por Eifrim facilmente.

Sua velocidade, sua movimentação fluída como se fosse parte das sombras do ambiente, parte do próprio vento que corria por nós, ainda permanecia a mesma daquela época. Mesmo que eu tenha ficado muito mais forte que aquela vez, eu não consiga vencê-la sem a intervenção de Lapis Lazuli.

— Não pense que vai ser como daquela vez, Eifrim! — resmunguei.

— Estou esperando que me mostre, minha pupila.

Continuei correndo em círculos, por trás de pilastras e mais pilastras, tentando conseguir um melhor ângulo para combate-la. Parei atrás da quarta ou quinta pilastra antes do fim do corredor, freando cada movimento como se pudesse parar até mesmo meu próprio coração.

Eifrim sabiamente fez o mesmo. O corredor escuro estava em completo silêncio. Até mesmo o vento parecia ter se calado e parado de circular para assistir aquele embate.

Onde você está? Onde você está? Onde...?

THACK!

Em um estalo pedregoso que ecoou por todo o lugar, eu deixei a cobertura rolando, preparando um conjunto de flechas de gelo.

— |FLECHA LAPIS|!

Disparei uma saraivada para frente, os projeteis causando várias explosões gélidas em vários lugares do corredor ao mesmo tempo, na passagem principal e entre as colunatas.

E continuei disparando, de uma ponta a outra, de um lado para o outro, destruindo e cobrindo cada quadrante daquele lugar de gelo.

— Merda! Onde você está?!

— Estou bem aqui, Letícia! — Eifrim respondeu vindo de cima.

Ela caiu bem onde eu estava e eu me esquivei rapidamente com um rolamento. Nesse espaço de alguns instantes, preparei mais uma rajada da minha |FLECHA LAPIS| e disparei contra ela.

Contudo, Eifrim me acompanhou com uma velocidade sobrenatural e esquivou das flechas de gelo como se fosse intangível. Um fantasma — e poderia muito bem ser um — que não poderia ser atingido. Estalei a língua e me preparei para bloquear.

Eifrim usou minha perna curvada para pegar em impulso com seu pé e conseguir alcançar minha cabeça, a qual se apoiou para saltar por cima de mim em uma pirueta acrobática, quebrando completamente minha postura e equilíbrio — para não dizer meu orgulho também.

— Droga! — grunhi, cambaleando dois passos para trás.

Me recuperei o mais rápido consegui, tempo o suficiente para me esquivar de duas flechas de Eifrim vindas do meu ponto cego, inclinando meu corpo bruscamente para trás. Ela já estava próxima de mim o bastante para um combate corpo-a-corpo.

Nesse momento, começamos uma dança de ataque e esquiva, flechas e arcos colados nos rostos uma da outra enquanto girávamos e disparávamos e nos mexíamos em uma esquiva e bloqueio sincronizadas. Um combate não só de técnica, mas de vontade e flexibilidade, onde um deslize significaria ser perfurada fatalmente.

Permanecemos nessa dança até estarmos próximas o suficiente uma da outra para cruzarmos arcos e disputarmos força; nós duas, eu e ela, empurrando seu arco de madeira comum contra meu arco de gelo luminoso. E ela ainda detinha a vantagem mesmo assim.

— Hum... nãaao... Ainda não. — Eifrim deixou algumas palavras soltas saírem enquanto torcia os lábios em uma expressão pensativa.

Tudo isso enquanto ainda disputávamos empurrões. Parecia até que estava pegando leve comigo.

— O que “ainda não”?

— De fato, ainda falta algo em você, Letícia — revelou Eifrim, com uma expressão assustadoramente séria. — Não percebeu?

— Você está puxando minha orelha, mesmo depois de morta? Que tocante! YAAH! — Eu descarreguei um acesso de força e consegui empurrá-la, desequilibrando-a por um momento. Era a minha chance! — |ESQUIFE DE GELO|!

As estalactites emergiram como lanças cristalinas do solo em direção à Eifrim. Em uma cadência marcial impecável, ela desviou dos golpes mortais do meu |ESQUIFE DE GELO| e saltou entre eles, como se fosse uma brincadeira para ela.

Entre rodopios e saltos acrobáticos, ela disparava flechas translúcidas na minha direção. Estiquei o corpo para me livrar dos ataques, projetando-o para frente e para trás, simulando o balançar de barco em alto mar e respondi com mais disparos da |FLECHA LAPIS|.

— Que simplório — A voz de Eifrim veio de trás de mim e eu me assustei. No entanto, eu estava em uma péssima posição para eu me virar. — Acho que está perdida, menininha.

Para meu baque, o ataque dela veio por baixo. — GYAAH! — Um soco ascendente poderoso em meu queixo que me lançou alguns metros para frente, rolando pelo corredor. Minha cabeça girou violentamente e meus sentidos desligaram até que meu corpo se aprumou no chão frio e arenoso do corredor.

Tossi e grunhi de dor no maxilar duro, ainda aturdida com o impacto repentino. Droga, o que tinha acontecido? Tenho certeza de que meus ouvidos não me enganaram e meus instintos me disseram que ela vinha por trás...

Teria sido um truque de Eifrim para enganar meus sentidos?    

— Você está perdida e está somente se confiando nesse aparato inútil. Como acha que tem sobrevivido até agora? — repreendeu Eifrim, cruzando os braços e franzindo a testa.

Engatinhei no chão até levantar e chacoalhei a cabeça, tentando me recompor, unir as ideias, as percepções. Por mais que eu odiasse a ideia, Eifrim tinha razão; por muito tempo, inclusive por causa de meu título, [ARQUEIRA INVERNAL], eu tenho dependido unicamente daquele poder e esquecido o básico.

Por muitas vezes eu contei apenas com a sorte ou meu poder gélido para vencer o combate, mas eu, acima de tudo, era uma arqueira. Uma sobrevivente da tundra impiedosa. Acho que Eifrim, por razões que eu ainda desconhecia — mesmo que fosse seu fantasma —, estava me fazendo lembrar disso.

Inflei os pulmões de ar e me acalmei. Como o término de uma tempestade e a luz do sol trazendo os bons ventos e a bonança, eu clareei a mente, relaxei os músculos como resposta à respiração ritmada. Um, dois, um dois, um, dois... era assim que contava cada entrada e saída.

Só tenho que lembrar... lembrar do que aprendi. Do que me fez ser quem eu sou. De quem eu realmente sou.

Com os olhos fechados, meus ouvidos estavam bem mais focados e senti cada ondulação do ar sobre meus poros. Minha mente era como uma lâmina afiada. Quando Eifrim começou a se mover de novo, consegui ouvir seus passos claros como se estivesse ao meu lado, as vibrações no solo e no ar.

E imediatamente, atirei.

— |FLECHA LAPIS|! — gritei enquanto atirava as flechas na sua direção.

Eifrim esquivou delas facilmente como já tinha feito e disparou na minha direção, mas tive o cuidado de preparar o terreno para isso. Ela se viu em uma superfície cristalina e escorregadia e parou, deslizando ainda alguns centímetros no piso de gelo.

— Ela... atirou no chão?! — a arqueira murmurou, surpresa.

Quando puxou o arco para atirar, mais e mais flechas estavam prestes a alvejá-la de uma única vez, sufocando seu campo de ação.

Eifrim saltou ali mesmo onde estava, porém eu saltei segundos antes e a peguei no ar, já com a mira pronta, o alvo cravado e as flechas em posição.

Primeira lição: Nunca deixe o inimigo tomar a iniciativa.

Flechas foram disparadas por mim e Eifrim sequer teve tempo de pensar antes de responder com seus próprios disparos, uns interceptando meus tiros e outros não.

Só que o lugar onde ela tinha saltado, eu também já tinha colocado uma surpresa para ela momentos antes.

Segunda lição: O inimigo que você não ver, vai te matar.

Em um pilar próximo, eu tinha deixado uma lasca de uma flecha de gelo, atirada anteriormente por mim no começo da luta. Ela expandiu e explodiu em várias lascas gélidas e cortantes perto de Eifrim, que não teve tempo de reagir.

Alguns estilhaços atingiram os braços e costas da arqueira, que soltou um leve grunhido seguido de um estalo de língua. Outras flechas do meu primeiro ataque ainda estavam posicionados em pilares próximos e seguiram explodindo à medida que ela ia caindo no ar.

Eifrim desceu rapidamente, se impulsionando em alguns pedaços maiores de gelo e desceu para o chão, atrás de mim, um lugar onde o chão não tinha sido congelado e não estava escorregadio. E eu já esperava por isso também.

Terceira lição: Arqueiros não usam apenas o seu arco.

Quando ela aterrissou, a ponta de um grande esquife de gelo cristalino surgiu de repente e subiu até tocar o enorme teto do corredor. Parte do pé de Eifrim — seu pé de apoio, o qual ela usou para aterrissar — foi congelado e parte de seu braço direito foi perfurado pelo objeto que subiu rápido demais.

Assim que ela recuou com um salto cambaleante para trás, eu a acompanhei, minha mão espalmada pronta para o combate corporal, o qual agora eu tinha a vantagem.

Quarta lição: Leia cada movimento do seu oponente...

Eifrim foi obrigada a girar o arco para se defender, não tendo chance alguma de sacar suas flechas ou tentar algum outro truque. No entanto, eu agarrei o pulso do braço bom e colamos nossos corpos, onde nisso consegui encaixar uma joelhada certeira em sua barriga.

... e antecipe o próximo.

Eifrim cuspiu um jato de saliva e se contorceu para trás, desnorteada. Continuei a golpeá-la sequencialmente uma, duas, quatros vezes. Chutes e socos concatenados, sem chance de reação e quando finalmente...

THICK!

— Ah?! — Me afastei alguns passos por puro instinto quando ouvi um estalo.

— O jogo acabou, Letícia.

Ela tinha feito uma armadilha com suas flechas espectrais para mim, que vieram como um bando de aves enlouquecidos da escuridão do teto do corredor. Dez, cinquenta, cem flechas de uma vez. Não importa o quão rápido eu fosse, eu seria duramente atingida por toda aquela chuva de flechas.

 


Use... a habilidade... suprema.


 

De novo aquela voz severa que escutei na ||FLORESTA DO GEHENNA||. Aquela voz que me passava uma sensação de calma súbita, não importava quando ou em qual situação de vida ou morte eu me encontrasse...

Usar o arco? Tentei travar um diálogo mental com ela — como se pudesse mesmo fazer isso —, ignorando as centenas de flechas que vinham ligeiras sobre nós.

Sem tempo para pensar, o arco em minha mão cresceu e se tornou um imenso arco composto de gelo ornamentado com pétalas cristalinas e inscrições por toda a extensão do cabo que tremeluziam em cores azul da cor do céu infinito e cintilantes e claros.

Como se eu já soubesse o que fazer e dizer, apenas apontei o arco composto para o céu e atirei, gritando:

Habilidade suprema: |ERA DO GELO|!

Uma gigantesca flecha se fez e decolou em direção à chuva de flechas. O contato dela com as dezenas de projéteis em queda livre provocou uma explosão de gelo iridescente e, que por uma fração de segundos, iluminou cada canto do corredor. Paredes, teto, chão e pilares que estavam próximos do raio da explosão foram assoladas pela onda frígida e congelaram instantaneamente.

Os projeteis lançados por Eifrim se perderam durante o vórtice cristalino, um tufão de cacos de gelo que pareciam um pó de estrelas se formando a partir de um único centro dentro daquele espaço.

E nós duas seríamos alvejadas e mortas por aquela tormenta.

 

 

 

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Enquanto isso... a escolhida pela deusa luta contra si mesma na escuridão.

PLAYER: [Juno]

 

 

Explosões por todos os lugares e eu escondida atrás de um pilar, acuada como um rato. Não era bem essa a imagem que imaginei que uma herdeira da Alta Sacerdotisa teria.

Bom... ela era eu, não é? Pelo menos, uma cópia minha. E eu não me lembro de fazer nada explodir. Uma ladra mágica não tinha que ter, tecnicamente, poderes mágicos. Mas pelo visto, não era meu caso ali.

— Ai, que merda! Dá pra dar um tempo?! — gritei, como se minha voz desafinada despontasse sobre o som estridente das explosões.

— Que foi? Por acaso, não é a toda-poderooosa e escolhida pela deusa? Deveria lidar melhor com isso, lindinha! — disse a Juno falsa em um desagradável tom de escárnio.

— Eu... não pedi para ser filha da Alta Sacerdotisa, porra! Me deixa! — Eu balancei as mãos no ar de um forma até cômica, como se, de alguma forma, eu pudesse invocar ventos que fariam tempestades ou mesmo uma mão mágica gigante que arremessasse ela para longe como uma bolinha de papel amassado.

Ambas as opções não deram certo e ela apareceu voando sob sua vassoura, seus olhos escorrendo maldade ao se cravarem em mim como facas.

— Você é só uma bastarda que deu sorte! Capricho do destino? Vontade da deusa? Não me faça rir. — As cerdas da vassoura dela se iluminaram intensamente como se fossem explodir. — VOCÊ NÃO TEM NADA DE ESPECIAAAAL!

Em uma manobra com a vassoura, as cerdas se tornaram lâminas luminosas de fogo que se espalharam por todo o corredor, dissipando cada sombra, cada canto difuso e quina de parede.

Eu corri o máximo que pude até conseguir abrigo atrás de um pilar, mas parte do fogo queimou meu braço e chamuscou parte da minha calça antes disso. Droga! Eu tinha acabado de comprar ela!

— Merda... argh! — Eu pressionei a região queimada do braço, a qual tinha um pequeno foco de fumaça saindo, gemendo de dor.

Virei o rosto e ela estava do meu lado, sua vassoura cuspindo fogo como um dragão louco, criando um rastros de chamas onde passava. Seus olhos vermelhos e sanguinários encontraram os meus e me lançaram uma onda de calafrio que enriçou a espinha.

Minha primeira reação foi se afastar dela o mais rápido que eu conseguia. Pavor... era a melhor definição. Uma urgência desesperada de escapar dali, de preservar minha própria vida; de rastejar e me enfiar em qualquer buraco minúsculo, mas conseguir sair dali.

A Juno falsa se entregou às gargalhadas de zombaria quando eu rastejei para longe dela, sua vassoura criando labaredas maiores e mais intensas, como se o fogo pudesse criar forma e vida.

— Patético... simplesmente patético. — Sua voz era o retrato do puro desprezo e chacota, como se estivesse apenas em uma simples brincadeira de gato e rato. — Alguém que rasteja como um verme assim só estaria destinada a se tornar o que se tornou: a escória, a ralé, o resto...

— Você não se cansa de falar, não? Você adora se ouvir, não é? — rugi, arriscando tentar me levantar.

— Ah? Mal consegue levantar o próprio corpo e quer levantar a voz?

— Você é isso, você é aquilo e blá-blá-blá... Vê se me dá um tempo! — Fiz uma pausa, sentindo a queimadura do braço arder insuportavelmente. Mordi o lábio inferior, engoli o choro e continuei: — Eu posso... até não ter nada de especial, mas quem precisa?! Quem precisa ser especial nessa merda, por acaso?!

— Ora, por que não admitiu antes? Teria sido apenas mais fácil se apenas...

— Cale a boca! — cortei. Minha cópia tagarela se calou. — Não preciso que nenhuma merda mais... saia da porra da sua boca! — arfei. Na verdade, eu estava comprando tempo para pensar em algo. Em um contra-ataque. — Certo! Eu nasci de um caso. Sou uma bastarda e tive tudo tirado de mim antes mesmo de ter entendimento para saber dessas coisas. Mas meu futuro... minha vida... não são definidas por ninguém e por nenhuma porra dessas! Eu... posso ser o que eu quiser e não o que me dizem para ser!

Pude ver que ela segurou uma risada cheia pelo modo como inflou as bochechas. Desgraçada! Mesmo com meu discurso, ela ainda não me levava a sério!

— Pff... que merdas está dizendo? Você nasceu para ser encontrada pelo chefe e virar uma ladra! Uma gata borralheira que não tem casa e não tem destino! É isso que eu e você somos. É o que nascemos para fazer e admita — Ela tirou outra coisa de sua bolsa. Eram... abóboras pequenas? Abóboras com rostos e elas... estavam rindo?! — Eu sou você. Sou o que você realmente é!

Ela arremessou aquelas coisinhas redondas que soltavam risadinhas finas e perversas e brilhavam. Isso com certeza não era um bom sinal. Eu forcei meu corpo a se mover, rolando no chão em meio a uma chuva de pedras e areia que voaram de uma explosão onde eu estava há pouco.

Por pouco eu não viro parte daqueles destroços. E ela sobrevoava minha cabeça, dessa vez não mais com aquela expressão divertida e superiora de antes. Sua expressão... suas sobrancelhas, sua testa franzida. Tudo nela era o puro e imaculado ódio. Ódio amargo e assassino.

Não sei o que eu disse exatamente, mas o que quer que tenha dito, despertou algo nela. Algo em mim mesma.

 

Por que você não consegue simplesmente aceitar?

 

Agora a brincadeira de pega-esconde que ela havia estipulado entre nós estava oficialmente encerrada. Naquele momento, a Juno cópia vinha para me liquidar de uma vez. Pura sede de matar.

— Só aceite seu destino logo e morra! — Sua voz saia como um sussurro arrastado e gutural. Como se suas palavras pudessem se fechar ao redor do meu pescoço e me estrangular. — Me cansei de você.

Engoli em seco e comecei a correr, os joelhos querendo ceder. As bombas risadinhas — nome que eu mesmo inventei para aquelas cabecinhas risonhas de abobora explosivas — continuavam a ser despejadas sobre mim, uma atrás da outra.

Não havia mais lugar seguro no corredor. Enquanto isso, a vassoura da Juno falsa continuava a descarregar uma trilha flamejante por onde passava, formando linhas de chamas que dificultavam minha mobilidade.

Aos poucos, eu estava sendo cercada por explosões e fogo por todos os lados. Um verdadeiro círculo de fogo onde eu estava bem no centro dele, um alvo cravado bem na minha cabeça. Merda!

— Últimas palavras, coisinha? — minha cópia perguntou.

Eu tossi antes de responder: — Olha pra cima, coisinha — apontei.

Ela virou o pescoço para onde mirei e se deparou com vários pilares ruindo de todos os lados, e ela quem estava no caminho. Em um ato desesperado de tentar desviar, o calor do fogo gerado pela sua vassoura ativou as bombas que ainda estavam com ela. Que infelicidade...

E então, a imagem dela — minha própria imagem — desapareceu em um show de luzes e explosões pipocando no ar ao mesmo tempo, enquanto coluna após coluna desabava até o chão, sobre mim.

E eu só pude fechar os olhos e esperar que a imagem de mim mesma — a verdadeira eu — também desaparecesse soterrada.

...

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Zzzt... zzt...

 



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