Volume 1 – Arco 4
Capítulo 47: O reino das varinhas e vassouras
Portão Leste da cidade de ||GARDENMOON V||, três dias depois...
PLAYER: [Letícia]
Cheguei por volta do meio dia, montada em uma égua castanho escuro de crista clara e que resfolegava bastante por conta da viagem exaustiva. Mesmo sendo por volta de meio dia, um fato curioso era de que eu parecia estar chegando lá por volta das seis horas da manhã — e isso se devia por causa do clima fechado e extremamente frio que desde sempre cobriu a região.
Nem mesmo a luz do sol conseguia penetrar com facilidade as densas nuvens, camadas de gelo e ventos frios que imperavam sobre as gêmeas ||REN DO NORTE|| e ||REN DO SUL||.
Desde sempre..., mas a realidade, ou não, era de que a região foi coberta por gelo desde a descida de um dos primeiros dragões ao continente, Lapis Lazuli, o dragão de gelo. Isso foi em um lugar muito, mais muito longe dali e há muito tempo atrás, mas até hoje os efeitos foram marcados na região como uma cicatriz permanente.
Uma cicatriz... da magnitude do poder de um dragão..., meu pensamento voava como o próprio dragão enquanto a égua seguia a um trote cadenciado e calmo pela trilha lamacenta de barro e gelo. Quanto ao vento frio e o clima instável da região, eu já era bastante acostumada, é claro.
O portão da grande ||GARDENMOON V|| que me recebeu era largo e majestoso, diferente da pequena ||ABSTERGO||; cristais envoltos em desenhos entalhados em um vidro cristalino que lembrava o gelo puro e glacial decoravam as saídas e entradas da cidade. Fileiras após fileiras de bandeirinhas penduradas por cordas, nelas estampadas o símbolo da cidade das varinhas e vassouras, decoravam tanto os arcos altos dos portões de entrada quanto da entrada intermediária entre o pátio e o resto da cidade.
Alguns balões decorativos com desenhos de luas e estrelas e varinhas flutuavam com a brisa leve, bailando pelos céus como se anunciasse algum grande evento importante. Talvez eu tivesse chegado bem a tempo de alguma comemoração importante — e também, o pior momento possível para fazer o que eu tinha vindo fazer.
Desmontei da égua assim que cheguei ao pátio e a guiei até a estrebaria mais próxima, uma área próximo ao portão, coberta por lonas na parte exterior e um telhado de barro e gesso reforçado para lidar com o clima. Deixei a égua aos cuidados do cavalariço e me movi para a cidade.
E o que vi foi incrível; luzes, faixas estreladas, guirlandas de cipó antigos decorando portas de madeira entalhadas e ornamentadas e fileiras e mais fileiras de bandeirolas coloridas que iam de ponta a ponta, de prédio em prédio, passando por toda a cidade. Incrível... simplesmente incrível!
Pessoas iam e vinham vestindo mantos e togas, usando malhas de pelo frondosas como a capa de cerdas de lobo que eu vestia e largos e pontudos chapéus de mago, de todos os formatos e cores, que variavam conforme a escola que o mago pertencia — e aparentemente, todos pareciam pertencer a alguma escola de magia de lá.
Os céus de ||GARDENMOON V|| eram tomados por pessoas voando de lá para cá, ora montados em suas vassouras, ora em pé, como se surfassem nelas, e até mesmo ficando parados lá em cima, flutuando enquanto conversavam. Na praça central onde um largo mercado se encaixavam em um gigantesco pátio circular de pedras cilíndricas, era possível ver muitos usando suas varinhas para usarem magia para tudo.
Criar água, mover objetos e fazer ilusões simples eram apenas alguns exemplos. Parecia algo bem comum em ||GARDENMOON V|| usar magia até para limpar a bunda. Sim... uma ferramenta bastante utilizada no cotidiano de todos que moravam lá, humanos ou não.
Mantive o capuz abaixado, evitando os grandes grupos e escolas que se reuniam no espaço público, mas era praticamente impossível não se deter em uma esquina ou outra, contemplando as bizarrices que me cercavam. Também não pude deixar de notar que lá tinha bem mais Demis do que qualquer outra cidade que eu me lembrava de ter passado.
Um lugar cheio de pessoas bizarras, uma paisagem fria e mágica e que exalava e fedia a magia em cada lugar e buraco de parede... isso era o que a cidade das vassouras e varinhas era.
Já a arquitetura da cidade em si era bem rústica e antiga, mas não velha e acabada — e vocês entenderão o porquê. Os prédios eram de gesso e pedra em sua maioria; paredes esculturais de pedra e madeira e plantas, pilastras ornamentadas e casas e construções que as vezes pareciam “flutuar” tinha ao montes em vários lugares.
Sendo construída em cima de uma colina de gelo, os prédios muitas vezes estavam dispostos um em cima do outro, seguindo ladeiras e escadarias assombrosas que, para muitas pessoas que não sabiam “montar” em uma vassoura, somente o ato de subir por elas, seria considerado um ato de penitência para deusa.
E por falar em deusa, toda a cidade foi construída para ir em direção a um único lugar, que ficava no centro dessa colina: o ||TEMPLO DE KIN’ODESSA||. O lugar central de culto e adoração à deusa da cidade, PRINCESA DO PENSAMENTO, que se encontrava no topo da cabeça de uma colossal escultura feito do próprio gelo da montanha.
O lugar mais sagrado e mágico daquela cidade e também a sede administrativa de ||GARDENMOON V||, regido por uma alta-sacerdotisa que, segundo o que estudei, era escolhido pela própria Princesa do Pensamento para guiar a cidade — “sua” cidade — para um futuro brilhante de magia e progresso.
Tirando essa parte mais mística dos contos e dos meus estudos — até porque, depois do que aconteceu em ||ABSTERGO||, eu já tinha estourado minha cota de coisas místicas e lendas para uma viagem inteira —, era lá que eu me encontraria com alta-sacerdotisa. Meu destino final. A capitulação daquela missão.
Sendo alguém escolhida pela deusa, dotada de uma magia e conhecimento extraordinários, era bem possível que ela soubesse de algo sobre essa tal de ||BIBLIOTECA DAS ALMAS||. Se me palpite estivesse correto — o que, em quase 95% dos casos estava —, nossa conversa me levaria à origem de tudo...
À origem da minha Relíquia Hospedeira: o ||SACRÁRIO DE LAPIS LAZULI||, ao extremo norte da região de Ren. Um lugar que só de pensar nele me fazia tremer até a alma com um frio brutal.
Eu nunca pensei que fosse voltar àquele lugar de novo. Reviver todas aquelas memórias embaçadas por neve e frio de uma tempestade. Aquelas memórias... congeladas pelo tempo. De um lugar que me causava medo e ódio ao mesmo tempo.
Lapis Lazuli... o lugar onde minhas memórias borradas me mostravam obter minha Relíquia Hospedeira. O lugar onde empunhei um arco de gelo pela primeira vez. Que pela primeira vez, eu fui a caçadora e não a caça; que eu fui o predador, não a presa.
E apesar disso, eu só pude ouvir sua voz recentemente. Aquela voz tão fria como o próprio gelo, tão profunda quanto a voz de uma deusa, ressoando em meus pensamentos como o eco da minha própria alma.
Invoque o arco, foi seu derradeiro comando. Invoque o arco, invoque o arco, invoque o arco... e depois, o interminável silêncio novamente.
Mas então, por que eu não conseguia mais falar com ela? Por que eu não ouvia mais sua voz? E aquela sensação de pesar, de falta de algo, como uma parte minha que se perdeu... por que aquilo me afligia tanto a ponto de fazer meu coração doer e minha respiração acelerar sempre que pensava a respeito?
Esse tormento... esse sentimento angustiante tem me acompanhado desde ||ABSTERGO|| — um sentimento de vazio que se grudava em mim como a erva daninha que sufocava plantas e flores. Desde aquele encontro indigesto na ||FLORESTA DO GEHENNA|| com a mulher de cabelos púrpuros...
Desde então não tenho tido mais e mais dor de cabeça durante minha viagem, pensando nisso ao ponto de quase enlouquecer várias vezes, discutindo comigo mesma em tentativas ridículas e insanas de entrar em contato com ele... com Lapis Lazuli.
Quanta besteira...
A subida, como imaginei, foi demorada e torturante por ruas estreitas e ascendentes que pareciam ficar cada vez mais inclinadas. As casas ao longo da subida, assim como jardins e arvores pelas ruas se inclinavam em ângulos a cada metro mais bizarros e até engraçados. Vendo que a maioria subia e descia com suas vassouras encantadas, sem se preocuparem em tentar superar a subida, eu começava a ficar com um pouco de inveja.
Mas não demorou para que eu estivesse em um vasto pátio delimitado por duas colunatas de mármore esculpidas com desenhos e traços antigos, paralelas e que conduziam à cabeçorra da grande estátua de gelo da Princesa do Pensamento. Um monumento esplendido e grandioso feito de um gelo que jamais derretia, algo de beleza comparável somente à ||AMINAROSSA||.
O pátio era de pedra branca e pura como o próprio gelo da estátua, montados em paralelepípedos que se estendiam até a escadaria que conduzia ao ||TEMPLO DE KIN’ODESSA||. E pelos deuses, mais e mais escadarias...
Depois daquele dia, eu nunca voltaria a visitar aquela cidade enquanto eu respirasse, a não ser que eu viesse montada em uma vassoura, o que não seria o caso.
Pouco a pouco as escadas iam sendo vencidas por mim, degrau por degrau, devagar enquanto eu desejava que toda essa minha viagem realmente valesse a pena quando eu chegasse até lá. Se eu não tinha morrido para aquele monstro mulher de cabelos púrpuros, agora as escadarias ridiculamente longas de pedra branca se certificariam de terminar o serviço.
O lugar era aberto para quem quisesse entrar e sair, a maioria das pessoas com seus costumeiros mantos de escola mágica e carregando torres de livros nos braços, alguns até flutuando ao lado deles. As vassouras também pareciam cavalos adestrados que seguiam seus donos aonde quer que fossem, esperando a hora de serem usadas. Conveniente... muito conveniente.
O ||TEMPLO DE KIN’ODESSA|| era gigantesco, de teto abobadado e decorado com afrescos e pinturas que contavam as histórias da região e do continente. Cada pilar de mármore branco e esculpido que sustentava devia ser duas ou três vezes maior que um [TROLL DAS MONTANHAS] adulto, e altos o suficiente para parecerem que estariam segurando os próprios céus.
Era impossível andar naquele lugar sem se impressionar com tudo. Minha mandíbula até doía de tanto tempo que eu passava com o queixo caído, admirada e perdida em cada detalhe.
— Com licença. Onde é o salão da Alta-Sacerdotisa? — perguntei a um homem careca de toga branca e que carregava dois livros grossos debaixo do braço.
— Fica no fim do Hall.
Fiz um gesto de cabeça em agradecimento e segui a grande o hall com colunas e mais colunas enfileiradas até o fim do templo. Entre uma e outra, era possível comtemplar estátuas de magos e deuses, heróis e demônios, figuras da mitologia da cidade nos tempos da Era Dourada.
Coisas como jarros ornamentados e quadros pintados com magica que se moldavam e remoldavam, formando as próprias cenas que retratavam o período ou acontecimento, também desviavam muito a atenção de todos que passavam, algumas dessas obras até mesmo reunindo uma pequena plateia ao seu redor.
Eu não estou aqui a turismo, pensei enquanto lutava contra minha vontade de observar, de comtemplar toda a beleza e a história do lugar. Talvez algum outro dia.
Cheguei a mais um conjunto de portões imensos que me levaram até a parte central do templo, onde uma enorme estátua da Princesa do Pensamento — não tão grande quanto àquela em que o templo estava sobre, é claro — repousava de fundo, com um grande assento feito de mármore e cristais e pedras brilhantes disposta sobre um área elevada.
E adivinha? Mais escadas! Escadas que levavam até aquele trono luminoso.
Um trono onde uma mulher com um roupão branco de detalhes dourados e inscrições que escorriam do capuz até a base de seu vestido solene. Seu rosto era fino e anguloso, emoldurando lábios fartos, olhos amendoados semifechados e um nariz arredondado, uma expressão que era o retrato do puro e glorioso tédio, mesmo quando eu me pus à sua frente. Um cristal de cor ametista irradiava um brilho cálido escondido sob o capuz e suas mechas douradas que escorriam em ondas até o peito.
Ao lado dela, uma mulher de roupão branco e cinza com bordas e detalhes pretos, preso na cintura por faixas e placas decorativas que protegiam seus ombros e coxas, estava de pé com papéis nas mãos. Diferente da mulher sentada, ela me lembrava mais uma figura militar e autoritária do que tecnicamente uma figura religiosa ou acadêmica. Seu rosto mais cheio e olhos, deixando escapar algumas marcas de expressão, exalavam uma truculência inflexível de uma mulher de disciplina severa. Me lembrou bastante os olhos da Thays quando estava vestindo a pele de “General” de ||AMINAROSSA||.
Uma fila de pessoas estava de joelhos diante da grande escadaria que conduzia até as duas. A primeira da fila tentava falar ou explicar alguma coisa enquanto era friamente ignorado por ambas que, com a minha entrada, focaram seus olhares em mim como se fossem arqueiros prestes a disparar.
— Quem é você? — A mulher ao lado levantou a voz, dissipando os arquejos fracos do cidadão de toga que estava falando, ou tentando pelo menos. — Se identifique, estrangeira.
Desci o capuz e ajeitei meu arco nas costas antes de responder. A mulher sentada no trono se remexeu um pouco, parecendo mais alerta agora do que estava a poucos momentos atrás. Já os que estavam na fila, se afastaram.
— Meu nome é Letícia, de ||AMINAROSSA||! Venho falar com a Alta-Sacerdotisa de ||GARDENMOON V||. Seria você? — Apontei para a mulher entediada ao assento.
Murmúrios se instalaram no salão entre os presentes. A mulher de pé com o maço de papéis e uma pena voltou a falar:
— O que vocês, o povo do Leste, querem com nossa Alta-Sacerdotisa? Por acaso vieram propor uma aliança militar ou algo do tipo? Se esse for seu intuito aqui, saiba que está perdendo seu tempo...
Ela foi interrompida pela própria Alta-Sacerdotisa que ergueu a mão espalmada em um comando silencioso. A mulher ranzinza de pele bronzeada recuou.
— Letícia de ||AMINAROSSA||... — Sua voz era soprada, leve e delicada como a ventania de primavera. — O que veio fazer aqui, na cidade da magia, que a fez cruzar todo o continente?
Pigarreei. A parte burocrática não era muito minha praia — geralmente eu resolvia tudo com uma ou duas flechadas —, então aproveitei esse tempo para repassar o pequeno discurso que montei assim que avistei o topo dos muros da cidade.
— Eu estou aqui porque quero uma informação que, imagino, só você possa saber, Alta-Sacerdotisa. — Não dei tempo a mim mesma de tropeçar nas palavras e fui direto ao ponto. — É sobre o ||SACRÁRIO DE LAPIS LAZULI||.
Nesse momento, um tremor acometeu os glóbulos oculares dela, que fez o possível para esconder a surpresa. Enquanto isso, a outra — que devia ser sua assistente ou algo assim — não se preocupou em esconder a surpresa e o interesse.
— O que uma estrangeira quer com o ||SACRÁRIO DE LAPIS LAZULI||? Você ao menos tem a noção do quão longe e inacessível esse lugar está agora?
— Eu tenho plena convicção porque ||REN DO NORTE|| é minha terra natal — revelei, as palavras saindo bem mais afiadas do que era a intenção. — Mas eu não me importo com aquele lugar abandonado pelos deuses. O que eu quero saber é se algo... um lugar, chamado ||BIBLIOTECA DAS ALMAS||, está escondido no Sacrário.
Um raio de interesse chispou nos olhos da Alta-Sacerdotisa, como se finalmente tivesse aparecido algo para tirá-la de seu tédio depois de muito tempo.
— Há muito tempo não tenho informações sobre esse lugar. Dizem que foi abandonado há séculos pela [ORDEM DAS ASAS GÉLIDAS] — disse a Alta-Sacerdotisa, calmamente. — Não resta mais nada lá além de escombros enterrados sobre montanhas de neve e gelo.
— Não temos mais jurisdição sobre o ||SACRÁRIO DE LAPIS LAZULI|| — A ajudante de rosto severo reorganizou os papéis e a pena se mexeu sozinha, começando a escrever e rabiscar e rodopiar no ar. — Quem controla toda aquela região agora é o dirigente da ||CIDADELA DE NARVAS||. Se quiser perguntar algo sobre o Sacrário, você deveria estar lá agora, não aqui — concluiu, sua voz pingando irritação e desdém.
— Mas não nenhum lugar que possa me dar uma pista sobre a ||BIBLIOTECA DAS ALMAS||? Infelizmente, não tenho como ir até Narvas para conversar com o dirigente. O tempo está contra mim.
— Acontece que a Alta-Sacerdotisa também não tem tempo para suas importunações com historinhas. Agora...
A Alta-Sacerdotisa então se levantou e alguns dos outros cidadãos que estavam no lugar se prostraram e outros se maravilharam, como se seus olhos fossem se ejetar da cara. Não entendi o motivo de tamanha comoção, mas fiquei em silêncio assim como a assistente dela. Já estava para enfiar uma flecha de gelo pela boca dela.
— A ||BIBLIOTECA DAS ALMAS||... não passa de uma lenda, Aminarosiana.
Minha garganta se fechou em um nó quando ouvi aquilo. As palavras da Alta-Sacerdotisa me acertaram em cheio como uma flechada no peito.
— Uma... lenda? Não... deve haver algum registro, algum...
— Tudo o que sei é que os últimos registros estão espalhados por aí, nas bocas de uns e de outros. Não há como eu te ajudar, Letícia. — Ela voltou a se sentar com uma máscara de indiferença fria no rosto. Acho que o interesse foi apenas algo passageiro.
— Você tem a resposta que queria, agora suma daqui. Está atrapalhando os afazeres da Alta-Sacerdotisa! — Aquela mulher estava me irritando mais do que o limite seguro para ela.
Talvez seria pior se eu tentasse insistir, pelo menos naquele momento, então a cumprimentei e dei meia volta, saindo pelo mesmo lugar que vir. Só de pensar nas escadas intermináveis que teria que descer para voltar para a cidade já me fazia querer roubar a vassoura de alguém.
Mas eu não podia simplesmente voltar de mãos abanando, dizendo para Thays que a tal ||BIBLIOTECA DAS ALMAS|| não passava de uma historinha para fazer criança dormir. Não podia me dar ao luxo de falhar, não com ela. Seria melhor eu continuar tentando.
Eu viria falar com a Alta-Sacerdotisa de ||GARDENMOON V|| novamente, em algum horário menos embargado — e sem aquela perua de cabelinho preso e roupinha de monge atazanando o tempo todo. Talvez ela pensasse melhor e me dissesse o que eu queria de fato saber.
Continuaria procurando onde quer que fosse, mas continuaria procurando. Por mais cética que eu mesma fosse com relação à existência desse lugar, eu não tinha outra escolha...
A nossa vitória nessa guerra dependia disso.