Volume 1 – Arco 3
Capítulo 35: Incoveniências de Roteiro
KABLAAAAAAAAAAM!
Uma nuvem de poeira enorme inundou o interior do salão, escapando inclusive para fora do templo. O impacto foi tamanho que entrou poeira e pedaço de ferro negro até dentro da minha cueca.
— Wiwiwiwiiiii!
Pelo menos eu sabia que se Picker tinha tempo pra ficar zunindo no meu pé do ouvido, era sinal de que ele estava bem.
Eu, no entanto, não podia dizer o mesmo de mim; Com a minha tela piscando em vermelho, eu abri os olhos devagar, completamente tonto e sem qualquer senso de espaço. Alguns pop-ups escapavam nas laterais da minha visão, mas eram sempre os mesmos: perigo, missões completadas e outras missões para se fazer nos arredores.
— Junior! — Eu conseguia ouvir ao longe uma voz me chamar. Parecia ser a voz de Arthur.
Meu corpo estava triturado. Acho que só não morri porque o peso da queda foi aparado por algo no meio termo entre áspero e felpudo. Era bem grande e tinha uma parte dela que era somente uma superfície lisa e quente — quero dizer, agora nem tão lisa mais por causa do impacto — e que por sinal era bem onde estava estirado.
Minha garganta estava bem seca e uma sensação térmica angustiantemente quente abraçou todo o meu corpo, cutucando os ferimentos e hematomas e fazendo-os ficarem ainda mais doloridos.
Tentei mexer os meus dedos primeiro; bom, consegui então isso quer dizer que eu não tinha quebrado eles. Isso me levou a tentar encontrar minha arma — que momentos depois que estava são percebi que não tinha uma para segurar — e a tentar mexer meu braço até o cotovelo.
Consegui com o direito e depois, com muita dor, o esquerdo. Logo em seguida as pernas e por último tentei me levantar, só que aí que eu senti uma dor tão desgraçada que era como se uma lança estivesse me perfurando por trás — por favor, não entendam errado.
Merda... Será que eu... quebrei minhas costas? Pensei com certo temor. Se eu ficasse paraplégico antes de conseguir salvar meus amigos, ia ser uma merda — e até hoje, não há relatos de cadeirantes que salvaram um mundo de fantasia.
— Se... mexa... droga. Se... mexe...!
BRUUUUUUUM!
— Ahn?!
Um tremor súbito abalou o chão embaixo de mim, como se um terremoto estivesse prestes a acontecer e onde eu estava fosse o epicentro.
Demoraria um pouco até eu conseguir me mexer, mesmo com a poção. E então Arthur apareceu em meio à cortina de poeira para meu alívio.
— Vem! — urgiu Arthur, estendendo a mão.
VUUUUUUUP!
Ele entrelaçou meu braço menos dolorido por cima do pescoço dele e me carregou pra fora dali.
De repente, algo se ergueu do chão e levantou ainda mais poeira e pedras tão escuras quanto obsidiana. Nós saímos quicando e desviando entre pedras e pedaços robustos de metal negro pegando fogo.
— Não sei o que foi que você fez, mas parece que deu certo. Conseguiu atingir ele — disse Arthur com olhos esbugalhados.
— Eu caí em cima dele.
Agora sim os olhos dele pareciam que iriam saltar da cabeça.
— “Caiu”? Como a...
— Depois eu te explico — interrompi, apontando para a montanha se erguendo furiosa na nossa frente. — Agora a gente tem que escapar daquilo!
— Droga! Ele não ficou no chão mesmo com um golpe desse?!
Na verdade, não foi bem um golpe. Foi mais para um “acidente”, pensei achando graça do que Arthur poderia estar pensando sobre o que eu fiz.
Mal sabe ele que a única coisa que fiz foi afundar a cabeça do grandalhão no chão usando meu corpo.
— Vocês... — A voz de Bjorn ribombou dentro do salão como uma explosão furiosa ou vários raios caindo ao mesmo tempo.
Assim que a poeira se dispersou mais, notei que ele estava sem seu elmo. E pra colocar sal na ferida, sangue escorria de um machucado grosseiro em sua testa enrugada e escura.
Ele nos mirava com aquele olhar furioso e o outro cego, enquanto uma baforada de ar quente foi liberada de seu proeminente nariz em forma de batata e cheio de rugas. Ele com certeza estava muito puto da vida e, com aquele “acidente” humilhante, com certeza iria esquecer aquele acordo idiota e trucidar a gente.
— Ele tá vindo. O que a gente faz agora? — perguntou Arthur, recuando uns três passos a cada um passo do deus de forja.
— Wiwiwiwi Wiwiwii! — Picker respondeu, alvoroçado.
— Mesmo? Não é arriscado? — questiona Arthur.
— Wiiiii! Wiwiwi Wiiiwii! Wi?
— Ah, sim! Pode funcionar! Espero que você aguente o peso dele e...
— Sério que vocês estão conversando? Você entende o que essa bolinha de futebol olhuda fala?
— Ah, apesar de eu não saber o que é futebol... sim, eu consigo entender ele. — disse Arthur com um aceno de cabeça.
— Wiwiwiwi! Wiwiwi! — Ele curvou as asas como se fosse dois braços e olhou pra mim em uma desagradável mistura de raiva e desdém.
— Tá de sacanagem comigo, né? — grunhi.
Arthur deu de ombros, suprimindo um riso logo em seguida.
— Eu sei que você acha ele um idio... — Eu o massacrei com meus olhos antes que terminasse a frase. — Digo... meio... avoado, mas você devia tentar se comunicar com ele também. Acho que vocês vão precisar já que vamos viajar todos juntos e tal...
— Ah, então é isso? Essa é a piada? A putaria de vocês dois conversando enquanto eu fico aqui com cara de imbecil é porque você não quer conversar comigo? É isso mesmo, seu projeto de quimera de demônio com bola de vôlei?
Picker me tapeou com as asas em resposta. E o pior que o desgraçado realmente também me entendia; só eu que não entedia nádegas do que ele falava.
— Ah, beleza então! Se não quer falar comigo, então fica ai de papinho e segredinho com seu maior amigo, seu traíra!
— Wiwiwiwi! Wiwiwiwwwww!!! — Aquele último som me lembrou um ranger de dentes.
Onde ficava os dentes daquela coisa? Bem, agora aquilo não era importante. Tinha um anão gigante pegando fogo com uma martelo incandescente na mão e muito puto vindo na nossa direção. Tínhamos que nos concentrar nele agora.
— Então, tá. Eu vou distrair ele e você carrega o Junior pra fora daqui, né?
— Hã? Que história é essa de “carregar”? Como você vai fazer isso?! — Confesso que estava com medo da resposta.
Contudo, antes de que eu pudesse descobrir como ele pretendia me carregar pra longe dali — e claro que eu já sabia como —, Bjorn parou a poucos metros de nós, nos encarando com a maior cara de paisagem.
POOOOOOOW!
E ele caiu sentado! Ele caiu sentado na nossa frente!
Tenho que dizer que foi algo bem inesperado, principalmente vindo de alguém como ele. Logo em seguida, com o meu raio de visão se fechando de novo, eu tinha a certeza de que uma cutscene estava começando e que, pelo menos ali, o jogo iria se certificar de funcionar como deveria.
Pelo menos, era o que esperava.
— UWAAAH! — Bjorn bocejou. — Como isso me cansa...
Eu, Picker e Arthur nos entreolhamos como se perguntássemos um para o outro o que tinha acabado de acontecer.
— Ah, não vai nos matar mais não, né? — perguntei só para confirmar mesmo.
— Não. Como prometido, vocês me provaram seu valor e conseguiram me acertar um golpe — Ele fez uma pausa e tocou sua testa, bem de onde o sangue escorria. — E que belo golpe, tenho que admitir.
Queria muito poder me orgulhar daquele comentário, mas era duro saber que toda aquela situação só foi possível por causa de um bug. Meu orgulho como protagonista de isekai não queria admitir.
— Ah, então... agora você escuta a gente sem querer nos martelar?
— Peço que sejam rápidos. Eu, como guardião e coração da ||FORNALHA||, tenho sempre que estar trabalhando para manter toda essa estrutura viva e funcionando — resmungou o deus de forja, alisando os bigodes. — Mas creio que pareça algo bem sério e urgente para trazê-los até este lugar.
E assim, todos sentados como se fôssemos estranhos em uma roda de fogueira, contamos a Bjorn tudo o que estava acontecendo na ||CIDADE DOS COMERCIANTES|| e sobre tudo que havíamos descoberto com os relatos e documentos de Justine. A reação dele foi bem... como posso dizer? Bem mista, variando entre “que merda toda é essa” e “isso é sério mesmo?”.
— E então? Vai nos ajudar? Não podemos permitir que mais máquinas como essa sejam construídas. — Completei, acabando de tomar a minha penúltima //POÇÃO DE VIDA (G)//.
Bjorn passou algum tempo em silêncio, provavelmente fazendo um rápida reflexão sobre tudo que tínhamos contado.
Eu sei, era muita coisa para enfiar goela abaixo de uma vez, mesmo para um NPC com título divino.
— Desconfiamos que toda essa conspiração também envolve a capital dos anões e muitas outras cidades — acrescentou Arthur, apertando os olhos. — Pode ser que não acredite em nós, mas...
— Eu entendi — De repente, a voz grave e transcendental dele estrondou.
“Aha, fela da puta! Não fala assim duma vez! Quase que eu morro agora, pensei, tentando disfarçar o pulinho ridículo que o susto me fez dar.
Arthur inflou as bochechas, segurando uma risada que estava prestes a explodir.
— Vocês não teriam vindo de tão longe para me encontrar se isso não fosse verdade — ponderou o anão. — Contudo, devo admoesta-los que não poderei sair daqui.
— Ué... porque não? Tá colado aqui embaixo? — perguntei na inocência. Arthur parecia querer me esganar, mas tirando isso, nada de muito novo ou preocupante.
Bjorn me encarou com uma cara de poucos amigos antes de responder. Eu tinha culpa de não ter vindo com memórias falsas praquele mundo?
— Há muito tempo... — Bjorn catou um punhado de um pó negro de um de seus bolsos. Esse pozinho flutuou de sua mão, formando a imagem do que parecia ser um dragão em pleno voo e então continuou: — Essa cidade foi construída sobre um coração pulsante e vivo de um dragão de fogo, o qual ofereceu a dádiva da forja e das artes técnicas aos homens e aos anãos.
— Um... dragão? — Arthur engoliu em seco.
— Sim — Bjorn fez uma pausa, o pó se transformando em vários outros dragões. — Um dos seres mágicos mais poderosos e implacáveis desse mundo. Contudo, esse dragão desenvolveu um afeto que sua raça desconhecia pelos mortais e compartilhou sua arte e conhecimentos de como moldar o fogo e o ferro para criar coisas incríveis.
— Wiwiwiwiwiwi!
— Sim, criaturinha jocosa. Ele ainda vive, através de seu coração, selado nesse templo.
— Ah, tá bom. Deixa eu adivinhar... você entende ele também, né? — perguntei tentando disfarçar a raiva.
— E porque eu não entenderia?
Mesmo sem olhar, eu conseguia ouvir a risadinha de Arthur atrás de mim.
— Deixa isso pra lá. Mas onde mesmo você quer chegar com essa historinha? — perguntei antes que a conversa tomasse um rumo desagradável pra mim.
— O coração precisa estar sempre funcionando. O fogo precisa estar sempre aceso para que o coração continue batendo e mantenha a forja viva. Por isso, não posso deixar o templo. — explicou o deus de forja.
— Ah certo. Eu já deveria ter esperado por isso.
— No entanto, eu posso indicar alguns pontos da cidade onde meu ferro mágico está para ser transportado. Irei criar uma runa para que possam ser identificados e não tenham problemas com burocracia — disse Bjorn, se levantando.
Mesmo em uma conversa casual como aquela, sua postura e tamanho ainda eram ameaçadores. Acho que eu não conseguia me sentir bem perto de algo tão... grande.
— E quanto a rebelião que está acontecendo? — Arthur levantou aquele ponto crucial.
As feições duras de Bjorn se tensionam.
— Quanto a isso... — Ele fez uma pausa, voltando para a sua sala. — Não sei se posso incumbir tal tarefa a meros homens como vocês.
— Ué... Já estamos aqui, então fala logo o que é. Podemos ajudar no que for preciso. — Imaginei que dizendo algo solícito como aquilo, desencadearia mais uma cutscene, quem sabe uma cadeia de eventos?
Bjorn continuava a cruzar o salão enorme e que também era sua oficina. Lá dentro, mesas gigantes com vários instrumentos dispostos em cima e nas paredes preenchiam o lugar. Dava para ver também várias barras gigantes de ferro negro, maquinário para a forja, moldes e outros objetos que não soube dizer o que eram. Me sentia como um animal de estimação andando no quarto do seu dono e olhando a grandiosidade dos móveis tudo de baixo.
No centro do salão, um brilho intenso. Um GOOSH ardente de uma cascata imensa de lava era o único som ecoando lá dentro. No centro de um grande anel de ferro que lembrava uma câmara de armazenamento — daqueles que se vê em histórias de cyberpunk — e um objeto estava lá dentro.
Tão quente. Tão brilhante que era quase como olhar para o próprio sol.
Claro que não parecia ser um problema para Bjorn por razões óbvias. Ele arrodeou a sala, como se estivesse pensando. Sua expressão exalava profunda dúvida enquanto escorria os dedos pela barba irregular.
— Os anões tem problemas com humanos — disse o deus de forja depois de um tempo. — Desde o começo dos tempos, travamos diversas guerras contra os gananciosos humanos, que nunca compreenderam seu lugar no mundo e seus limites.
— É. pode até ser, mas veja bem — Arthur tomou a frente, abrindo os braços. — Há máquinas drenando vidas e magia de Demis, há um grupo montando uma rebelião e uma nação estrangeira batendo nas portas para levar todos os seus recursos. Não acha que é uma boa hora para deixar de lado alguns desses receios pelo bem do seu povo? — disse Arthur, bem persuasivo.
— É, concordo — Finalmente eu tinha algum fôlego pra falar. Estava quase sendo sufocado com toda aquela fumaça e fuligem. — Acho que você devia dar o braço a torcer pelo menos dessa vez, mano.
Era impressão minha ou aquele anãozão de cara feia e preto de fuligem ficava me encarando de 5 em 5 minutos. Tinha medo até de perguntar o que poderia ser.
— Você... — Ele apontou para mim, com um olhar desconfiado.
— Ah...?! O que tem eu? — respondi, a testa suando, o corpo tremendo e o cu trancado.
— Tanto você como o outro me fazem lembrar de uma antiga profecia que era contada de tempos em tempos entre meu povo — comentou Bjorn, pegando um punhado daquele pó preto de novo e jogando na cascata de lava. Isso fez a lava reagir e a brilhar mais intensamente. — E então eis que chegam vocês, em momentos tão difíceis como esse. Creio que não foi por acaso que nos encontramos agora.
Eu tinha certeza de que não era por acaso, mas me mantive calado. E então ele continuou:
— A cidade dos anões é uma grande nação que depende da forja e, acima de tudo... — Ele fez uma pausa, recolhendo um balde. — É feita da vontade de ferro e tradicionalismo dos anões. Vocês podem convencer meus postos de distribuição a cessar os envios, porventura se não falarem com Thor-ardd, de nada adiantará. O metal continuará saindo de ||BASIN-C|| por outros meios.
— Thor-ardd? — repeti em tom de pergunta.
— O rei dos anões e aquele está assentado no Trono de Ferro dentro da Fortaleza de Ferro, seguindo a grande Avenida de Ferro. — explicou Bjorn.
Apesar de eu quase ter soltado uma risada involuntária, senti que era esse rei que devia ser a fonte de todos os problemas. Se conseguíssemos falar com ele, talvez não fosse nem necessário ir de posto em posto. Economia de energia para a próxima viagem e de saliva com diplomacia furada.
— Ah, então só ir nesse tal de Thor-ardd que tudo se resolve, né? Ele mesmo pode resolver tudo isso para nós bem mais fácil. — disse, animado.
— Então o que estamos esperando? Vamos logo para essa fortaleza de ferro de uma vez. — completou Arthur, com a mesma empolgação.
— Creio que não seja tão simples, humanos — interrompeu Bjorn, jogando um balde de gelo na nossa animação. Ele levou o balde com lava borbulhante até a mesa onde, com seu martelo, bateu 5 vezes em algo bem quente e sólido. — Não é tão simples ter uma audiência com o rei, principalmente vocês sendo humanos. Vão precisar disto.
— Ah?
Foi cerca de alguns segundos batendo. Ele nos mostrou algo reluzindo intensamente e dos nossos tamanhos.
— Isso é um broche? — perguntou Arthur.
— Pode tocar nessa coisa? Tá quente não?
— Pode. Isso são medalhas que contém a runa da ||FORNALHA|| e que são usados por todos os que trabalham aqui. Ao mostrarem isso para os guardas, eles vão permitir acesso ao interior da fortaleza. — instruiu o anão.
— Ah, sim. Obrigado, senhor deus de forja. — Aquilo foi ridiculamente formal, mas ele ainda era uma autoridade. — Mas, se não se incomodar, poderia me fazer só mais um favor?
— Se estiver ao meu alcance, sim. — respondeu.
— Na verdade são duas — irrompeu Arthur, um olhar sério para Bjorn. — Você saberia me dizer onde está um sujeito chamado Svoath? — perguntou.
Bjorn coçou a careca brilhante de suor, pensativo.
— Faz muito tempo que não ouço esse nome, mas sei bem que é. Ele era o deus de forja que cuidava da ||FORNALHA|| antes de mim.
Arthur engoliu em seco. Confesso que eu também não esperava por uma daquelas — mentira, esperava esse plot sim.
— E onde ele está agora? Tenho que encontra-lo de qualquer jeito!
— Não faço a mínima ideia. Na época houveram muitos problemas, maioria políticos, e Svoath desapareceu misteriosamente, deixando o coração da ||FORNALHA|| desguarnecido. Pelo que sei, ele cometeu vários crimes e até hoje é caçado pela guarda real dos anões. Bem... é tudo o que sei.
Arthur estreitou os olhos, desconfiado.
— Posso mesmo confiar no que você diz?
— Não seja presunçoso, criança! Posso não saber muito sobre isso, mas eu, Bjorn, o deus de forja, nunca minto! — rebateu, irritado.
— Tá bom, Arthur. Já deu. Ele realmente não deve saber sobre esse cara. Vamos continuar procurando enquanto resolvemos as outras coisas, pode ser?
Huhuhuhuhuhu...
Uma risada maquiavélica ressoou baixinho, vindo de Arthur. Devia ser Salamandra. Por que ele estava rindo daquele jeito?
Que que essa coisa tá rindo? O que será que ele tá aprontando agora?, pensei um pouco incomodado. Devia ser só o modo louco e completamente pirado daquela Relíquia Hospedeira resolver as coisas.
Ou devia ser algo me dizendo que nós tínhamos que resolver isso logo e sair daquela cidade o mais rápido possível.
Zzzuiiizzz...