Volume 9
Capítulo 329: Não quero cair
Carol, Kyanshi e Schreyl ficaram para trás.
Eu disse a Carol com antecedência que planejava que ela ficasse, assim, ela não fez nenhuma reclamação.
Ela planejava reunir todas as informações que pudesse em Cabras Rochosas. Não apenas informações sobre o Lorde Demônio atual, Miri e Daijiro-san. Ela também planejava procurar informações sobre a antiga rainha (Súcubo).
A antiga rainha devia ter uma conexão com o Lorde Demônio.
Além disso, houve um grande benefício em agirmos em números menores.
Essa vantagem foi aparente depois de deixarmos o país.
— Suzuki, este é...
— Sim, Pochi.
Pochi... era o nome de um cachorro, mas ele não era um cão.
Ele era o companheiro wyvern de Suzuki.
No passado, eu o montei em Ferruit¹.
— Ele ficou maior... mas com o que você o alimentou para deixá-lo tão grande?
Pochi estava visivelmente maior em comparação com a última vez que o vi.
— Eu o alimentei com Sugyu, ele poderia comer um Sugyu inteiro em 3 dias.
— Um Sugyu a cada 3 dias, hein?
Ele tinha um apetite ainda maior que o meu Nanawat.
Com ele, todos nós poderíamos viajar pelo ar.
— Desta vez, aceitei o pedido sobretudo por causa de Pochi. Já que o Rei-Dragão-Demoníaco estará voando no céu. Eu pretendo perseguir o monstro se ele tentar fugir. É claro que, se andarmos em Pochi, chegaremos ao Monte Landau ao meio-dia.
Isso que era rapidez.
Nós montamos em Pochi. Ele estava maior em comparação com o passado e reduzimos nossos números, por isso havia bastante espaço.
Enquanto Pochi não fizesse acrobacias, não haveria perigo de sermos derrubados.
Se Malina estivesse por perto, ela faria com prazer que o wyvern realizasse padrões de voo acrobáticos e ainda o faria de maneira brilhante.
— Mestre, peço desculpas, mas posso segurar suas costas?
— Está tudo bem, segure firme para não cair.
Eu disse a Haru com 70% de preocupação e 30% com segundas intenções.
— Então, por favor, com licença, desu.
Sheena Nº3 se agarrou às minhas costas.
Você não, pensei comigo mesmo, mas Haru sentou-se ao meu lado e não reclamou.
— Mestre, ouvi dizer que você fez o novo corpo de Sheena?
— Hmm? Sim, usando a habilidade Falsificação.
— Eh, o corpo de Sheena está consideravelmente mais macio. Mestre, você tem certeza de que não deixou alguns de seus desejos se misturarem também?
— Quê!?
Isso era verdade?
Não, mas fiz isso usando a habilidade Falsificação.
Ela recriava o item como ele era visto. Haru chegou a mencionar que o cheiro e a textura também eram os mesmos.
Havia a possibilidade de meus desejos interferirem com isso?
— Mal posso esperar, desu. Usar o corpo que o Mestre fez para seduzi-lo, desu.
— Não diga coisas esquisitas.
Os olhares de Suzuki e Miles eram aterrorizantes.
Miles, sendo uma freira, era uma pessoa puritana, então ela devia estar com raiva, mas o olhar de Suzuki era por outro motivo.
… por acaso, Suzuki ainda era um virgem?
Eu com certeza não devia contar a ele sobre meu relacionamento atual com Carol.
— Fu.
Talwi, que estava sentada atrás de nós, de repente riu.
— Desculpe, estamos sendo muito barulhentos?
— Não, não é isso. Mas vocês parecem não sentir tensão. Vocês não parecem temer o Rei-Dragão-Demoníaco.
— Bem...
Ouvimos dizer que o Dragão Ancião era extremamente formidável, mas olhando para o resultado, foi uma vitória fácil.
Para ser honesto, eu estava pensando que o Rei-Dragão-Demoníaco também seria o mesmo.
Não senti que seríamos derrotados.
— Deixe-me de ser franca, o Rei-Dragão-Demoníaco selvagem é diferente dos dragões nessas partes ou o chefão no Labirinto Infinito. O Rei-Dragão-Demoníaco encontrado no Labirinto Infinito é um ser solitário. Em outras palavras, ele existe com o miasma como sua única fonte de nutrição. Como resultado, ele não pode crescer além de um determinado tamanho e, embora sua força seja considerável, ela tem um limite. Contudo, o Rei-Dragão-Demoníaco selvagem é diferente. Ele torna-se mais forte quanto mais presas consome e o monstro selvagem é considerado comparável aos Dragões Lendários. Dragões Lendários, como o Rei Dragão que acompanha o Herói; Gargouille², o Grande Rei do Rio que causou o dilúvio; Níðhöggr³, o mensageiro da Nação dos Mortos; e Leviatã, o Grande Governante do Mar.
Ele é comparável ao Leviatã!?
Cerrei o punho depois de ouvir isso.
O Leviatã que derrotei não estava com sua força máxima, pois tinha sido revivido há pouco tempo⁴.
O Leviatã mencionado por Talwi era o que estava em seu auge, então seria perigoso se fosse verdade que o dragão que estávamos prestes a enfrentar era comparável a esse monstro.
Talvez ele soubesse da força do Rei Dragão, pois Suzuki também mostrava sinais de tensão.
Esta missão poderia ser perigosa.
— Isso é bom. Não subestime seu inimigo. Antecipe o pior cenário. Mas não hesite. Tome uma atitude para compreender as melhores condições. É um fato inegável que vocês são indivíduos fortes.
Talwi disse isso a nós.
Antecipe o pior cenário. Tome uma atitude para compreender as melhores condições, hum.
Esse foi um belo discurso.
Talwi possuía um recorde de oitenta vitórias consecutivas em todas as missões que participou.
No entanto, eu tinha um recorde invicto.
De qualquer forma, eu tinha a conquista de uma centena de falhas consecutivas em obter um emprego no meu mundo anterior.
Já estava acostumado a assumir o pior cenário, mas nunca vacilei.
Mesmo depois de falhar cem vezes, eu não estava me preparando para enfrentar minha 101ª entrevista de emprego?
Mesmo assim, eu quase fui esmagado pelo medo quando lutei contra o Leviatã.
— Suzuki, você é o Herói. O herói não deveria derrotar o Lorde Demônio e os dragões? Se você pode fazer isso uma vez, então isso não é nada de especial.
— Kusunoki-kun! Haha, você está certo, esta é a minha especialidade. Este é o momento perfeito para fazer um teste.
Suzuki assentiu com a cabeça para Talwi.
Haru e Miles também concordaram.
— Esta é uma ótima unidade. Pode ser possível até derrotar uma nação com esta equipe.
Talwi comentou.
Não vamos derrotar uma e não pretendo fazer isso.
Política e coisas do gênero eram questões muito problemáticas.
Gerenciar apenas uma pequena estrela já era bastante difícil.
— Eh! Kusunoki-kun! Sheena-san!
Suzuki gritou. Me virando, vi que o torso de Sheena estava lá, mas ela estava desaparecida do pescoço para cima...
— Eu-es-tou-ca-in-do!
A cabeça de Sheena Nº3 caiu.
No fim, Pochi teve que realizar uma manobra acrobática para recolher a cabeça de Sheena e quase caímos também.
Notas
[1] Eventos do capítulo 98.
[2] As gárgulas, na arquitetura, são desaguadouros, ou seja, são a parte saliente das calhas de telhados que se destina a escoar águas pluviais a certa distância da parede e que, especialmente na Idade Média, eram ornadas com figuras monstruosas, humanas ou animalescas, comumente presentes na arquitetura gótica. O termo se origina do francês gargouille, originado de gargalo ou garganta, em Latim gurgulio, gula. Acredita-se que as gárgulas eram colocadas nas Catedrais Medievais para indicar que o demônio nunca dormia, exigindo a vigilância contínua das pessoas, mesmo nos locais sagrados. Uma lenda francesa gira em torno do nome de São Romano (+ 641 D.C), primeiro chanceler do rei merovíngio Clotário II, que foi feito bispo de Ruão. A história relata como ele e mais um prisioneiro voluntário derrotaram "Gárgula" (La Gargouille), um dragão-do-rio (ou serpente-do-rio) que vivia nos pântanos da margem esquerda no rio Sena, em Ruão, e que afundava os barcos e comia as pessoas e os animais da região. Um dia, o bispo atraiu a Gárgula para fora do rio com um crucifixo, e usando seu lenço como cabresto, levou o monstro até à praça principal. Lá, os aldeões a queimaram até a morte.
[3] Níðhöggr, Nidhogg ou Nidogue, cujo nome significa "O Percutor da Malícia", é o enorme dragão/serpente que vive em Niflheim, o mundo inferior nórdico. Ele rói as raízes mais fundas da árvore do mundo, Yggdrasil, com o objetivo de a destruir, aguardando o Ragnarök. Niðhöggr se alimenta de corpos mortos (está aí a origem de seu nome) e no Ragnarök ele ascenderá à Midgard levando os corpos dos mortos para batalhar. Após o fim do mundo e o renascimento do novo mundo, Niðhöggr continuaria a viver para balancear o bem, tendo um equilíbrio perfeito entre bem e mal; alguns veem isso como um reflexo da cultura cristã na época em que a Edda em Prosa foi escrita, que vê constantemente o mundo dividido entre bem e mal. Na Yggdrasil, também há uma águia (Hræsvelgr) e um esquilo antropomórfico chamado Ratatosk. É o esquilo que alimenta a troca de insultos entre Nidhogg, nas raízes da árvore, e a águia, no topo dos galhos. A destruição da árvore também é a missão de outros dragões, como Grabak, Grafvolluth, Goin e Moin.
[4] Eventos do capítulo 172.