Volume 1

Capítulo 2: Diário

Um grupo de empregadas me rodeava, enquanto arrumavam cada centímetro do meu vestido, cabelo e maquiagem. — Linda como sempre, Milady — disse uma delas com lágrimas nos olhos.

Escutei a porta do quarto sendo aberta, o Rei e a Rainha do Leste entraram no quarto. Assim que nossos olhares se cruzaram, o Rei começou a me aplaudir, enquanto a Rainha correu em minha direção, segurando minhas mãos. — Por favor se case com o meu filho!

Esse era o poder de reencarnar em um Otome Game? As pessoas me adoravam simplesmente por existir… Acho que consigo me acostumar com isso.

Comecei a pensar no que faria após a coroação, podia fazer todas as pessoas terem que usar roupa de empregada pelo menos uma vez na semana… Melhor não, iria ter que ver algum velhote de cosplay. A porta foi aberta mais uma vez.

Quem poderia ser agora? O Papa querendo me entregar o seu cargo? Ou quem sabe Deus queira que eu me torne um dos seus anjos.

— Garota! Levanta logo dessa cama! — Meus tímpanos quase explodiram com o grito. — Tá achando que é uma princesa?! Vamos! Precisamos trabalhar.

Os Reis, as empregadas… Todas aquelas pessoas que me adovravam desapareceram quando abri os olhos. Era apenas um sonho.

Ainda estou presa nessa merda de lugar.

Parado, em frente a porta do quarto, estava um homem de cabelo e bigode grisalhos. Usava um blazer verde escuro com delicados bordados em dourado, luvas, uma capa, calças pretas e uma cartola.

Quantas… horas…? Com a visão ainda um pouco embaçada, procurei o relógio que ficava no criado ao lado da cama… Cinco? Cinco horas da manhã! (°°) Polícia! Tem um louco aqui!

O velho me encarou mais uma vez. — Vai ficar deitada o dia inteiro?

— Nã-não! — Senti um arrepio na espinha. — Desculpa, vovô. — Me arrastei para fora da cama o mais rápido que conseguia.

Soltei um gemido de dor quando meus pés tocaram no chão. Argh!

Doença maldita… Elizabeth — no momento, eu mesma — tinha  Síndrome Branca, era uma doença crônica que, além de causar problemas ao corpo, também mudava a aparência de quem nascia com essa deficiência: pele pálida, perda de melanina no cabelo e nos olhos.

Algumas pessoas idiotas tinham preconceito com quem sofre disso, achando que era infeccioso ou que tinham algum tipo de maldição. Apenas idiotice! Os desenvolvedores haviam falado que era um problema genético que afetava a magia de algumas pessoas.

Poder mágico acima da média em troca de falta de controle. Essas pessoas eram tipo bombas-relógio! Parecia muito maneiro… antes de eu me tornar um desses personagens…

Tinha recebido as memórias da Elizabeth, então sabia mais do que ninguém o que as pessoas que tinham a Síndrome passavam, mas o que mais me incomodava era: Como essas pessoas não acham essa aparência fofa? Cabelo branco era muito foda!

A personagem tinha uma aparência incrível, mas por algum motivo mal aparecia na história do jogo. Bem, eu achava que eles estavam preparando alguma coisa.

Tenho certeza disso!

— Seu corpo ainda está dolorido? — Por um segundo, tive a esperança de que ia poder ficar em casa, mas… — Mole como sempre. Wene!

Escutei o som de alguém correndo do lado de fora do quarto e, logo em seguida, a empregada-gata entrou no quarto. — Estou aqui, senhor Robben.

— Ajude Elizabeth a trocar de roupa, estamos saindo em vinte minutos.

Robben saiu do quarto e me deixou sozinha com Wene. Ah! Minha única alegria naquele mundo havia chegado ( ´ ∀ `)ノ~

Suas fofas orelhas e cauda eram pretas, assim como seu cabelo que estava sempre preso em um rabo de cavalo. Usava seu uniforme de empregada clássico de sempre e seus óculos, que combinavam perfeitamente com seu jeito sério.

— Precisamos nos apressar, senhorita. — A empregada pegou minhas mãos. — Primeiro esse pijama…

— Eu não que… — Não tive tempo de terminar de falar, minha confortável roupa foi tirada tão rápido que nem consegui ver o que tinha acontecido. — Co-como?!

No lugar daquela confortável roupa que usava, apareceu uma camisa branca, corset e calças negras, com botas e luvas longas de couro.

A empregada deu um joinha. — Perfeito, agora só precisamos… disso!

Meu longo cabelo foi cacheado até o ombro. Quando?! E a empregada terminou o visual colocando uma pequena cartola com uma fitinha branca.

— A senhorita está linda! — Wene terminou de arrumar minha roupa

Me olhei no espelho. Hmmm Dei uma giradinha.

Fiu, fiu. Eu realmente sou uma belezinha.

Esse era o meu terceiro dia depois de ter acordado como Elizabeth. Passei os dois primeiros dias de cama, então não tinha tido chance de explorar.

Tinha uma chance de dar uma olhada melhor naquele mundo.

O único problema disso era ter que trabalhar! Que tipo de pessoa coloca alguém recém-recuperado para trabalhar? Tive que trabalhar anos como streamer para justamente não ter que fazer coisas assim!

Olhei para trás, Wene estava arrumando o quarto. Pelo jeito, não iria vir junto… Ela foi a única pessoa que veio me visitar enquanto estava doente, então queria que me acompanhasse, mas não podia dar ainda mais trabalho.

Saindo do quarto, dou de cara com um enorme corredor — completamente vazio! Parecia que estava em um filme de terror. Apesar de ser uma família rica, ao ponto de ter empregadas, o local era quase vazio. Poucos quadros, nada muito chamativo.

Confinado nas memórias que tinha, segui até o fim daquele corredor, onde tinha uma escada. Desci e passei por algumas portas, chegando em uma loja de armas.

Aquele lugar sim parecia algo de um rico. Era tudo muito brilhante, armas chamativas e algumas coisas sem graça como espadas e essas coisinhas. Por que iria usar uma espada quando existe uma arma?

Não era uma nerd em armas ou adorava coisas do tipo, mas tinha jogado Loyal por milhares de horas. Conhecia cada personagem, magia ou arma! Aquela loja tinha algumas relíquias… — Uma Wright Bolt Model 3.

Aquela arma deveria estar exposta em um museu! Tinha sido usada na primeira guerra mágica, quando…

— Pensei que não tivesse interesse. — Robben disse com uma expressão de desgosto. — Embora saber o nome da arma feita pela sua própria família seja o mínimo.

Merda! Assim vou acabar me entregando.

Esperei que ele dissesse alguma coisa, mas o velho apenas abriu a porta e saiu andando na frente.

Que falta de educação! Olhei ao redor. — Ué… cadê a carruagem, vovô?

— Não vamos de carruagem — respondeu sem parar de andar. — Vou te ensinar alguma coisa.

— Si-sim…

Apressei o passo para não ser deixada para trás. Caminhamos em silêncio por algum tempo, então tive a oportunidade de ver a cidade bem.

É igual ao jogo… Quase comecei a chorar de emoção. Era igual aos cenários que via enquanto jogava Loyal. Um pouco esquisito, tinha que ser sincera, mas ainda sentia algo estranho quando lembrava das horas que passei jogando.

A cidade tinha arquitetura parecida com a da era vitoriana, com prédios que pareiam ter saído de algum livro de história.

Porém, tinha uma grande diferença: Tinham máquinas mágicas por todos os lados! Uma grande mistura de metal com pedras mágicas coloridas, que estavam desde um poste até mover alguns veículos.

As ruas eram muito movimentadas, carros com patas, cadeiras motorizadas e carruagens sendo puxadas por cavalos de metal… Apenas use uma carruagem motorizada! Consegui ver no céu uma grande ave de metal carregando um dirigível nas costas. Prefiro nem comentar.

As pessoas usavam de tudo, ternos, vestidos, mas a maior parte utilizava roupas básicas, apenas camisas comuns e calças, provavelmente eram empregados. De vez em quando cruzávamos com alguma pessoa excêntrica, usando perucas gigantes e maquiagens que as faziam parecer palhaços.

O senso de moda dessas pessoas era bem triste.

Loyal tinha muita referência a era vitoriana, mas os produtores sempre afirmaram gostar de brincar com estilos que davam mais liberdades, como steampunk e cyberpunk.

Deve ser daí que sai as coisas estranhas.

— Agora vai começar a sua primeira lição. — Robben diminuiu o passo e chamou minha atenção. — Primeiro de tudo, um comerciante acorda e começa a trabalhar cedo, sem exceções.

Várias lojas estavam sendo abertas naquela rua. Parece que era uma área comercial. Floriculturas, padarias, mercados, tinha de tudo.

— Entendo… — Suspirei, realmente não tinha interesse naquilo.

O velho abriu um sorriso medonho. — Está vendo esses? Todos são amadores, nossos homens já estão trabalhando há muito tempo.

Tenho pena dos seus empregados!

Enquanto conversávamos, uma senhora se aproximou, mas fez uma expressão de desgosto quando olhou para mim. — Bom dia, senhor Robben.

Ele retribuiu a saudação levantando sua cartola de leve. — Preciso ensinar os jovens — respondeu, aumentando a velocidade do seu passo deixando a senhora para trás.

Ainda conseguia sentir o olhar afiado daquela velha depois que seguimos nosso caminho.

— Não abaixe a cabeça. — Robben falou sem olhar para mim. — Somos da família Wright, ninguém tem o direito de nos diminuir. Então sempre mantenha sua cabeça erguida.

— Certo, não vou… — Aumentei a velocidade da minha caminhada de novo para o acompanhar.

Com apenas alguns poucos minutos de caminhada, chegamos em frente à um grande galpão com o brasão da loja nas portas. Mesmo não tendo sido um esforço muito grande, minhas pernas já estavam começando a tremer.

— Bom dia, chefe! — Um homem vestido com um terno desgastado se aproximou. — Estamos terminando o carregamento do norte.

Sua expressão alegre se desfez quando olhou para mim.

Apenas ignorei, preferia olhar ao redor e descobrir mais sobre aquele tal “carregamento para o Norte”.

No final de Loyal acontecia a Grande Guerra pelas Ilhas Voadoras, começando por causa do Rei Louco, o monarca de Nevronde. Ele desejava conquistar o poder das ilhas para mandar nos reinos vizinhos.

Aquele Rei já deve estar fazendo merda!

— Elizabeth, pare de enrolar e venha aqui! — Robben gritou. — E vocês aí? Acham que estou pagando vocês para descansarem?! Carreguem os trailers!

— Sim, senhor! — gritaram os trabalhadores.

Vários homens andavam de um lado para o outro enquanto carregavam gigantescas caixas de madeira para as carroças de metal estacionadas do lado de fora.

As carroças eram motorizadas, mas… Não são muito pequenas? Eles podem andar em um caravana, mas ainda seria melhor se fizessem algo como um trem ou um caminhão.

— No que está pensando? — Dei um pulo para trás quando Robben falou. Avisa que tá aí!

Hmmm… É… Não é nada, não… Na verdade eu estava apenas pensando que essas carroças são pequenas demais para a carga. Eu acho, desculpa.

Ao invés do velho, que ficou em silêncio enquanto parecia estar pensando em algo, foi o empregado de antes que começou a falar: — Você ainda é uma criança. Aqueles trailers são pequenos para melhor locomoção, perfeito para um comerciante.

— No entanto — cortou Robben —, concordo que eles são pequenos para as nossas mercadorias. Você acha que tem um jeito melhor de levar?

O empregado pareceu querer dizer algo, mas ficou em silêncio após receber uma encarada.

— Eu… — Tentei pensar em toda a tecnologia que tinha visto no jogo, assim como as do meu antigo mundo… — Vocês poderiam fazer algo maior? Os trailers são pequenos, mas se vocês pegassem o motor de um trator e aumentassem o tamanho da carga.

— Teríamos mais potencia — completou Robben. — O custo de escolta diminuiria e poderíamos fazer entregas mais rápidas com uma logística mais simples.

Quase dei língua para aquele empregado, minha ideia era boa.

— Mas produzir algo assim seria caro demais… É uma boa ideia, mas não podemos produzir algo assim com nossa verba atual.

E meu plano foi por água abaixo.

O empregado, que estava atrás do velho, deu um sorriso zombeteiro. — Como disse, as caravanas são o que temos de melhor agora.

Robben me encarou. — Continue assim, parece que a semente não cai longe do pé.

Não queria estar tão perto daquele pé, mas ainda me senti feliz por ter recebido aquele elogio.

Continuamos observando os trabalhadores fazendo o carregamento, mas agora sem muita chance para falar alguma coisa. Enquanto isso, recebia algumas dicas.

Fui ensinada sobre como era importante para um bom comerciante fazer um planejamento, assim como a forma mais eficaz de levar as mercadorias para cada um dos outros três reinos. Alguns eram melhor levar pelo mar, enquanto para o Norte era melhor pelo ar, e blá blá blá.

No fim, apenas um monte de chatice.

Quando pensei que iríamos finalmente poder voltar para casa, uma mulher passou correndo por mim e foi até Robben. — Pai! Eu consegui!

Aquela mulher eraSua roupa era parecida com a minha; camisa, corset e calças para não atrapalhar no local de trabalho. O que mais me chamou a atenção foi sua cartola, ela deixava seu óculos de proteção em cima dela quando não estava usando. Excêntrico…

Estava bem animada, mas logo recebeu um olhar de reprovação. — Bélia…

— Pe-peço, perdão — disse em um tom mais sério. — Eu terminei o primeiro protótipo, senhor Robben.

Era um grande contraste ver os dois lado a lado. Enquanto o velho passava a aura de um nobre, com um visual impecável, a mulher estava suja; completamente coberta de graxa.

Espera um pouco. Ela não deu nem um “oi” pra filha que estava doente? Agora tinha entendido porquê a maior parte das memórias daquela garota tinham a empregada ao invés da sua família.

Pensei que tinha a oportunidade perfeita para fugir dali e ir dar uma voltinha, mas assim que me virei escutei Robben. — Elizabeth, para onde está indo?

Merda!

Olhei para trás. Bélia estava fazendo uma expressão confusa, então começou a levantar os dedos como se tivesse contando algo.

— Hoje de manhã você estava doente…

Sua expressão foi da confusão ao desespero instantaneamente. Ela correu em minha direção e me deu um abraço.

— Me desculpa! Eu acabei perdendo o tempo e…

— Não temos tempo para isso — cortou Robben —, apenas me mostre o protótipo.

Agora mais de perto, conseguia ver as grandes olheiras nela. Por um segundo nos encaramos. Estou com raiva pela forma que trata sua filha, mas Lembrei da minha mãe no outro mundo.

Peguei a sua mão. — Quero ver a invenção da mamãe.

— Vamos — concordou segurando minha mão também.

Seguimos para dentro do galpão, passando pelos estoques de armas e chegando na porta de uma sala com uma placa: Zona Restrita.

Assim que a porta foi aberta, avistei… Uma grande pilha de entulhos. Placas de metal, parafuso e pedrinhas brilhantes estavam jogadas por todo o lado. O simples movimento de abrir a porta derrubou uma grande pilha de lixo.

— Isso é… — Percebi a expressão de orgulho de Bélia, estava orgulhosa. Pior que minha casa no outro mundo.

Nunca fui boa em fazer faxina ou jogar coisas velhas fora, ganhando até mesmo o apelido de “acumuladora” por alguns amigos, mas aquilo assustava até mesmo eu.

— Olha essa zona… — Robben parecia querer falar algo, mas desistiu. — Não vou falar nada, apenas nos mostre.

Os dois entraram no quarto, mas fiquei parada.

Aquelas pedrihas… São pedras mágicas, certo?! Sabia muito bem que aquelas coisas bonitinhas eram instáveis… Não vai explodir, né?!

Respirei fundo e entrei sem tentar pisar em nada.

Apesar da bagunça, a sala era bem espaçosa, então não tivemos problemas para entrar. A porta se fechou sozinha assim que entrei e podia jurar que ouvi o barulho de trancas sendo ativadas.

Bélia foi até a única mesa que estava arrumada e abriu uma maleta. — Aqui está — disse enquanto a abria.

Um brilho avermelhado imundou a sala. Dei dois passos para trás. Esperei a explosão… Nada, ufa! Robben estava de frente a maleta.

— Podemos começar os testes?

— Ainda está um pouco instável, mas em uma semana já podemos começar.

Graças a minha estatura, não tinha ideia do que estavam falando. Me aproximei da mesa e fiquei na ponta dos pés para tentar dar uma olhada.

Dentro da maleta tinha um cristal vermelho em vários fios dentro de um tubo de vidro… Só isso? Era apenas um cristal estabilizado, tinha visto em algumas armas dentro do jogo, no entanto nunca apareceu vi em uma arma rara ou forte. Magia de fogo não era boa para armas.

Seria muito melhor se ela tentasse usar aquele cristal para dar um buff em algum equipamento. Diferente das armas, os equipamentos recebiam um buff com magia de fogo ou de vento.

Perdi o interesse completamente, apenas deixei os dois conversando e fui dar uma olhada naquela pilha de lixo. Passei um tempo dando uma olhada, mas não tinha nada de interessante ali. Estava quase desistindo de procurar algo interessante, quando notei uma caixa de presente no meio de algumas ferramentas.

Me aproximei para dar uma olhada melhor. Era um presente muito bem embalado, e tinha uma etiqueta do lado… Vamos dar uma olhada

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De: Bélia, a melhor mãe do mundo =D

Para: Minha filhinha Elizabeth ♥

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— É para mim? — perguntei.

— Não! Cuidado no que está mexendo… Ei! — Bélia correu para ficar entre mim e a mesa. — Isso é… É… É para outra Elizabeth!

Dei uma risada. — Outra filha que se chama Elizabeth?

Ela me encarou por um momento e suspirou. — Era para ser um presente surpresa pro seu aniversário, mas… Já sei, vou te entregar agora. Esse vai ser meu pedido de desculpas por mais cedo.

— Vocês podem conversar, vou esperar lá fora. — Robben abriu a porta e saiu com a maleta. Finalmente um pouco de paz.

Dava para ver que quem tinha embrulhado tinha feito com muito cuidado. Não tinha um único amassado e a fita tinha sido dobrada para que parecesse a flor do brasão da loja da família: Uma Dahlia.

— Um diário…? — Era um presente simples, mas aquele…

Tinha uma capa comum com o bordado da Ilha de Noto, além de um cadeado com um coração; igual ao símbolo de Loyal e, de alguma forma, idêntico ao diário que tinha no outro mundo.

— Lembra? Você disse que tinha sonhado com um diário assim e desenhou pra mim. Gostou?

— Sim… — Passei a mão na capa. — Ficou muito bonito, obrigada.

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Acabei de chegar em casa, então decidi começar isso logo. Não sei bem o que dizer agora… Bem, apenas vamos lá…

Eu sou Elizabeth Wright, pelo menos por agora, e decidi anotar nesse diário todas as minhas lembranças do jogo Loyal.

As apresentações curtas são as melhores, certo?

Agora, esse é o meu plano…

— Diário da Elis

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