Volume 2 – Arco 7
Capítulo 86: O último pedido de um pai! A primeira fúria de um caçador do fogo
Como eu falei, aquela noite foi um divisor de águas. Eu já havia passado por inúmeras aventuras e, inclusive, estive à beira da morte outras tantas vezes, mas a experiência que estava diante de mim era incomparável. Se eu pudesse voltar no tempo, faria o possível para mudar o rumo daqueles acontecimentos. Mas, pensando bem, isso só adiaria a maldição que estava destinada a recair sobre a minha vida…
Eu já estava apavorado o suficiente após ver meu próprio pai ser humilhado pelos Ninjas da Noite. Além disso, meus braços pendiam como borracha, quebrados pelos dois homens que me imobilizaram a noite toda e me fizeram assistir, de camarote, o quão cruel o clã deles poderia ser. Eu sentia uma dor aguda e insuportável na região dos cotovelos. Precisava urgentemente de cuidados antes que eles inchassem mais. Para finalizar, Glen Vinográdov, que acabara de dizer que era minha hora de dar tchau, veio na minha direção com a katana empunhada.
— Eu queria ter me divertido mais — disse ele. — Acho que merecia um pouco mais de diversão antes de ter que acabar com a vida de vocês dois. Não imaginei, claro, que seria interrompido por traidores. Mas não há problema. Três mortes a mais não fará diferença nenhuma!
Recuei alguns passos, mas tropecei em alguma coisa e caí sentado. Eu estava meio zonzo, talvez por ter me esforçado minutos atrás ao gritar com os ninjas — ou isso, ou eles teriam matado o meu pai.
Senti outra dor forte nos braços ao receber um agarrão por trás nada delicado. Um dos ninjas me obrigou a ficar de pé novamente e ficou por perto provavelmente para se assegurar de que eu não fugiria.
Glen continuou se aproximando. Ele andava de maneira calma, mas seus olhos crispavam de desprezo. Dei uma rápida olhada para os meus três primos — Aleksandr, Ivan e Dmitri. Nenhum deles parecia apto a dar um passo sequer. Balançavam onde estavam como se se manterem de pé já exigisse um grande esforço.
O líder dos ninjas agora estava a dois metros de mim, e sorria. Ele girou a espada com os dedos e a apertou de modo que a ponta da lâmina ficasse apontada na minha direção.
— Foi bom te conhecer, sobrinho, embora eu deva dizer que você me decepcionou. Por ser um de nós, eu esperava muito mais de alguém que também faz parte do clã do fogo. Uma pena.
Houve um pequeno movimento entre os ninjas, atraindo o olhar de Glen imediatamente. Um deles pareceu se assustar.
— Algum problema? — quis saber meu tio. — Desembucha!
Como num susto, o ninja que se assustou falou, desajeitado:
— S-senhor, mas as ordens não são outras?
Sua resposta foi uma fuzilada do olhar de seu líder. Glen pareceu querer atacá-lo, mas virou-se novamente para mim.
— Mais alguém deseja contestar minhas decisões? Agora é a hora de falar!
Ninguém respondeu. Ouvi Ivan balbuciando algo como “Não faça isso” e olhei para o meu pai. Imóvel no chão e todo ensanguentado, ele parecia querer erguer os olhos para mim. Aquela era a pior noite da minha vida, e eu desejava que fosse mais um de meus pesadelos.
A dor intolerável, no entanto, apontava que não. O que significava que a minha vida e a de meu pai acabariam ali, longe da nossa família, longe da Sophia, longe dos meus amigos…
Com o silêncio absoluto da praça, Glen sibilou:
— Diogo Kido, queime no fogo do inferno!
Ele atacou com a katana, meu corpo inteiro gelou e eu fechei os olhos.
Um gemido. Em seguida, silêncio total. Eu podia ouvir os batimentos violentos do meu coração.
Fiquei sem entender.
— Filho…
Era a voz do meu pai, muito perto. Imediatamente abri e arregalei os olhos.
A ponta da katana estava parada a poucos centímetros dos meus olhos. Mas ela também atravessava o corpo de Tony, que parara na minha frente com os braços abertos.
— Pai!
— Diogo… — ele disse quase sem voz. Estava de costas, um verdadeiro paredão. — Proteja a sua mãe…
Minha visão ficou toda embaçada com a aparição das lágrimas. Pestanejei para enxergá-lo melhor, e o vi ainda tentar me olhar por cima do ombro.
— Eu te amo, filho..
Tony Kido desabou para frente. Glen recolheu sua katana, que estava perfurada na altura do coração, e o corpo do meu pai finalmente encontrou o chão. Formou-se uma poça de sangue ao redor dele, imagem que eu jamais esqueceria.
Naquela hora o meu mundo parou. Senti que o meu sangue havia virado gelo. Meu coração não batia mais em meu peito. Eu suei frio.
“Por quê?” era a pergunta que apitava sem parar na minha cabeça.
Eu não podia acreditar. Que meu pai estava morto.
Que ele se sacrificou para me salvar.
De repente, tudo aqueceu. Um fluxo quente passou pelas minhas veias feito uma pressão violenta, acessando meus braços, minhas pernas e a cabeça. Tudo latejava. Tudo parecia querer explodir. Meus olhos começaram a arder.
Involuntariamente, um grito demorado e retumbante saiu da minha garganta, levando com ele uma mescla de raiva, tristeza e dor.
— AAAAAAAAAHHHHHHH!!!
Pelo canto dos olhos, vi o momento em que dois ninjas tentaram me segurar. Berraram quando tocaram em mim, chacoalhando as mãos chamuscadas. Comecei a sentir meus sentidos falhando. Embora soubesse que ainda soltava o grito descontrolado, não conseguia mais ouvi-lo. A praça também parecia estar sumindo. Mas não como se houvesse um blecaute. Era mais como se o sol estivesse descendo na Terra, queimando e iluminando cada pedaço da região. Depois disso, eu não senti mais nada…
***
— AAAAAAAAAHHHHHHH!!!
Glen deu um passo para trás ao observar que Diogo não era mais o mesmo. Emanava um poder assustador de seu corpo, tão quente que o ar da praça tremeluzia feito vapor. A pele do garoto assumiu um tom avermelhado e começou a soltar fumaça; ele parecia ter acabado de sair de uma fornalha. E seus olhos foram substituídos por dois brilhos intensos e amarelos, como faróis de carro numa rua escura.
Os pés dele deixaram o solo. Diogo, agora, flutuava sobre o gramado. Ao mesmo tempo, o ar ao redor de seu corpo começou a se agitar, depois foi se alastrando por toda a praça, fazendo com que os ninjas sentissem um calor que não condizia com a temperatura climática de momentos atrás.
— Que merda é essa? — Glen recuou mais um pouco. O poder em volta do garoto era tão intenso que seus cabelos esvoaçavam e seu corpo tremia, impossibilitando qualquer meio de aproximação. O vermelho de sua pele estava mais forte e produzia mais fumaça. O brilho de seus olhos agora iluminava todo o perímetro, como se não existisse mais nenhum globo ocular, apenas um par de luzes fortes e amarelas. Ele, agora, estava a meio metro do chão.
Diogo cessou o grito ensurdecedor e fechou os punhos. Fechou também os olhos, depois desceu para o chão, bem devagar. Nesse instante, o ar da praça se acalmou e tudo entrou no mais absoluto silêncio. Mas continuava quente. Todos ficaram na expectativa, curiosos para entender o que estava se passando.
Exceto por Glen, que viu ali a trégua perfeita para se aproximar do garoto. Gritou:
— Acabem com ele!
O ninja mais próximo desembainhou sua katana e avançou. Desferiu um golpe horizontal na altura do pescoço.
Diogo simplesmente desapareceu e reapareceu nas costas do inimigo. Ainda de olhos fechados, chutou-o.
O ninja acertou outros três feito bola de boliche ao fazer strike e… os quatro explodiram, feito homens-bomba.
Quem estava por perto, recuou. O garoto virou o rosto na direção de Glen, sem demonstrar nenhuma expressão, gesto simples que fez o líder dos Ninjas da Noite ficar apavorado.
— O que vocês estão esperando? — ele rapidamente gritou aos seus capangas. — Matem esse pirralho!
Uma dúzia de ninjas armados correu em volta de Diogo em grande velocidade, assemelhando-se a um tornado de sombras negras, uma tática antiga do clã que jamais falhou. Eles saltaram e investiram com cortes, mas jamais sequer chegaram perto de tocar o adolescente; Diogo ergueu os braços, cruzando-os acima da cabeça, e os desceu com força, descruzando-os e provocando uma poderosa pressão de ar quente — que varreu o perímetro ao redor e carbonizou os homens que ainda estavam no ar.
O que sobrou dos Ninjas da Noite ficou em pânico. Para piorar, o garoto começou a sumir de onde estava e a reaparecer perto de alguém. Começou com um ninja que estava próximo a uma árvore. Que teve seu coração arrancado. A segunda vítima estava do outro lado da praça, e mal teve tempo de reação quando foi atingido por uma pancada na nuca, tão brutal que a cabeça mascarada saltou do pescoço. Antes mesmo do cadáver do ninja atingir o chão, um terceiro gritou, pasmo demais para processar o que aconteceu; havia um braço lhe atravessando o pulmão pelas costas.
Muitos tentaram correr. Ninguém conseguiu ir longe. Eram barrados e mortos a sangue frio por aquele que, até poucos minutos atrás, era apenas um garoto frágil e insignificante.
Os braços de Diogo estavam encharcados de sangue.
E ele continuou matando.
Ele sumia, surgia e matava. Sumia, surgia e matava. Seus golpes eram envoltos por pequenas fagulhas alaranjadas. Perfuravam estômagos, arrancavam cabeças e quebravam ossos. Sangue era espirrado por toda parte. Aos poucos, o clã Vinográdov estava sendo extinto.
Diogo surgiu diante de Aleksandr, que até então assistira a tudo em completo estado de horror, e o surpreendeu com um golpe fatal na barriga. Recolheu seu braço e Aleksandr desabou morto no chão.
— O que você está fazendo, Diogo? — perguntou Dmitri. O garoto virou-se para ele. Parecia estar num sono profundo, enquanto seu corpo se movia por conta própria. Num piscar de olhos, Diogo já estava ao seu lado, e lhe atacou com uma cotovelada na nuca.
Ivan ficou sem acreditar. Não só pelo poder avassalador do garoto, mas também pelo fato de Aleksandr e Dmitri também terem sido assassinados. Quis fugir, correr para bem longe daquela chacina, mas seu corpo não lhe obedecia. E, assim como seus parceiros, não escapou da morte.
Foi atingido, sem saber de onde, por um chute violento. Gritou enquanto seu corpo era lançado para longe, e o grito só foi interrompido quando ele acertou um tronco e teve a coluna partida ao meio.
Glen assistira a tudo e ficou sem saber o que fazer. Viu de perto que todos os que ameaçaram uma fuga, foram imediatamente assassinados. Aquele não era mais o Diogo que conheceu, mas sim uma máquina de matar que não esboçava nenhuma hesitação ou remorso.
— ARGH!
— AAAHHHH…
— URG!
Eram poucos os ninjas que ainda tinham tempo de gritar antes de morrer. O exército de homens mascarados estava sendo liquidado com a rapidez de uma chuva passageira. Corpos mortos desabaram no chão. Mais sangue era derramado. A praça se transformara num verdadeiro cenário de carnificina, tomado agora por cadáveres e um garoto frio, poderoso e cruel.
Enfim, sobrou apenas Glen Vinográdov e outros dois ninjas.
Diogo surpreendeu um deles com um soco na cabeça, que explodiu em miolos e sangue. O segundo recuou, apavorado. Virou-se para fugir, mas caiu para trás ao ser bloqueado pelo garoto. Diogo pôs a mão em seu pescoço e o apertou, estrangulando-o.
Os Ninjas da Noite haviam sido brutalmente assassinados. Havia somente um único sobrevivente, que olhava incrédulo a quantidade de corpos ao redor; decapitados, com as tripas para fora, com buracos no peito, ensanguentados. Glen tremia enquanto observava Diogo virando o rosto na sua direção, devagar, ainda de olhos fechados.
De repente, Diogo os abriu, revelando, no lugar deles, dois intensos brilhos amarelos.
— Você vai morrer — disse ele.
Sumiu e apareceu diante do ninja, o calor infernal vindo junto. Glen quase caiu para trás com o susto. Ainda assim, tentou se defender do golpe que Diogo desferiu.
Tentou.
Foi rápido demais.
O punho do garoto atingiu sua couraça de metal com tanto poder que o corpo do ninja subiu na direção do céu. Dez, vinte, trinta metros no ar. A couraça se desintegrou em cinzas fumegantes. Ninguém nunca conseguiu sequer arranhá-la antes. E Glen sentiu o sangue gelar ao ver a praça se distanciando lá embaixo. Podia ver, pontilhado pelo gramado, o corpo de todos os ninjas assassinados. Mas nenhum sinal de Diogo…
Sentiu um calor repentino na nuca. Arregalou os olhos, dizendo a si mesmo que não poderia ser possível que era ele o motivo do calor. Glen virou o corpo no ar, de modo que ficasse de frente para a lua, confirmando suas suspeitas: havia alguém no céu, parado, como se pudesse voar. O brilho da lua ofuscava grande parte da visão de Glen, mas ele tinha certeza que era Diogo. Que parecia estar posicionando o corpo para chutar.
Diogo acertou forte o peito de Glen, fazendo-o cuspir sangue e voar de volta rumo ao chão.
Glen estava sem fôlego. A pressão da queda fazia seu corpo vibrar conforme cortava o ar feito um cometa. Sentia pânico e dor — os ossos do tórax haviam quebrado ao serem atingidos. E mesmo com isso tudo, ele ainda contemplou o momento exato em que labaredas serpenteantes se esticaram às costas de Diogo feito duas asas de fogo.
Diogo ergueu o punho e o esticou para frente, tomando impulso para baixo e iniciando um voo destrutivo na direção do ninja. Parecia uma espécie de pássaro de fogo! Gritou:
— Falcão… FURIOSOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!
As asas flamejantes lhe conferiam uma aparência deslumbrante. Seu punho foi rodeado por chamas alaranjadas, quase como uma bola, e tinha o corpo de Glen, que ainda estava em queda livre, como alvo. Diogo cortava o vento com tanta agressividade que parecia um foguete descendo ao chão. De repente:
TCHUUUUUUM!!!
Feixes de luzes desceram do céu para a praça e se tornaram um círculo completo de homens de túnicas pretas. Os Sacerdotes Divinos ergueram os braços e produziram uma espiral brilhante de energia que envolveu tanto Diogo quanto Glen.
“Que poder extraordinário é esse?” perguntou-se o ninja, confuso. Aliviou-se ao perceber que Diogo perdia velocidade, e se deu conta de que seu corpo também não caía mais tão rápido. Então percebeu a presença dos sacerdotes lá embaixo, através das paredes de luz branca. Aquela era a sua chance.
Ele sacou sua katana e apontou a lâmina para baixo. Deixou-se chegar ao solo e encravou a espada no gramado, bem ao lado do cadáver de Tony Kido, impedindo sua queda e cambaleando para o chão. Respirou fundo e ainda deu uma rápida olhada para cima, onde Diogo já não parecia mais tão imponente; as asas de fogo haviam sumido, e seu voo feroz alternara para uma queda lenta.
Glen não perdeu mais tempo e pulou sobre um dos sacerdotes, fugindo e deixando a espada para trás. Aliviado por ter se safado de uma morte horrível.
Os olhos brilhantes de Diogo foram se apagando. A pele de seu corpo já não estava mais tão avermelhada. A parede de luz tremeluziu algumas vezes, mas os sacerdotes faziam esforço para manterem-na ativa.
Diogo, finalmente, caiu no chão. Levantou-se com dificuldade e começou a deslizar na direção a qual Glen fugira. Seus braços balançavam de um lado a outro feito borracha pendendo de seus ombros. Fumaça ainda brotava de sua pele vermelha. Diogo parecia um zumbi. Seu corpo faiscava, como se a qualquer momento fosse se acender novamente em chamas.
Os homens de túnicas continuaram despejando a energia incandescente na direção dele. Precisavam apagar o Espírito Lendário antes que causasse mais estragos. O adolescente, por outro lado, era persistente. Parecia não se conformar com a fuga do ninja. Queria alcançá-lo de todo jeito. Lágrimas — muitas delas — rolavam de seus olhos fechados.
Então, desabou.
Pai e filho agora estavam de frente um para o outro, separados por uma katana cravada no chão. A grande diferença era que um deles ainda respirava.
***
Tive um sonho meio indistinto, daqueles que parecem sem pé nem cabeça e que, quando você acorda, não consegue se lembrar com clareza. Eu só sabia que tinha sido algo a ver com sangue, tristeza, fogo e clarão.
Quando acordei, estava encharcado de suor. Sentia como se tivesse dormido próximo a uma fogueira. Olhei em volta na tentativa de entender onde estava e o que havia acontecido, mas era como se meu pescoço estivesse travado. Então percebi que usava uma espécie de colar cervical.
“Que diabos aconteceu?” estranhei, agora de coração acelerado.
Forcei a mente. Tentei lembrar onde estive pela última vez. O quarto estava escuro e não possuía janelas até onde eu podia enxergar. Do pescoço para baixo, meu corpo estava coberto por um lençol branco.
Tentei mover os braços. Travados por algo sólido. E eles — não, na verdade tudo — estavam adormecidos, da mesma forma que ficaram na noite em que bebi a bebida da Pandora e usei uma quantidade exagerada de poder…
Tudo veio como um flash: o pneu furado; meu pai e eu andando sozinhos pelas ruas; a emboscada dos Ninjas da Noite; meu pai os enfrentando e sendo espancado. “E mais o quê?”
A porta se abriu. Quando alguém entrou, tentei ver quem era forçando os olhos ao máximo para o lado, mas só consegui quando ele se aproximou da cama e perguntou:
— Acordou?
Era Hebert Kogori. Com voz vacilante como eu nunca tinha ouvido. Então percebi que seus olhos estavam avermelhados de choro.
— Que merda aconteceu? — perguntei, não tão alto quanto queria. — Que lugar é esse?
— Templo da Montanha Takamashi, em Firen. Diogo, você não se lembra?
Estava começando a lembrar. Mas não queria aceitar. Deveria ser minha mente pregando alguma peça.
— Cadê meu pai?
Hebert baixou a cabeça. Ele apoiou as mãos na beira da cama e começou a tremer. Estava fungando de choro. Meu coração afundou.
— Cadê meu pai, Hebert?! — gritei. O esforço fez meu corpo inteiro arder por dentro como se meus músculos estivessem sendo estraçalhados. Gemi na mesma hora.
— Não se esforce — disse o caçador. — Seu corpo quase foi destruído. Você e seu pai foram atacados pelo clã Vinográdov e…
Esperei que ele concluísse. A voz sumindo praticamente sentenciou a minha hipótese: de que meu pai estava morto. Ainda assim, eu precisava ouvir para ter certeza. Tinha esperanças de que estivesse errado. Meu pai era o homem mais forte do mundo!
— Ele está morto, garoto. Seu pai não resistiu aos ferimentos e veio… a óbito.