Caçador Herdeiro Brasileira

Autor(a): Wesley Arruda

Revisão: Ângela Marta Emídio


Volume 2 – Arco 7

Capítulo 80: Passado, presente e futuro

Passei a evitar longas conversas com a minha mãe nos dias seguintes. Eu tinha medo de que ela percebesse que algo me incomodava, e como nunca fui bom em mentir, eu não saberia como lidar, caso ela iniciasse um interrogatório. Precisava, antes, conversar com o meu pai, tirar tudo a limpo. E ele precisava ter uma boa justificativa para tudo aquilo: o filho que escondeu de nós por tantos anos e o parentesco da minha mãe com o clã Vinográdov — porque era impossível que ele não soubesse, dadas as semelhanças físicas.

E falando em clã Vinográdov, fiquei pensativo sobre o que Glen dissera. Posso descobrir num piscar de olhos e ir até a sua casa, se eu quiser. Vai ser um prazer cortar a garganta da sua querida mãe bem na sua frente.

E se ele conseguisse descobrir, de fato, onde eu morava? Minha mãe correria sério risco de vida. E a julgar que cheguei a invadir a escola uma vez e que há pouco tempo os meus documentos e os de outros caçadores sumiram de lá, eu não duvidaria que os ninjas seriam capazes de obter o mesmo êxito, especialmente naquela última semana de férias, em que o colégio Martins estaria mais fácil de entrar.

Evitei andar pelo centro da cidade durante a semana inteira. Torcia, também, para não surgirem caçadas, muito devido ao trauma da cilada dos ninjas. Dos noticiários eles sumiram. Parecia que já haviam conseguido tudo o que almejavam. Ou quase tudo. Nossas Takohyuseis, felizmente, estavam salvas e intactas, muito embora eu pressentisse que não por muito tempo. E nem tive coragem de ir ver a Sophia, não no estado em que fiquei depois da surra que levamos. Um olho inchou e minha boca cortou por dentro. Não vi o Natsuno naquela semana, mas tinha certeza de que ele não estava muito melhor que eu. Para a minha mãe e para o tio Michael, tive que dizer que me machuquei enfrentando vampiros evoluídos.

— Mãe, e o pai, vem quando? — perguntei na quarta-feira.

— Sábado. — Ela terminava de fazer o jantar. — Aconteceu alguma coisa que você queira contar pra ele?

— Não, não.

— É sobre os ninjas, né?

Meu sangue gelou por alguns instantes. Era como se ela soubesse de alguma coisa.

— Nada de mais, mãe. Tô indo ali comprar alguma coisa pra comer depois do jantar. Um doce, sei lá.

Antes que ela protestasse — minha mãe era contra comer besteiras, principalmente quando a fruteira estava cheia de frutas —, dei meia-volta e corri para o parque. Mas a verdade era que eu também não queria olhar para ela; não diretamente. Ver seus olhos pretos me trariam lembranças dos ninjas, coisa que me deixaria ainda mais triste e irritado. Triste por ela, que estava vivendo uma vida de mentiras, graças ao meu pai. E irritado porque meu pai sabia e escondera dela a vida inteira.

Fiquei observando alguns homens de meia-idade batendo bola na quadra numa partida amistosa. O sol já estava bem baixo e faltavam poucos minutos para as seis da tarde. Ventava fraco, porém gelado. Pelo jeito a noite seria fria em Honorário.

Que coisa maluca, pensei. Num intervalo de duas semanas havia descoberto que tinha um irmão místico revoltado com a vida e parentes caçadores por parte de mãe, uma quadrilha de ladrões malignos. Pensei comigo mesmo que só faltava surgir um bisavô dizendo ser chefe de uma máfia e querendo dominar o mundo do crime. A essa altura eu não duvidava de mais nada. E como era horrível aquele sentimento, de que qualquer coisa na minha vida poderia ser uma mera peça de teatro… 

— Quando você senta nesse banco e fica pensando na vida, é sinal que as coisas não vão muito bem.

Era a Zoe, que apareceu de repente e se acomodou ao meu lado.

— Acho que virou mania — respondi. — Gosto de vir aqui pra pôr os pensamentos em ordem.

— Não é só você não. Me identifiquei com esse parque desde que me conheço por gente. Ele cheio ou vazio, sempre será o meu cantinho de pensar. Quer dizer, o nosso cantinho.

Forcei um sorriso em concordância. Era bom ouvir a voz meiga dela. Zoe também era o meu calmante, mas eu jamais diria a ela; não dessa forma.

— Quer contar o que te incomoda? — perguntou ela.

Contei. Não via motivos para guardar segredo da minha melhor amiga. Falei sobre o Tácio e sobre os Ninjas da Noite. Zoe ouviu atentamente, sem me interromper, apesar de sua expressão surpresa nos momentos em que falei que um era meu irmão e os outros eram parentes da minha mãe. Eu finalizei o desabafo dizendo:

— Eu vivo rodeado de mentiras desde que nasci. Meu pai só foi me contar sobre caçadores e vampiros esse ano! Ele não tinha o direito de esconder isso de mim.

Percebendo que eu havia dito tudo o que tinha pra falar, Zoe disse:

— Caramba, quanta coisa… complicada, digamos assim. Agora entendo por que você está diferente. Mas sabe o que eu acho? Que seu pai deve ter os motivos dele para ter omitido todas essas coisas. Isso considerando que ele saiba sobre… bem, você sabe.

Sobre tudo.

— Zoe, veja bem: se eu me apaixonar por uma garota de cabelo roxo, no mesmo instante vou desconfiar que ela é parente do meu amigo de cabelo roxo, principalmente se eu souber que ela é adotada. Não faz sentido meu pai não ter percebido que minha mãe é do clã dos ninjas. Isso sem falar nos olhos de caçador que aparecem em nós sem controlarmos. Será que ele nunca viu nenhum brilho amarelo no olhar dela?

— Você já viu? — estranhou a garota.

— Não… Mesmo assim…

— Se você pretende conversar com o seu pai, ouça primeiro o que ele tem a dizer, depois você terá tempo de sobra pra ficar chateado. Enquanto isso não acontece, acho que não vale a pena ficar espremendo esse tipo de mágoa.

Por um lado, ela estava certa. Talvez eu estivesse sendo irracional no calor da emoção. Zoe era coerente, e era disso que eu precisava.

— Quantas vezes você já me disse que admira o seu pai? — continuou ela. — Tenho certeza que ele não é essa pessoa que estão querendo fazer você pensar que ele é. Seu olho está inchado?

Havia melhorado, mas pelo jeito não o suficiente.

— Esqueci de dizer que os ninjas nos deram uma surra. Pensei que morreríamos.

— Meu Deus… Eles são terríveis!

Cerrei os punhos. Eles eram mesmo terríveis, e estavam por aí, à solta.

— Faz parte do trabalho, não é mesmo? — falei para tranquilizá-la. — Sinto que surras assim serão comuns na minha vida. Afinal de contas, tenho que lidar com vampiros quase toda semana.

Ela não pareceu mais calma.

— Às vezes eu me esqueço que tenho um amigo que arrisca a própria vida para manter pessoas seguras. Ao mesmo tempo em que eu sinto orgulho, dá medo. Você é só um adolescente.

Que queria uma vida normal, falei em pensamento. Mas, para isso, vampiros não poderiam existir. Pena que ambas as coisas não são possíveis.

 

Na quinta, não pude comparecer ao treino do Léo na parte da manhã porque precisei ajudar dona Sara a fazer a feira. Mas corri para a floresta depois do almoço e arqueei uma sobrancelha ao me deparar com duas outras pessoas além do Léo e do meu tio — e do pequeno Billy também, não posso esquecer de mencionar.

— Jhou?

— Oi… Diogo. — Ele se esforçava para ficar agachado no Rio de Água Pesada.

O segundo sujeito eu ainda não tinha visto. Percebi que ele estava ali quando o mesmo disse:

— Esse bagulho é treta pra caramba.

— Guga? — estranhei.

A imagem do garoto se materializou bem ao lado do grandalhão. Ele também estava agachado, e parecia ter mais dificuldades que o Jhou. Talvez pelo fato de estar usando seu poder de invisibilidade enquanto tentava se equilibrar.

Na margem do rio, Michael e Léo trocavam golpes lentos e desajeitados. Óbvio que meu tio se continha, visto que o garoto-cachorro estava em sua primeira semana de treino nas artes marciais. Nenhum dos dois estava transformado.

— Essa tarefa era sua — reclamou meu tio para mim, sem cessar a batalha e sem sequer me olhar. Um pouco mais adiante, Billy corria atrás de um passarinho que parecia fazer questão de aborrecê-lo.

Olhei para os outros dois místicos no rio.

— Então vocês são os novos alunos da academia nova do meu tio?

— Pode crer — ofegou Guga. — A Zoe me ligou na noite passada perguntando se eu queria aprender a controlar melhor o meu poder. De tabela, eu ainda aprenderia a lutar karatê!

— Não é karatê — relembrou o meu tio, ainda imerso no treino com o Léo, e um pouco irritado. Depois explicou: — Fui eu que pedi pra Zoe ligar pra ele. É perigoso demais um místico indefeso numa cidade como essa. Isso serve também para o Jhou, afinal, ser super forte não é grande coisa assim quando seus inimigos são ninjas ou vampiros.

— Interessante — falei, e foi só.

Michael e eu trocamos de papel: eu passei a enfrentar o Léo enquanto ele monitorava Jhou e Guga no rio, do seu jeito típico — encostado a uma pedra e lendo um jornal qualquer. Mais uma vez eu tive que me segurar para não machucar o garoto-cachorro, que até era veloz, mas que não tinha habilidade nenhuma ainda. Billy cansou de perseguir o passarinho e se deitou ao lado do meu tio para um cochilo. A tarde foi embora e nenhum dos dois novatos progrediu no treinamento do rio. Anoiteceu e cada um foi para sua casa, ambos exaustos. Me perguntei se eles continuariam com os treinos diários ou se desistiriam após um dia desgastante.

***

Lia ocupava um dos quartos escuros da enfermaria da organização Ko-Ketsu, em Firen. Dormia um sono profundo e seu corpo estava repleto de cabos conectados a aparelhos hospitalares, um deles sendo um medidor cardíaco que apitava devagar, instável. Ela estava em coma desde o acidente que sofreu — na verdade uma tentativa de assassinato —, e fora transferida do Hospital Independência para a organização após uma segunda tentativa, que só não aconteceu porque Diogo e Natsuno evitaram.

A porta do quarto se abriu, revelando a luz do corredor e um homem de aparência cansada. Tony Kido fechou a porta e se sentou na cadeira diante da cama. Já era uma rotina.

E, mais uma vez, sentiu o coração pesar. A situação da garotinha retratava bem o quão cruel era o mundo. Ela tinha um rostinho de anjo, inocente, de uma criança que merecia viver a infância. Deveria ser assim com todas as crianças do mundo. Era injusto haver fome, miséria, doenças e tantos outros fatores que tiravam a felicidade delas. Eram coisas assim que faziam Tony repensar se seus esforços faziam mesmo alguma diferença no mundo afora. Ele se sentia imponente diante de tanta destruição e tristeza que assolava a humanidade, queria fazer mais, ter mais utilidade do que simplesmente caçar vampiros.

Ele acariciou os cabelos da pequena Lia. Apesar da alimentação via sonda, ela estava mais magra que semanas atrás, quando chegou. Queria que ela acordasse logo, ver seu sorriso pela primeira vez. Tony não suportava mais ver a mesma cena todos os dias: a garotinha dormindo como se nunca mais fosse despertar.

Suspirou. E quando passou a mão no rosto da menina, sentiu um arrepio estranho que abalou o seu corpo inteiro.

 

Lia acordou de repente, mas estava num lugar diferente do quarto da enfermaria. Ficou assustada por não se lembrar como fora parar ali, embora soubesse que aquilo tudo se tratava de outra de suas visões. O cenário era escuro por conta da noite. Percebeu que estava no meio de uma viela longa e estreita, iluminada vagamente pela luz da janela do fundo de uma das casas. De resto, só havia escuridão.

Sem saber o porquê, começou a correr. O corredor era tão longo que parecia não ter fim. Ela pisou na calçada e atravessou a rua. Virou uma esquina e continuou, ainda sem entender o que a estava forçando a seguir naquela direção.

Estava fugindo de um monstro? O pensamento a apavorava, porém havia algo que a deixava ainda mais em choque: os homens que apareciam nos seus sonhos com frequência. Matavam os seus pais e a levavam embora, sempre a mesma coisa. Eles eram maus, assustadores, as piores pessoas do mundo. Lia se perguntou se aquela visão também era sobre eles.

Então viu o céu explodindo em chamas. Dava para sentir o calor que a explosão emanava, intensa, quase infernal. Lia, então, chegou a uma praça, e percebeu que o motivo do calor não estava no céu, mas sim diante dos seus olhos. Uma pessoa — um menino — tinha olhos amarelos muito brilhantes e a pele tão vermelha que parecia estar sangrando. Seu corpo parecia estar fumegando. Ele fitava um homem vestido de preto que, apesar de ser mais alto, parecia intimidado com a sua presença.

Lia arregalou os olhos. Havia outras pessoas pela praça, mas poucas estavam inteiras e todas elas estavam caídas por todo o gramado. Vestiam preto igual ao sujeito que o garoto encarava. Eram ninjas. Estavam imóveis e ensanguentados. Foram mortos de forma brutal, a julgar pelos membros decapitados e pelas tripas expostas; uma cena nojenta. Não havia um sobrevivente sequer.

Não, nem todos eram ninjas. Os olhos da garotinha encontraram um cadáver que não vestia preto. Também era o único que não estava num estado físico tão crítico, a não ser pela poça de sangue que o envolvia.

Lia chorou de desespero. Nunca tivera um sonho tão trágico e assustador quanto aquele. De repente, viu o menino dos olhos brilhantes sumir e surgir diante do homem de preto, num piscar de olhos, intensificando ainda mais o calor que dominava a praça. Nesse instante, com o susto que levou, ela acordou.

 

Tony saltou de sua cadeira quando um par de brilhos verdes substituíram os olhos da menina. Iluminavam o quarto vagamente, como se um abajur tivesse sido aceso. Aos poucos, a intensidade do brilho foi diminuindo, e quando Tony pensou que a pequena mística tornaria a dormir, ela pestanejou, confusa. Seus olhos continuavam verdes, mas não brilhavam mais.

Tony correu para o corredor e chamou pelos médicos. Retornou e deparou-se com Lia o encarando, dessa vez assustada.

— Fique calma, você ficará bem…

Lágrimas escorreram pelo rosto magro da menina. Lia abriu a boca para falar, porém sem êxito. Continuou tentando. Na quarta tentativa, saiu uma espécie de sussurro, quase inaudível. Tony conseguiu entender:

— V-você… 

— O que houve? — perguntou devagar. Não obteve resposta de imediato, era natural a garotinha estar assustada naquelas circunstâncias. Com mais calma, insistiu: — Lia, você teve um sonho ruim?

Ela balançou a cabeça, confirmando. As lágrimas não cessaram. Tony pensou nos olhos brilhantes da garota durante o pesadelo e levantou uma hipótese maluca, mas não impossível. Fez outra pergunta:

— E eu estava nele?

Quando ela confirmou novamente, Tony sentiu o coração acelerar. Até onde sabia, Lia nunca o tinha visto antes, então como era possível sonhar justamente com ele?

Começou a suspeitar sobre sonhos que revelavam o futuro. Pelo menos isso explicava o temor da Eclipse do Caos quanto à menina.

Teve receio de continuar perguntando. Nunca experimentou conhecer do próprio futuro, ainda mais quando quem o viu não parecia ter boas notícias.

Engoliu em seco. Suspirou. Então, tomou coragem e foi direto ao ponto:

— Nesse sonho, eu estava… morto?

Houve uma demora na resposta. No minuto seguinte, os médicos chegaram e solicitaram que o Kido deixasse o quarto para que eles fizessem seu trabalho. Tony obedeceu, mas jamais se esqueceria do último balançar de cabeça que viu da menina mística antes de ele sair. O balançar que dizia que sim.

***

Eu já estava pronto para dormir quando Hara apareceu e acendeu a luz do meu quarto. Quase pulei da cama e saquei a minha Takohyusei, pensando ser os Ninjas da Noite. Não sei nem como o Billy não acordou. Tive que perguntar:

— Já ouviu falar em bater na porta?

Ele tinha olhos sérios por detrás dos óculos de gente comum. Calado, aproximou-se da cama a passos lentos como se não tivesse me ouvido.

— É hora de você entender melhor uma coisa — disse quando ficou diante de mim. Antes que eu fizesse perguntas, Hara tocou a ponta do indicador na minha testa e meu corpo estremeceu. O cenário mudou ao meu piscar de olhos. Onde antes era o meu quarto, agora consistia de um pátio aberto, molhado. Poças de água se formavam pelo chão de pedra e recebiam milhares de gotas da chuva.

Estudei o perímetro com os olhos. Cerca de cinquenta metros à frente havia uma construção de pedra, com colunas adornadas de archotes chamejantes e um segundo pátio, mas este era coberto e estava cheio. Foi quando meu coração acelerou.

De um lado, dezenas de ninjas estavam ajoelhados no chão, alinhados e enfileirados; eu conseguia vê-los pela lateral e os identifiquei imediatamente: os Ninjas da Noite. Eles estavam de frente para um homem que também vestia preto, porém não usava máscara. Era um idoso que fazia o parto de uma mulher. Também de frente para a cena, mas do lado oposto ao dos ninjas, estava uma multidão de mulheres e crianças que também estavam organizadas.

A grávida berrava. Então percebi a presença do homem que poderia ser seu marido. Ele era o homem mais próximo da mulher e segurava a mão dela com uma mão e a mão de uma criança com a outra. 

— Que lugar é esse? — perguntei abismado.

— O templo do clã Vinográdov — respondeu Hara. Ele assistia ao parto com atenção. E não estava molhado, o que eu achei esquisito, pois caía uma chuva intensa. Por curiosidade, tateei os meus braços e percebi que eu também não me molhava.

— Eu estou um pouco confuso — admiti. — Não deveríamos estar aqui. Esses ninjas quase me mataram!

— Eles não são capazes de perceber a nossa presença. Somos irreais nesse tempo. Mesmo se invadirmos aquele templo, não poderemos interferir em nada, porque isso tudo já passou.

Fitei Hara ainda mais confuso. Chegava a ser incômodo estar debaixo da chuva e não sentir a água na pele. E o pensamento veio como um raio. Entendi — apesar de pensar, a princípio, ser uma brincadeira — o que ele estava insinuando.

— Você quer dizer que nós voltamos para o…

— Isso mesmo. — Hara me olhou e seus olhos brilharam em duas cores diferentes: um deles ficou verde e o outro amarelo. — Nós estamos numa viagem no tempo.



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