Volume 2 – Arco 5
Capítulo 55: A revolução do clã do vento
Nos dias seguintes, tio Michael e eu fizemos buscas por todos os bairros próximos ao colégio Martins no intuito de encontrar Léo, porém sem sucesso. Nem mesmo o faro do Billy foi suficiente para localizar o garoto, o que nos deixou bem preocupados.
Por outro lado, eu já não sentia mais dor. O “chute explosivo” que dei na bola na última partida causou uma certa repercussão na escola, maior que a classificação do time para a semifinal, mas eu não me importava, pensava mesmo era no encontro com a Sophia e na surpresa que estava preparando para ela.
E foi na primeira aula da quinta-feira que Riku chegou com uma “boa” notícia.
— Descobri um pequeno grupo de vampiros nos túneis do metrô entre as estações Silvânia e Jardim Rosário. São alguns malditos que foram expulsos de um dos enxames do centro e que pretendem fazer vítimas por esses lados.
— Deve ser esquisito ver vampiros expulsando outros vampiros — riu Natsuno, ajeitando seu material escolar. — “Vão embora daqui! Esse sangue é nosso, procurem o de vocês em outro lugar!”. Cara, deve ser hilário.
— E como você descobriu isso, Riku? — perguntei. A professora Inês, de Inglês, finalmente chegou na sala e se acomodou em sua carteira.
— Informações de alguns caçadores responsáveis pela região central da cidade. Preciso que você pegue um mapa dos esgotos das redondezas com o Kai. Faremos um ataque surpresa hoje à noite.
Dito e feito, deperizamos facilmente os quinze vampiros comuns que se escondiam numa espécie de sala de controle abandonada. Esta sala pertenceu à companhia que operava o transporte metropolitano da cidade, sendo acessada através das tubulações que ligavam a rede de esgoto aos túneis do metrô. A princípio, fiquei receoso em usar meus Punhos de Fogo ou o Gancho-faísca por não querer sentir aquela dor insuportável novamente, mas fui me soltando no decorrer da luta até, enfim, perder o medo. Ainda assim, notei que Riku não assumira sua personalidade psicopata que sempre assumia ao enfrentar vampiros, o que era bastante suspeito.
— Vocês ficaram sabendo do roubo que ocorreu em Venandi? — perguntou Natsuno ao fim da batalha. O ônibus estava vazio e em alta velocidade, coisa normal para o horário, tendo como destino o bairro do colégio Martins.
— Não — respondi. Eu estava sentado num dos bancos do fundo ao lado dele, enquanto Riku preferiu ficar sozinho no banco da frente. — Que roubo?
— Meu velho disse que os Ninjas da Noite emboscaram um grupo de caçadores que escoltavam o transporte do cajado do Mago Brim para outra vila.
O termo “Ninjas da Noite” me pareceu familiar
— E que cajado é esse? — eu quis saber.
— O cajado não é o mais importante, pelo menos é o que dizem. Mas sim o que tem nele: a Rocha Milenar. Dizem que o mago velhote a usava para enfeitiçar seus inimigos e os obrigava a fazer coisas horríveis. Claro que é só uma lenda.
— Para um bando de ninjas tramar isso — refleti —, então provavelmente deve ser verdade. Uma rocha que enfeitiça pessoas… — Estremeci com o pensamento. — Isso é assustador.
Riku nem participou do bate-papo. Apesar de sempre ser calado, ele geralmente dava alguma pequena informação importante no meio da conversa, mas não dessa vez.
Quando desembarcamos e Natsuno seguiu seu rumo, eu decidi perguntar:
— Riku, você está assim por causa do encontro com o Shaong?
Percebi que sim ao notá-lo cerrando os punhos, embora o garoto não demonstrasse nenhum tipo de emoção na face.
— Eu não fui páreo nem na forma elemental — Riku praticamente cuspiu as palavras.
O silêncio das ruas escuras me remetia à noite do hospital. A sensação era idêntica, era como andar pelos corredores desertos de um ambiente parado no tempo, sem saber se encontraria algum ser vivo que ao menos se movesse. Lembrei-me do brutamontes, que Natsuno informou posteriormente ser o pai de Shin; e o assassino dos pais do Riku. Ele de fato possuía a aparência de um maníaco capaz de fazer qualquer coisa.
— Riku…
Eu não sabia o que dizer. Palavras não ajudariam, especialmente o Riku, que parecia ter um coração de pedra.
Mas foi ele quem falou:
— Sabe do que eu tenho mais raiva? Caço vampiros desde que me conheço por gente. Cresci sabendo das minhas responsabilidades e sendo instruído por meu pai sobre muita coisa. Ele enfatizou uma porrada de vezes sobre coisas que poderiam atrapalhar os nossos objetivos, e a tal da amizade era uma delas. Mas ele… ainda assim tinha um amigo… Mesmo dizendo que maldito é o homem que confia no outro. Isso não tem explicação! Por que ele tinha um amigo, sabendo que não podia acreditar nos malditos humanos?!
Se aquela era uma pergunta para ser respondida, eu não sabia como. Aos poucos começava a identificar os traços de dor que os olhos do Medeiros deixavam escapar. Sentia que Riku precisava fazer uma coisa que não tinha costume: desabafar. Decidi apenas ouvir.
— Eu nunca me importei com a solidão. Ele, meu pai… ele dizia que ela era a única que estaria ao meu lado sempre. Ele falava que eu poderia perdê-lo, perder a minha mãe. E que eu não poderia me abalar, ou sairia dos trilhos e perderia quem eu sou. Eu só não imaginava perdê-los da forma que foi…
Eu sentia pena. Imaginava o tamanho da saudade que ele vivenciava todos os dias e o quanto ele estava sozinho. Todos o conheciam por ser um cara arrogante e orgulhoso, mas poucos entendiam a dor que o consumia por dentro. A dor e a solidão.
— O amigo confiável, assim era Shaong — continuou, agora com nojo na voz. — Ele sempre vinha com o papo de que apoiaria meus pais na revolução… Foi ele quem destruiu tudo o que acreditávamos, mostrando o quão covarde e hipócrita um ser humano pode ser. Tirou a vida deles com um sorriso na cara, o mesmo sorriso que vi ao reencontrá-lo. — Cerrou os punhos novamente. — E eu fugi…
— Não tinha como enfrentá-lo — tentei consolar. — Você era só uma criança. Fez certo em se salvar.
— E deixar o assassino dos meus pais impune? Deixá-los lá sangrando até a morte?! Eu deveria pelo menos ter tentado! Preferia morrer lutando a continuar vivendo com esse sentimento de vergonha…
Uma lágrima escorreu dos olhos cinzentos do garoto. Era a primeira vez que eu o via chorar. Justo o Riku, que parecia esconder tão bem seus sentimentos…
— De que revolução você fala? — decidi perguntar, sem mudar totalmente de assunto.
E demorou algum tempo para Riku responder. Parecia tomado por pensamentos e emoções. Claramente o encontro com Shaong Kabeiyama o abalou.
— O clã Medeiros é conhecido historicamente por sua ambição e destreza em alcançar o que quer, uma fama que foi ganhando com o tempo e devido a alguns acontecimentos. Houve muita guerra e sangue inocente derramado por conta de atos nossos. Quem se voltava contra o clã, mesmo que fosse um membro, acabava com a cabeça arrancada como um exemplo aos demais.
— Meu Deus…
— E foi isso que tentaram fazer com a minha mãe. Ela foi caçada como se fosse um vampiro. — Sua voz aos poucos tomava um tom rígido. — Ela foi perseguida por toda a adolescência apenas por pensar diferente. Já pensou, você ser expulso da própria casa e caçado pela própria família? Eles iam arrancar a cabeça dela! Faltou pouco! Sorte que meu pai a salvou… E esse foi o gatilho para ela querer fazer uma revolução.
Por algum motivo, sempre achei que era o pai do Riku quem pertencia ao clã Medeiros. Fiquei um pouco surpreso, mas preferi não interferir.
— Meu pai abraçou a ideia e a ajudou a encontrar aliados, que geralmente eram pessoas que ele ou ela conheciam de infância. Eu não conseguia entender o porquê da revolução, sendo que era só ficar longe de Rapturio ou de qualquer outro lugar que tivesse algum tipo de ligação com o Palácio do Vento. Mas minha mãe conversou comigo e me explicou toda a história do nosso clã. Ela falou de cada caçador de respeito que teve alguma relevância na história e honrou o nome Medeiros, e detalhou as mortes inocentes que os líderes corruptos causaram. Ela me fez entender que havia outros membros como ela: que pensavam diferente, mas que tinham medo de se pronunciarem devido à ditadura imposta pelos que estavam no controle. Então entendi de onde vinha sua vontade. E por anos tivemos esperança de que poderíamos mesmo revolucionar.
Eu nunca havia pensado por aquele lado. Quando Natsuno me explicou um pouco sobre os clãs e o mundo dos caçadores, ele acabou citando algo sobre a tentativa do clã Medeiros de assassinar um dos Caçadores Lendários, partindo daí a famosa rivalidade entre o clã do vento e o clã do fogo. Por isso imaginei que todos os membros de um determinado clã fossem iguais.
“Mais um aprendizado” disse a mim mesmo mentalmente.
Riku continuou:
— Antes mesmo do meu nascimento, meus pais se refugiaram numa pequena cidade do Chile, terra natal do meu pai. Um dos aliados de confiança era Shaong, que os influenciou a me usarem como arma, quando fui escolhido de maneira natural para ser o Herói Herdeiro do clã. Mas para eles, eu era a única esperança, por isso fui treinado arduamente pelos três, não imaginando que seríamos traídos por quem convivia na nossa casa.
— Por isso você caça desde pequeno — presumi.
— E por isso fui proibido também de me aproximar de quem quer que fosse.
— Você era apenas uma criança, Riku, e já carregava um fardo muito grande.
— Fardo grande foi o que meus pais carregaram por tantos anos. Eu só estou mantendo o legado. E não quero apenas revolucionar o clã Medeiros, como também acabar com a vida do traidor da nossa família. Mas… nem a minha forma elemental, que treinei tanto para desenvolver… Mesmo transformado eu não pude…
Riku trincou os dentes e enxugou as lágrimas. Pensei, então, na mencionada forma elemental. Não a vira na batalha, mas a julgar pela ventania que preenchia o quarto do hospital no dia do embate, deduzi que Riku estava tomado por um grande poder.
— Acho que agora você começa a me entender — disse o garoto, olhando para mim pela primeira vez. — Pelo fato de eu não querer me aproximar no começo.
— Sim, eu te entendo. Eu acho que… faria o mesmo no seu lugar. E quanto a você se achar um fracassado… Eu não concordo, cara.
Fui fitado por olhos cinzentos que se estreitaram.
— Você não sabe o que diz.
— Eu sei sim, e o termo fracassado, no meu vocabulário, refere-se a alguém que desiste antes mesmo de tentar, e você não é assim, Riku. Eu vejo seu esforço para se tornar cada vez mais forte, mas acho que você se esquece de que só tem quinze anos e que há muito o que aprender ainda. Shaong… ele provavelmente já tem décadas de experiência, ele sabe dar o bote certeiro. Você perder pra ele, acredito que não é nenhuma vergonha. Eu quero dizer que não é o fim do mundo.
— Não é nenhuma vergonha? Isso só pode ser brincadeira!
Suspirei. Não estava conseguindo me expressar. Procurava as palavras certas, mas era preciso ter bastante cuidado ao conversar com Riku.
— Vamos evoluir juntos — eu disse quase desesperado. — Quanto mais caçarmos, mais nossas espadas vão evoluir, certo? E quanto mais elas evoluem, mais forte a gente fica. Então vamos continuar caçando! Tenho total convicção de que você consegue ultrapassar o nível do Shaong, afinal você é um prodígio. Só precisa ter paciência.
Riku olhou para seu anel. Supus que ele finalmente conseguia entender o que eu queria passar.
— Talvez você esteja certo — decidiu dizer. — Ou pelo menos eu espero.
Mas eu não conseguia aprovar o objetivo dele de querer se vingar. Sabia que não adiantaria tentar convencê-lo de que acreditava que a justiça era uma coisa natural e que não era preciso pagar o mal com o mal. Decidi, então, que tentaria fazer isso aos poucos, pois a vingança poderia levar Riku a tomar atitudes prejudiciais para ele mesmo.
Por outro lado, tentei imaginar eu mesmo naquela situação. Não consegui. O pequeno pensamento de ter meus pais assassinados me apavorou. Não sabia o que faria, e nem queria saber. Seria horrível demais.
— Conte comigo — falei ao meu rival, de certa forma consternado. — Por mais que você não considere, eu sou seu amigo e estarei aqui para quando precisar. Shaong não pode ficar impune.
— Não preciso de vocês, a não ser para evoluir — retrucou o garoto, seco. — Que utilidade vocês teriam numa luta contra Shaong e os otários que o seguem? Nenhuma. Que isso fique esclarecido: é um assunto só meu, não quero interferências.
Eu só não senti raiva porque já imaginava que reação viria. Assim era o Riku a todo momento, não havia como mudá-lo, aquele era seu jeito defensivo de ser. Ainda assim, fui pego de surpresa, quando Riku disse:
— E depois que eu me vingar, nós dois vamos terminar a nossa luta. Ou você acha que eu esqueci? E não pense que dessa vez vou pegar leve.
Soou como um desafio.
— Podemos lutar agora, se você quiser — repliquei de imediato.
— Ainda não. Você ainda não está no nível que eu quero.
Eu odiava ser subestimado. Parei e encarei Riku, que fez o mesmo. Era como se estivéssemos à beira de uma batalha. Tanto Riku quanto eu nos estudávamos com os olhos, era como se um pudesse sentir as emoções do outro apenas através do olhar.
— Eu vejo muita força de vontade em você — disse Riku, como se encontrasse o atributo nos meus olhos. — Força de vontade e inocência. Mas isso não será perpétuo. As experiências vão te mostrar como é o mundo de verdade. Por bem ou por mal.
Dito isso, ele virou as costas e tomou seu rumo, enquanto eu me dava conta de que estava em frente minha casa. Riku era mesmo um cara misterioso.
Na sexta-feira, fizemos mais buscas por Leonardo, acompanhados por um Billy aparentemente esmorecido; ele também queria encontrar o místico. O sol escaldante cobria Honorário quase por completo e, somado ao tempo seco dos últimos dias, fazia com que a sensação térmica fosse de trinta e cinco graus.
— Eu deveria ter perguntado o endereço dele — lamentei enquanto descansávamos no banco da praça em que havia encontrado o garoto-cachorro. — Eu estou muito preocupado, tio.
— Confesso que também estou. — Michael segurava Billy no colo, que estava triste. — Mas penso que talvez ele só esteja assustado. Eu já passei por isso e sei bem como é. Ele deve estar escondido em sua própria casa, com medo das pessoas ou de machucá-las.
Eu me sentia frustrado. Prometi ajuda e não cumpri. O que me restava era torcer para que Léo estivesse bem.
Usei o resto da tarde para voltar a treinar, pensando não só em Léo, como também no encontro que teria com Sophia. Faltavam quase vinte e quatro horas! Inevitavelmente, outra coisa passava pela minha cabeça: “E se der errado?”.
Três meses atrás, enquanto me dirigia para me encontrar com a garota pela primeira vez, fui cercado por cinco vampiros que só não me mataram porque Natsuno apareceu bem na hora. A dupla que sobreviveu fugiu para a floresta, armou uma cilada, mas, no fim das contas, quem ficou emboscado foram eles. Até que Riku apareceu.
Foi a nossa primeira batalha em conjunto. Derrotamos os inimigos de maneira relativamente fácil, mas acabei perdendo o horário e deixei Sophia de escanteio. Ela me ignorou nos dias seguintes, já que não podia saber o real motivo de eu não ter aparecido, e só quebrou o gelo muitos dias depois, quando foi salva por mim de vampiros em um beco.
Não imaginei que seria tão complicado conciliar a vida profissional com a pessoal. O lado bom era que os vampiros estavam escassos ultimamente. Mas, a julgar por minha sorte, eu não duvidava de nada.
De qualquer maneira, acordei disposto no dia seguinte. O sábado estava demorando para passar, portanto decidi chamar Billy para dar uma volta no parque. Tive esperança de encontrar Zoe lá, mas nada dela, muito embora o lugar estivesse bastante movimentado.
Fiquei assistindo aos garotos jogarem bola na quadra até a hora do almoço.
— Bora almoçar, amigão.
— Au!
Enquanto almoçávamos, minha mãe perguntou:
— O que há com você, Diogo? Parece ansioso.
Ela percebia tudo. A princípio receoso, eu enfim decidi contar. Expliquei de maneira tímida sobre Sophia e o encontro que marcamos. Não me sentia tão confortável para falar sobre o assunto com a minha mãe, mas me surpreendi com a reação dela: Sara tinha ótimos conselhos! Ela me explicou como me comportar corretamente, explicou mais ou menos como as garotas se sentiam num encontro e enfatizou que eu deveria tratá-la como uma princesa. Por um momento, tive a sensação de que a conversa remetia minha mãe ao próprio passado, quando ela ainda namorava Tony.
— Esses momentos são mágicos — concluiu ela —, então torne-os inesquecíveis para ela. E que as coisas deem certo dessa vez. — Pois também contei sobre a falha no primeiro encontro.
Por esse motivo, saí de casa muito mais cedo a fim de evitar imprevistos. Decidi também não fazer o caminho tradicional, que passava pela antiga entrada da floresta. Acabei chegando na praça do colégio Martins mais de uma hora antes do horário combinado.
E tive que esperar. Observava os carros na avenida enquanto relembrava todos os momentos vividos naquela região. O encontro com meus amigos antes da aula; a despedida na hora de ir embora; a primeira vez que pisei ali e fui encarado pelos três grandalhões; a noite que invadi a escola com o Natsuno e descobri sobre Sophia ser caçadora…
— E não é que ele veio mesmo? — ouvi a inconfundível voz da garota, o que fez meu coração acelerar freneticamente.
Dei um sorriso automático após pestanejar por um instante; nunca havia visto uma garota tão linda antes!
— Sophia? — disse admirado.
Quando ela riu da minha reação, ficou incrivelmente mais atraente. O azul claro ficava bem nela, essa era a cor do seu cropped — uma blusa fina de mangas longas que deixava os ombros e a barriga expostos. Sophia usava também calça jeans de cintura alta, talvez para não mostrar tanto a barriga, o que realçava suas belas curvas. Eu precisava admitir que ela tinha estilo e era muito gata.
— Você está linda — eu disse deslumbrado, ficando de pé meio desajeitado. — Pra caramba!
— Obrigada! Você também.
Eu até arrumei o cabelo, mas quem disse que eles permaneciam penteados por muito tempo? Pelo menos vestira minha camiseta favorita e colocara os tênis novos que ganhei de meu tio por tê-lo ajudado a pintar a casa dele no mês anterior.
E assim iniciou o tão aguardado encontro.