Volume 1 – Arco 4
Capítulo 45: A batalha dividida contra as armaduras vivas
Apavorados e com nenhuma vontade de morrer, nós corríamos desesperados pela floresta perseguidos por dezenas de vampiros em uma verdadeira cena de terror.
Não podíamos lutar porque, além de estarmos em completa desvantagem numérica, seria perigoso deixar o Jhou no meio da luta. A nossa única alternativa era fugir e esperar por um milagre, mas um milagre que viesse logo, pois dificilmente aguentaríamos correr a noite inteira.
— Não podemos fugir pra sempre! — disse Natsuno ao meu lado.
— Então fique pra lutar — Riku revidou em tom ignorante atrás de nós dois, e pude perceber que a sua voz carregava um pesado tom de raiva também. Ele certamente queria lutar, mas sabia que não podíamos por causa do grandalhão.
— Calma que eu vou pensar num plano — tentei tranquilizá-los, com os pensamentos atrapalhados pela adrenalina.
— Então pensa rápido — pediu Jhou, sendo esse o mais desesperado de nós cinco. — Eles estão nos alcançando!
— Acho que não vai ter jeito — Pedro lamentou. — Nós vamos ter que lutar. — Ele parecia calmo, e isso não chamou só a minha atenção.
— Você não sente medo? — perguntou Jhou.
— Mais ou menos — foi a sua resposta, que soou um tanto desconfortável.
Ainda fugíamos dos inimigos, quando tive a idiota ideia de mais uma vez olhar para trás: centenas de olhos vermelhos avançavam na nossa direção feito animais assassinos. Os vampiros se aproximavam muito rapidamente. Era possível ouvir os rosnados das criaturas, que desviavam dos troncos com enorme facilidade, como se conhecessem aquela floresta como a palma das mãos. Eles pareciam famintos.
Voltei a olhar para frente e notei uma claridade gigantesca a poucos metros, indicando que estávamos quase no fim da região florestal — ou chegando a outra clareira. Se aquilo era bom ou ruim, eu não sabia dizer, pois nem mesmo sabia se havia algum lugar para fugir. Só me restava fazer uma coisa.
— Vocês dois — falei olhando para Pedro e Jhou —, corram o máximo que conseguirem e tentem encontrar algum lugar para se esconder.
— E nós três? — perguntou Natsuno, arqueando uma sobrancelha. Riku e eu trocamos um rápido olhar, e ele já sabia o que eu pretendia.
— Vamos ficar e lutar.
Natsuno não gostou muito de ouvir aquilo, no entanto não disse nada.
Os vampiros ainda se aproximavam ferozes. Saquei a minha Takohyusei, pronto para lutar.
A floresta teve fim e deu espaço para o que parecia um campo verdejante com lagos em volta que brilhavam com a luz do luar. O gramado no qual corríamos era baixo e fofo, o que era estranho considerando o cenário silvestre das últimas horas. Dava para ver também o céu estrelado lá em cima, onde a lua cheia se destacava com raios pratas que preenchiam todo o campo. Fazia calor, mas uma brisa fresca passava por nós e nos provocava uma sensação de frio — de repente meus olhos se arregalaram quando avistei uma enorme montanha a vários metros à nossa frente, ladeada por uma escada em forma de caracol.
Era de longe a montanha mais alta e larga existente ali, acompanhada de outras montanhas enormes e rochosas. Ergui os meus olhos e não consegui ver o pico, pelo simples fato de nuvens o esconderem com intensidade, uma verdadeira imagem magnífica. Aquela montanha era ainda mais alta do que a montanha que havia no sul de Firen, e um torii vermelho estava postado diante da base da escada curvilínea.
— O Monte Zentaishi! — disse Natsuno, eufórico.
Olhei para trás e os vampiros estavam muito perto, mais assustadores do que antes devido à iluminação da lua cheia. Agora dava para saber que pelo menos a maioria era dos evoluídos, com veias grossas pelo rosto e olhos vermelhos demoníacos. Não que isso fosse algo tranquilizador. Eles rosnavam feito cães assassinos, correndo tão velozes que os imaginei vencendo os Jogos Olímpicos de 2016.
— Riku, Natsuno, vamos segurá-los o máximo que pudermos! — falei.
— Eu também vou ficar — disse Pedro, decidido.
— Pedro, vocês precisam fugir — falei, trincando os dentes. — Nós três daremos conta.
— Fugir pra onde? — Jhou parecia ainda mais apavorado. — Eles são muitos!
— Ajudaria se você jogasse sua mochila neles. — Natsuno estava impaciente. — Quem sabe eles prefiram seus lanches caseiros ao invés de nós cinco.
— E eu vou comer o quê?
— Continuem correndo, seus otários! — Riku continuava calmo, assim como o Pedro. — Eles terão uma surpresa.
“Uma surpresa” pensei. Queria que Riku estivesse certo.
O torii de pedra já estava próximo. A gigantesca montanha rochosa erguia-se imponente feito um arranha-céu de uma cidade. Era impossível ver o seu fim.
Passamos por baixo do torii e subimos as escadas em total desespero, degrau por degrau, então parei e me virei, pronto para a batalha — para o sacrifício. Natsuno e Pedro fizeram o mesmo, mas nos surpreendemos quando vimos os vampiros cessando a corrida e rosnando.
— Malditos — grunhiu um deles, enfurecido. — Dessa vez vocês irão escapar, mas da próxima tenham certeza que não deixaremos nem os ossos!
Olhei para os meus amigos, confusos. Foi Riku quem explicou:
— Uma barreira invisível protege o Monte Zentaishi de vampiros e ogros. Vocês deviam saber disso!
Confesso que foi a melhor notícia que eu poderia ouvir. Nós quatro soltamos um longo suspiro de alívio.
— Podem vir, idiotas — debochou Natsuno, então recuou assustado quando os vampiros ameaçaram avançar. Era nítida a raiva e a frustração no rosto de cada um deles. Dezenas de criaturas de olhos de sangue que não podiam passar pelo torii. Por algum motivo, decidi sair logo de perto, temendo por uma eventual falha da tal barreira.
Eu só não entendia uma coisa.
— Se essa barreira existe mesmo — questionei —, como é que o Pedro conseguiu ultrapassá-la?
Nós olhamos para o garoto, que se manteve calmo e calado. Ninguém responderia, eu sabia, porém aquilo só confirmava a minha teoria de que o Pedro não era um simples vampiro.
— Vamos logo — disse Riku, cortando os meus pensamentos. — Ainda não acabou.
Ele deu meia-volta e subiu os degraus, nos deixando para trás.
Ainda olhei para os meus amigos, sendo o Jhou o mais aliviado. Ainda assim eu podia ver a adrenalina em cada um, uma vez que todos respiravam ofegantes — com exceção do Pedro, que parecia ter um fôlego mais aguçado. Por fim, seguimos o Medeiros.
A escada parecia interminável sendo impossível de ver o seu fim. Todos estavam cansados, claro, mas não podíamos desistir. Quem mais sofria era o Jhou, o grandalhão. A fuga dos vampiros o deixara apavorado e exausto. Eu até me surpreendi com a sua velocidade na floresta. Cheguei a me perguntar se todos os místicos eram assim.
Subimos centenas de degraus pela noite quente, contornando a gigantesca montanha cinzenta. Eu olhava para baixo com frequência, a cada dez minutos — e a única coisa que conseguia ver era: florestas, montanhas, florestas, montanhas, florestas e mais montanhas. Aquilo indicava que estávamos num limite entre florestas e montanhas, o que me fez lembrar de quando Riku mencionou que o Monte Zentaishi ficava em Rapturio, país do Palácio do Vento.
Bem, nunca fui bom em Geografia, ainda mais se tratando de Venandi. Havíamos saído de Honorário havia mais de vinte e quatro horas e nem sequer havia avisado ao meu pai. Isso fez eu me perguntar se conseguiríamos voltar para casa vivos ou sem nos perdermos. Tínhamos o Riku como o nosso guia, de fato, mas havia os vampiros lá embaixo, provavelmente furiosos pelo fato de termos fugido. Seria mais fácil se houvesse algum outro portal por perto, para não refazermos o caminho da floresta.
Quando me dei conta, estávamos num intervalo maior entre uma escada e outra — e no meio do caminho uma espécie de casa nos impedia de passar. Alta, quadrada e formada por tijolos cor-de-barro, era destaque em meio ao cenário cinzento da montanha.
— Ai caramba, mais uma casa? — Natsuno coçou a cabeça.
— Deve ser uma armadilha — disse Jhou, inseguro, provavelmente se lembrando da anterior.
— Acho que não — falei, pensativo. — Afinal, já estamos no monte.
Pedro olhou em nossa volta, mas seu rosto demonstrava uma expressão de confiança.
— Não há perigo por perto.
— Como você sabe? — Natsuno o fitou.
— Eu consigo farejar.
— Então por que não nos avisou sobre os vampiros da casa mal assombrada? — Jhou mostrou-se indignado, assim como Natsuno.
— Acontece que eu não prestei atenção — disse o vampiro, sem jeito. — Foi um erro meu. Me perdoem, galera.
— O importante é que estamos vivos — falei, para tentar tranquilizá-los. — E... já estamos no monte. Isso que importa.
— Vamos parar de conversa e entrar logo — disse Riku com o seu casual tom seco e arrogante.
Na casa quadrada não havia janelas nem outras aberturas, a não ser uma porta de madeira bem estreita, o que era esquisito para uma construção enorme como aquela. Riku girou a maçaneta velha, a porta se abriu e nós entramos.
Havia apenas um cômodo amplo e vazio, cujas paredes eram de tijolos simples, assim como o teto. Havia uma lâmpada à esquerda e outra à direita, ambas muito simples também. No fundo da casa havia outra porta, e foi naquele sentido que nos direcionamos.
— Parece ser simples demais — observou Riku, desconfiando de alguma coisa. Eu também pressentia algo.
— Precisamos ficar atentos — falei.
— Relaxa, maninhos — disse Natsuno, rindo debochado. — Vocês são muito dramáticos.
Assim que terminou a frase, do meio do teto desceu uma parede em grande velocidade, dividindo a sala em duas. Eu fiquei sozinho com o Riku, com o coração acelerado por quase ter sido esmagado. Sequer deu tempo de eu pular.
— Outra armadilha! — eu disse, preocupado.
— Quem fez isso? — exigiu Riku, olhando para todos os lados.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, até ouvirmos algo do outro lado da parede, como se estivessem querendo derrubá-la. Em seguida, uma abertura apareceu no teto. Um buraco pequeno, por onde surgiu, e aterrissou no concreto, uma espécie de... armadura?
Era isso mesmo, uma armadura prateada, daquelas gregas, de batalha, com um penacho de crina no capacete e ferrugens na carcaça, no peito, nos braços e pernas. O indivíduo ficou de frente para nós, quieto feito uma estátua. Perguntei:
— Quem é você?
— Seu adversário.
Sua voz era grave, confirmando a minha tese de que havia um homem lá dentro.
***
Natsuno, Pedro e Jhou ainda estavam perplexos com a parede que descera do teto, todos com o coração acelerado e aliviados.
— Jhou, você é forte — disse Natsuno. — Tenta quebrar essa parede.
Jhou, de início, pareceu indeciso, mas então anuiu. Concentrou forças em seu braço esquerdo e fechou o punho, respirando fundo. Então, bateu forte contra os tijolos, fazendo a parede “nova” estremecer com o impacto, mas não passou de um barulho enorme. Um segundo depois, fez-se um buraco no teto, e de lá surgiu uma armadura dourada. Aterrissou em frente aos três tentando atacá-los com um soco, mas o trio desviou facilmente e contra-atacou: Natsuno investiu com vários socos e chutes junto de Pedro, algo que não deu certo devido à agilidade da armadura, que desviava de todos os golpes e contra-atacava ao mesmo tempo. Nem parecia estar pesando no corpo do indivíduo que a vestia, embora se movesse fazendo barulhos metálicos.
Jhou sentiu-se confiante após perceber que sua força era gigantesca e investiu contra o inimigo com o punho esquerdo fechado, só não imaginava que seria tratado como um touro descontrolado: a armadura saltou por cima do grandão e atacou as suas costas com as mãos unidas ao mesmo tempo em que dava o salto-mortal, derrubando-o. Jhou se levantou e tentou outro golpe, mas como era lento, a armadura desviou com vasta facilidade, mas quando tentou atacar o garoto pela segunda vez:
— Socos Relâmpagos!!
Natsuno atingiu a lataria com dezenas de socos que pareciam raios atingindo o metal.
Tra-tra-tra-tra-tra-tra..., os socos pareciam tiros de metralhadora batendo contra a couraça da armadura, derrubando-a com o impacto. Jhou aproveitou que o indivíduo estava no chão e arriscou um ataque com outro punho, que só não acertou a armadura porque ela rolou para o lado e se levantou. A mão cerrada do grandalhão atingiu o concreto com tanta força que o chão estremeceu, causando um pequeno terremoto que abalou a estrutura da casa. Pedro e Natsuno correram para perto dele, enquanto a armadura dava uma trégua.
— Quem é você? — o Kogori decidiu perguntar.
***
Riku e eu avançamos contra o indivíduo e, quando chegamos perto, desviei para a esquerda e Riku para a direita. Tentamos dar uma voadora nas laterais da armadura, que desviou numa rápida cambalhota para frente, mesmo aquilo soando hilário.
— Agora! — gritou Riku.
Enfim a técnica que treinamos, não contra quem imaginamos, mas de maneira precisa: Riku pegou a minha perna e girou, pegando impulso e me jogando contra o inimigo.
— Meteoro Impactante! — gritamos ao mesmo tempo.
Atingi o inimigo de surpresa com uma joelhada na barriga — doeu pra caramba, mas tentei suportar a dor —, depois Riku surgiu por trás de mim e o atingiu com um soco na cara, o que eu achei uma loucura. Coloquei a minha mão no chão como apoio e dei-lhe um chute de cabeça para baixo, e Riku terminou o ataque com uma rasteira, derrubando a armadura.
— Punho de Fogo! — Tentei concluir, mas a armadura me impediu com um chute no peito me jogando longe contra a parede de tijolos que dividia a sala. Percebi o quanto eu estava zonzo pelo giro, mesmo tendo treinado com o Riku a técnica combinada por vários dias.
Riku não perdeu tempo e pegou a perna do inimigo (a que me atingira). Quando começou a girá-lo, eu senti o que viria — e estava certo: a armadura veio na minha direção feito um míssil, e só não me acertou porque eu consegui pular para o lado. A terra tremeu, mas fiquei em dúvida se foi porque a armadura impactou contra o muro ou por causa de alguma coisa que estava acontecendo do outro lado.
Eu me levantei ao mesmo tempo que o inimigo e começamos a trocar golpes, na qual ambos atacavam ao mesmo tempo em que se defendiam e no final ninguém conseguia acertar ninguém — o que para mim era sorte, considerando que eu estava lutando com um monte de lata.
Riku também veio para a luta. Já que estávamos em vantagem numérica, o inimigo passou a apenas recuar. Éramos rápidos, pouco a pouco começamos a atingi-lo, e depois mais e mais, até dominarmos completamente a luta. Parecia que a armadura prata não sentia dor, mas também não tinha mais reação, até que Riku, num movimento de corpo surpreendente, apareceu atrás do inimigo e rodeou seus braços nos braços dele, imobilizando-o e gritando para mim:
— Agora!
— Certo!
Concentrando todo o meu poder na mão direita, senti o sangue fervendo. Doía, mas era algo que eu poderia me acostumar com os treinos. Era estranha a sensação da energia interna se acumulando num único ponto, quente, agitada. Ignorando a dor, gritei:
— Punho de FOGOOOO!!!!
E, com toda a força que tinha, atingi a cabeça do inimigo em cheio, que voou para longe num enorme impacto.
A armadura, sem cabeça, caiu no chão, imóvel. Deixei escapar um profundo suspiro, com dores ardentes no interior do meu braço.
Enfim, vencemos.
***
A armadura dourada estava parada e imóvel diante dos três, talvez esperando por um ataque ou pensando em algo, deixando a tensão existente ali ainda mais intensa. Não bastava a parede separando os cinco, houve também a aparição do inimigo estranho, do nada, e isso Natsuno não entendia de jeito nenhum. Tinha certeza de que havia algo mais.
— Te fiz uma pergunta! — vociferou, um pouco irritado com o silêncio do inimigo. — Quem é você?
Nada, apenas mais silêncio.
— Responde!
A armadura continuou muda, irritando a todos.
— Vamos acabar logo com ele — disse Jhou com confiança; os outros assentiram, e eles rapidamente trocaram uma estratégia.
Os três correram na direção do inimigo: Natsuno pela esquerda, Pedro pela direita e Jhou pelo centro. A armadura estava imóvel, mas os três sabiam que ela não permaneceria assim. Quando chegaram perto, Natsuno e Pedro desviaram para as laterais e atacaram o inimigo: Natsuno tentou uma voadora, mas a armadura se abaixou. Em seguida, Pedro arriscou uma rasteira, porém o inimigo pulou — enfim se dando conta do que estava por vir, observando Jhou à sua frente, com o punho aproximando-se muito depressa. Foi tudo planejado. A armadura viu-se sem reação, com a guarda baixa devido aos dois últimos desvios.
— Super Soco! — gritou Jhou se lembrando do Punho de Fogo do Diogo.
Atingiu em cheio a parte do peito, fazendo com que a armadura dourada se estraçalhasse numa explosão de metal. Todas as partes dela se dividiram, indo para diversos cantos da sala.
Os três suspiraram ao mesmo tempo.
Então, a parede que dividia a sala começou a subir num som estrondoso, assim voltando ao que era antes.
***
A parede se levantou e notei que Natsuno e os outros também tiveram uma luta e venceram — e me surpreendi quando vi uma armadura dourada toda retalhada, idêntica à armadura que estávamos enfrentando, exceto pela cor.
Meus amigos correram até nós, mas somente Jhou e Natsuno estavam com a respiração ofegante. Não sabia como haviam vencido, mas percebi que Natsuno não havia sacado sua Takohyusei.
Do nada, as partes divididas da armadura dourada começaram a se mexer, assim como a cabeça da armadura prateada. De repente, as armaduras estavam sendo reconstruídas, até que ficaram da mesma forma em que as encontramos pela primeira vez!
— Que diabo é isso? — estranhou Natsuno, vendo as armaduras intactas à nossa frente.
— Teremos que lutar de novo? — resmungou Jhou.
— Parece que sim — falei, enquanto a confusão invadia a minha mente. Nunca tinha visto nada do tipo.
Nós cinco já estávamos preparados, esperando os inimigos dar a iniciativa, no entanto nada aconteceu, até que a armadura dourada decidiu falar:
— Parabéns, vocês passaram no teste.
Nós cinco nos entreolhamos, confusos. Até mesmo o Riku parecia não entender.
Perguntei, ainda atento:
— O que são vocês, afinal? Máquinas?
— Não, não — respondeu a armadura dourada, que possuía uma voz muito diferente da outra armadura. — Somos iguais a vocês.
— O que você quer dizer com “iguais a vocês”? — foi Natsuno quem perguntou, rindo, pensando ser alguma piada.
— Nós dois — respondeu a armadura prateada, séria — somos irmãos gêmeos. E também somos caçadores de vampiros.