Shelter Blue Brasileira

Volume 2 – Arco 1: União

Posfácio

No começo havia me frustrado em ter que acabar dividindo meu planejamento inicial em dois volumes, mas agora, não consigo pensar em outra coisa além de: “ainda bem que fiz”. Se fossem como tinha imaginado, os acontecimentos que ocorreriam aqui estariam no primeiro, porém de uma forma drasticamente apressada. Ter feito isso com calma, dando um tempo para respirar e ser construído foi a melhor escolha.

Enfim tive a satisfação de poder escrever os protagonistas como um casal, o que de fato foi uma das partes mais divertidas de fazer. Tinham certas coisas que, até mesmo eu como autor, não esperava que iria acontecer. Tem vezes em que a história, mais roteirizada e idealizada que esteja, acaba criando vida própria e tomando um caminho que no começo não havíamos pensado. 

Embora eu seja daqueles que só escrevem breves tópicos de coisas que eu preciso lembrar que devem ter nos capítulos como forma de planejamentos. A parte mais mágica é deixar com que os personagens tomem conta da narrativa, deixando que sigam um caminho guiado por eles próprios, apenas imaginando que atitude ou reação tomariam em tal situação. Se seguir à risca uma lista de acontecimentos de forma metódica, a história jamais teria alma e seria apenas uma coisa engessada. 

Como na realidade, quando temos algum compromisso marcado em certa hora, no qual imaginamos que soubéssemos perfeitamente sobre o que vai ser, mas que somos surpreendidos pela imprevisibilidade de acontecimentos ao chegar lá, é dessa forma que gosto de criar cenas da história. Deixar a mente aberta e reagir junto dos personagens, de fato, é uma das partes mais divertidas de escrever. Pelo menos pra mim, pois não gosto de roteirizar demais, o que faz com que acabe seguindo isso de forma literal, ao invés de deixar a criatividade fluir.

E dentre essa minha forma de criar os acontecimentos da história, obviamente, durante o processo de escrita desse volume, houve muitos altos e baixos da minha parte. Em momentos escrevia tudo com um ânimo absurdo, quantos outros olhava para a folha em branco e nada saia, mesmo que soubesse o que tinha que fazer. Entretanto, apesar dos empecilhos no caminho, esse volume foi finalizado e ainda de uma forma na qual eu consegui me orgulhar. 

Com isso, o primeiro arco de Shelter Blue foi encerrado. Ainda há muitas coisas que precisam ser exploradas e desenvolvidas, mas essa etapa da história terminou. A satisfação com isso é enorme, ao mesmo tempo que estou extremamente esgotado ao dar o máximo de mim para fazer os últimos parágrafos. 

No entanto, de todo o modo, tudo que havia imaginado naquela primeira versão em 2018, que viria a se tornar isso posteriormente, foi tudo adaptado, sem assim posso dizer. É claro, o primeiro protótipo disso é drasticamente diferente do que foi feito posteriormente. Mesmo assim, toda a idealização que tive naquela época, enfim, conseguiu ser escrita, apesar de ter se tornado algo totalmente novo.

Com isso concluímos o que tinha para falar sobre o processo de criação do segundo volume, e agora vou deixar meus agradecimentos para todos que conseguiram me aturar e chegar ao final de mais um livro meu. Espero que tenha gostado e continue acompanhando os próximos que estão por vir.

Mas antes de ir completamente embora, tenho que deixar meu mais sincero obrigado a algumas pessoas pessoalmente. Obrigado ao Thi que vem acompanho o processo dessa história antes mesmo de ser publicada, ao Trazin, Renyuzu e Dan que estiveram nas seções que lemos em conjunto, sem falar do Bruno com seus comentários surtados e malucos. Todos os feedbacks que passaram foram estudados e serão usados para melhorar em minhas escritas futuras.

Com isso eu me despeço para aguardar todos outra vez, mas no volume 3.

rren — Dezembro de 2024