Volume 1
Capítulo 6.4: Mesmo incapaz
Suas pernas ficaram tremulas. A onda de choque ocasionada pela surpresa paralisou seu corpo e apesar de tudo, só conseguia se fazer a seguinte pergunta: como que ela foi tão descuidada? Chie não conseguia acreditar que deixou todo um exército pequeno de soldados passarem despercebido. Eles usaram algum tipo de equipamento mágico capaz de esconder as suas presenças no qual jamais esperaria algo assim.
Agora já passou e não tem mais o que fazer. A garota não pode mais apenas ficar na área da tática como sempre, terá que agir. Apesar dessa problema não da mesma escala que o ataque anterior dos Ones que teve no início do ano, ainda é assustador.
Entretanto, a postura da outra se difere completamente da sua. Nos olhos dela não há um único pico de incerteza.
— Eu vou ir ajudar eles — disse Rie sacando sua adaga e encarando Chie fixamente. Na face dela mostra que já está decidida e que não vai voltar atrás.
— Certo, eu vou junto com você. — Ela fala ao largar seu notebook e retirar uma varinha em espiral de cristal da sua bolça que deixa para trás.
Até então, ela nunca agiu como uma guerreira, mas se for para ajudar sua irmã adotiva fará qualquer coisa. De qualquer forma, uma hora ou outra terá que ir para o campo de batalha, portanto se for para começar a lutar que seja por alguém importante para si.
As duas saem do seu pequeno esconderijo no subsolo — um tipo de compartimento para proteger incapacitados de ataque de bestas —, onde até então supervisionaram tudo. Estão a uns cem metros de distância dos garotos, porém dessa distância já dá para ver os soldados.
E antes que Chie sequer comece a pensar como reagir, já vê Rie partindo para o ataque. A garota de cabelos brancos brande sua espada e cria um arco horizontal de energia que voa e golpeia os primeiros inimigos a frente.
— Ei! Vai com calma! — Ele solta esse aviso, mesmo assim já é inútil a esse ponto.
Ela então solta um suspiro e apontando sua varinha, conjura um jato de água feito de energia luminosa verde que faz vários dos soldados voarem para o alto. Esse elemento de mágica é o que ela mais tem afinidade e domina, e para demonstrar sua habilidade, logo na sequência conjura uma corrente sobre seus pés que a faz se mover rapidamente.
— Não me deixe para trás — fala ao apoiar suas costas contra a da outra.
Assim que se separam, Rie avança com o sabre em punho, movendo a lâmina em arcos largos que fendem o ar e encontram a armadura do primeiro inimigo em um golpe feroz. A lâmina colide com força e quebra o metal em uma chuva de estilhaços, o impacto poderoso o arremessa para longe, arrastando consigo outros que estavam por perto. Sem hesitar, Rie pula, girando em uma pirueta precisa antes de descer com um chute certeiro no próximo inimigo.
Continuando, com um movimento rápido, ela toma impulso e avança para o seguinte, estocando com precisão. A lâmina corta o ar, traçando linhas azuis e brilhantes que rasga o próximo adversário e continua a atravessar os oponentes alinhados. A cada golpe, a energia do impacto se propaga, espalhando o efeito devastador de suas investidas.
Enquanto isso, Chie foca nos inimigos que a cercam. Com movimentos elegantes, ela ergue a varinha e conjura jatos d’água em alta pressão que atingem as armaduras dos inimigos. A água comprimida rasga tudo que encontra no caminho, destroçando metal e quebrando barreiras com facilidade. Em volta dela, o líquido se move com precisão, dançando no ar antes de se lançar para onde ela mira.
Ela então expande o fluxo d’água, submergindo um grupo de inimigos que se contorcem presos na bolha aquática. Com um gesto sutil da mão vazia, ela comanda o líquido a aquecer. Lentamente, a temperatura aumenta até que o metal que os envolve começa a derreter e a pele dos oponentes se queima. A sequência culmina em uma explosão de vapor, despedaçando os que estão dentro.
Chie então retoma o controle da água, que volta a seu estado inicial e se espalha como uma chuva sobre os oponentes que a cercam. Em um instante, ela eleva a mão e libera uma descarga elétrica, que percorre o líquido e atinge todos que tiveram contato com as gotas. A eletricidade se espalha com rapidez, atravessando as armaduras e fazendo os corpos tremerem enquanto a descarga completa seu curso.
— Eles não são nada pouco fortes — comenta ao se reencontrar com Rie outra vez.
— Não é verdade, você que é insana.
Em um piscar de olhos um clarão cobre a visão de Chie e então se depara com um rasto fosforescente azul que causa explosões no ar. Rie avança de forma intensa em um ataque com a espada que cria estrelas nas quais estouram por onde passam, perfurando um grupo de cavaleiros em uma corrente de poder que atravessa todos.
Só que ela não para. Ao correr brande sua lâmina para ambas as direções e linhas de um brilho potencializado extremo são desenhadas e picotam o que toca. Ela controla a magia ao redor de seus pés e como se patinasse, atingi velocidades assustadoras de movimento. Seus cortes casa vez que acerta um inimigo o acerta múltiplas vezes, pois a aura repete o movimento com atraso replica o ataque cada vez mais for.
Por fim, ela faz a energia se espalhar e se cristalizar, assim fazendo com que espinhos azuis cresçam e se partam ao atingir o alvo. Contudo, ela controla os estilhaços com seu movimentos, locomovendo-se acordo conforme sua espada dança e retalhas os a sua volta como uma chuva de lâminas de ritmo belo e elegante.
Chie não fica para trás e decide seguir o mesmo exemplo da outra.
A garota de cabelos rosas balança sua varinha e a partir da terra faz com que estalagmites se criem, elas empalam quem está por baixo, comecem a girar como brocas e passam a voar e irem de encontro quem está ao redor. Movimenta outra vez e cria um ponto gravitacional que puxa e espreme que está na volta para ele.
E sacudindo sua mão como uma maestra que ordena sua própria orquestra, cria um ciclone de vento que brilha em verde. Um redemoinho horizontal então se propaga pela área e estilhaça o que toca até chegar nelas, mas que desvia somente das duas em uma rajada intensa que faz suas roupas e cabelos balançarem.
— A partir desse momento, não vou mais tolerar tamanha humilhação — fala uma voz masculina que se mentem calma, mesmo diante do cenário em que se encontra.
Um homem no qual veste uma armadura completamente dourado que ressalta uma aparência mais imponente que os demais. Ele tem olhos da cor do ouro, um cabelo levemente comprido penteado para atrás e uma barba curta branca bem definida. Chie não está certa de quem possa ser essa figura, mas viu que fez Rie tremer no momento em que avistou.
* * *
— O traidor aqui é você! — exclama o garoto de cabelos prateador e olhos dourados perante o homem de uniforme chique.
Esse major, ele foi o responsável por tudo. A razão do seu grupo no campo de batalha ter caído a ruína. Quem ocasionou a morte de sua irmã e também, deixou traumas que assolaram Jun profundamente desde então. E Seiji não conseguia se aguentar de tanta fúria de ver esse causador de tantas tragédias bem diante de si.
O garoto de cabelos azuis, então com ambas as mãos segura sua katana com força. Sua pele chega a raspar no cabo e sentir o calor do atrito. Seus olhos são imbuídos por um brilho purpura de energia intensa, e ele dá um passo adiante em direção a figura a frente de um exército de armadura negra com detalhes em ouro.
— Você, o príncipe de nossa nação, querer ajudar um novo tipo que é prejudicial a toda ela é um dos maiores motivos de vergonha. Por isso… eu mesmo vou dar um a esse problema! É inaceitável que uma coisa dessas tenha que submeter a tudo isso…
Aquele One, o irmão biológico de Jun, leva a mão até a adaga luxuosa na sua cintura. Seiji, então percebe a aura se intensificar nas ires dele, no entanto:
— O que você vai fazer? Se reagir contra mim só vai piorar a situação para você, moleque — comenta Noburo em um tom esnobe que causa nojo só de escutar.
— Não se preocupa… — Jun aponta sua espada para o inimigos. — Dessa vez, eu vou matar você, com toda a certeza! Cada um de vocês que insistem impedir que viva minha vida em paz!
— Essas falas possuem bastante peso, sabia? Está dispo a assassinar diversos homens, também com suas vidas e famílias, que estão só cumprindo minhas ordens?
— Olha só quem fala. Você que durante anos deu ordens para que Zeros, com sonhos e entes queridos igualmente, morressem para proteger gente da sua laia, falando isso? É a coisa absurda que eu já escutei!
— Você lamentável… Você não passa de um existência lamentável, Noburo! — diz Seiji, cada vez mais apertando o cabo nas suas mãos.
Ele e Jun trocam olhares, uma atitude em que poucos instantes a atitude que irão tomar a partir de agora. E assim, sem sequer dialogar, ambos começam a corres. Em reação, todos os cavaleiros partem direção enquanto o major permanece parado, apenas observando enquanto seus longos cabelos balam em meio ao movimento até que desaparece entre a multidão.
A energia purpura envolve sua espada e então muda de forma, tornando-se chamas de uma intensidade feroz. Ele a sacode na horizontal e deixa um rastro incandescente marcado no ar que avança e engole quem toca. O metal preto derrete e carne se torna carvão e esfarela. Mesmo assim, Seiji continua.
Estende uma das mãos e fecha sua palpa, assim fazendo com que a onda de calor se reparte e voe como flechas. Elas criam rombos e causam uma onda de impacto estridente em cada alvo que acerta de modo que deixa um rastro de distribuição em meio ao material que passou a ser líquido.
Jun, ao mesmo tempo, parte em arrancada e um único balançar de sua espada, cria um linha de energia prateada que atravessa uma manda inteira. Um jato de magia espirra de cada inimigo acertado, no entanto sequer tem a oportunidade de sentirem o dano. O garoto com a jaqueta da cor sangue avança como se fosse um e retalha o que vê na frente.
Ele corre e um estrondo sônico é causado em meio seu movimento. Estoca o primeiro com uma rajada maciça de poder que jorra contra, na qual ele quebra fragmentos ao mudar a trajetória. Num corte vertical, ele divide o primeiro, estoura o próximo ao ser perfurado e acelera.
Rascando a atmosfera enquanto desenha linhas prateadas ele fatia tuto. Seus movimentos são rápidos e intensos: ele rotaciona o corpo, dá piruetas no ar, pisa em objetos que encontra e os usa para se impulsionar em mais ataques. E não importa o tanto que tentem o tacar, Jun desvia de qualquer coisa como se fosse um o ambiente ao seu redor, reagindo com chutes e ponta pés causando correntes de ar a cada impacto.
Juntos, Seiji e Jun enfrentam o avanço inimigo com sincronia, como se compartilhassem cada intenção de movimento, respondendo ao ritmo um do outro com precisão. Eles revezam entre ataques sincronizados criando uma onda de destruição avassaladora por onde passam.
— Seiji, vamos! — O garoto exclama lançando um olhar para o outro.
E só nesse simples atos a mensagem foi captada outra vez. Seiji faz com que setas de fogo se formem na ponta de cada dedo e as dispara para o alto. Faz o metal de sua katana se tornar incandescente com o e a sacode contra os inimigos. O calor se intensifica cada vez mais e se torna insuportável para todo que tentam se aproxima, e ele se aproveita disso para atacar.
Sua lâmina deixa uma trilha de distribuição por onde passa e devora qualquer um que se aproxima. Ele causa rajadas e explosões com o fogo, carbonizando e tornando lava a proteção dos soldados que vem de encontro. Faz movimentos precisos e inabaláveis e destrói a postura de cada um que entra em embate.
O garoto de óculos, então crava a arma no solo usando de um única mão. Uma avalanche de chamas de propaga ao redor encerando os últimos cavaleiros que o cercam. E para finalizar, ele move a outra para baixo, assim dando a ordem para que todas as setas caiam e perfurem os alvos como lanças.
As partículas tomam conta do lugar. Adiante está apenas o major com uma expressão neutra enquanto deixa a pala estendida para criar uma parreira de energia.
Entretanto isso não irá dura por muito tempo.
Todas suas lanças se reúnem ao redor de si e passam girar freneticamente. Elas circulam ao seu redor e então são disparadas unificando-se em uma. E é quando Jun para em uma arrancada e estoca seu ataque com a espada. Exceto para casais que fizeram uma união de aura, a magia de um não pode ser compartilhada entre o outro, entretanto tem a capacidade de influenciar o que tem ao seu redor.
A energia prateava envolve o ataque em espiral e assim o acelera. Faíscas voam, uma onda de vapor se forma ao redor e então, causando uma estrondo imenso quebra a uma barreira invisível partindo como uma broca que perfura a realidade por onde passa. Essa simples barreira não tem a menor chance contra eles.
Um choque de energia se propaga entre as magias que entram em confronto. Jun aterrissa ao lado de Seiji e já entra em postura com sua lâmina apontada para uma próxima estocada. A aura prateada cintila de forma incandescente. Ele toma impulso e então parte e outra arrancada.
O garoto de cabelos azuis brande sua katana, e arcos flamejantes são disparados. Seus poderes ressoam em conjuntos e aceleram. Tudo se intensifica ao redor de Jun e canalizando seus desejo em um só ponto, o descarrega contra o alvo que tanto tenta resistir. Por todo o sofrimento os fizeram passar. Pelas vidas inocentes que tirou por seu egoísmo. E pela morte de Aimi, agora é o fim desse major.
A espiral de chamas imbuída pela luz prateada então avança. Sua velocidade cresce exponencialmente e engolindo a existência do que devora, deixa um rastro maciço de destruição por onde passa e termina em uma corrente que jorra no ar.
* * *
Diante dele está o general do exército dos Ones. Uma figura imponente que esbanja sua dominância por onde se vê presente. Alguém que atormentaria até mesmo o guerreiro mais forte perante sua potencial ameaça, no entanto que para Rie só passa de um homem que sempre esteve ausente e que não será dessa vez na qual ela permitirá que interfira na sua vida.
— Humilhação? Isso ainda é pouco para o que vocês merecem! — exclama Rie posicionando seu sabre para atacar o indivíduo de armadura.
— Rie, o que aconteceu? — Chie faz essa pergunta em tom de preocupação.
A razão dessa reação da garota de cabelos rosas, veio pelo fato de que Rie prestou a responder essa pessoa. Contundo, não se resume somente a isso, pois sua pegada no cabo da espada está firme e o observa de cara fechado com os olhos de atravessado. A postura que ela exala é tão intimidadora ao ponto de assustar.
— Isso não é algo bonito de falar para o seu pai — diz o homem em deboche. É obvio que ele ridiculariza as falas de Rie.
— Você não é o meu pai!
Nessa hora, Chie se posiciona lada a lado dele e aponta sua varinha para o inimigo. Como esperado dela, conseguiu compreender a situação que a confundia com poucas informações, e Rie admira muito isso nela.
Esse general luta usando uma espada e escudo, sem falar da armadura que cobre todo o corpo, exceto a cabeça, o que leva a entender que sua mobilidade é baixa. E o fato de ainda não ter sacado seu equipamento é uma oportunidade que não vai perde. Portanto, sem uma questão de segundos Rie parte para o ataque.
Em reação, o homem tenta empunhar seu equipamento, contudo as duas são mais rápidas. Chie conjura ondas sonoras que o golpeiam, assim o desestabilizando, mas que cria a oportunidade perfeita para a outra. Controlando a energia nos seus pés, ela se impulsiona a cada movimento e ganha velocidade, assim desferindo um corte horizontal em cheio. Uma rajada de ar voa em meio à onda de impacto e então se multiplica com sua aura replicando o mesmo ataque inúmeras vezes.
As ires dos One são imbuídas pro um ourado incandescente ao fazer um movimento brusco. A lâmina de visual chique vai de encontro a garota de olhos azuis, no entanto é repentinamente parada. Com um balançar da varinha a jovem de boina faz com que raízes de aura verde cresçam do solo e prendam os membros do indivíduo. Obviamente, ele tenta as romper na, porém em um instante é feito para que espinhos cresçam repelindo sua atitude.
É quando Rie começa. Balançando sua espada de um lado para o outro em um ritmo frenético e intenção desfere uma sequência de ataques. Um vendaval de cortes se forma ao redor dela se prolificando e repetindo em golpes cada vez mais intensos. Explosões de aura são criadas e então se parte em centenas de estrelas.
Entretanto, que se apagam de um instante para o outro.
— Vocês fizeram um bom espetáculo, mas já está na hora disso acabar. — A voz do general faz esse comentário ser escutado, em um tom estranhamente calmo.
Um calafrio percorre pelo corpo de Rie, contudo essa foi uma sensação que recebeu tarde demais. Quando menos pode perceber, seu estomago já foi golpeado pela ponta do escudo.
Ela é arremessada para longe e voa até que para ao atingir sua companheira. As duas garotas então se veem derrubadas.
Chie faz com que um jato de água jorre do chão em um corrente de pressão extrema para servir como barreira, no entanto na mesma hora enxerga aquele homem atravessando sua magia como se fosse nada. Um tremor percorre em Rie por inteira, seu coração bate acelerado e sente dificuldade de respirar. Mesmo assim, ela ainda não se daria por vencida.
Movimentando sua espada para o alto faz uma onda de espinhos de formarem adiante de si. Rapidamente os cristais azuis são quebrados, mostrando que não passou de uma tentativa inútil; ou pelo menos o que deve ter parecido na visão do cavaleiro. Ela controla os cacos criando uma rajada que acerta o inimigo em um impacto feroz.
Agora é a sua chance. Rie parte em investida e manipulando aura para intensificar sua mobilidade se move ao redor do general de forma graciosa e precisa.
Seu corpo parece um raio em meio ao campo de batalha, e a lâmina dela corta o ar com um brilho feroz como uma estrela que desce dos céus para devorar seu alvo. Ela não hesita. Não pode hesitar. Cada golpe é lançado com precisão, como se cada movimento fosse um passo em direção ao destino inevitável que ela se impôs.
Renji, porém, não é qualquer inimigo. Em resposta ao primeiro ataque, ele ergue o escudo e uma parede de gelo surge em um instante bloqueando a lâmina de Rie. É inacreditável que além de combate corpo a corpo, ele também saiba conjurar magia elemental. Mesmo assim, ela não se abala desfaz a defesa com uma sequência de cortes furiosos, fazendo as placas congeladas se despedaçarem, mas ele contra-ataca no mesmo segundo com uma estocada rápida e brutal que quase encontra o peito dela. Rie gira sobre os calcanhares, desviando no último instante, enquanto impulsiona-se para trás em uma onda de energia.
Sem perder o ritmo, ela avança novamente. Desfere golpes frenéticos, rápidos como o vento, e a lâmina vibra replicando cada ataque com ecos de aura que disparam contra o general. Renji recua um passo com seu escudo ricocheteando com cada golpe, mas então, com uma virada repentina, ele atinge o solo com a espada e estacas de gelo brotam do chão. Rie se lança para o alto, esquivando-se no último instante. Ainda no ar, gira o corpo e finca a lâmina para baixo, enviando um rastro de energia que explode ao atingir o escudo do pai, que resiste.
Renji ergue a espada, e o gelo o envolve. Estende o braço com frieza, e lâminas gélidas surgem como flechas voando na direção de Rie. Ela as corta no ar, uma a uma com os estilhaços cintilando ao seu redor. Contudo ele se aproxima exalando sua presença esmagadora e cada movimento calculado, num instante de abertura, Rie sente o frio mordaz do escudo a acertando de novo no estômago. Ela é jogada para trás, e o impacto faz seu corpo tremer.
A queda dura apenas um segundo, pois Rie já está de pé antes de tocar o solo, ofegante, mas inabalável. Seus olhos brilham intensamente, e sua aura se eleva como um vendaval. Ela parte para uma última investida, desferindo golpes frenéticos enquanto seu seus passos deslizam no campo em uma dança impiedosa criando um rastro de energia que se multiplica ao redor de Renji. Cada vez que ele bloqueia, a réplica do golpe a atinge de novo e de novo intensificando uma tempestade de cortes e impacto.
No entanto, Renji absorve tudo com o escudo. Ele brande a espada para o alto e a mergulha no chão com força fazendo uma onda de gelo se espalhar pelo campo. Os pés de Rie quase congelam ao toque, e ela sente o frio dominando seu corpo, mas continua. Faz com que espinhos de energia explodam ao seu redor e os cristais voem como lâminas contra o pai, porém ele revida rachando-os em pedaços e avançando como uma muralha.
Rie está ofegante, no entanto não cede. Faz a magia em seu sabre incendiar em um azul brilhante e ataca de novo mirando o pescoço dele em um corte em arco. Todavia Renji levanta o escudo e bloqueia com facilidade, girando o corpo e atingindo-a com um golpe preciso na lateral. Ela cambaleia, mesmo assim não para.
Os olhos dela brilham intensamente enquanto concentra tudo o que lhe resta na espada. As linhas de luz azul no contorno da lâmina reluzem intensamente, e ela avança com um golpe em arco que visa o coração de Renji, mas o escudo se ergue no último segundo e o impacto é devastador. Um som seco ecoa, e a lâmina dela se parte em sua mão, a ponta voa em estilhaços enquanto o brilho da aura se apaga de repente.
Ela encara o que sobrou de sua espada. A lâmina quebrada emite um último vestígio de luz antes de sumir, e o peso da derrota se impõe sobre ela. Renji a observa com frieza pronto para brandir a espada mais uma vez enquanto Rie permanece ali, exausta, sem defesa e com o brilho azul ao seu redor agora em silêncio.
— É uma pena que tenha nascido errado, pois até que tem algum potencial. Mesmo assim, ao menos que tenha energia infinita, alguém como você não há como me vencer — fala o general em um ato sádico antes de fazer sua finalização.
Entretanto, esse foi seu maior erro.
Repentinamente, o som estrondo agudo que rompe os ares que resulta um explosão de impacto grave ao se aproximar, revela um borrão escarlate. Uma presença que acende o mundo ao redor com seu brilho prateado, parando a espada chique com uma simples adaga de cor noturna.
— Se for assim, não existe qualquer cenário em que eu possa perder. — O dono dessa voz é Jun em um empate de força no qual se mostra inabalável.
Renji tenta vencê-lo ferozmente, contudo é arremessado para o longo por uma descarga de poder com intensidade. A lâmina na mão de Jun então cresce e ponta arranha o chão. O garoto respira fundo com os olhos fixos em Rie e então se aproxima.
* * *