Volume 1
Capítulo 6.3: Mesmo incapaz
Ao aterrissar na superfície, Rie se viu em meio a um jardim repleto de flores e arvores que lhe é semelhando. Após pensar por alguns segundos, se tocou que está no mesmo lugar encontrado na base das forças de ataque onde gravou seu último videoclipe.
Contudo, foi só uma questão de segundos para que Jun caia no chão e a derrube no processo. Ela nem se preocupou com a queda, pois imediatamente se alevantou indo ao encontro do seu namorado. Tudo até então, desde que ele escapou a carregando, ocorreu por volta de uns cinco segundos? Aconteceu tão rápido que mal pode processar, mesmo assim a garota continuou seguindo adiante, pois tem preocupações maiores.
Jun se contorce de dor por um momento. A sua aura que não para de jorrar de um modo intenso e feroz, então se dissipa ao redor e o garoto perde sua consciência. Rie não sabe ao certo que tipo de técnica foi essa que ele usou, mas se ele continuasse por mais tempo acabaria morrendo por seu próprio poder.
— Por favor, eu preciso de ajuda! Alguém ajuda ele! Por favor! — Ela grita em uma súplica, porém as poucas pessoas que foram chegar o que aconteceu graças a essa chegada inesperada deles, apenas os observam de longe assustadas.
Contudo, em meio a todos, alguém foi em direção a eles. Surgindo como se fosse um rastro, o capitão usando seu sobretudo preto deu as caras. Ele rapidamente vai ao socorro do garoto.
— Ele desmaiou por uso excessivo de energia… — A princípio o homem se mostrou calmo diante da cena que está presenciando, porém é só a impressão que passava. Sua feição esconde uma preocupação que ela nunca o viu demonstrar antes.
Diante de todos, a postura dele é sempre de alguém inabalável e confiante. Até mesmo quando há algo que esteva o abalando de certo modo, essa contínua sendo a imagem que transmite para todos. É uma pessoa que consegue transmitir força e motivação, independente das circunstâncias em que se encontra. Ao menos, é desse modo que Rie o enxerga.
— Nós fomos atacados por soldados dos Ones, e ele usou algum tipo de técnica pra gente fugir que deixou ele assim…
— Aconteceu o que com vocês!? — E então a preocupação dele, enfim, apareceu por completo.
A garota vai explicando tudo detalhadamente para ele enquanto anda em direção à enfermaria do prédio, sem tiras os olhos de Jun que é carregado numa maca por curandeiros do local. Fala sobre a descoberta dos Ones perante sua aura capaz de utilizar o mesmo tipo de arma que as deles, que até então sua condição esconde sua cor original por brilhar mais fraco, assim passando a ideia de ser normal. Como foi o ocorrido, indo da tentativa de captura dos dois, quanto presença do general que mencionou ser seu pai.
Quando criança, sempre teve muito contato com sua mãe e algumas poucas vezes com um irmão mais velho que mal se lembra da silhueta, sem falar de uma irmã que sequer chegou a conhecer. Contudo, o contato que teve com seu pai foi apenas umas poucas fotos e uma vez que o avistou a distância junto da tal casula. Nunca chegou a conhecê-lo direito, mesmo assim, sabe que seu cabelo branco veio por parte dele. De todo o modo, na atualidade não é algo que ela deve dar muita importância.
Agora está na sala médica do prédio, onde ela se depara de imediato com uma face conhecida sentada à frente para seu alívio. Tratava-se de Chie que por motivos óbvios, levando em conta toda a motivação que leva consigo desde criança, faz estágio nessa área e local. É claro, Rie se trata de uma das razões disso, ao mesmo tempo também por um membro muito querido de sua família que a faz se esforçar muito desde então, embora às vezes se esforce além da conta.
— Por que você estão aqui? — A garota de cabelos rosas pergunta em surpresa ao avistá-los. — O que aconteceu como ele? — E então fala assustada ao reparar em Jun.
— Descobriram sobre o meu poder e um grupo de Ones atacou a gente, tentando nos capturar, mas a gente conseguiu fugir graças a uma habilidade dele que o deixou assim. — Rie responde de forma apressada.
— Aconteceu o que com vocês!? — Chie imediatamente se alevanta.
Entretanto, antes que ela consiga tomar qualquer atitude por conta própria o homem de sobretudo a intervém e fala:
— Dê uma poção para os dois e principalmente, trate o consumo de aura dele imediatamente. E também, faça questão de chegar o núcleo aura, por favor.
Um aperto desesperador atingiu o peito de Rie nesse instante. O que acabara de escutar a fez pensar numa hipótese na qual súplica com todas as forças que não seja esse caso. Quando um usuário tenta gerar uma quantidade de energia além de sua capacidade, ocorre um descontrole no fluxo podendo ocasionar um dano ao núcleo, ou no pior dos casos, uma morte instantânea ao mesmo. É capaz de Jun ter arriscado chegar nesse estado para suportar aquela velocidade insana.
Em meio ao som únicos de teclas sendo digitadas no ambiente, ela permanece aguardando incessantemente. Em seu interior não para de desejar com todas as forças para que nada de ruim tenha acontecido com ele quando acordar.
E quando recuperou a consciência, a garota pulou no mesmo segundo para abraçá-lo fazendo seus cabelos brancos balançar.
— Quanto… Quanto tempo eu fiquei apagado? — disse com uma voz fraca.
— Por volta de uns quinze a vinte minutos — responde o capitão em uma postura séria que intimidaria qualquer um.
Jun passa a mão na cabeça de Rie e acaricia ela, como quem está passando a mensagem direta para que se acalme. Agora com o seu tom habitual, ele volta a falar:
— Até que não foi muito tempo…
— Não tente fingir que nada de mais aconteceu. Você acabou de usar uma aceleração dupla e desmaiou por exaustão.
Aceleração dupla? O que ele quer dizer como isso? Quer dizer que ele usou a habilidade duas vezes ao mesmo tempo? Mas não é algo que Jun já faz normalmente?
Levando em consideração o forma como o capitão falou, tudo leva a crer que isso se trata de algo negativo. Contundo, embora ela não entenda perfeitamente o que esse termo significa, já consegue deduzir que do poder que demonstrou no qual o fez desmaiar no final. Ela ainda tem um mau pressentimento.
— Isso não passa de uma trapaça. Pelo que entendi, você reutiliza a habilidade por cima dela mesma. — Chie fala de modo sarcástico. — As capacidades são dobradas, mas força o corpo a ir a um além do suportado, assim podendo chegar na instabilidade que danifica o núcleo.
E a resposta para a questão que confundia Rie até então foi dada. Em reação, ela abraçou o garoto com mais força. Coloca a cabeça sobre o peito dele e tenta escutar o seu coração, — seu ouvido batidas rápidas ressoam. A última coisa que a garota deseja é que outra pessoa sofra o mesmo destino que o dela, ainda se for numa luta para salvá-la.
— Já faz mais de um ano quando fiz uma aceleração dupla pelo primeira vez e cheguei a sofrer um ferimento. E agora, graças a habilidade de cura que aprendi recentemente, consegui evitar chegar ao meu limite físico e perder o controle.
Então foi isso a técnica imprudente que ele usou naquela luta que perdeu o amigo. Agora essa história faz mais sentido…
Ainda assim, não tem como Rie deixar de se sentir espantada. É plausível que naquela situação, ele tenha optado por usar isso como um último recurso, porém ela não consegue aceitar. Por que alguém em plena consciência aceitaria em usar algo capaz de reduzir sua vida? Ela jamais conseguiria compreender.
— A questão é justamente essa. Você interrompeu o poder instante antes de perder o domínio, então por que tem sinais de mais danos além do que já foi registrado…
— O quê? Como assim, mais?
— Não tenho certeza, mas se não foi devido ao uso dessa técnica, algo externo deve ter sido a causa e imagino que o motivo seja a sua espada.
— Isso não faz sentido, pois se é algo feito para o meu tipo de poder, não deveria me causar qualquer coisa.
— Eu digitalizei todas as informações que formam a receita me deparei com algo completamente diferente de tudo que conheço. Mesmo assim, dá para entender que cada vez que a usa, ela consome uma quantidade extrema de energia continuamente.
Rie o larga de seu abraço para conseguir ver o monitor com as informações que Chie mencionou em meio a uma confusão que atinge a sala de enfermagem. Aliás, um meio capaz de causar esse tipo de coisa a um indivíduo é novidade. Ela esteve ao lado dele na maior parte do tempo nos últimos dias e imaginou que a fadiga que mostrava depois dos treinamentos era a comum após usar a aura.
— De qualquer forma, você não precisa se preocupar quanto a isso, pois o seu núcleo está saudável… Está saudável? Sim, perfeitamente sem quaisquer resquícios de danos. — Chie se mostra perdida em meio suas próprias palavras, estranhamente.
— Você não se confundiu com algo? — A garota de cabelos brancos e olhos azuis faz a pergunta se aproximando da outra.
— Não. Eu definitivamente não estou…
— Falando desse jeito, só tá fazendo eu achar o mesmo que a Rie. — E Jun contesta na sequência.
— Pra mim ainda é difícil de explicar, mesmo assim o motivo deve ter sido a aceração dupla… com certeza foi. Isso fez sua aura fluir de um modo tão intenso que conseguiu limpar os fragmento que se solidificaram ao redor dele. — A expressão no rosto de Chie era de quem está presenciando algo inacreditável. — Capitão, você que entende mais sobre esse poder, sabe me dizer se algo assim é possível?
A possibilidade de conseguir currar esse tipo de coisa, — Rie ainda não consegue processar o que está presenciando. É sem dúvidas uma das coisas que ela mais sonhou com todo o seu coração, no entanto um fato que nunca imaginou encarar.
— Não sei te responder, pois só tenho relatos das consequências de quem chegou a usar esse meio, uma vez que ninguém chegou a usar isso normalmente. — Isamu comenta, um tanto reflexivo. — Mas, embora tenha conseguido se livrar da possibilidade da sofrer danos no núcleo, o corpo ainda vai sofrer desgastes massivos que ao ponto ocasionar lesões nele que nem a magia consegue curar facilmente. — E terminou como uma espécie de sermão para o garoto.
Apesar de todas as consequências que Rie escutara a respeito desse assunto, lhe veio a seguinte dúvida: Jun já sabia dessa chance de cura? A realidade é que aparenta que ele só conseguiu isso por puro acaso, mesmo assim ainda um absurdo. Como se o desejo que mostrou anteriormente fosse forte o bastante para alcançar o que almeja a qualquer custo.
Se não existe, então vou descobrir um jeito de te salvar… É inacreditável que essas palavras possam ser verdade…
A gota de esperança que ela sempre sonhou. Alguém que mesmo em um cenário que diga ser incapaz de conseguir o que quer, faz se tornar possível. Pelo menos, isso é o que seu coração, mesmo em cacos, lhe diz para acreditar.
— De qualquer forma, sabe o que aconteceu quanto aos Ones que atacaram a gente? — Jun pergunta, distanciando seu olhar para o longe sem focar em alguém em específico.
— Já está circulando a notícia de um possível novo tipo de usuários de auras, capazes de usarem armas únicas e que ainda assassinaram diversos soldados. Também que deixaram um major gravemente ferido e desestabilizaram o general para fugir. — O capitão dá a resposta, ainda com tom de reprovação.
— Espera aí! O major ainda está vivo!?
— Sim, ele resistiu o ataque com algum tipo de magia de barreira e quando foram ao socorro restauraram os membros perdidos. Esse homem, até mesmo usou esse fato como um chamariz.
Embora quieta, no fundo Rie está tão chocada quanto o seu namorado. Já recebeu tantas informações inesperada de uma só vez que nem está conseguindo tempo para reagir cada uma delas. Contudo, o golpe que Jun desferiu naquela pessoa foi extremamente fatal, com toda a certeza.
É um absurdo imaginar que exista alguém com consiga resistir àquilo. Saber disso a faz ter medo quanto ao que um inimigo como essa possa fazer contra eles.
— Se for assim, a Rie e eu não podemos mais ficar aqui.
— Deixar vocês saírem seria a coisa mais perigosa possível. Sem falar que nesse prédio há todo um batalhão para protegerem vocês — contesta o homem de cabelos da cor do sangue.
— Usar sua influência como capitão para isso é abuso de poder. Também, duvido muito que os outros queiram lutar por nós, pois na perspectiva deles devemos ser como um tipo diferente de One. Sem falar que me sentiria horrível por isso.
Após o final dessa última fala veio um breve silêncio e então, um som de vibração seguido de um toque para cortá-lo. Jun leva a mão até o seu bolso e retira o celular. Receber uma mensagem nessa hora é um tanto inusitado, porém fez sua expressão mudar e dizer as seguintes palavras:
— Nós temos que agir, definitivamente. E creio que você não tem como discordar após ver isso — disse ela, mostrando a tela do dispositivo para todos.
A face que vê o capitão demonstrar foi uma que nunca viu antes. Essa figura que enxerga tão inabalável não consegue se manter erguida nesse instante, só aumentando o mau pressentimento que invade Rie de forma crescente. Mesmo assim, apesar do que for, ela vai seguir adiante.
* * *
“Aquele seu irmão One veio até mim a procura de você”, essa foi a principal mensagem que recebeu anteriormente. Mikio abordou Seiji, o que é extremamente preocupante, pois significa que se não conseguem capturá-lo a força, vão usar de pessoas próximas a si para o fazer se entregar. No pior dos caso seu ânimo e também irmão de consideração, seria usado como refecem, contundo isso não aconteceu.
Até então, os mesmo soltados antes não agiram, o que permitiu que Jun conseguisse retornar para sua casa em segurança. Agora, ele veste um certo uniforme que não usa a um considerável tempo enquanto se prepara para a luta que está por vir.
Essa jaqueta de couro vermelha que no começo era muito longa para ele, no presente apenas se entende a atura do quadril. A roupa dado para todos Zero quando começa a ser enviado para o campo de batalha. Embora indique um destino trágico que está por vir, também é de um material que canaliza a aura, ou seja é possível de reforçar isso com a magia e tornar tão resistente quanto uma armadura.
No resto, está apenas com uma camisa preta de gola alta que assume o formato de seu corpo e calças de mesma cor. Ambos leves para facilitar sua movimentação e também com a mesma capacidade de absorver a energia.
— Não posso mais ficar parado… — murmurando essas palavras por mais uma das incontáveis vezes, ele se prepara e saí para ir de ao seu destino.
Nesta cidade flutuante onde diversos rios cruzam por todos os lados, com prédios de vidro, construções de mármores e pequenas ilhas flutuantes espalhadas, ele seque em direção a uma localização marcada no seu celular. Se trata de um ponto estratégico antes real encontro que o espera.
Tudo é muito suspeito e aparenta ser calculado demais, portanto Jun e Seiji optaram por se encontrarem antes ao invés de darem as caras logo na hora. Mesmo que exista uma aparente paz na proposta, nada impede que uma armadilha esteja escondida. Entretanto, a permissão do capitão para que Jun até ele, por mais arriscado que seja levando em conta a situação atual, carrega um motivo particular: é a chante para descobrir até onde vai os seus laços de sangue e saber se ainda existe alguma conexão.
— Você está diferente com esse visual… — comentou Seiji no instante em que avistou Jun, em um olhar que o analisa dos pés à cabeça.
— É a mesma jaqueta de antes. Já você, não mudou nada.
— Mas ainda não como antes, sabe? A sua imagem é completamente outra.
Com a figura de Mikio representando a intervenção direta do príncipe dos Ones, eles caminham na esperança de uma possível negociação, mas ainda assim ambos se mantêm com a guarda alta, prontos perante qualquer sinal de conflito. Sem falar que possuem uma segurança a mais, pois ao longe Rie e Chie estão preparadas para oferecer suporte, caso qualquer coisa ocorra.
E por falar nisso, os dois tomam em simultâneo um breve susto ao escutar uma fala vida de um pequeno comunicador escondido em suas orelhas:
— Ei! Não é hora de vocês ficarem de conversinha, vão de uma vez tratar desse problema. — Uma voz feminina de uma moça bem decidida, embora esteja longe de ser grave expressa um ar de delicadeza ao mesmo tempo é que muito energética. Essa daí é Chie, sendo impaciente.
— Toma cuidado e não faça nada por impulso, viu? — Dessa vez, uma voz de tom mais jovial que não soa madura ou forte, mas que está longe de ser infantil, sendo mais doce e leve. Essa já se trata de Rie.
Após caminharem por alguns minutos, os garotos entram no interior de um prédio abandonado. Nele existe uma grande abertura na parede onde os raios de luz causado pelo luar atravessam. Logo abaixo, uma grande pilha de escombros tomada por musgo e vegetação alta que cresceu entre eles.
A frente está um garoto. Ele tem a pele clara, cabelos prateados, olhos dourados e usa um uniforme do mesmo tipo que a academia de Jun, porém mais chique e com detalhes em ouro. O indivíduo se vira em direção aos dois e fala:
— Desculpa ter que te chamar a um lugar como esse, mas levando em conta sua situação, teve que ser aqui. Apesar do que for, tenho um assunto que preciso resolver com você.
— Veio pedir pessoalmente para que eu me entregue? Ou quem sabe, o príncipe decidiu tentar me capturar com suas próprias mãos?
— Não. Não é nada disso. Eu discordo dessa atitude que o general tomou e até acho merecido o fim, mesmo assim o caso é outro. O motivo é a sua espada.
— Sinceramente… — Jun solta um suspiro. — É sério que você vai voltar com essa história, de novo?
— Você não está entendendo, não vim pedir para que você me entregue isso. Eu só que sabia que o motivo da nossa mão ter morrido foi por usar esse objeto, e quero evitar que tenha o mesmo destino.
— Morreu…? Quer dizer que você sabe o motivo da morte dela?
Na hora Seiji troca olhares com Jun. Claramente, o garoto de cabelos azuis percebeu a atuação do outro. Se Mikio não sabe da verdade, então vai agir para ouvir o que ele quer falar antes de qualquer coisa.
— Não está errado ao falar que essa arma foi feita para o seu poder, mas a questão é que ela só pode ser usada corretamente quando despertar algo tipo de potência. Se ainda não atingiu esse estágio, ela vai exigir uma intensidade mais de magia que o usuário consegue suportar, o que vai destruir o núcleo do mesmo lentamente.
Nessa hora, Jun quase muda a feição ao escutar o comunicado em seu ouvido:
— Eu sabia! — Chie exclama de voz que sua voz afina no final.
— Ei, fica quieta! — E Rie comenta, pelo visto cobrindo a boca da outra no processo. As garotas estão levemente distantes de onde eles se encontra, portanto Jun não entende essa preocupação de sua namorada.
Por outro lado, ele tem que afirmar que é surpreendente isto. Chie conseguiu deduzir boa parte do motivo dos sinais de danos que possuía. Essa pessoa é um ponto fora da curva e muito, não sabe se fica admirado ou assustado.
— Se for só isso, então não tem motivo para se preocupar comigo. Diferente da nossa mãe, essa é uma espada que eu consigo superar — disse Jun, confiante. A partir desse pondo ele já sabe do que é capaz de fazer.
— Só não diga que não avisei depois… Mesmo assim, tem mais uma questão envolvendo isso.
A continuação para essa última frase não saiu da boca de Mikio, no entanto de uma quarta pessoa que se mostra presente nesse local:
— Nesse objeto, a trava que limita que apenas auras douradas possam usar armas únicas está visível. Se isso cair na mão dos Zeros a diferença de fora entre os equipamentos podem deixar de existir.
Uma figura conhecida se revela ao sair por de trás dos escombros. É um homem, vestindo armadura preta com detalhes dourados, mas sem usar capacete. Tem um cabelo preto penteado para trás, com uma mecha caída no lado direito e olhos dourados. É o mesmo cavaleiro que Jun e Rie enfrentaram no passado e foram salvos pelo capitão no final.
Ao avistá-lo instintivamente, ele e Seiji concentraram a aura nos seus corpos ao ponto de fazer seus olhos brilharem. Ambos levam às mãos até os cabos nas suas bainhas e se preparam para reagir caso sem ameaçados.
— Ei! Vão com calma, aí! Não sou inimigo de vocês. — Ele fala erguendo ambas as mãos e tanto um sorriso para tentar aliviar a situação.
Jun assegura com força a lâmina escondida nas suas costas. Contudo, se ele for parar para analisar melhor a situação, realmente não faz sentido esse homem vir dizendo isso e aparecendo dessa forma se a intenção for captura ele, ou sua arma.
— O que um cavaleiro com esse tipo de armadura faz aqui? — pergunta Seiji ao sacar sua adaga e a apontar para o indivíduo enquanto cresce e se torna uma katana.
— A princípio, pedi para vir junto de Mikio, pois acreditava que a garota estaria junto desse ruivinho aí.
— O que você quer como a Rie? — Uma frase que aparenta ter tom neutro, no entanto que esconde um irritação acumulada. Por perceber quem ele está mencionando, Jun não se contém mais e retira sua espada de vez.
Um suspiro ecoa da boca do homem e então ele fala:
— Antes que vocês venham pulando na minha direção, deixem eu me apresentar primeiro. Me chamo Kentaro Koike, sou um cavaleiro do reino responsável por um humilde esquadrão de soldados e também o irmão mais velho dessa garota.
— Isso só pode ser uma piada de mal gosto…
E a reação das garotas que apenas escutam a situação não é muito diferente:
— O quê?
— Ele falou que é o seu irmão.
— Sim, eu ouvi. Só não esperava por isso.
— Tinha se esquecido dele?
— Não esqueci, mas eu não me lembro mais de como ele é.
— Hm… Entendi.
Considerando a ameaça que o suposto pai dela foi, ele não pode baixar sua guarda perante esse cara. Uma família que uma vez abandonou a filha por puro orgulho devido à cor do poder e então tentou a assassinar, deve continuar com essa mesma intensão.
Sua cabeça borbulha pela carga de informações que recebeu. Há presença dessa pessoa em conjunto da revelação de que as armas de One têm uma trava para que só eles consigam usar. Mesmo assim, agora não é hora de pensar demais sobre isso, Jun precisa estar preparado para qualquer hostilidade que eles mostrarem.
— Camal aí, meu jovem! Já disse que não sou inimigo, vim ajudar.
— E como você quer que eu acredite nisso?
— Eu dou a minha palavra como príncipe dos Ones — responde Mikio, parando na frente dos dois. — Nós não podemos nos envolver nisso diretamente, mas conseguimos criar uma oportunidade para resolver todos os problemas que cercam vocês atualmente.
Palavras que se mostram ser ótimas para serem verdade. Entretanto, apesar do que realmente for, não é algo que Jun vai conseguir confirmar no momento. Nesse instante, tudo isso que está ocorrente entre eles é interrompido pelo seguinte anúncio:
— Que bonito… Mesmo assim não há como traidores conseguirem resolver qualquer coisa. — Uma nova voz ecoa pelo lugar.
Atrás de todos, retirando uma capa em conjunto de todo um exército que até então estavam camuflados, um homem de cabelos loiros dá as caras. Esse com dois olhos vermelhos que o encara com desprezo, no qual veste um uniforme preto que indica com ombreiras e detalhes dourados de uma alta patente.
Ele que caminha com ambas as pernas enquanto apoia uma mão no cabo da espada e repousa a outra no bolso. O major que tanto inferniza sua vida desde o passado chamado de Noburo.
* * *