Shelter Blue Brasileira

Autor(a): rren


Volume 1

Capítulo 5.2: Antes que desapareça

E como foi avisado pela mensagem no celular do dia anterior, nesta manhã deviam comparecer no lugar marcado e assim se apresentarem como uma nova dupla para a festa que ocorrerá no início do próximo ano. Atualmente faltava um pouco mais de seis meses até esse evento.

Contudo, ao chegarem no estádio após Jun e Rie se encontrarem foram recebidos por uma figura que, pelo menos da parte do garoto, não esperava se deparar.

Se tratava de uma mulher com cabelos castanho-claro ondulado na altura do peito, usando uma camisa branca com gravata vermelha e um shorts jeans. Ela é jovem e aparenta ter por volta de uns vinte anos, porém se fosse considerar além do jaleco que usava no qual lhe dá um ar de importância, o conjunto do restante do visual também transmite um de relaxada. Essa foi a primeira impressão que o garoto teve.

— Muito prazer, me chamo Himari Maeda. Faço parte da divisão de equipamentos e serei responsável por cuidar da apresentação de vocês.

Jun já ouviu falar sobre esse tipo de tarefa, embora nunca chegou a ter algum interesse de sequer se aprofundar em saber como realmente funciona na prática essa área que ela atua. Pelo que sabe, era responsável por criar armas, proteções, poções e outros tipos de itens a serem usados em batalhas, além de também fazer algumas coisas experimentais.

Considerando a situação isso é um tanto estranho. Aliás, segundo o que escutou a respeito dessa apresentação era estar aqui algum professor responsável pela parte de combate no lugar dela.

— Eu normalmente não atuo nessa área, mas como foi pedido propriamente pelo capitão para tomar conta de vocês, não pude recusar. Também devido aos cinco cavaleiros reais dos Ones estarem fora da cidade até dezembro, o que facilita fazer coisas sem que esse povo intervenha.

— Hm… então foi ele… — disse Jun com uma face reflexiva, digna de quem estava no mundo da lua.

Desde que voltou para essa cidade, ele tem notado que seu pai tem usado sua influência como capitão para facilitar várias coisas para ele até agora. Isso seria alguma preocupação devido à aura diferente que ele tem? É de imaginar que esse homem desse dar esse tipo de segurança para o garoto, levando em conta o destino que sua mãe teve graças ao mesmo dom.

Começou com ele lhe entregando aquela espada incomum e depois fazer que Rie se torne a dupla dele. Há algo importante em garantir que dois usuários com esse mesmo tipo de energia fiquem juntos, mesmo que Jun não saiba a real razão disso. Ele mesmo não tem certeza de qual é o potencial a mais que guarda por possuir essa individualidade dos demais — no seu ponto de vista é só uma magia de cor diferente até o presente.

Não faz ideia do que seu pai pretende na totalidade, no entanto não está contente por de arquitetarem coisas sem o consentimento prévio dele. Ele gostaria que o capitão fosse mais transparente nas suas ações. Mesmo que por trás exista uma boa intenção, esse tipo de atitude acaba por afastar mais o garoto do que se aproximar dele em si. A relação dos dois precisa mudar.

Até o momento, esse homem sempre esteve o cuidando à distância e agora, mesmo com ele tentando estar o mais presente possível, embora seja indiretamente, ainda assim existe um bloqueio em Jun que o impede de deixar ser levado por isso. O medo de apagar tudo que aconteceu entre eles na infância e desse modo, seguir como se nada tivesse ocorrido é algo que o assombra.

E como esses pensamentos, o garoto de cabelo vermelhos mais uma vez estava caindo no mesmo ciclo hipócrita de antes. Outra coisa da sua parte que já encheu o saco, de fato. Já está na hora de ignorar tudo o que se pai faz por ele, como se fosse algo que não importasse.

— Bem, mas graças a esse pedido o uso do estádio está exclusivo apenas para nós nesse período. — A garota da divisão de equipamentos explicava — Foi dado a desculpa de que a disputa entre vocês dois vai ser usada como uma análise para a divisão e assim seja possível que possa usar seu poder especial.

— Do que você tá falando? — Jun faz essa pergunta com um mau pressentimento.

— Como assim? Você não sabe, Jun? — inclinando o corpo para e olhando ele com o rosto meio de lado, fazendo com o que o cabelo caísse levemente por cima dos olhos, Rie perguntou — Essa tal apresentação é uma batalha entre os membros da dupla.

Em reação, ele tapa sua face com a mão e começa balançar a cabeça em negação.

— Eu ainda queria acreditar que isso seria algo normal…

— Garoto iludido… — Rie fala soltando risos no final.

Himari dá um passo à frente, bate uma palma bem alta para que as atenções sejam voltadas para ela e enquanto o eco ressoa por todo o estádio fala:

— De todo o modo, andem até suas posições e vamos dar começo a isso de uma vez. As regras são simples, quem quebrar a postura, desarmar ou acertar o outro primeiro. Contudo, será declaro derrota caso acabem ferindo o outro adversário.

E aí estava uma questão muito complexa: como acertar alguém com uma espada sem causar ferimentos? O provável, ou o que talvez de fato se trate, seja não usar ataques letais ou que termine ocasionando machucados graves.

Bem, eu não me importo de vencer isso. Só de terminar essa apresentação está bom, pois também a ideia de lutar com a Rie é algo que não me agrada.

Os dois então vão até o centro de arena do estádio e sacam suas espadas. Ver esse lugar vazios, sem pessoas ou objetos de treino espalhados, chega a passa uma sensação estranha. É claro, se fossemos desconsiderar que Jun estava prestes que sair no soco com uma garota que até então estão se dando super bem, o que torna tudo ainda mais bizarro.

— Eu estou ansiosa para ver o seu melhor.

— Bem, esperto não te decepcionar.

Jun saca uma espada longa com guarda-mão pequeno e lâmina reta de dois gumes, na qual empunha somente com uma mão. É feita de um cristal metálico de cor escura como um noite profunda prestes a cobrir a todos. Essa arma em que uma vez foi posse de sua mãe e agora carrega esse legado consigo.

— Eu até que estou bastante animada pra isso — comenta Rie levando sua mão até a pequena bainha escondida na perna.

Num instante, linhas azuis preenche o corpo do objeto que a garota empunha e somem largando partículas no ar. Aquilo cresce e se torna um sabre, ou o que a aparência remetia pelo menos, pois também possuí uma lâmina reta de dois gumes, mas um pouco mais fina e com uma proteção em arco para o punho, toda prateada com detalhes em azuis constituindo um visual extremamente elegante. O mais certo a dizer é que isso se trata de uma arma personalizada.

— Comecem! — Exclama a mulher de cabelos castanhos.

Ao som desse sinal, Jun parte em investida na intenção de golpear sua oponente de uma vez. Antes que ela sequer consiga processar os seus movimentos já daria um fim a esse embate logo no início, no entanto…

 

* * *

 

O movimento do garoto é parado por uma rajada feroz de energia cor de safira, em um movimento tão preciso e rápido no qual supera a velocidade de uma figura que tem a agilidade como seu ápice. Ele recua dando um salto para trás sem abaixar sua guarda e mantendo uma postura de combate inigualável.

— Eu imaginei que você fosse fazer isso! Já vi tomando essa atitude inicial outras vezes. — A garota de cabelos brancos se gaba.

— Foi só um teste, ainda estou começando.

— Ah, tá… hehe…

Ele balança o cabo e parte em direção a ela outra vez. Em reação, Rie aponta a lâmina para o garoto, a puxa para trás, concentra a energia e a move em linear indo rumo ao alvo. Um feixe de energia é disparado contra o garoto, assim fazendo-o entrar em um estado de surpresa. O mais óbvio era que Jun não sabia que ela consegue fazer isso, pois até então não fez o menor sentido em usar, uma vez que não é nada efetivo contra uma besta diretamente.

Rie escuta a energia dentro do garoto criando uma sobrecarga e assim o acelerando de uma vez. Ele move seu braço na tentativa de cortar aquilo, porém é empurrado contra por um instante de modo que o faz desistir e desviar de último momento. E o projétil cruza pela arena e atravessa a parede causando um buraco com o impacto que se regenera na sequência, utilizando da mesma tecnologia que formava o domo no céu.

Essa técnica não é muito útil em si, pois demora muito para conseguir disparar só uma vez. Caso ela fosse capaz de fazer isso múltiplas vezes e ainda ter mais tempo para concentrar a potencializar os ataques, isso seria algo extremamente devastador.

— Eu não creio que seja possível fazer algo assim, como você fez?

— Bem, digamos que foi só um teste. — Ela dá uma breve sorrisinho.

E ouvindo essa provocação, o garoto fecha os punho e retorna sua investida. Rie, então, inicia uma sequência de ataques e pela primeira vez, suas espadas entram em um embate frenético. A velocidade em que Jun se move é assustadora, contudo nada que ela não consiga superar com sua técnica. O adversário rola contra o chão para escapar de golpes em que sua espada não chega a tempo para bloquear e rodeia por todas as direções na intensão de encontrar uma brecha.

Jun uma arrancada em arco e dirá seu corpo intensamente. Controlando a energia, ela bloqueia o corte giratório com um ciclone de linha no sentido oposto. No entanto, ele não mostra a intenção de desistir, pois não pararia até que ela não consiga mais repelir. Repetindo o mesmo movimento, a arma da cor da lua entra em um empate contra a escuridão que tenta a engolir.

Além de conseguir ter um tempo de reação bom o bastante para lidar contra velocidade dele, Rie também tem ótimas técnicas de espada, o que ele não possuí pelo visto. Jun apenas balança um objeto cortante de metal na intenção de desferir golpes sem a menor arte. Em comparação a garota é uma exímio espadachim, e quanto ele, apenas tem um poder roubado e um equipamento que supera os demais.

Do que adianta conseguir usar algo mais poderoso que uma arma única? Se não é bom no resto, de nada adianta.

Ele recua, recupera o fôlego e tenta analisar melhor a situação para encontrar uma abertura e contra-atacar.

— O que foi? Vai querer pedir arrego? — fala a garota em provocação.

— É claro que não. Apenas cansei de lutar dessa forma, portanto está na hora de agir como o verdadeiro eu.

— E quem seria esse, pode me mostra? Ou essa seria apenas uma tentativa falha de tentar me provocar, hein?

O garoto, ao invés de dar uma resposta, se mantém em silêncio e para a supressa dela, guarda sua arma na bainha. Ele leva a mão até a cabeça e solta o cabelo de uma vez que começou a se desamar e então saca uma nova adaga. Essa ativada em instantes se revelando ser diferente da anterior.

Agora o guarda-mão é praticamente inexiste, apenas com um leve recorte na lâmina de um azul noturno escuro, porém como o céu estrelado. Uma arma levemente mais curta que a anterior, mas dessa vez feita propriamente para ser empunhada com um único braço. Essa é a espada que ele pediu Nobu, o avô adotivo dela, fazer naquele dia.

— Ué? Por que você vai usar isso? Não é mais fraca que a outra?

— Agora a questão não é a espada e sim o espadachim.

— Oh! Tudo bem, então… — Ela solta algumas risadinhas.

A aura prateada que rodeia o garoto até então cessa e converge de volta pra ele. Rie fica ainda mais confusa, pois tudo indica que ele decidiu para de se esforçar para lutar contra ela, no entanto logo percebeu que está enganada. As ires dele, embutidas pelo poder até então se apagam, contudo passam a ter a mesma cor prateada da sua magia como se fosse algo natural e apenas pequenas partículas passam a vazar do corpo dele.

Entretanto, ao observar melhor, ele até que estava diferente de antes. Sua postura agora é completamente outra, e seu olhar uma determinação drasticamente diferente no qual a toca com força. Era como se estivesse vendo literalmente outro Jun no qual está mais solto de forma drástica. Não foi somente aquela mechas que ficaram assim, mas ele como num tudo, e Rie só conseguia pensar:

Nossa… ele tá muito lindo assim!

 

* * *

 

Na sua mão direita estava uma espada mais delicada, porém que não representa um poder no qual outros desejam que ele segure, mas uma escolha sua. Dessa vez, a necessidade de se esconder ou fingir ser quem não é, se trata de algo inexistente.

Eu não preciso mais conter a minha real magia.

Até então ele somente usa sua habilidade do modo mais básico, que consiste em ativar através de uma sobrecarga de energia, o que aumenta sua velocidade em instante, mas que ao mesmo tempo limita até onde consegue chegar (a velocidade do som no seu caso). Mas ao aumentar a sua agilidade gradualmente conseguiria chegar a potencias maiores, como fez no dia em que destruiu a parede do prédio pra salvar Rie da besta.

Essa forma mais simples foi extremamente útil do cenário da antiga cidade, onde não podia mostrar o seu poder devido a cor. Embora devesse ter utilizado apenas para apreender chegar no fator que almeja ampliar no início, porém continuou assim por ser limitado quanto ao usar sua aura como um todo devido a situação. E agora não tendo mais essa barreira, ele não depende mais do tanto que consegue fazer isso de uma vez. Sendo assim, a demora que ele tinha para alcançar a mesma intensidade de antes pode ser superada.

Um reforço físico por mais concentrado e contido possível, sempre vai deixar uma certa quantidade de aura vazar e na atualidade, essa não é mais uma preocupação. Portanto, ele conseguiria tornar aquele método sem limites em algo útil pela primeira vez. Jun iria revelar um potencial nunca explorado antes, porém finalmente o seu real.

 

* * *

 

O garoto partiu em investida contra a garota, no entanto dessa vez não foi com uma arrancada de aura e sim andando. Ela não compreende muito o que está acontecendo, só consegue afirmar que Jun realmente está diferente.

Sua espada se vê de encontro contra a dele em um impacto potente. O ataque do garoto estava mais fraco do que antes, o que reforça ainda mais sua confusão e de todo o modo não vai reclamar, vai mais tirar proveito do que outra coisa. Sendo assim, Rie em um movimento preciso brande sua lâmina para quebrar essa guarda menos resistente do inimigo.

Entretanto, ele bloqueia o ataque em uma postura na qual desconhecia. O metal então entra em um embate feroz e embora a falta de velocidade dessa vez, Rie sente cada golpe com mais força. Os movimentos de Jun repentinamente passaram a ser precisos e de uma técnica majestosa na qual se igualava a dela.

Então foi por isso que ele trocou de espada?

O tipo de arma realmente não é o mesmo da anterior, e o conforto dele ao utilizar essa é evidente. Isso então significa que até então ele empunha algo no qual não sabia usar? O poder da outra de fato é superior, mas de nada adiantava se não existisse arte alguma, e agora ele prova a importância ao usar uma tecnicamente inferior. Rie está enfrentando um verdadeiro espadachim.

Seu domínio não está só maior, como pela primeira vez ela o vê usar de um reforço físico de aura puro. E mesmo assim tem algo a mais. A cada instante o garoto se torna exponencialmente mais veloz. É como se ele estivesse acelerando de verdade, ao invés de atingir uma agilidade extrema de uma vez.

Faíscas voam pelos ares e o som de fero ecoa em um ritmo crescente. Os movimentos se tornam cada vez mais difíceis de comprar e reagir a tempo. E momento o braço de um lado para o outro os choques continuam. Apenas de agachar, girar seu corpo, pular, dar piruetas no ar e até mesmo deslizar, Jun consegue a acompanhar sem quaisquer dificuldades. Dessa vez, quem é superada era ela.

Rie então recua para recuperar o seu folego. Enquanto isso, o garoto se mostra sem qualquer cansaço, assim lhe mostrando que enfrentava um oponente com domínio total de sua habilidade ao ponto de ter energia infinita.

— Então é esse o eu que você queria me mostrar? — Rie perguntou sem abaixar sua guarda.

— Bem, eu ainda estou começando.

E assim Jun foi até ela em uma velocidade assustadora. No meio do desespero, Rie concentra sua energia de forma massiva e faz crescer uma parede que se cristaliza até se tornar sólida. Jun para pôr um instante, porém em um estrondo rodeia o que bloqueia seu caminho e chega até ela.

Suas espadas entram em uma dança extremamente frenéticas que fazem cacos luminosos voarem. E o garoto se move de um lado para o outro de forma perspicaz, criam uma pressão avassaladora por onde passa na qual vai de encontro para esmagá-la.

Espera, ele fez isso correndo? Eu pensei que ele não era capaz de correr com essa habilidade. O que diabos está acontecendo aqui?

Se ela almeja conseguir vencê-lo, vai precisar limitar sua movimentação. Portanto canalizando seu poder, faz com que espinhos de um cristal azul que reflete todo o mundo ao redor se engam do chão. Contudo Jun dá pulos, piruetas e cambalhotas, desviando de todos com mastreia. Ela então faz com que eles crescem o mais alto que pode e para sua supres, ele se agarra e se locomovendo saltando entre eles.

Rie fecha os olhos, morde os lábios e faz com que toda sua energia sólida se desfaça. Pelo menos, já estava claro que seu domínio de aura é drasticamente superior ao dele, portanto com um balançar de mão seu peito doendo por usar um interior já machucado, faz com que os pedaços voem em direção a ele.

Entretanto, Jun correu o mais rápido que pode, tanto que o vapor que causava devido à pressão estourasse em meio a uma barreira que acabara de quebrar. Ele circula toda a arena escapando de tudo que o persegue e então investe contra ela.

 

* * *

 

Tudo ao seu redor agora se expandiu completamente. Jun consegue ver, ouvir e sentir cada vibração do ambientem em que se encontra. Seus sentidos agora se tornaram tão apurados ao ponto de perceber cada detalhe daquilo que o cerca. Desde a respiração, hesitação, cada contração de músculo e micro movimento que Rie faz, ele consegue pressentir.

Eu nunca me senti tão livre. Isso é muito eletrizante! Eu quero mais! Eu quero ir mais além! Quero chegar onde nunca fui antes!!

Enquanto suas espadas entram em um conflito intenso causando ondas de impacto que fazer as auras azuis e prateadas se espalharem e caírem lentamente como pequenas estrelas, uma conexão entre ele e Rie é estabelecida. Esse não é somente um duelo, agora é como uma dança; um dueto entre eles.

Entre os espinhos e ondas de energia que a garota faz crescer para acertar ele, e os movimentos tão soltos que faz para desviar e contra-atacar, há algo nisso que o empolga. Jun quer conhecer mais sobre e saber até onde consegue ir se for junto, sendo assim quer ser capaz de acompanhá-la igualmente.

Ele respira fundo, sente o ar percorrer por seu corpo e corre o mais rápido que pode. Seus pés tocam o chão em um ritmo frenético e em meia a um estrondo que deixa um rastro para trás devido a pressão avança. Em pulos, chutes e acrobacias elegantes escapa da aura azul cristalizada que tenta o perfurar e com arcos e mais arcos de energia os fatia rodopiando seu corpo de um lado para o outro brandindo fazendo linhas de um prata reluzindo voar para todas as direções.

Os cacos luminosos o perseguem ferozmente no ar e ele salta para o alto fechando os olhos. Caindo de costas em meio a essa chuva cortante, sente o vento balançar seus cabelos. Seu coração bate forte, todo fluxo de magia viaja por seu corpo em uma intensidade que cada vez se intensifica, mais e mais rápido; acelerando ao infinito.

O mundo ao redor se expande. Seus sentidos agora passam a ser quase um com tudo que o cerca. Sua agilidade é estimulada além de todos os limites. E então com uma cambalhota, em uma única rajada que faz uma parte cintilante jorrar como vapor e se espalhar, ele dilacera todos os estilhaços azuis assim seus sapatos entram em contato com a superfície.

Pela primeira vez sinto que estou acelerando de verdade e não quero parar.

Se posicionando, ele aponta a espada da cor do céu estrelado para a agora. Suas mechas e blazer se sacodem num ritmo feroz. E enfim, abre suas ires tomadas pela tonalidade de seu poder. Agora iria alcançá-la.

Depois de tanto tempo usando só uma fração de seu real poder abrange, agora pela primeira explora na totalidade o que consegue fazer. A verdadeira aceleração: a habilidade de ampliar e potencializar todos os fatores através da velocidade, os fazendo crescer exponencialmente sem parar e cada vez mais rápido.

 

* * *

 

Mesmo tendo horas em que a agilidade do garoto tenha picos mais baixo, na maior parte ele mantém se tão rápido que chega a ser assustador. Contudo, embora ela esteja indo no limite do que consegue aguentar, ainda estar conseguindo acompanhá-lo a deixa muito feliz.

Rie sempre acreditou que sua magia fosse mais apagada que as demais, pois nunca reluziu com seu potencial máximo. Contudo, agora independente do quanto seu peito doía, estava a vendo em seu brilho total. Agora é visível o quanto seu azul está refletindo tudo, como o prata reluzente de Jun.

Na verdade a cor do garoto sempre foi o branco, embora a vejam dessa forma por comparar a dos Ones. Ainda assim ela sabe que consegue resplandecer junto dessa união de espectros infinitos. E é por causa disso que enquanto as lâminas permanecem a dançar harmonicamente em um ritmo frenético, aquelas pequenas estrelas formadas pelas partículas os cercam cada vez mais quando se chocam.

Mesmo que o futuro possa me guardar um destino trágico, eu quero estar junto dele, quero correr ao lado desse garoto por mais egoísta que seja.

Se pelo menos nessa ele tiver conseguido tocar o coração dele, não importa qual seja o resultado, ela já terá vencido.

Portanto ela vai dar o máximo de si durante cada um desses segundos até que não reste mais nada de energia em si. E assim as duas espadas entram em um último embate. Ambas as armas por um choque imenso escapam das mãos de seus espadachins e são lançadas em meio ao ar. Devido ao recuo ocasionado pelo impacto, ambos começam a cair se distanciando um do outro.

Suas mechas brancas de cabelo são empurradas para frente. Entretanto Rie não se deixaria ser velava para longe, portanto com um último resquício de magia recupera o seu equilíbrio se lançando para frente e assim impede que ele recupere o dele abrindo os seus braços. Ela salta por cima do oponente e o abraça e até aterrissarem no chão, quando ela agarra Jun por ambos os pulsos para que não fuja dela. Agora conseguiu ir até onde queria chegar.

Os pequenos cintilares azuis e pratas continuam a cair.

Os pequenos cintilares azuis e pratas continuam a cair.

— Combate encerrado! Vitória da Rie Koike!

As duas lâminas, uma da cor da lua e outra do céu estrelado, então descansam ao lado uma da outra cravas na superfície. Com um grande sorriso, a garota então fala:

— Eu venci!

Jun solta todo o peso do seu corpo, respira fundo e responde:

— Parabéns! — Ele fala em um tom muito contente, contudo logo na sequência desvia o olhar para o lado — E, bem… será que você poderia, sabe? Sair de cima de mim…

A expressão que surgiu na face de Rie ao ouvir isso foi tão única e adorável que qualquer um desejaria poder ter registrado isso para sempre numa foto, mas no ponto de vista dela que sumisse daquele lugar num piscar. Pelo menos na memória de Jun, agora estava.

 

* * *



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