Volume 1
Capítulo 14: Explosão decisiva
Aqueles olhos eram profundos, negros como o mar morto. Penetravam-na, afogados em ódio, enquanto apanhava o cajado.
Ao deslizá-lo na frente do corpo, uma aura azul emergiu ao redor do seu corpo. Esmagando e suprimindo o ar, e então, ele lançou projéteis da ponta do cajado.
Uma pequena esfera se formou na ponta, disparada como uma arma de fogo em direção a Ellen. Com muita dificuldade, desviou, mas o impacto da explosão atrás dela jogou seu corpo ao encontro do mago novamente.
Zae a encarou ainda apontando seu cajado, resfolegou e sorriu. Os olhos brilharam enquanto ele repetia a mesma ação.
— Aery!
Os olhos de Ellen arregalaram-se, tocando os pés rapidamente no solo, saltando por pouco para longe do ataque rolando no chão.
Ataques feitos com magia de vento, na qual ele criava esferas mortais de vento — que cortavam tudo ao redor, causando uma impacto após atingir o alvo
Continuou a correr, mas Zae percebeu um pequeno deslize de direção. Não seguia uma linha reta, em tempos ela se dirigia para a esquerda do cômodo.
As cadeiras na grande maioria foram totalmente destruídas, juntos de alguns pilares da catedral que foram explodidos pelos ataques mágicos.
Incessantemente continuou a disparar esfera de ar, sem tirar os olhos dela. Contudo, o último ataque acertou um pedaço de concreto que foi arremessado por ela.
Uma cortina de fumaça subiu, mas logo foi afastada pelos ventos que seguiam. Não podendo mais vê-la, girou o corpo em espanto.
Os olhos inquietos iam e vinham, atônitos de certa forma. Afinal, a dor do golpe ainda estava presente, não queria receber outro.
Um golpe das mãos nuas, aparentemente delicadas, destroçou seu rosto. Tingido pelo roxo dolorido, mesmo que escondesse, não podia evitar pequenas expressões de dor ou mover o corpo por completo.
Uma pontada violenta fincou em suas costas, ao tentar girar o corpo danificado, saltando a tempo de desviar do golpe do machado.
Ellen saltou e golpeou de cima, usando um machado de batalha tão grande quanto de Tod, o que assustou Zae a primeira vista.
— Não vou perguntar o por quê, um lixo como você que só sabe seguir ordens não saberia me responder.
Aquela afirmação deu uma espetada no orgulho de Zae, que franziu a testa preparando uma magia, mas antes gritou com vigor.
— Olha só que fala!
O machado enfincado no chão foi retirado após Ellen desviar correndo das estacas de gelo. Carregando como se não pesasse nada, isso fez o suor descer ainda mais gelado no rosto do garoto.
— Uma vagabunda como você não entenderia, faz um favor e morre logo!!
Os ataques seguiam um padrão, teleguiados na elfa que corria em círculos andando pelas paredes e saltando de pilares.
De forma rápida seu corpo moveu um braço na esquerda do corpo, uma barreira bloqueou o ataque do machado da beldade de cabelo amarelos.
Um som metálico soou e seu corpo foi repelido, rapidamente ela pegou impulso no chão e brandiu novamente. Um movimento impecável soou naturalmente, ao balançar sua lâmina pesada contra a barreira.
Surpreendente a lâmina cintilava, um verde forme e de certa forma ameaçador. Essa, era a técnica da lâmina de Ellen “Magia de corte” ou corte mágico, era capaz de cortar magias baseado no poder de: Se você consegue visualizar, é possível
O pós choque resultou na quebra da barreira que se despedaçou. O ataque pesado fez seu corpo se curvar muito para frente, mas Ellen redirecionou a força com um jogo de pés.
Girando o quadril, ela novamente tentou cortar o torço de Zae, que saltou por cima da lâmina, ficando de pé nela.
— Vocês vão todos morrer, incluindo aquele merdinha da adaga!
Irada, balançou o machado no ar, enquanto de seus olhos saíram uma fúria cega que vazava descontroladamente.
Ela parou após o giro, seus pulmões inflavam e respirou desregulamente após uma sequência de ataques sem pausa.
— Até parou com as falácias elegantes, você é uma piada.
— Cala boca! Sua vermezinha, quem você acha que eu sou, hein! — Ele abriu os braços indignado. — Mal posso esperar, mulheres como você gritam mais bonito antes de morrer.
O rosto ordinário, começou a sorrir enquanto mexia na bolsa atrás das costas e cuspia no chão sujo — com sangue e poeira da batalha.
— Você é nojento...
— Bom, você teve mais sorte que aquela garota insolente... — Esbanjou um sorriso largo ao retirar da bolsa um tufo de cabelos.
— O que é isso, pervertido nojento!
— Não reconhece sua amiga? Oh, isso é bem triste!
Balançou os cachos castanhos sujos de sangue enquanto repetia” É triste mesmo” sorrindo de forma sugestiva com a mãos cobrindo a boca.
Ellen estagnou no lugar e uma mistura de tristeza e culpa a embalou na garganta, querendo vomitar aquilo ou engolir em seco aquele misto de frustração.
— Foi você...
— Ah para, você sabe muito bem que ela não servia para nada né. Fala sério, ela nem era tão boa assim em magia... Convenhamos, era péssima em combates reais ou identificar o perigo.
Ela finalmente engoliu em seco aquele sentimento, seu olhar se levantou após franzir o cenho, vidrados.
Enquanto Zae gesticula exageradamente e rindo. Seus olhos firmaram-se ao vela arrastar a ponta do machado no chão.
— Vai tentar isso de novo, sério?
— Ela era minha futura cunhada, melhor amiga e companheira...
— Blá, blá, blá. — Ele mostrou a língua.
— Você, foi você quem tirou ela de mim...
Seus lábios se retraíram, as lágrimas os tocaram escorrendo dos olhos com um brilho melancólico. Franziu a testa, ao esfregar os olhos com as mãos cerrou os olhos.
Quando um brilho dourado a desenhou, como uma aura divina brilhando constantemente. Suas lágrimas jorraram, mas seu olhar fixou-se em Zae.
Brandiu com firmeza o machado, enquanto afiava o olhar. Lágrimas que caíram pingaram na lâmina e escorreram, até secar totalmente o rosto de cor rosada.
— Vou te matar, você é um desperdício de magia e existência.
Todo aquele brilho foi concentrado em seu corpo, curando suas feridas sujas com poeira. Após isso, se juntou e se moveram para seu machado.
Zae havia parado de se mover de forma caricata, quando o brilho iluminou seu olhar, de forma trêmula, ajustou a postura.
Com fervor Ellen cerrou os dentes ao vê-lo encara-la. Não podia perdoar, deixar uma pessoa que tirou a vida de pessoas inocentes em pune.
Mais que isso, além de pisar e desprezar a vida e machucar Ken, aquela de quem usurpou o corpo foi sua melhor amiga. Alguém que compartilhou sonhos e momentos felizes.
Ao levantar as mãos, ambos firmaram os pés no chão, com essa ação um dos anéis de Zae brilhou com aquele movimento.
Com as fagulhas se alastrando ao redor do anel, arregalou os olhos. Se lançando em sua direção, Ellen brandiu o machado com as duas mãos enquanto gritava.
Pronta para decapitar o braço de Zae, moveu a lâmina de forma violenta. Com os ventos batendo em seus cabelos e pressão em todos os seus ossos.
Naquele instante, ouve uma fáscia entre eles. Antes mesmo do machado acertar o alvo, algo surgiu dos anéis de Zae. O som estrondoso queimou o oxigênio ao redor, podendo ser ouvido pelo garotinho que corria a alguns quilômetros.
***
Respirou de forma irregular, com as mãos sobre os joelhos contendo suor que encharcava o rosto. Ao levanta-lo, pôde ver casas e mais casas em ruínas.
Sem qualquer sinal de vida humana ou animal. Seus olhos piscaram lentamente, ao ouvir um som incomum, suspirou aliviado.
Similar a resmungo, grave, mas não parecia vir de uma pessoa. Na verdade, Ken já suspeitava de quem fosse, mesmo assim ele tomou cuidado ao correr entre as casas.
Escorregou após cada esquina, muitas vezes com as mãos sobre a neve para não cair e sair rolando por ai.
— Kelmoth! Cadê você fi?
O som que antes era um pequeno mistério, por mais que já soubesse, não pôde esconder a surpresa ao reconhecer o som que aumentava.
Cada vez mais, sua respiração ficava mais ofegante, e o ar condensava. Articulações e mãos rigidas e doloridas, o rosto avermelhado e nariz escorrendo no frio invernal.
Antes que chegasse ao limite da estamina, se ajoelhou, o mundo girou por um momento, mas Ken se apoiou uma parede de concreto, mas logo voltou a caminhar mesmo que seu corpo fraquejasse.
— Kelmoth...
Sem alguém estivesse ali, nem precisaria dizer que estava totalmente cansado. Seus pulmões queimavam ao respirar. As mãos que se abriam e fechavam pareciam engrenagens enferrujadas.
Ao se apoiar em uma parede, seus olhos até então baixos, se depararam com o corpanzil cheio de pelos.
O javali bufou para o garoto, vendo sua situação, arrebentou o pilar de concreto e se aproximou dele rapidamente.
— Ei... Cuidado...
Se libertando da parede que estava suspenso, tentou alcançar Kelmoth apoiando-se nas presas ao ceder. O cansaço fez sentir como se comesse chumbo, parecia ter toneladas de algo muito pesado dentro da cabeça.
As pernas tremulas cederam ao se desvencilhar da parede, por pouco foi salvo. Mas poderia ter dado de cara na neve se não fosse por seu companheiro.
— Precisamos encontrar o os outros, vem.
Recuperando um pouco do fôlego após se apoiar nos pelos grossos, puxou a corda amarrada no pescoço do animal o puxando para que procurasse na direção contrária.
Ele ainda se manteve meio desnorteado, mas não tinha tempo para ligar para seu estado físico agora. Estava em uma missão. Pessoas estavam em perigo, não deixou de pensar em um momento em sua família.
Mas, Kelmoth travou. Os pelos arrepiaram, sentiu como se estivesse puxando um pedaço de concreto gigante, na verdade nem conseguia mover ele do lugar.
— O que foi? Não temos tempo!
Puxou com mais força, ainda sim não moveu nem mesmo a neve ao redor dele. Seus olhos por mais que ocultos pela grande quantidade de pêlos, ainda estavam arregalados. Espantado, deu cautelosos passos para trás.
Vendo que estava espantado, se virou para ver o que tanto o assombrava, não encontrando nada. Além de casas destruídas.
Podia sentir a respiração irregular em sua nuca, soprando seus cabelos negros que escapavam do gorro.
— Será que é uma boa ideia?...
Lembrando do pedido de Ellen de chamar ajuda, se sentiu culpado e de certa forma aflito, por estar com medo. Mas algo ali no meio, ou até mais distante, não era melhor do que enfrentar aqueles assassinos.
Era muita coisa para se assimilar, ainda mais para uma criança de dez anos. Ainda que fosse confuso sua situação, ele sabia que tinha de ajudar seu irmão desaparecido.
A traição de Zae piorava tudo, neste exato momento lutando contra Ellen ferida. Mesmo sabendo de suas capacidades não deixou de se preocupar.
Morrer ali não era uma opção, se realmente algo estava naquela direção onde não havia procurado. Era melhor voltar de mãos vazias com Kelmoth, do que tentar ir sozinho e dar de cara com outro inimigo ou até pior.
— Vamos voltar... — Ele se virou para o javali com uma expressão neutra. — Preciso da sua ajuda.
Recuado e amedrontado, olhou nos olhos da criança que pareceu ter uma ideia em mente, assentiu e abaixou o corpanzil.
Ventos fortes bateram em seus corpos quando partiram, deixando aquela sensação incomum para trás. A sensação que irradiava de alguém que caminhava calmamente, uma garota.
Olhos vermelhos sangue estreitavam o manto negro, impedindo das tranças de fios de cabelos rosa de balançarem.
Continuou a pisar na neve macia calmamente, flocos de neve tocavam-lhe o rosto, e ela sorriu como uma criança ao ver alguém que nutria sentimentos inexplicável.
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