Volume 2

Capítulo 19: Criança do Sol II

[Sábado, 10 de setembro de 2412, 00:10 da noite]

 

O fogo dourado crepitava em meio ao nosso silêncio. Os flocos de neve ainda caiam com constância e contornavam o fogo para cair em sua base de pedras, Minstra virou seu olhar lupino para a chama dourada a nossa frente com admiração nos olhos. Olhei a floresta ao nosso redor, buscando qualquer detalhe que lembrasse algo ligado a mim de qualquer forma.

 

As árvores tinham troncos intrincados e suas ranhuras pareciam ser trabalhadas com cuidado enquanto emitia um brilho azul opaco. As folhas de todas elas eram vermelhas vibrantes, mesmo debaixo da neve branca dava para ver o tom intenso do vermelho se sobressaindo. E por fim, a fogueira dourada e os três totens com cores difusas parecem se alimentar da luz dela. 

 

Minha alma… é esse lugar? 

 

Como é possível eu estar dentro da minha própria alma? Quero dizer… é como uma caixa dentro dela própria… Olhei para Minstra em busca de uma explicação, ela olhou de canto para mim, sua feição canina pareceu estar se divertindo com minha óbvia confusão. Isso é uma habilidade muito avançada para estar em qualquer livro, talvez deva ser algo dos livros que não tenho acesso. 

 

— Você vai me explicar? — Cutuquei suas costas. 

 

Estou buscando uma forma fácil de te fazer entender… se puder me deixar terminar o raciocínio. 

 

Minhas bochechas ficaram quentes e a chama da fogueira tremeu. 

 

— Desculpa. 

 

Observei em silêncio enquanto fazia carinho em suas costas. Seu pelo avermelhado estava começando a acumular flocos de neve, a maciez e a sedosidade me faziam querer acariciá-la para sempre. Comecei a observar os totens ao redor do fogo, eles pareciam de certa forma familiares, mas tenho certeza de que nunca os vi. 

 

Exceto por…

 

O totem do meio tinha um símbolo familiar. O círculo com alguns raiamentos lembrava os desenhos que eu fazia do sol quando era pequeno, mas também era muito semelhante ao símbolo que meu avô tinha em suas coisas. A forma que lembrava vagamente o sol com uma espécie de flor no meio, o totem me mostrava uma sinfonia encantadora quando eu o encarava. 

 

Olhei para o totem da direita. As linhas vermelhas contornando as mãos em volta de um rubi que pulsava como o bater de um coração, olhar para ele fazia um sussurro distante surgir em minha mente, tentei me concentrar na voz, mas ela desaparecia quanto mais eu tentava a compreender. O último totem era silencioso, sem música ou sussurro, apenas o silêncio frio de um lugar vazio.

 

Você já tem uma ideia do que são eles? — Minstra se sentou sobre as patas traseiras ao meu lado. 

 

— …

 

Seus olhos leram minhas dúvidas mais profundas como um livro aberto.

 

Quando disse que essa é sua alma, quero dizer que estamos apenas em uma parte dela. Esse cenário pode te causar uma pergunta: “Por que ela é assim?”, mas tudo aqui é feito pelo seu inconsciente almático, essa é sua maior representação de conforto… Seu Centro Espiritual, que é apenas e unicamente seu…

 

— Se estamos em apenas uma parte, onde estão as outras?

 

Ela soltou algo equivalente a riso. 

 

Olhe ao seu redor, Sam, tudo aqui é uma parte de você, desde o chão até as nuvens… O único que pode mostrar mais é você, esse lugar inteiro é seu.  

 

Olhei para o céu cinza em busca de um chamado semelhante ao que ouvi quando vim para cá. Demorou um pouco, mas com minha concentração consegui ouvir a melodia que me chamava… mas tinha algo diferente dessa vez. Sempre tive sensações estranhas desde quando eu era pequeno, como se ouvisse uma outra voz além da minha falando comigo.

 

A melodia se dividiu em três fontes de músicas próprias, além da minha. Elas tocaram em minha mente de uma só vez, três vozes tentando conversar enquanto falavam em suas próprias línguas, criando uma cacofonia. Tapei meus ouvidos para silenciá-las, minha cabeça estava pulsando enquanto as vozes se afastavam novamente e deixavam um ruído para trás.

 

— Você disse que era só meu… eu consigo sentir algo além de mim aqui. — Cutuquei meu ouvido na esperança de reduzir o ruído que ficou para trás.

 

Eu sei, é agora que as coisas ficam um pouco mais complicadas… Samuel, por que não gosta do fogo? — Ela se virou para mim e na feição lupina havia traços de culpa.

 

Lembranças profundas ressurgiram em minha mente à medida que os segundos passavam. O calor da memória junto à fumaça me sufocava, fogo laranja crepitava nas paredes, me cercando de todas as formas e eu apenas podia olhar ele queimar. Meu coração palpitou antes que eu pudesse controlar minha respiração, mas no final minhas mãos tremiam e um frio glacial se cravou na minha barriga. 

 

O fogo não é todo o problema… aquela coisa… ela é o problema.

 

A lembrança dos olhos laranjas em cima de mim me trouxe calafrio. Uma das lembranças que tenho do meu pai e a mais vívida de todas, eu lembro daquele dia com mais precisão a cada ano que se passa. Minha mãe nunca vai me dizer quem,  ou o que, causou o incêndio, mas ainda posso vê-lo claramente em minhas lembranças, ele olha para mim e meu pai com desdém, com seus olhos nos perfurando. 

 

O homem pálido… 

 

A tremedeira se tornou insuportável à medida que a qualidade da memória melhorava ainda mais. Uma sensação quente eclodiu do meu peito e passou a se mover pelo meu corpo, ela dançava em minha mente e acalmou o medo que crescia na minha barriga. Aquele homem é quem fez minhas cicatrizes… quem matou meu pai e quem incendiou minha antiga casa… Eu consigo lembrar disso.

 

— É dele que eu tenho medo, o fogo me faz lembrar dele. — Sabia que o calor reconfortante em meu peito era obra da Minstra, ela sabia tudo o que eu estava vendo em minha mente.

 

A quanto tempo você… se lembra? —  Sua voz calma carregava um tom de surpresa mal disfarçada

 

— As lembranças ficam mais fortes a cada ano, antes eram apenas flashes, mas agora me lembro até do cheiro da fumaça que havia lá. Eu também sei que você se reporta para minha mãe de alguma forma e queria pedir para que mantenha isso entre nós… por favor.

 

Manter a fachada de uma criança curiosa que tem medo de perguntar funciona. Se minha mãe souber que eu sei o que houve, ela vai se sentir obrigada a falar disso comigo e vai ficar triste no processo. Já a Minstra se reportando para minha mãe… eu sempre ficava impressionado como minha mãe sabia das minhas evolução sem que eu tivesse falado para ela primeiro. 

 

É uma coisa bem perceptível de se notar.

 

Minstra ainda estava em silêncio, olhando para longe. Lembro-me da primeira vez que ela falou comigo, pensei que fosse minha amiga imaginária ou só um sonho, mas ela sempre aparecia e conversava comigo sobre as coisas. Eu tinha uma pulga atrás da orelha com relação a minha mãe ou ao meu avô, tinham alguma conexão com Minstra, no final se confirmou quando notei as previsões precisas da minha mãe no começo do ano. 

 

— Você vai contar? 

 

Ela olhou para mim com incerteza. 

 

Sammy… isso é uma coisa muito séria sobre a qual temos que te proteger, precisamos te ensinar quem você é e te preparar para quando você precisar se defender e defender os outros… me perdoe por esconder isso de você... por esconder essa verdade. 

 

— Eu já estou acostumado com as pessoas escondendo coisas de mim, aprendi que no final as coisas se revelam sozinhas e nem todos os segredos são criados para nos machucar… Nós dois até que somos parecidos. — Meu tom saiu mais deprimente do que gostaria. 

 

Minstra ficou em silêncio enquanto encarava os totens. Ela abaixou a cabeça e seu peito começou a brilhar em dourado, o totem do meio pulsou mais forte em dourado enquanto Minstra erguia a cabeça em minha direção. Seu olhar era impassível enquanto me observava, o anel em seus olhos pulsando como ouro puro em contraste com o castanho.

 

Meu peito começou a esquentar também. Ao invés da onda de calor irracional natural que vem dessa sensação, dessa vez o calor se transformou em um cobertor confortável que se espalhou pelo meu corpo para me abraçar. A sensação de quando os anéis dos meus olhos se acendem estava mais nítida dessa vez, como um estímulo da minha mente me notificando sobre isso. 

 

O conforto se instaurou em minha cabeça à medida que uma das vozes reapareceu. A sinfonia do totem dourado soou em uma melodia calma que parecia me renovar, a sensação do coberto estava ressoando com a energia do totem. Um vento frio soprou, chacoalhando as folhas vermelhas, ele me trouxe a realidade à medida que eu estava mergulhando na sensação.

 

— Sua herança vai muito além da riqueza do conhecimento, eu estou aqui para guiá-lo neste tesouro deixado para você e muitos outros de nossos descendentes… Você pode me perdoar, Samuel? — Sua voz continha esperança enquanto seus olhos transpareciam sua insegurança. 

 

Tesouro deixado para descendentes, é disso que o vovô falou uma vez?

 

— Eu gosto de ter você como amiga e eu também escondi coisas de você, então… acho que estamos quites? — Sorri tocando seu focinho. 

 

A sensação quente tomou forma ao meu redor enquanto encarava Minstra. O totem dourado caiu na fogueira e suas brasas voaram pela floresta. Onde quer que caíssem, elas mergulharam  no chão e renasciam como flores vermelhas com pétalas e um brilho dourado que as envolviam como um véu. Das brasas maiores, um novo totem se formou, a cor incandescente resfriou para mostrar a verdadeira cor.

 

Assisti-lo se reconstruir sozinho era algo hipnotizante. Quando o calor do fogo o deixou, as linhas douradas eram mais grossas e a forma que lembrava o som estava maior e em três tonalidades de dourado. Dentro de mim, o calor parecia ter feito uma moradia no meu peito, na verdade, no meu fluxo e mente, a energia do totem estava presente como um som distante que eu podia aproximar ou afastar. 

 

Olhando ao redor, toda a floresta parecia diferente depois dessa sensação. As flores criavam pequenas esferas de luz que vagavam por entre as árvores, elas embelezavam o bosque geado com o calor de suas presenças brilhosas e esferas de luz. Minha atenção foi para a fogueira, sua cor dourada se tornou esbranquiçada e a cor negra também se misturava na chama em suas silhuetas que terminavam em vermelho.

 

— O que está acontecendo… o que aconteceu? — Olhei para Minstra.

 

Já está na hora de você saber o que faz parte de você, quem você é, algo que ninguém pode dizer, mas há verdades em seu sangue que nunca se apagaram… Você é um Áureo, Samuel, um membro legitimo da Família dos que vivem na morte, Aurora. — Sua voz estava mais nítida em minha mente, o tom maduro e elegante contendo claro orgulho. 

 

Já ouvi essa palavra antes.

 

— O que isso quer dizer?

 

Quer dizer que você tem sangue do nosso povo em suas veias e a herança do nosso patrono em seu espírito, essa que você acabou de reivindicar, olhe para dentro de si. 

 

Patrono?!

 

Mergulhei em pensamentos para rapidamente encontrar o fluxo. Ao invés da ponte interminável de energia correndo entre minha alma e corpo, havia algo a mais na ponte, a película translúcida aos meus pés agora tinha um grande feixe dourado que serpenteava entre e ao redor do meu fluxo. O dourado carregava sua própria voz em meio à minha, ambas soavam em harmonia quando eu aproximava minha mente dele. 

 

Afastei a sinfonia apenas o suficiente para articular meus pensamentos. Descendente do povo da Minstra? Eles eram humanos que seguiam um patrono? Está tudo tão confuso agora! Pensando por um lado, isso sacia minha curiosidade sobre as histórias do meu avô, por outro lado, o que eram as outras duas vozes junto da herança?

 

E o que os totens significam?

 

Abri meus olhos ainda com a sinfonia confortando minha mente. Olhei melhor para os outros dois totens, o totem vermelho ainda sussurrava para mim e o verde ainda estava em silêncio. Quando ouvi, as outras vozes transpareciam uma presença diferente desses totens, então para que eles servem? Uma coisa de cada vez, pense… devagar.

 

Talvez… agora eu tenha um resultado diferente.

 

Olhei para o céu e encontrei nuvens um pouco mais dispersas, mostrando cores diferentes por detrás delas. Foquei mais fundo dessa vez, usando a herança para concretar minha mente e me ajudar a suportar caso ocorra outra cacofonia. As duas presenças apareceram novamente, ambas eram frias, mas agora podia ouvir mais claramente ambas enquanto resistia à confusão mental.

 

O tempo parecia se estender cada vez mais e eu tentava entendê-las. Uma se revelou em uma torrente de energia negra como uma galáxia com pontos de luz como estrelas no espaço, ela cantava de forma preguiçosa uma canção melodiosa e lenta. A outra se manifestou como um rio de energia vermelha, ela formava galáxias escarlates em uma canção animada. 

 

Deixei as presenças se aproximarem do meu fluxo. A ponte da minha própria energia agora vagava em um universo com inúmeras estrelas brancas, galáxias vermelhas se formavam à medida que atraíam as estrelas ao seu redor e, por fim, energia dourada serpenteando dentro do meu fluxo enquanto a seguia de um lado a outro. É como um universo inteiro… dentro de mim.

 

Retornar ao meu centro espiritual era como voltar de má vontade para casa. Olhei para o céu, vendo as nuvens dispersas ainda jorrando flocos de neve, além delas, as galáxias vermelha, azul e dourada formavam constelações difusas no universo escuro. As três presenças estavam habitando meus pensamentos, como três corais entrando cada vez mais em harmonia.

 

A presença dourada parecia um convidado se ajustando ao ritmo, enquanto a negra e a vermelha estavam em sintonia e integrando a dourada. Elas habitavam minha mente, como um som de fundo que posso aumentar quando presto atenção nele. Queria ouvir a orquestrar se adaptar cada vez mais, mas o desejo de respostas também estava me incomodando. Virei-me para Minstra com empolgação.

 

— A herança suavizou as duas outras vozes, elas estão dentro de mim… de alguma forma. Como isso é possível, Minstra?!

 

Ela deitou sob as patas dianteiras, observando o fogo.

 

A herança é a conexão dos descendentes, você tem uma descendência de diferentes Lares de família, mas a herança dos Áureos que brilha em você a conhecimentos que apenas nós podemos usar e aprender, você já nasceu com uma linhagem desperta e por isso a reivindicou tão… jovem.

 

— Você disse que sou descendente de um patrono, quem é ele?

 

Suas orelhas balançaram antes de ela sentar com as patas traseiras. 

 

Usei as palavras erradas na minha primeira explicação, você é descendente de pessoas que o seguiam, áureos que vieram para cá há muito tempo.

 

— Isso é… complicado. — É muita coisa para assimilar de uma vez. 

 

Deitei de costas no chão e deixei a neve me abraçar. Dentro de mim, três cores dançavam juntas sobre a ponte do meu fluxo, as vozes se dividiam para se tornarem energias em meu peito e se mesclavam cada vez mais com a minha própria. Podia vê-las em meu fluxo, transitar entre uma e outra ou unir as três em minha mente de uma vez. 

 

Quem são vocês?

 

Um sussurro baixo soou em minha mente após a pergunta. A tonalidade de um universo estrelado foi pintado com mais intensidade, na ponte do fluxo a voz era mais clara, mas ainda era baixa para se ouvir claramente. Foquei na presença preguiçosa, seus sussurros ficando mais claros quanto mais me dedicava a entendê-los. 

 

Ousia.

 

O pensamento distante se solidificou como um nome em minha cabeça. Antes que eu pudesse tentar decifrar mais, outra presença assumiu o lugar da Ousia. As galáxias vermelhas brilharam mais intensamente à medida que uma voz energética ocupou minha consciência, era como se meu corpo fosse ter todo o cansaço expurgado até a última essência.

 

Volusia.

 

Suas palavras eram mais nítidas do que um pensamento profundo. O nome ficou na minha cabeça e sua presença se afastou do meu consciente para voltar à vastidão do fluxo. No silêncio que ficou, a presença da herança rodava ao meu redor como flocos dourados, seu silêncio em minha mente era um convite para retornar ao centro espiritual.

 

Abrindo meus olhos, uma sensação vazia cresceu na minha cabeça. Essas vozes… quem são e por que eu as escuto em minha mente? Levantei minhas costas do chão para ver Minstra ainda observando a fogueira com encanto. Uma herança de um patrono que não conheço, vozes que eu não conheço... Quanto mais de mim próprio eu ainda sei tão pouco? 

 

Quando vão me deixar descobrir? 

 

O desejo veio acompanhado com um calafrio intenso. Se eu me tornar mais forte vou poder superar aquela coisa? Os olhos laranjas me assombram nos piores dias, como posso superar algo que provavelmente nem é humano… se apenas ver focos de fogo um pouco altos já faz meu corpo tremer.

 

Tenho que agir.

 

Saber mais sobre mim e meu passado talvez possa esclarecer as coisas… mas também vai me levar em direção aos monstros. Cruzei minhas pernas em borboleta e ajeitei minha postura, o frio em minha barriga se tornou passageiro à medida que comecei a focar. Eu não sei do que mais eu posso ter medo, mas nunca vou descobrir enquanto ficar parado.

 

— Minstra?

 

Ela virou a cabeça para mim com seus olhos brilhantes em expectativa.

 

— Podemos fazer um acordo?

 

Qual?

 

— Você pode falar para minha mãe o que eu sei e, em troca, você me contará mais sobre os Áureos e vai me ensinar mais sobre as formas dos… nossos conhecimentos. 

 

Ela inclinou a cabeça antes de falar.

 

— O caminho das Três Visões não é tão bonito e fácil quanto os poucos humanos que a conhecem pensam que pode ser, é realmente isso que você quer, Samuel? — Suas palavras pareciam pesadas de alguma forma.

 

A reação da minha mãe entrou em minha cabeça enquanto matutava. Eu quero aprender mais sobre mim, ela me ensinou a usar o banheiro, tomar banho, escovar os dentes e muito mais… Eu jamais quero vê-la triste, mas também, a sensação de ter um universo ao meu alcance e ser incapaz de me movimentar está me sufocando há muito mais tempo do que meses! 

 

Me perdoe por ser egoísta dessa vez, mamãe.

 

— Tenho… eu tenho certeza.

 

Os olhos da Minstra brilharam levemente antes de se virar para o fogo. A sensação da presença da herança crescendo em meu peito me gerou dúvidas sobre se era Minstra ou meu inconsciente que estava causando isso. Relaxei minha consciência, afastando os demais pensamentos para focar no objetivo à minha frente.

 

Está na hora de crescer.

 

 



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