Aspecto da Penumbra Brasileira

Autor(a): Acreano


Volume 1

Capítulo 7: Passado e Penumbra

— Vamos!

Um garoto encapuzado corre por um gramado seguido por duas outras crianças. Os adultos no fundo ficam de guarda para proteger os três jovens que estavam correndo em um campo do leste imperial.

Seus pais estão em um encontro de negócios, e eles puderam sair para passear, desde que fossem acompanhados por escoltas, mas eles mantiveram distância para eles se divertirem com mais liberdade.

Com um sorriso brilhante, o garoto encapuzado continua suas palavras.

— Eu quero descobrir meu atributo inato, vamos logo!

Aos 10 anos os humanos podem entrar em contato com o Cristal de Urd que permite eles descobrirem seu atributo inato.

O que antes limitava a aristocracia, fez com que novas famílias acendessem nas fileiras nobres.

A família do menino é uma nova linhagem promissora, e ele que nasceu sem o físico especial conseguiu crescer com seu dom nas artes marciais e carisma.

— Você está muito animado mano. Meu território tem muitos lugares legais, vamos sair depois?

O menino de cabelos ruivos e aparência agradável o trata como um irmão, ainda que eles sejam rivais. Mesmo ele sendo o mais velho da sua casa, ele considera o garoto encapuzado um líder.

Interessado com suas palavras, o garoto encapuzado, pensa um pouco e fala:

— Você não sabe porque vai fazer isso ano que vem! Mas pode ser legal sair.

Entretanto, eles não estavam sozinhos, uma menina que os acompanhava os interrompe.

— E-ele vai sair comigo. E-eu sou a noiva.

Apesar de ter um rosto espirituoso, a menina de cabelos roxos morde a língua envergonhada com suas próprias palavras.

Com as palavras da menina, o garoto encapuzado fala com um um tom estranhamente rápido.

— Ei Sheila! Como funciona mesmo o cristal?

— Isso?... Ele aparece o nome e uma imagem… Se tiver uma imagem realista ele é um atributo original, se for um desenho é universal se o cristal apenas brilhar é um conceitual…

Ao receber a pergunta, a menina começa a pensar e dar uma resposta coerente enquanto o menino ruivo tem um olhar perdido. Sentindo a estranheza na mudança de assunto, ela para a explicação e encara profundamente seu noivo que está desviando o olhar.

Sheila fala com um tom forte, que não combina com suas palavras confusas iniciais.

— A gente vai comprar as ervas para ele.

— O mano tá doente?...

— …… Não precisa se preocupar, ele só está com dificuldade de dormir.

Preocupado com o garoto encapuzado, ele pergunta com uma expressão difícil na qual a menina responde com um rosto difícil.

É recente, mas o garoto começou a ter falta de sono e suas olheiras aumentam a cada dia. Sacerdotes e magos não conseguem resolver o problema.

A única solução encontrada foi a herbologia, que é uma das áreas mais complexas da atualidade. As reações mágicas de cada erva, com cada tipo de matriz de mana e quantidade vão reagir juntas.

Ela começou a estudar a pouco tempo, porém ela é um gênio intelectual. No entanto, ela fica preocupada olhando para o garoto alegre que aparenta não se cansar.

Pessoas são frágeis, se ele correr sem parar, um dia ele vai cair.

— Não se preocupem, quando eu ficar realmente cansado, eu vou dormir bem.

Batendo no peito para demonstrar seu vigor ele sorriu deslumbrantemente.

Ver o garoto encapuzado com um sorriso brilhante iluminado pela luz da manhã parece acalmar o coração daqueles que o vêem.

— Enrolamos demais. Quero ir logo fazer a avaliação.

— Pode deixar que eu conheço tudo.

— Acho bom.

O garoto encapuzado ansioso pela avaliação de atributos muda de assunto rapidamente, na qual o menino ruivo responde com um sorriso e tomando a frente no grupo para liderar sem se importar com o sarcasmo da menina.

Enquanto guiava o caminho, ele pergunta uma dúvida que passa na sua mente.

— Mas mano, não tem os Cristais de Urd por onde você mora?

— Todos por lá explodiram. Disseram que é um desastre natural, mas…

Com um sorriso assustador na boca ele diminui o volume da sua voz e fala com um ar de mistério.

— Eu acredito que seja um monstro do Telos Panton…

Telos Panton, o fim de tudo.

Ele não se espalhou para a população em geral, apenas aqueles com poder e de confiança sabem. Por não quererem espalhar o caos a informação foi ocultada, entretanto todos… a maioria está se esforçando para ajudar a aumentar as chances.

Ninguém sabe o que está por vim, mas mesmo assim alguns dizem que são demônios e monstros que superam tudo que se conhecem que aparecerão e destruirão o mundo.

— …… Mano! Eu não sou mais uma criança que acredita nessas coisas!

Embora ele tenha dito com confiança que ele não tem medo dessas histórias, a sua velocidade diminui e suas palavras demoram para sair.

Sheila que via isso fala com um tom envergonhado.

— Não fica assustando esse idiota. Nas suas últimas brincadeiras, eu que fui me desculpar por tudo.

— Hehehe!

Em meio a conversa, eles chegam a um espaço aberto que é cercada por poucos soldados com uma grande bola de cristal translúcida. Vendo isso o garoto encapuzado solta palavras com um tom impressionado e duvidoso.

— Uau!… Ninguém vai roubar não?

— Mano, você acha que alguém tentaria fazer isso?!

— Você não parece conhecer bem onde eu moro… Fala pra ele Sheila.

— …… A taxa de criminalidade de onde você mora que é esquisita.

— Bem, não importa, meu trabalho é resolver isso! Vou indo!

Correndo apressadamente ele se aproxima da bola de cristal que é maior que ele próprio sem se importar com mais nada.

Um dos soldados se aproxima para dar assistência para a criança. Ele fala com o seu tom mais educado ao perceber que ele é de uma boa origem pelas a qualidade das roupas e pelos seus acompanhantes.

— Jovem mestre, você gostaria que eu explicasse.

Sem prestar atenção, o garoto encapuzado toca apressadamente no cristal que palavras aparecem no cristal e ele brilha forte por completo.

“Irrealidade.”

— Argh!

A brilho cega o garoto que toca a bola de cristal, fazendo ele fechar os olhos para tentar escapar da luz.

“Hum? Onde estão todos.”

O garoto olha inquieto para o lugar que ele se encontra.

Ele devia está usando o Cristal de Urd para descobrir seu atributo inato e em seguida ele apareceu em um lugar bizarro.

Um espaço escuro que se contorce como se fossem entranhas, dão náuseas para o seu espectador e duas luas no céu como se fossem olhos de uma criatura apocalíptica.

Além disso… A atmosfera deste lugar… Se ele tivesse que dizer o que ele sente seria… Malícia.

— Hahahahahahahahahahahahahahahahahahaha!

Uma risada insana tira o garoto do estupor. Sua percepção começou a crescer de maneira anômala, portanto essa voz é a coisa mais bizarra que ele poderia imaginar até em seus pesadelos.

É uma voz alegre, que contraria tudo aqui.

Contudo, ela possui algo estranho, uma alegria sem fim, ao ponto de romper fronteiras que não deveriam ser ultrapassadas, como se ele estivesse em um paradoxo.

— Hahahahaha! Foi você?!

Palavras são ditas, mas o menino sente que não deve olhar para ele. Desviando o rosto e fechando os olhos, ele termina tampando os ouvidos.

Porém, foi em vão.

Mesmo que ele fizesse isso, ele ainda conseguia ouvir e ver, como se seu corpo negasse a possibilidade de não perceber o que acontece ao seu redor.

Nos primeiros dias que isso começou a acontecer ele achou divertido, entretanto após alguns dias ele se sentiu cansado e finalmente ele tentou acostumar.

Dormir como antes se tornou uma tarefa impossível, ele fica preso em um estado semiconsciente enquanto dorme, e qualquer coisa que acontece pode tirar ele do sono.

Em desespero com a aproximação, ele tenta virar as costas e fugir, no entanto ele foi tirado do chão e levantado pela cabeça por uma mão. O seu pescoço que é usado para sustentar o seu corpo começa a doer, mas seus instintos dizem que reagir apenas piorará.

Um corpo bem construído de cor vermelha, e cabelos longos que cobrem seu rosto. Ele segura uma espada curva negra que parece respirar.

A expressão do garoto fica rígida com a sequência de movimentos deste homem.

Ele não sentiu nada incomum.

Por seu conhecimento, mesmo que usem mana para fortalecer o corpo, alguma quantidade de poder mágico vazará e isso pode ser sentido.

Enquanto seus olhos estão fechados, uma voz brincalhona pode ser ouvida.

— Parece que achei um cadáver incrível! Frey Van Ashe, vamos fazer um pacto.

Frey que escuta quer recusar, mas seus instintos o alertam para não negar suas palavras. Talvez seja ele sentindo perigo ou apenas medo.

— Mas que falta de educação não responder enquanto sou gentil!

Antes que ele percebesse o seu braço esquerdo começa a voar. A dor advinda deste golpe faz Frey gritar de dor e seus olhos lacrimejarem.

— AAAAARG.

— Bom, bom! Se você não tivesse um orgulho tão grande, não seria tão divertido esmagar ele.

No entanto o demônio que via isso começa a rir com gosto e solta Frey no chão. Aquele que e

Ele que voltou para o chão, cai de joelhos em uma respiração ofegante. Seu capuz cai e seus cabelos vermelho profundo e seus olhos cinzas com olheiras grossas se mostra desestabilizado.

Mesmo diante de uma criança de aparência miserável, o demônio rir com gosto e começa a falar:

— O pacto vai ser o seguinte, vou te dizer algo relevante para a sua vida, em troca eu ganho autoridade sobre seu corpo.

Frey que tem alguma noção, olha pasmo para ele. Conseguir uma informação relevante e virar algo próximo a de um escravo. E o pior que mesmo que ele tente se opor, ele não ver um modo de sair daqui.

Talvez a melhor chance é o tempo, mas quem sabe quanto tempo ele deveria ficar neste lugar junto com o…

— Demônio da insanidade.

“……? Ele ler meus pensamentos?”

— Claro, e saiba que você não vai sair daqui até aceitar.

Se ele pudesse ver o seu rosto, ele jura que veria um sorriso distorcido. O demônio da insanidade que ver os seus medos fala rindo.

— Mesmo que eu tenha que fazer a força.

***

Meus olhos se abrem no breu da noite.

“A vida deu uma grande volta.”

Falando comigo mesmo repito calmamente as palavras do demônio da insanidade.

— Seus dias estão contados. Mas se você virar um guerreiro mágico e subir de Rank você vai viver mais. Se esforçe muito para me entreter.

Consegui um grau de liberdade desenvolvendo meu espírito, mas se eu não seguir suas ordens, eu vou perder os movimentos daquilo que ele escolher. Ainda que eu tenha ganhado autonomia, ele não parece se importar.

Desta vez foi as pernas, mas ele pode simplesmente me matar na hora que ele quiser. Mas ele não quer destruir seu brinquedo tão rapidamente.

Se eu lutar com mais força, eu sou um brinquedo mais interessante.

Porque me importaria com vidas, se a minha é assim.

Salvar ou destruir, nada disso importa, mas estou pelo menos lembrando do meu passado, agindo com o mínimo de integridade.

E o mais engraçado é que aprendi que se eu ficar acorrentado em sentimentos, ele vai se divertir ainda mais. Se eu fraquejar a sua risada é ouvida na minha cabeça.

A minha vida é chata, nada melhor que caçar algo prazeroso para mim.

Não posso parar de ter uma espírito forte, nem que precise me tornar um monstro.

Esticando meus braços vou em direção a janela. Preciso liberar o estresse.

Meu reflexo tem um sorriso levemente torcido, que eu ignoro. Abro a janela e pulo por ela. Ninguém escapa dos meus sentidos dentro dessa muralha.

— Quem vou escolher hoje?

Inclinando a cabeça em dúvida enquanto estou no ar, escolho meu alvo e vou em sua direção.

"Bem, preciso crescer como um professor."

Independente do que faço, ainda tenho que ensinar as crianças no quarto.

Os meus conhecidos que estão em Plíris, eu não me sinto disposto a procurá-los, talvez seja culpa pelo o que me tornei?

"Bem, foda-se esses problemas chatos."

 

***

A: A história vai permanecer a mesma, eu apenas pensei em organizar mais o decorrer da trama.



Comentários