As Castas de Kodekalain Brasileira

Autor(a): Andre Ludwing


Volume 1

Capítulo 2: Uma demônio azul

A demoniana, ou mulher-demônio, era extraordinariamente atraente. Mas Eroan era do tipo que acreditava em direitos iguais para aqueles que invadiam sua praia.

Ele não sabia os detalhes de como uma demoniana da casta safira havia ido parar em sua cabana. Estava curioso, tinha que admitir. Mas como não havia tido os culhões de fazer do velho Loke um exemplo, faria dela um exemplo.

Invasão domiciliar, não serei enquadrado por esquartejar um invasor.

Na cabana, haviam apenas duas portas — a de entrada e a dos fundos, que ficava no seu quarto, na parede oposta a da sua cama.

Depois que a confusão em seus olhos passou, a mulher se atirou na direção das portas do fundo. Porém, teve problema abrindo ela— já que se abria para dentro. Isso deu tempo mais que o suficiente para que Eroan agarrasse seu braço. 

Ela gemeu de dor, ele não conseguia controlar sua força facilmente quando estava puto.

A jogou na cama sem piedade. A mulher-demônio, de pele azulada, vestia apenas um trapo como forma de vestido. A roupa precária fazia um péssimo trabalho cobrindo suas pernas, especialmente suas coxas, além de realçar suas curvas femininas.

O rosto dela era de terror. Pois ela não conseguia dizer quais seriam as intenções daquele homem bruto e visivelmente antissocial. Outrora, porém, a forma de seu rosto indicaria traços de uma mulher séria, madura e aguçada. Se ela era ou não tudo isso, não se podia dizer nessa situação apavorante.

— Por favor, não me machuque…

— Você realmente escolheu a pior casa da Capital para invadir.

Ela se espremeu no canto da cama, abraçando as pernas, toda extensão de seu corpo tremia. 

Eroan calmamente apanhou a adaga do chão.

— Deixa eu adivinhar, uma escrava fugitiva… 

— Não… — ela disse, seus olhos de íris amarela sobre um fundo de negror eram para ser ameaçadores. Ironicamente, no cenário atual, o humano era quem parecia que ia causar pesadelos ao demônio. — Eu não sou uma escrava… é um mal entendido…

— Uma demoniana da casta safira escravizada… talvez seja mesmo um mal entendido — Ele sorriu. — Mas eu não tô nem aí.

— Por favor… — ela começou a chorar, recuada no canto da parede como uma menina indefesa.

Ele se aproximava lentamente, a adrenalina da caçada mais cedo ainda pulsando em suas veias.

— Por favor, me desculpa, eu não tinha intenção de roubar nada… — e soluçava e soluçava — eu só queria me esconder.

Ignorando seus murmúrios, ele tomava seu tempo em observá-la. 

— Há uma recompensa por você? — Perguntou.

Os olhos dela fixaram nos de Eroan por um momento, então ela assentiu desesperadamente com a cabeça. Uma saída, se ele acreditasse… talvez ainda tivesse chance de sair viva. Porém, sua rápida hesitação ao responder fez Eroan franzir as sobrancelhas. Ele viu através de sua mentira desolada. Sorriu.

— É seu fim.

Eroan chegou a beirada da cama.

Então alguém bateu na porta.

Silêncio.

A chuva estalando no telhado.

Será que aquele venho esqueceu alguma coisa?

— Eroan! Abra a porta em nome da lei!

A expressão de pavor dela maximizou ainda mais.

— Conhecido seu? — Olhou para a demoniana de soslaio com um sorriso de canto de boca.

Ela começou a socar a própria cabeça como uma menina birrenta.

— Droga, droga, que situação… eu odeia estar viva.

Indiferente, Eroan apenas disse:

— Se aqueles lá fora realmente for um agente da lei… — Ele suspirou, decepcionado. — Merda, você está com sorte. Continuará vivendo.

— Me mata! — Ela demandou, os olhos arregalados. — Pode me matar a essa altura!

Ele a tirou da cama pelo chifre.

— Ah… aí!!

A segurava numa altura baixa e desconfortável. Ela se debatia em vã conforme Eroan se aproximava da porta

— Não, eu não quero voltar para aquele velho…

— Seu dono?

— Abra a porta, Eroan. — disse outra voz lá fora, mais calma. — A chuva ta foda aqui, e não é nossa intenção te perturbar… ainda mais. Eu prometo.

— Ninguém é meu dono! — Disse ela, ríspida.

— Ha ha ha! Quanto empoderamento. Sabe… Eu imagino a recompensa que eu conseguiria extorquir por você. Isso claro, vai depender do quão rico é seu dono… Quem é seu dono?

— Aquele nobre nojento não é meu dono!

Eroan parou e elevou o rosto dela ao nível de seus olhos. Ela vestia uma careta de dor, lágrimas ainda escorrendo por suas bochechas. Suas mãos delicadas tentavam futilmente fazer a mão de Eroan soltar seu chifre.

— Qual nobre? 

Ela ficou em silêncio.

Eroan sacolejou a cabeça dela.

— Fala!

Mas ela nada disse.

Batidas na porta.

— Eroan! — A voz mais calma falou. — Somos da Irmandade do Fogo. Seus velhos amigos!

Eroan sentiu um profundo calafrio, mirou a demoniana com vagar.

— Não vai me dizer que você pertence a Helmut Buttfed.

— Eu não pertenço a ning… 

Eroan levantou a adaga e colocou em seu pescoço. Ela se conteve. Seu pescoço parecia tão… frágil. Do ponto em que sua lâmina encostou, escorreu um filete de sangue. Ela rangeu os dentes.

— Eu quero… conversar com você. 

Ela abriu os olhos, um pouco desconfiada.

— Não vai mais me entregar?

— Talvez a mate, depois de conseguir o que eu quero. Mas se preferir ir servir de brinquedo para o Buttfed…

Ela negou com a cabeça.

— Você viu o armário ao lado da porta dos fundos, certo?

Ela assentiu.

— Se esconda lá.

Ele a largou.

Ela dobrou a porta do quarto, desaparecendo da sua vista; sua cauda, agitando como chicote, sendo a última a desaparecer. 

Eroan suspirou e caminhou até a porta.

Um trovão rugiu quando ele a abriu.

O chiado da chuva aumentou intensamente.

Do lado de fora, dois soldados jovens ensopados vestiam armadura de couro leve. Um deles loiro e mal encarado, o outro com cabelos castanho e um sorriso meio assustado. Em seu colete azul escuro havia o brasão da Irmandade do Fogo: uma mão erguendo uma espada na vertical, chamas vermelhas queimavam atrás, o fundo era de cor laranjada. Acima do brasão havia a patente dos soldados. Ambos tinham a marca de uma caveira, que indicava um recruta recém-ingresso.
O loirinho, tinha a cara fechada, mas no fundo de seus olhos azuis dava para se ver um ar de admiração que sua arrogância fazia de tudo para não deixar transparecer.

O medroso falou, com um sorriso ansioso:

— É mesmo você, Eroan… Você realmente mora aqui.



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