Volume 4

Capítulo 110: Conversando sobre os eventos de um único Dia (Parte 3)

Anoitecer.

O céu vermelho estava se espalhando, sombras de pessoas cresciam finas enquanto se esticavam, a sombra de uma pessoa estava parada na frente de um enorme monumento de pedra feito das rochas da cordilheira ao noroeste do Palácio Real.

— Eu sinto muito…

Sim, a sombra da pessoa murmurando era Aiko.

O monumento gigantesco na frente dela era uma homenagem para os fiéis que morreram na batalha (uma torre que simbolizava o louvor pelas almas que foram perdidas em nome da lealdade ao Reino). Era um monumento para as pessoas mortas em ação e as vítimas que cumpriram seus deveres de lealdade pelo Reino, seus nomes estavam gravados ali sem nenhuma exceção. Mesmo agora, havia muitas oferendas de flores e lembranças deixadas pelas pessoas na frente do monumento para aqueles que morreram.

Neste momento, apesar de não ser confirmado quantos nomes foram gravados na pedra, o nome de Meld também seria adicionado ali.

Aiko gentilmente colocou armas entre as lembranças deixadas para trás. Eram a espada ocidental e lança danificadas. Eram os Artefatos dos estudantes de Aiko que morreram... Daisuke Hiyama e Reiichi Kondo.

Aiko expressou sua confissão enquanto estava sozinha, “Com o que eu deveria estar em conflito? Que eu não fui capaz de levar Hiyama e os outros para o Japão, ou porque um de meus estudantes causou a morte de muitas pessoas, ou tudo, incluindo o que eu fiz…”

Enquanto Aiko olhava para baixo com uma atmosfera deprimida, ela permaneceu de pé como se estivesse resistindo a algo, Za zaa, passos ressoaram. O som ecoando com violência parecia querer informar aos outros de sua própria existência enquanto se aproximava. Normalmente, ele não faria tamanho barulho.

Aiko estava assustada e ergueu seu rosto na direção do som.

— Nagumo-kun…

— Que coincidência Sensei.

Quem estava fazendo aquele barulho mais cedo era Hajime. Seus olhos estavam iluminados pelo brilho do Sol poente laranja e encaravam Aiko. Ele tinha flores nas mãos. Era simples entender que ele estava ali para oferecer as flores como tributos. A professora mostrou uma expressão um pouco espantada com as ações do rapaz.

Hajime notou a expressão de Aiko e imaginou que ela devia estar se perguntando o que ele estava planejando fazer, com um sorriso sem graça, o garoto colocou as flores no suporte para homenagens.

— Até eu sinto um pouco do luto pelos mortos Sensei.

— Eh? Ah, não, quer dizer, eu particularmente não…

De repente, Hajime falou com Aiko com uma voz inesperadamente infeliz, o que fez a professora ficar abalada e tentar disfarçar ao balançar suas mãos para frente e para trás com pressa. Assim, o Sinergista encolheu seus ombros como se isso fosse uma piada e ficou de pé em silêncio ao lado da mulher.

Enquanto Aiko encarava com frequência Hajime, parecia que o garoto estava olhando para o alto, para o enorme monumento de pedra e não se importava com a professora, ele também não parecia dar qualquer sinal de que queria falar. Por algum motivo, silêncio caiu na área e Aiko decidiu começar uma conversa com relutância.

— Hmmm, essas flores são... isso é... para Hiyama-kun e os outros?

— Sem chances de isso acontecer. Elas são para Meld.

Hajime ergueu uma sobrancelha e respondeu com franqueza o palpite errado.

— Para Meld-san…

— Ahh, apesar de não termos muito contato, eu não odeio pessoas com a natureza dele. Ao contrário de sua posição, ele se preocupava muito, falhava bastante e sempre estava tentando o melhor para se aprimorar... embora eu só esteja oferecendo flores, é mais como se eu estivesse dizendo “que lamentável” para essas pessoas.

— Nagumo-kun… você tem razão, huh…

Com as palavras de Hajime, a expressão de Aiko se tornou gentil. Mesmo que Hajime matasse impiedosamente seus inimigos, ele ainda tinha sentimentos adequados para lamentar a morte de uma pessoa, assim, a mulher ficou feliz ao saber disso. Suas bochechas naturalmente relaxaram ao ver que ele reservou um tempo para aparecer e levar uma oferenda.

Na verdade, Yue e as garotas estavam tomando banho, ele fugiu quando as mulheres o encararam como animais carnívoros que queriam agarra-lo e levá-lo para o banheiro com elas, como ainda havia tempo, ele ficou livre, quando, por acaso, o garoto encarou as flores à mostra em um vaso, ele pensou, “Que tal aproveitar esse tempo oferecendo flores?”, e ele puxou algumas flores do vaso, porém... apesar de seus sentimentos de arrependimento por Meld serem reais, ele não poderia dizer a verdade.

Hajime estava se aproveitando das circunstâncias do ambiente e franziu o cenho com Aiko, que estava ficando com uma cara estranha.

— Você não vai me culpar…

— Eh?

Com as repentinas palavras de Hajime, Aiko inclinou seu pescoço.

— Essa história com Hiyama. As circunstâncias foram diferentes do caso de Shimizu. Parece que ele foi devorado por um monstro no fim, porém, eu fui o responsável pela morte dele. Eu matei outro dos amados estudantes da Sensei. Kondo também, apesar de ele já estar morto, aquele que destruiu o que restava de seu corpo fui eu. Eu pensei que a Sensei iria me bater uma ou duas vezes com raiva.

— …

O sorriso de Aiko se apagou e ela olhou para baixo mais uma vez. Hajime estava em silêncio. Ele não estava a pressionando por uma resposta. Quanto tempo se passou em silêncio? Em pouco tempo, Aiko começou a expressar seus sentimentos em palavras.

— ... para ser sincera, eu não posso te dar uma resposta clara. Eu não acredito que poderíamos perdoar o fato que Hiyama-kun matou Shirasaki-san, mas, se possível, eu preferiria que ele vivesse para pagar por seus pecados. Foi chocante saber que Kondo-kun se tornou aquilo. No entanto, eu posso entender o porquê de Nagumo-kun estar enfurecido e mostrar sua força. Uma pessoa importante foi morta diante de seus olhos... com isso, embora seja contrário ao que eu considero ideal, você não poderia fazer nada além de extravasar sua raiva neles. Além disso, eu não tenho as qualificações para julgar Nagumo-kun.

Aiko cruzou seus braços e os esfregou. Era como se seu corpo estivesse ficando frio e ela estivesse tentando mantê-lo quente.

— Você está falando sobre o que fez com o templo central?

— …

Um silêncio de confirmação. Temporariamente, apesar do equilíbrio da mente de Aiko se quebrar, Hajime e Tio a fizeram voltar ao normal com a Magia de Regeneração, no entanto, parecia que a mente da professora estava se desgastando com o senso de culpa e seu senso ético. Se você olhasse atentamente sob os olhos da mulher, notaria que ela tinha círculos escuros que foram cobertos com maquiagem, era evidente que a professora não foi capaz de dormir nos últimos dias. Era possível que ela estivesse sofrendo com pesadelos.

Silêncio surgiu mais uma vez. Hajime não disse nada e ficou parado. Ela foi incapaz de aguentar esse clima? Aiko perguntou a Hajime enquanto lhe faltava ímpeto.

— … não é... doloroso para você, Nagumo-kun?

— Matar pessoas? Eu não penso nisso como algo doloroso... eu acho que essa parte dentro de mim provavelmente se quebrou quando eu caí no abismo. É por esse motivo que eu não posso simpatizar com você.

— …

Com as palavras de Hajime, o rosto de Aiko se distorceu em amargura. Algo importante no garoto se quebrou e, em um único golpe, o estado mental da professora se intensificou ainda mais.

— … ninguém... me culpa.

— Eh?

Aiko soltou sua voz, como se ela não pudesse mais aguentar.

— Ninguém me culpa. Os olhos das crianças de nossa sala não me olham de forma diferente, quanto aos cidadãos do Reino, eles me olham com louvor.

Isso era um fato. Todos os colegas de classe tinham uma forte impressão de Hajime, que era horripilante demais em suas batalhas, eles não pensavam muito sobre a assistência de Aiko no homicídio em massa, ao invés disso, eles tinham a impressão que a professora lutou por si mesma e assumiu a parte mais pesada do combate pelo bem deles; os aristocratas do Reino e os oficiais governamentais estavam agradecidos pelo problema da lavagem cerebral estar resolvido.

— Apesar de falar de tudo isso para David-san e os outros Cavaleiros, mesmo eles pedindo um pouco de tempo para pensar e partirem ao invés de me culparem imediatamente. Mesmo eu os roubando de suas coisas importantes.

Sangue escorria do lábio que ela mordia. Aiko devia queria ser culpada por isso. O ato de matar uma pessoa... é pesado. Contanto que a pessoa não fosse maníaca ou podre, normalmente, sua mente ficaria ferida com as lâminas chamadas culpa e moral. Assim, para essas pessoas, assumir a culpa e aceitar a punição era, de certa forma, um tipo de salvação.

A própria Aiko inconscientemente buscava isso. Contudo, isso não foi dado a ela.

Embora Hajime concordasse que ela desempenhou um papel na derrocada da Igreja, ele acreditava que mesmo sem Aiko, Tio conseguiria encontrar uma forma para exterminá-los, o garoto pensou que suportar o fardo sozinha seria demais, assim, como se ele estivesse preocupado, o rapaz coçou suas bochechas enquanto abriu sua boca.

— Mesmo que você diga isso Sensei. A causa direta foi o Sopro de Tio, a Sensei apenas ajudou um pouco. Eu não acho que você deva assumir a culpa como se tudo fosse sua responsabilidade…

— Esse tipo de coisa não importa! Eu com certeza... entendia a possibilidade de eles serem mortos, mas eu ainda ajudei Tio-san. Isso não é diferente de matá-los diretamente!

De forma inesperada, Aiko fez uma forte objeção. A própria professora se sentia envergonhada por ter erguido a voz enquanto tremia se sentindo culpada. Olhando para Aiko de relance, após um momento de silêncio, Hajime perguntou com calma.

— … você se arrepende disso?

— … não, naquele momento, eu estava determinada com Tio-san... como eu não podia ignorar o que a Igreja estava fazendo... para ajudar você... se eu não fizesse nada, então os estudantes com certeza teriam experiências terríveis... foi por isso que…

Enquanto Aiko estava se contendo com uma voz aflita, ela respondeu que “Não tinha arrependimentos”.

Naquele momento, quando ela olhou para Ishtar e seus homens que encurralaram Hajime, não apenas pelo Sinergista, mas também pelo bem de seus alunos, para que eles não tivessem que lutar, a determinação da professora de sujar suas mãos era real. Mesmo agora isso ainda estava inabalável. Contudo, ela estava sofrendo enquanto carregava as pessoas que matou em suas costas, isso não era algo que a razão poderia resolver.

Hajime suspirou de forma que Aiko não notasse enquanto encarava o lado da professora, que parecia estar sofrendo. “Por que uma professora como Aiko revela sentimentos tão pesados para um estudante como eu. Mesmo eu vindo até aqui para passar um pouco de tempo…”, ele se lamentou em sua mente.

E, de repente, ele se lembrou dos sentimentos de Aiko que Yue e Shizuku apontaram mais cedo e se preocupou que esse fosse o motivo. Parecia que Hajime estava deixando a categoria de estudante a pleno vapor.

Os olhos do garoto estavam vagando pelo local. Ele estava buscando algo para falar.

— Sobre a Sensei, você continuará sendo uma Sensei daqui para frente?

— Eh?

Com a abrupta pergunta de Hajime, a expressão de Aiko ficou vazia sem querer. E ela se lembrou que o mesmo lhe foi perguntado antes. Naquela oportunidade, ela responderia com confiança, — Naturalmente!

— …

Agora ela foi incapaz de responder na mesma hora. Isso aconteceu porque ela se perguntou se deveria se declarar como professora após matar tantas pessoas. Aiko estava apertando seus dentes com força e sua expressão se distorceu. Ele entendia que a mulher estava com um extremo conflito rodopiando dentro de sua mente.

Como ele esperava, em nome de Aiko, que não poderia responder, Hajime começou a falar.

— Se a Sensei falar que ela continuará sendo nossa Sensei daqui para frente... você escutará meu egoísmo como um estudante?.

— Egoísmo… como assim?

Aiko, que estava com uma compleição ruim e parecia a ponto de desabar a qualquer momento, mostrou uma expressão perplexa com as palavras que saíram da boca de Hajime.

— Isso, meu egoísmo.

Hajime removeu seu olhar do monumento enquanto assentia com a cabeça e encarava Aiko. Assim que ela foi encarava pelo garoto, em algum lugar dentro dela, calor começou a surgir e como se fosse atraída por isso, Aiko também devolveu o olhar.

Depois que Hajime confirmou que ele estava sendo refletido nos olhos da professora, ele disse suas palavras lentamente. Assim como Hajime disse antes, essas foram palavras egoístas.

Sensei… eu quero que a Sensei sinta a culpa por isso. Eu quero que você arque com esse peso. Justamente lutando, arcando com isso, sofrendo e se lamentando. Ser humano é um pouco deslumbrante. Afinal, eu já não sou capaz de sentir nada... você será um bom exemplo para que eu não esqueça minha “humanidade”. Por isso, continue suportando isso a partir de agora. Eu vou observar a Sensei sendo um ser humano. Se eu fizer isso, após voltarmos ao Japão, eu vou ser capaz de viver com mais humanidade.

— Nagumo-kun…

Os olhos de Aiko se arregalaram com as palavras de seu aluno. Ela nunca teria pensado nem em seus sonhos que ele não a culparia nem tentaria a animar, e sim a diria para continuar sofrendo de agora em diante. Porém, esse egoísmo, em certo sentido, fez a professora de lembrar do choque que surgiu com o assassinato como se isso formasse nuvens nefastas dentro do coração de Aiko.

Os resultados de sua determinação e ações foram sérios. Além disso, isso também era doloroso. Ela queria fugir e quase se quebrou. Sua personalidade natural aumentava essa dor porque a professora era determinada e decidida.

No entanto, quando ela olhou para si mesma, havia pessoas dispostas a ajudá-la. As coisas importantes que foram perdidas, havia uma pessoa que não podia sentir, apenas lembrar delas.

Aiko pensou.

“... ahh, que egoísmo. Que egoísmo impiedosamente gentil”.

Uma lágrima transparente percorreu as bochechas de Aiko. Tudo o que ela suportou até agora com o objetivo de não chorar ruiu com facilidade.

Enquanto a professora derramava lágrimas, Hajime desviou seu olhar e virou suas costas como se estivesse com problemas para transmitir suas últimas palavras.

— Maa, momentos em que tudo é tão doloroso que parece que você vai se partir, com certeza... como não há ninguém aqui... como realmenteeee não há ninguém aqui, não será constrangedor... eu te emprestar minhas costas.

— … de verdade... pessoas como você são…

“Eu vou fingir que não percebi que Aiko estava chorando”, era o que Hajime parecia dizer enquanto mostrava suas costas, a professora se aproximou sorrindo e chorando e enterrou seu rosto nas costas do garoto.

— Então, eu vou usá-las só um pouco. Nagumo-kun.

— Tudo bem Sensei.

As bochechas de Aiko relaxaram por causa da resposta casual de Hajime e ela confiou seu corpo a ele. Enquanto derramava lágrimas como se todas elas estivessem guardadas dentro de si, a mulher mais uma vez jurou. Em outras palavras, ela continuaria a ser uma professora. E continuaria a arcar com seus pecados. Se um estudante egoísta estivesse a observando... ela sentia que seria capaz de dar o seu melhor.

A sombra de duas pessoas se expandiu na direção do Leste. Assim que a noite caiu, o som de soluços ressoou por um tempo.

Depois disso, Hajime voltou para o Palácio Real junto de Aiko depois que ela terminou de chorar, porém, enquanto corava aleatoriamente e olhava para baixo com vergonha, a professora estava caminhando ao lado do aluno, para ser sincero, isto poderia ser o motivo... não é preciso dizer que o rapaz estava suando frio.

E, com toda certeza, Yue e as outras notaram e é fácil imaginar o que aconteceu quando ele foi levado para o quatro delas. Sobre este caso, Shia e as garotas se juntaram, em especial o olhar silencioso e sem expressão de Yue foi o mais penoso.

Deve se notar que eles coincidentemente se encontraram com David e os outros Cavaleiros Templários enquanto voltavam para o Palácio Real, porém... parecia que, no fim, o amor deles por Aiko venceu.

Em primeiro lugar, a razão para eles acompanharem Aiko como Guardas foi devido a vários sensos de valores, mas, depois de serem forçados a se afastarem da mulher quando voltaram para o Reino e foram forçados a descerem a montanha sem conseguirem confirmar a segurança dela, o que eles fizeram foi começar a duvidar das pessoas da Igreja. Apesar de eles ficarem consideravelmente chocados quando a verdade da Igreja e de Deus ser revelada, como imaginado, eles ainda não podiam chegar a uma conclusão em que poderiam odiar Aiko.

Embora eles tivessem um sentimento de completo desespero ao redor deles...a partir de agora, enquanto acreditavam na Deusa da Fertilidade, eles decidiram reviver e servir para proteger o Reino como Cavaleiros. Pensando sobre isso de novo, parecia que eles carregavam um estranho sentimento sublime de amor pela professora, mas... com certeza, eles também tinham muitas coisas para pensar.


— Já chega disso, céus! Ok!

— Hajime-kun… por favor, seja um pouco mais cauteloso.

— Fufufu, como esperado do Mestre, para dar o golpe final após nos distrairmos só por um momento…

Na sala de jantar do Palácio Real, enquanto jantavam, as vozes de Shia e as outras garotas ressoaram como se acusassem alguém. Hajime, que estava sendo acusado, estava apenas aproveitando a refeição diante dele como se isso fosse o problema de outra pessoa.

Apesar de Yue, sentada ao lado dele não dizer nada, os olhos da garota o observavam como se ela estivesse vendo uma pessoa problemática. Quando elas escutaram sobres as circunstâncias, “Bom, acho que não havia o que fazer”, foi o que elas pensaram; claramente, os sentimentos de Aiko por Hajime eram complexos devido ao fato de ele ser estudante dela.

Além disso, após escutarem a postura de Hajime “negligenciando” o tratamento da professora, elas cultivaram sentimentos de simpatia por Aiko.

— … Hajime. Parece que Aiko será capaz de suportar isso?

Como elas ouviram o conteúdo da conversa de Hajime, Yue estava um pouco preocupada e perguntou. Para negar isso, o garoto parou de comer e pareceu pensar por um tempo.

— Nn, isso não está bom? No pior caso possível, se isso parecer perigoso de mais, eu criarei um Artefato para estabilizar a mente dela usando Magia Espiritual. Bem, mesmo se não nos preocuparmos com isso, com o tempo, aquela pessoa vai ser capaz de digerir tudo.

— … entendo, isso é bom.

Assim que os olhos de Yue relaxaram, Hajime também sorriu.

— Como esperado de… Yue-san. Com apenas um passo, ela ficou dois a nossa frente.

— Esta é... a diferença entre ela e eu? Ku, eu não vou perder! Eu não vou perder!

— Umu, isso deve ser considerado algo natural... é uma técnica que tocou o coração do mestre como se fosse completamente normal... se esta tem que dizer algo, que habilidade divina. Permita que esta a elogie.

— … elogio aceito com má vontade.

Shia olhava a Vampira com uma expressão aterrorizada, Kaori a olhou humilhada, e Tio estava sentindo admiração. A expressão de Yue ficou amargurada depois do elogio inesperado. Hajime sorriu sem graça enquanto esfregava os cabelos da garota.

Entre Hajime e suas companheiras, enquanto o sentimento de se dar bem estava aumentando, um grupo inesperado apareceu na sala de jantar. Era Kouki e seu grupo assim como os outros colegas de classe. Parecia que todos, incluindo Aiko, estavam presentes.

Quando Hajime olhou para eles por um momento, ele franziu um pouco o cenho. Com antecedência, o garoto ouviu sobre os horários em que os outros iriam comer, ele pensou que seria capaz de comer confortavelmente com suas companheiras, porém... parecia que seu plano fracassou.

“Que seja, não há motivos para se incomodar com isso”, Hajime renovou seus pensamentos enquanto continuava a se concentrar em sua refeição. Yue e as garotas também não se incomodaram.

Porém, não parecia que seus colegas pensavam o mesmo, alguns deles acharam a situação bastante interessante, alguns se sentiram um pouco desconfortáveis, e outros não sabiam o que fazer e ficaram agitados. Apesar de eles frequentemente encararem a cena, eles se lembraram da declaração anterior de Hajime de que ele não os via como companheiros e muito menos se interessava por eles, assim, os alunos hesitavam em falar com o rapaz. A propósito, Aiko estava encarando o Sinergista por um motivo diferente.

— Ahhhh, Shizuku-chan! Aqui!

— Kaori. Posso sentar ao seu lado?

— É claro!

Kaori estava mostrando um sorriso amigável com o rosto frio de Nointo, Shizuku também relaxou sua expressão enquanto se sentava ao lado da amiga.

No início, ainda era difícil para os colegas aceitarem o fato de que Kaori mudou seu corpo, porém, a atmosfera da imagem e o sorriso dela os permitiu relaxarem. Mesmo que o corpo dela mudasse, o clima pacífico de Kaori permitiu que os corações de seus colegas se acalmasse. Ou melhor, quando comparado com o momento em que Hajime perdeu sua calma, isso foi só um pouco desgastante, havia muitos estudantes que estavam felizes com o retorno da aluna.

Quando Shizuku se sentou, Kouki sentou ao lado dela, e Aiko se sentou no lado oposto, enquanto Suzu se sentou ao lado da professora. Aiko estava bem ao lado de Yue. Os outros colegas prosseguiram ocupando os assentos restantes. Suzu olhou para Yue enquanto se sentava, — Me desculpe... por sentar ao lado da Oneesama! —, ela disse com uma expressão, por algum motivo, tensa. Yue disse, — … por que Oneesama? —, enquanto inclinava sua cabeça.

Quando Kouki e os outros tomaram seus assentos, as excelentes camareiras do Palácio Real começaram a se mover e prepararam a mesa. Era o mesmo menu de Hajime e seu grupo.

Então, nesse momento, sobre a cabeça de Yue, os olhares de Hajime e Aiko se encontraram. Ao mesmo tempo, as bochechas da professora coraram e ela desviou seus olhos com vergonha. Ainda assim, ela continuava olhando para Hajime com frequência, e sussurrou com bastante descrição.

— H-hmmm, Nagumo-kun… é que, aquela coisa de antes… aquilo, se possível…

Ter que conversar sobre Yue fez Aiko ficar um pouco desconfortável, muito provavelmente, como uma adulta e, como uma professora, era vergonhoso conversar com Hajime dessa maneira, então a mulher ficou em silêncio.

Hajime imaginou que Yue decidiu não se importar com isso, e ele a agradeceu enquanto olhava para Aiko.

De repente, o corpo dela tremeu e as orelhas da professora começaram a ficar vermelhas. Havia uma sensação de ser tarde demais agora que seus olhos se encontraram, Shizuku e as outras prestaram atenção na figura de Aiko enquanto a professora encarava seu aluno. Felizmente, esse era um ponto cego para os outros estudantes, dessa forma, eles não foram descobertos, porém, os estudantes que faziam parte do grupo da vanguarda estavam mais perto e viram isso, ficando com bastante suspeita.

— Sobre o que Sensei? Aconteceu alguma coisa?

— Fuee?

Naturalmente, Hajime decidiu fingir que não sabia de nada. Aiko encolheu com essa atitude, mas ela imaginou que ele estava querendo manter isso em segredo, e com um sorriso sem graça, — Não, não é nada. —, ela respondeu. Apesar de ela estar pensando que era covarde por fazer Hajime cuidar disso, a professora ficou feliz e sorriu pelo garoto ser atencioso.

Quando elas viram o estado de Aiko, cada vez mais o grupo feminino começou a virar seus olhos para Hajime. Apenas Yue estava o confortando ao acariciar seu ombro, — Ahnn. — Como esperado da verdadeira heroína. Ela era claramente diferente das heroínas mais recentes e violentas de hoje em dia.

Hajime estava absorto em pensamentos profundos, “Como esperado, Yue é a melhor mulher! Eu não sei quantas vezes eu já ‘me apaixonei por ela’”, Shia, que estava sentada no lado oposto dele, começou a puxar a manga de sua camisa.

— Hajime-san. Ahhhhn.

Parecia que ao invés de ficar irritada por suas rivais no amor terem aumentado, ela julgou que agora era o momento em que deveria mostrar seu encanto. Enquanto corava e olhava para cima, ela graciosamente apresentou um garfo. Nesse ponto, ela não se esqueceu de também aproximar suas orelhas de coelho de Hajime. Ela foi muito astuta.

Hajime não hesitou, já que eles estavam repetindo isso há algum tempo, e consumiu tudo em uma mordida. Enquanto o rapaz mastigava, as orelhas de coelho de Shia balançavam como se ela estivesse feliz, sua cauda de coelho também estava se agitando.

Quando tal espetáculo foi exibido, Kaori e Tio não poderiam se permitir ficarem para trás. Ambas entraram em pânico e empurraram seus garfos em suas comidas.

— Ha-Hajime-kun, eu também, ahhhhn!

— Mestre. Por favor, coma o prato desta sem demora. Ahhhhnja.

— … só desta vez.

Não importava quantos, — Ahhhhn —, fossem feitos, se o menu fosse o mesmo, ele logo ficaria enjoado. Por esse motivo, ele deu um aviso, as duas fizeram, — Ahhhhn —, enquanto respondiam Hajime. Com isso, o garoto consumiu a porção das duas com uma mordida em cada. Kaori e Tio tinham expressões suaves e calorosas.

— O que há com este clima... é muito desconfortável…

As bochechas de Shizuku se apertaram enquanto uma barreira rosa cercava Hajime. Kouki e Ryutaro, que estavam perto da Espadachim e Suzu, também se sentiram desconfortáveis. Apenas Aiko pensou por um momento se também deveria fazer isso, então ela se repreendeu por ter essa ideia enquanto todas as demais já tinham acabado.

As outras alunas tinham um ar estranho a seu redor enquanto o ar doce se dispersava, elas encararam Hajime e as garotas e começaram a gritar, — Kyyyya, kyyyya—, e causar uma confusão. Os olhos que observavam Hajime e pareciam conter um leve medo foram convertidos para uma história de amor quase na mesma hora. Desde aquele dia em que ele caiu no inferno, quem imaginaria que “ele” se tornaria o dono deste tipo de harém... os olhos das garotas brilhavam com curiosidade enquanto observavam Hajime.

Por outro lado, os garotos que tinham o mesmo medo das garotas, transformaram isso em admiração enquanto prestavam atenção.

Contudo, também havia olhares de ciúme e inveja que queimavam com força e apareciam aqui e ali. Afinal, Hajime estava cercado por lindas mulheres e não seria exagero chamá-las de beldades “inigualáveis”. Muitos olhos encararam Shia em especial. Como imaginado, mesmo que eles não tivessem passatempos mais nerds, uma garota com orelhas de coelho atingia com força o coração de um homem. Além disso a atual Shia tinha um sorriso adorável por estar ao lado de Hajime, ocasionalmente, suas orelhas de coelho se moviam e carregavam poderes extremamente destrutivos.

Porém, não importava o quanto eles fossem consumidos pelo ciúme e a inveja, eles conseguiriam descobrir o segredo para se viver feliz com beldades de um mundo diferente se eles o perguntassem? Mas eles não poderiam fazer isso. No passado, eles chamavam Hajime de “incompetente”, assim, os estudantes ficaram em silêncio, a força esmagadora do Sinergista e a atmosfera única que ele agora carregava eram o suficiente para fazer os outros perderam a coragem.

Hajime estava ignorando os olhares de seus colegas de classe, contudo, por algum motivo, Kaori, que olhava para ele com o canto de seus olhos, estava corando enquanto segurava seu garfo…

A Curandeira girou seus olhos pelo ambiente e parecia ter chegado a alguma conclusão, ela usou seu garfo para comer o resto de seu prato se sentindo culpada. E ela corou mais uma vez.

Era o instinto da puberdade! Hajime estava tentado a fazer uma objeção, entretanto, antes que pudesse fazer isso, uma declaração severa de Yue surgiu. Ao mesmo tempo que Kaori notou isso, a Vampira estava a observando e seus olhos se encontraram, assim, essas palavras surgiram.

— … pervertida.

— !!! Iss-isso está errado! O que você está dizendo!? Eu-eu só estou comendo como de costume!

— … é o que você diz, mas você está aproveitando o sabor de Hajime com muito cuidado.

— Nã-não estou! Al-além disso, se você vai dizer esse tipo de coisa, então Tio é a verdadeira pervertida aqui! Olhe, ela está até lambendo o garfo!

Slurp, slurp, slurp, nn?

Kaori refutou Yue com um rosto vermelho brilhante e apontou para Tio. Tio, que estava lambendo e provando um garfo comum, ficou com uma expressão vazia.

“Isso mesmo, há algum problema com isso?”, era o que sua expressão dizia, a mulher estava segurando o garfo em sua boca como se nada estivesse errado. Ela claramente estava apreciando algo diferente. Ela estava ocupada com outro tipo de pensamento. Ela era uma M muito pervertida, mas parecia que a mulher tinha evoluído para algo ainda pior.

— Tio, pare com isso imediatamente. Ou eu vou te fazer voar.

Hajime a avisou enquanto sua têmpora se contraía.

— Muu, eu acho que não há o que fazer. O Mestre ainda não beijou esta. Se esta não se satisfazer em momentos como esses, ela ficará frustrada.

O rosto de Hajime se contraiu ainda mais por ele acabar sendo criticado no fim. Assim, ao mesmo tempo, Tio de repente se lembrou de algo e seus olhos começaram a brilhar.

— É verdade! Mestre! Esta ainda não recebeu sua recompensa! Esta deseja a recompensa prometida!

— Ah? “Recompensa”?

Com as palavras de Tio, por um momento, Hajime pensou, “Do que você está falando?”, enquanto franzia o cenho, então o garoto se lembrou e estalou sua língua. As pessoas que não sabiam do que eles estavam falando inclinaram suas cabeças, como uma representante, Shia perguntou.

— O que vocês querem dizer... por recompensa?

— Umu, no templo central onde a Sensei-dono foi confiada a esta, esta recebeu a promessa de uma recompensa se mantivesse a professora segura até o fim. Nufufufu… Mestre. Você não está pensando em voltar atrás em sua promessa, está?

Ambas Shia e Kaori disseram, — Que astuta! —, e fizeram uma comoção, Tio exigiu que a promessa fosse mantida enquanto ria calorosamente. De uma forma ou de outra, a atenção de todos estava reunida, Hajime tinha um olhar desagradável enquanto se virava para a mulher.

— E? Qual é o seu desejo? Embora eu já tenha dito, eu só farei o que estiver “dentro do meu alcance”, tudo bem?

Implicando que, da mesma forma que aconteceu com a recompensa de Shia, pedidos como, “Me possua”, não seriam permitidos. Tio também parecia ter imaginado as intenções dele e acenou com a cabeça de forma exagerada dizendo que entendia isso. E enquanto corava e se remexia, ela fez sua demanda.

— Fique tranquilo, esta não pedirá nada excessivo. É só queeee, da mesma forma de quando nos conhecemos... esta quer que você brinque com o traseiro desta.

Com ambas as mãos em suas bochechas, — Kyyyya! Eu disse! —, Tio parecia estar implicando isso. Como esse ato já tinha sido feito antes, não seria algo insensato, não é? E desconsiderando por completo a anormalidade de seu pedido, ela fez uma demanda irracional. Como esperado de uma pervertida.

Com certeza, todas as pessoas, sem ser Yue e o resto do grupo de Hajime, ficaram muito chocadas com essas declarações.

Os olhos dos outros estudantes de viraram para Hajime, eram os mesmos olhos que você mostraria para um criminoso.

— Rejeitado, seu Dragão desprezível. Não saia dizendo frases que podem causar mal-entendidos!

Para Hajime, que rejeitou o pedido depressa, Tio mostrou uma expressão que indicava que ela estava chocada e protestou com intensidade.

— Por-por quê!? Essa não deveria ser uma demanda injustificada! Exatamente como daquela vez, esta só queria que você enfiasse seu bastão grosso, duro e negro no traseiro desta! Da mesma forma que você fez quando ficou girando e puxando enquanto ignorava as súplicas desta! Esta quer que você incessantemente atormente o traseiro desta!

— Eu já te falei! Pare de dizer frases que podem causar mal-entendidos!

Os olhares direcionados a Hajime pareciam dizer que eles estavam vendo um demônio.

— … mas isso não é um completo mal-entendido, é?

Yue e as outras reagiram a Aiko, que parecia estar com uma expressão um pouco irritada quando falou com Hajime com espinhos em sua voz.

— … com certeza, você não falou nenhuma mentira.

— Na verdade, aquilo estava preso...

— Un, Nagumo-kun foi completamente impiedoso.

As dúvidas dos colegas mudaram para convicção depois que ouviram Aiko e seus guarda-costas, entre eles Sonobe, expressarem seus pensamentos.

— … Hajime-san, como imaginado, chamar isso de mal-entendido é um pouco…

— … Hajime. Hajime foi o culpado pela transformação de Tio em uma pervertida. Não há como negar.

Sem aviso, Shia e Yue traíram o garoto.

— Na-Nagumo-kun… pessoas como você… o que você fez com Tio-san…

— Hajime-kun… que invej-… quero dizer, você tem que assumir a responsabilidade.

Os olhares direcionados a Hajime eram os mesmos de pessoas olhando para um Lorde Demônio.

Hajime lentamente se levantou sem dizer uma palavra e esticou sua mão direita para cima. Na frente de todos que estavam se perguntando o que ele estava fazendo, o Sinergista puxou a estaca negra do Bate-Bunker de dentro da Caixa do Tesouro. Por algum motivo, a estaca já estava soltando faíscas vermelhas assim que ele a puxou.

Suor frio escorreu pela bochecha de Tio.

— OK, Tio. Vamos entregar sua recompensa. Eh? Você quer isso enfiado no seu traseiro, não quer? Alegre-se, ela está muito mais grossa e dura do que antes, essa é uma peça excelente da qual eu posso me gabar. Você nem terá tempo para ofegar, você morrerá em um instante.

Tio percebeu, — Isto é ruim, esta se empolgou demais.

O Bate-Bunker sendo usado em Tio foi resultado de uma luta; enquanto era observado por olhos que implicavam que ele era um pervertido, Hajime simplesmente ficou enfurecido. A propósito, se você olhasse para isso de forma objetiva, a situação com certeza não era um mal-entendido quando explicada.

— Es-espere um pouco Mestre. O que esta disse antes era apenas um exemplo, esta não falou que você teria que usar isso de novo! Como esperado, se algo como isso for usado, esta acabará morrendo! Esta irá se desculpar, portanto, guarde isso!

— Não se contenha Tio. Você quer isto, não quer? O que, você quer desperdiçar meu precioso tempo para ir até um quarto? Eu vou te penetrar aqui mesmo.

— Hiiii, os olhos do Mestre estão sérioooos! Yue, Shia, Kaoriiii, parem o Mestre logo! Ajudem estaaaa!

Enquanto Hajime se aproximava acompanhado de faíscas e estalos, Tio ficou com olhos marejados e pediu pela ajuda de Yue e as outras. Como era de se esperar, ela não queria a punição de morrer em um único golpe. Porém, suas bochechas coraram um pouco e sua respiração estava irregular; parecia que sua atuação era real.

Hajime olhou para Tio, que estava se agarrando em Kaori e se escondendo atrás da Curandeira, e com seus sentimentos de irritação apagados, ele bufou com seu nariz, a estaca foi devolvida para a Caixa do Tesouro e o garoto voltou a seu assento. Entretanto, os colegas de classe não revisaram suas avaliações sobre ele ser um Lorde Demônio. Mais tarde, dois tipos de nomes se espalharam no Reino sobre o “Rei Demônio de Cabelo Branco e Tapa-Olho”, mas… se Hajime tivesse conhecimento sobre isso, ele ficaria fora de controle.

— Haa, então? A recompensa em si não é algo importante, mas você não tem um pedido mais decente?

O garoto suspirou enquanto voltava para seu lugar, era um suspiro de alívio por várias coisas. A cena onde o traseiro de uma linda e jovem mulher estava a ponto de ser violado diante dos olhos de todos estava muito acima da capacidade de estudantes do ensino médio.

— U-umu. Então, vejamos, que tal o direito de deitar na cama com o Mestre? Entenda, são sempre Yue e Shia que se deitam ao lado do Mestre, não é? Esta nunca dormiu ao seu lado. Portanto, esta noite, esta que dormir ao lado do Mestre, que tal isto?

— Algo como isso é simples. Ou melhor, apenas diga isso desde o início.

— A paixão desta explodiu, isso não é algo que esta controla com tanta facilidade. Aceite isso!

Tio, que estava envergonhada e agitada, ficou com uma expressão de surpresa, quando ela olhou para Shia que estava a seu lado, a garota disse, — Não há o que fazer, huh. —, e encolheu seus ombros. Parecia que, esta noite, Hajime dormiria entre Yue e Tio. Porém, na cama, o rapaz seria pressionado por algo diferente…

As alunas estavam fazendo uma comoção mais uma vez enquanto gritavam, — Kyyyya, kyyyya! —, e os alunos começaram a proferir algum tipo de maldição.

Além disso, Aiko, — Dormir com múltiplas mulheres é imoral! —, começou a dar um sermão de professora (na realidade, ela provavelmente só estava com muito ressentimento pessoal), por outro lado, com a relação de Shia e Yue exposta, a professora estava se opondo a isso agora. A Vampira se inclinou em Hajime e mostrou sua língua e liberou sua aura fascinante após terminar sua refeição. Com isso, os estudantes ficaram ainda mais animados e alguns garotos foram incapazes de se levantar por um tempo... e o salão de jantar foi preenchido pelo caos.

Enquanto ignorava o alvoroço das garotas, Hajime decidiu se lembrar do que aconteceu no dia.

Eles caíram em queda livre da Montanha de Deus e apareceram com Kaori, cujo corpo foi substituído; eles seguiram para a Guilda dos Aventureiros e criaram um homem-mulher Rank Ouro; brincaram de pega-pega com os artesões do Reino, o que resultou em grande confusão; permitiram que a Família Real recuperasse o controle da situação; ele espancou o futuro Rei e o garoto também perdeu seu primeiro amor.

Com o objetivo de esperar o tempo passar, por acaso, ele se encontrou com Aiko e a professora revelou suas sérias preocupações, e enquanto jantava esperando relaxar, as cosas terminaram em confusão. Esses foram os eventos que aconteceram com Hajime em um único dia no Reino. Devia ser destino do garoto ser um turbilhão de confusão e distúrbios.

No dia seguinte, Hajime e seu grupo levariam Liliana e os outros estudantes para fora do Reino. O grupo do Sinergista não tinha intenção de entrar na capital do Império… com toda certeza, “sem dúvidas”, isso não seria possível.

Como era de se esperar, o que realmente residia na direção do Leste... Hajime teve uma premonição que novas perturbações aconteceriam, enquanto sentia a suavidade e o calor de Yue, que estava abraçada a seu braço, “Maa, tanto faz”, ele encolheu seus ombros.



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