Volume 10

Capítulo 221: Epílogo (Primeira parte)

Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Mesmo que este seja o epílogo, há uma primeira e segunda parte...

Eu sinto muito. Não consegui terminá-lo.


Parte 1

O som de um suspiro profundo escapou em uma sala que se gabava de sua excelente impermeabilização sonora. A mesa de madeira e a cadeira de couro que estava transbordando com uma aura de alta classe estavam lá para aumentar a dignidade da proprietária, mas agora, a dona do suspiro estava envolta em uma atmosfera cansada que fazia tal coisa não ter sentido.

Aaaaa, chefe? Você está bem?

A dona da sala, a chefe do Departamento de Segurança do Estado, Sharon Magdanese, foi abordada por Allen enquanto o agente sorria.

Chefe Magdanese estava colocando os dois cotovelos na mesa com as duas mãos juntas apoiando a testa de sua cabeça abaixada. Ela levantou o rosto um pouco e respondeu com uma expressão exasperada:

— Não sou eu que deveria perguntar isso? Allen, você está mesmo bem?

Ahaha, estou muito bem. Eu mais ou menos recebi "cura", então minha saúde não está tão ruim quanto a minha aparência.

— ... uma "cura" que curou os dois braços que tiveram os ossos pulverizados em menos de um dia até que se tornaram utilizáveis de novo, não é? Haaaaaaaaaaa.

Ela mais uma vez suspirou não apenas profundamente, mas muito profundaaaaaaamente. O sorriso de Allen se aprofundou em proporção a isso.

A Chefe Magdanese sentiu o olhar do agente que parecia dizer que entendia seus sentimentos enquanto seu rosto se virava para a grande tela na parede com uma expressão que nem sequer tentava esconder seu mau humor.

O que aquela tela projetava era a manifestação do místico. Um espetáculo inimaginavelmente anormal.

Ela se perguntou o quão maravilhoso seria se a imagem fosse apenas uma cena que foi cortada de um filme.

— A mão diabólica do rei demônio que é disparada do céu... me pergunto, desde quando este mundo foi corroído pela fantasia?

— Puxa vidaaaa, chefe. Essa é uma mesmo expressão poética. É igualzinho ao que Abis-san... buberah!?

O peso de papel da Chefe Magdanese disparou como uma bala. Allen suplicou: — Eu sou uma pessoa ferida! Uma pessoa ferida! Seja mais gentil comigo, por favor! — com olhos marejados.

Chefe Magdanese ignorou isso enquanto seus olhos caíam em direção à tela em sua mão. Ela leu o resultado da análise que foi escrito lá com uma voz impotente.

— Um satélite capaz de disparar um laser de luz solar convergente... o ponto é que isso apenas foca o calor. Em teoria, é mais ou menos possível de ser construído usando a ciência atual, é o que está escrito.

— Contudo, é impossível deixá-lo do tamanho da silhueta que capturamos por um instante. Se tentarmos fazer o mesmo, então o resultado será em grande escala. Além disso, este foi capaz de não só explodir uma instalação inteira, mas seu poder foi capaz até de mudar a topografia. Considerando isso, tal coisa é...

— É impossível que tal coisa não seja notada pela nossa nação... não, por todas as nações da Terra quando está na órbita do satélite. Além disso, para que seja capaz de voar para a posição para um tiro preciso e pontual, isso é ainda mais impossível.

Gii! A cadeira de alta classe soltou um som desagradável. Isso devia ser porque ela foi pressionada com um peso de uma postura não natural auxiliada pela agitação da pessoa. Chefe Magdanese notou como ela ficou tensa de modo inconsciente e tomou um fôlego.

Não era algo injustificado. A imagem da luz no céu foi capturada pela aeronave que monitorava a área de operação. Foi lançado repentinamente da órbita do satélite por uma arma orbital que apareceu sem qualquer aviso prévio, e assim que explodiu a superfície, ela desapareceu sem qualquer vestígio.

Se esse fosse o coringa do poder insondável que estava em posse de Portal do Abismo, então a Chefe Magdanese sentiria sua dor de estômago enfraquecer porque podia acreditar que tinha confirmado o fundo de sua força.

Mas, isso era uma arma. Com certeza, ela estava transbordando de aspectos místicos como a forma como estava ignorando problemas tecnológicos ou como era evasiva. Mas, mesmo assim, aquela coisa era sem dúvida uma arma criada por mãos humanas.

Não era algo insondável e único que poderia ser reconhecida como criada por apenas uma pessoa, mas uma arma que poderia ser usada por qualquer um quando fosse desejado.

A fria realidade que estava contida nesse fato, mesmo possuindo seus aspectos fantasiosos, estava fazendo o sangue da Chefe Magdanese congelar. Ela sentiu um terror contundente que estava muito mais perto de si do que quando testemunhou o mistério de Lorde Portal do Abismo.

— ... Sua Majestade, o rei demônio, correto? Eu sabia que ao redor dele havia pessoas com o mesmo poder, porém…

— E pensar que Abis-san era mesmo apenas um subalterno. Hahah, não há nada a fazer além de rir. Mesmo que não possa ver o futuro onde seremos capazes de ter uma chance mesmo contra apenas ele sozinho, ainda há o rei demônio-sama esperando atrás dele que pode mandar um "kaboom!" apenas com um telefonema. Que diabos!?

— Se acreditarmos na conversa dele, o melhor que ele pode fazer é apenas arranhar o rei demônio mesmo lutando com todo o seu corpo e alma em jogo. Além disso, ele também disse que não está claro se pode se igualar as esposas.

— Chefe. No instante em que vi aquela luz no céu, entendi por que a pessoa que extermina um rei demônio em um conto é chamada de herói. Sem dúvidas, essa pessoa tem que ser um herói. Para uma pessoa ser capaz de desafiar algo como aquilo...

"Sem dúvidas, isso é muito sério.", a Chefe Magdanese acenou profundamente. No mínimo, ela, que assumiu uma parte da defesa nacional, não poderia criar nenhum pensamento de tentar ficar contra isso.

A Chefe Magdanese suspirou quem sabe quantas vezes ante de tirar um pen drive do bolso do peito. Ela brincou com o objeto usando os dedos enquanto se apoiava no cotovelo.

— Qual é o problema, Chefe?

— … não, não é nada. É que, acho que talvez essa coisa seja uma caixa de Pandora1.

— Aah. Com certeza essa é uma frase perfeitamente adequada. A propósito, a facção de Abis é a calamidade? Ou a esperança?

A Chefe Magdanese mostrou um sorriso vago como sua resposta à pergunta de Allen. Nem o agente entendia o que a mulher quis dizer.

No entanto, a única coisa que era definitiva era o que estava dentro desse pen drive... os dados de pesquisa de "Berserk", e se eles tentassem usar isso para o mal, então uma calamidade desceria sobre eles. Isso não se referia apenas ao fato de que os berserkir seriam criados mais uma vez, mas no sentido de que eles enfureceriam o portador dos mistérios e se tornariam seus inimigos.

— Minha nossaaaa. Mesmo assim, se Abis-san souber que o departamento de segurança está escondendo "Berserk", seria uma má notícia, não seria? Todos os dados e drogas de todas as instalações foram destruídas, e em alguns lugares, foram destruídas junto com a instalação... em certo sentido, isso é uma bomba, sabia? Acho que é melhor destruí-lo agora mesmo...

Allen nem escondeu sua expressão enojada e disse tal coisa a Chefe Magdanese que ainda estava brincando com o pen drive com as pontas dos dedos.

Depois dessa infiltração na instalação de tratamento de água, Kosuke, que estava muito exausto, descansou em uma instalação que o departamento de segurança preparou, mas... depois de descansar por meio dia, ele desapareceu, junto de Emily e Vanessa. Sem permissão, eles pegaram emprestado o piloto e o helicóptero que estavam com eles durante a missão.

O departamento de segurança entrou em alvoroço por causa disso, mas como eles adivinharam a razão pela qual Kosuke desapareceu, todos esperaram até serem contatados.

Como resultado, tornou-se uma confusão com a forma como todas as amostras de "Berserk", que foram recuperadas das instalações que foram invadidas por outras forças especiais (incluindo as forças especiais do exército), foram destruídas por alguém desconhecido. Assim, ficou claro o que Kosuke e companhia estavam fazendo.

A façanha de destruir por completo os dados e drogas, rompendo com facilidade a estrita segurança do exército fez com que os membros do departamento de segurança dessem uma risada sem graça.

Depois disso, eles começaram a tomar ações independentes por um tempo antes de haver um contato que veio através de Vanessa, a fim de confirmar se a amostra de "Berserk" que foi recuperada pelo exército tinha sido mesmo destruída sem restar mais nada. A Chefe Magdanese ofereceu sua total cooperação e trocou várias informações com Vanessa.

Se descobrissem que a Chefe estava de fato coletando astutamente os dados da pesquisa de "Berserk" que permaneceram no prédio de pesquisa da universidade...

Allen não conseguia parar de tremer.

A Chefe Magdanese mostrou uma expressão exasperada para tal Allen.

— Por favor, não diga nada impensado. Não estou escondendo isto.

— Eh? Mas, o fato é que a chefe está carregando isso agora.

— Olhe aqui, depois que Paradis e a Doutora Grant escaparam do prédio de pesquisas, quem você acha que limpou tudo?

— Bom, é claro, que nós, o departamento de segurança... havia também o assunto sobre Hughes-san e os outros lá.

— Sim, isso mesmo. E então, a Doutora Grant e Vanessa que mal escaparam do prédio da pesquisa com suas vidas não tiveram tempo de levar os dados da pesquisa com elas. Elas, e também Portal do Abismo, entendem isso.

Em outras palavras, estava claro como o dia que o departamento de segurança que realizou a limpeza iria recuperar a droga e os dados extremamente perigosos.

Até Allen tinha entendido isso. Em suma, Allen estava pensando no porquê todos entenderam isso, Kosuke e companhia deveriam estar pensando que o "Berserk" em posse da agência de segurança já estava destruído. Mas, ao contrário disso, eles ainda possuíam os dados. Isso não seria ruim para eles, o agente se perguntava.

A Chefe Magdanese, que adivinhou o medo não expresso de Allen, balançou a cabeça e respondeu.

— Não há como aquela pessoa engolir o que digo do jeito que está. Destruí os dados, "Tá, obrigado", você acha que vai ser assim?

— Bem, é que… então, a chefe irá destruí-lo. Mas, por que você ainda está carregando isso?

— Por precaução, quero destruí-lo na frente dos olhos deles, para que isso não desapareça se tentar destruí-lo em um lugar distante dele.

Do ponto de vista da Chefe Magdanese, ela estava pensando que Kosuke poderia apenas voltar para casa em seu país sem sequer mostrar sua figura mais na frente deles. Se fosse com seu poder profundamente misterioso, então fazer algo como entrar de forma furtiva na agência de segurança sem ninguém perceber e destruir os dados antes de desaparecer deveria ser moleza.

Mas, a Chefe Magdanese queria falar com Kosuke olho no olho, independente do custo. Seria insuportável se ela deixasse Kosuke ir para casa quando seu relacionamento com o rapaz, que era capaz de fazer tudo isso, e a facção de rei do demônio atrás dele, ainda era vaga. A Chefe Magdanese, que tinha autoconsciência de que já estava muito velha, não queria ter sua dor de estômago piorando.

E assim, mesmo que fosse indireta, uma conversa era indispensável. O fato de que ela ainda não tinha destruído o pen drive e andado por aí carregando isso também foi uma forma de chegar a isso, ela queria destruí-lo na frente dos olhos de Kosuke para ajudar na construção de uma relação de confiança entre eles.

Sem dúvidas, não haveria muito efeito que poderia ser esperado ao se fazer isso, mas esse era o princípio da Chefe Magdanese, não fazer pouco caso nem mesmo dos pequenos movimentos.

Allen acenou com o olhar, "Entendo". A Chefe Magdanese enviou um olhar de soslaio para o agente com as pontas dos dedos segurando o pen drive antes que ela de repente jogasse seu olhar para um espaço vazio e abrisse a boca.

— É assim que é, então se você quer destruí-lo, então faça o que quiser, Portal do Abismo.

— Eh? Chefe?

Pachin! A chefe colocou o pen drive na mesa com um som como um jogador de shogi2 colocando a peça no tabuleiro. Os olhos de Allen se transformaram em pontos. Por um momento ele pensou: "Ela finalmente ficou senil?", mas o homem recebeu um olhar de zero absoluto no mesmo instante, então ele endireitou sua postura em pânico.

Logo depois disso...

— … que surpresa. E pensar que você é capaz de sentir minha presença.

— Eei!? Abis-san!?

Allen saltou e ficou de pé por reflexo ao ouvir a voz que ressoou do canto da sala.

Quando o agente virou seu olhar com afobação, lá ele viu a figura de Kosuke encostada na parede com os braços cruzados. Sua expressão estava exibindo uma clara emoção de admiração.

— A-Abis-san, desde quando você está aí? Ou melhor, como você entrou...

— Eu estive seguindo atrás de você todo esse tempo, sabia? Eu entrei nesta sala junto com você.

— Eu-eu não notei nada...

Kosuke voltou seu olhar para a Chefe Magdanese enquanto colocava de lado Allen, que estava claramente chocado. Seu olhar estava cheio de admiração e uma pergunta de desde quando ela o notou, e também um pouco de felicidade misturada.

A Chefe Magdanese exibiu um sorriso sem graça para o olhar de Kosuke enquanto balançava a cabeça.

— Não notei você. No entanto, pensando no número de forças operacionais, sua afiliação, localização da base, o compartilhamento de informações com Paradis, e assim por diante, pensei que você estaria vindo em breve. Fico feliz que você esteja mesmo aqui. Se não, me tornaria uma pessoa lamentável que fala com ar.

— … como esperado da chefe. Você me pegou.

Kosuke sorriu sem graça enquanto suas costas se moviam da parede. Com certeza, seu rosto parecia um pouco arrependido porque sua esperança de "Por acaso, o número de pessoas me notando aumentou!?" tinha desmoronado.

Kosuke caminhou até a parte da frente da escrivaninha e pegou o pen drive. E então, o rapaz o esmagou dentro de seu punho sem confirmar o conteúdo.

— Estes são todos os dados?

— Sim, isso mesmo. Com isso, significa que os dados de "Berserk" só permanecem dentro da cabeça da Doutora Grant.

— Você tem certeza?

— Você pode apenas se certificar, não pode? Acredito que você tem o método para saber com certeza se os dados e amostras de "Berserk" ainda permanecem ou não neste mundo. Não planejo ser uma idiota que faz um blefe contra esse tipo de adversário.

De fato, se Kosuke hipnotizasse as pessoas autorizadas e lhes perguntasse sobre a informação, ele seria capaz de apurar a verdade. Além disso, a Chefe Magdanese não sabia, mas se ele confiasse naquela pessoa para que ele usasse a "Bússola da Orientação de Travessia", então a verdade seria apurada em um instante.

A Chefe Magdanese parecia estar determinada mesmo que fosse hipnotizada, então ela olhou diretamente para Kosuke. O rapaz que recebeu esse olhar encolheu os ombros e balançou a cabeça.

— Acreditarei em suas palavras chefe. Além disso, não quero fazer algo cruel para as pessoas que vão proteger minha amiga e sua família daqui em diante.

Parecia que uma ameaça estava misturada nessa frase apenas por um momento. A Chefe Magdanese fez uma careta enquanto perguntava de volta.

— ... você está nos dizendo para proteger a família Grant?

— Mesmo que a chefe defenda que "Berserk" é desnecessário para os VIPs, sem dúvidas haverá aqueles que questionarão este alvoroço. Se a família Grant for ameaçada e Emily encontrar infortúnio então... é. Isso também é para o bem da defesa da nação, não é?

— Porque se isso acontecer, então o que enfrentaremos não será o povo desse lado ou mesmo o próprio "Berserk", mas o "lorde do abismo" hein. Sem dúvidas, este é o assunto mais importante que diz respeito à defesa da nação.

"Se algo acontecer com a família Grant, então não vai acabar bem", a Chefe Magdanese fez uma expressão um pouco cansada com esse aviso velado, mesmo assim, ela prometeu que protegeria a família Grant de pessoas estúpidas.

Com certeza, dentro de alguns dias, haveria casais de namorados ou recém-casados com muitos amigos se mudando para o bairro da família Grant. Essas pessoas vigiariam a família Grant com armas escondidas nos bolsos enquanto se inflamavam pensando: "Se o Lorde vai atacar ou não depende nós!".

— Bem, concordo com a questão da proteção. No entanto, eu tenho uma condição... não, um pedido.

— ... não acho que essa seja uma situação em que haverá uma condição ligada. Assim como pensava, como esperado da chefe.

— É uma honra receber os elogios. Não é como se eu planejasse pedir algo excessivo. Apenas, se você vai fazer algo neste país, ou se por acaso alguém relacionado a este país vai fazer alguma coisa, eu gostaria que você nos contatasse de antemão.

Esta era a promessa que a Chefe Magdanese queria extrair de Kosuke falando com ele. Era muito perigoso deixá-lo sem supervisão. Mas, era impossível colocar uma coleira ou algo parecido nele. Então, no mínimo, ela desejou saber o que ele faria e onde. Ela não estava dizendo ao rapaz para pedir permissão, mas pelo menos ela queria que ele os mantivesse informados.

— Dependendo da situação, com certeza haverá um momento em que será melhor para eu ser o único a cuidar disso. Acredito que você é capaz de cuidar da maioria das coisas, mas sem dúvidas não vai ser preocupante ter uma conexão com as autoridades.

Hmmmmm. Bem, desde que essa autoridade não estique a mão até nós. Não haveria nada mais deprimente do que ter alguém se movendo para tentar obter nossa informação mesmo que de forma indifereeeente.

— A consideração dessa área seria algo que desejamos que seja confiada a nós.

Vendo Kosuke hesitar com um "Hmmmm", a Chefe Magdanese murmurou algumas palavras:

— ... a limpeza foi muito difícil desta vez.

— ...

— Fomos severamente criticados pelo departamento de inteligência, e o abastecimento de água para aquela área e também o controle de informação... depois disso, temos que falsificar a reportagem escrita sobre o "Caso Berserk" em vários pontos, e com certeza serei muito criticada de novo quando defender que aquele "Berserk" é desnecessário na reunião...

— ...

— Não quero dizer isso, mas estou muito além do meu auge agora. Nos últimos tempos, tornou-se difícil suportar minha dor de estômago. Sabia que remédio não é mais eficaz? Talvez já seja hora de pensar em me aposentar. Bem, não sei se meu sucessor, seja quem for, será capaz de construir uma conexão gentil ou não...

— ...

— Pensando bem, meu braço que levou um tiro dói muito. Mesmo que Allen tenha sido curado, preciso depender dos cuidados médicos modernos aqui. Como imaginei, talvez eu devesse me aposentar. A motivação necessária para ganhar o argumento contra o departamento de inteligência na reunião é apenas...

— Entendido! Já entendi! Entrarei em contato com você de forma apropriada se tiver negócios ou algo assim neste país, tá!? Portanto, pare de olhar para longe com uma expressão como uma velha que sentiu sua hora da morte se aproximando! Parece que sua imagem está desmoronando!

— Magnífico. Então, deixe a proteção da família Grant e a limpeza do caso "Berserk" para nós do departamento de segurança. Vou entregar uma linha privada para Portal do Abismo se conectar com o pessoal sob minha supervisão, então se houver algo, por favor, troque informações através dela. Gostaria que a partir de agora o departamento de segurança possa continuar um bom relacionamento com a facção do rei demônio.

Mesmo que agora há pouco ela vinha fingindo ser uma velha que iria ser arrastada pelo deus da morte, Magdanese voltou para o rosto de chefe do departamento de segurança do estado com uma aura dominadora e concluiu a conversa. Dentro do seu coração, as bochechas de Kosuke estavam se contorcendo enquanto pensava: "Como desconfiei, não sou bom com essa pessoa, huh!".

Depois disso, eles conversaram por mais dois ou três minutos. E então, ouvindo a Chefe Magdanese acrescentando um pedido aterrorizante como "se houver uma chance, por favor, deixe-me falar com Sua Majestade o rei demônio, não importa o preço disso", Kosuke mais uma vez sentiu admiração que esta mulher era mesmo uma figura de destaque antes de colocar a mão na maçaneta.

E então, pouco antes de sair da sala, Kosuke de repente lembrou de algo e se virou.

— Pensando bem, obrigado chefe-san. Planejei confirmar isso eu mesmo antes, mas ajuda que você tenha me dito.

— ? Aa, você está falando sobre ela?

A Chefe Magdanese inclinou a cabeça por um momento pensando no que Kosuke estava falando, mas ela percebeu e então, de forma surpreendente, sorriu. Allen ficou espantado.

— Agradecimento é desnecessário. Embora seja um fato que não tínhamos nenhum espaço de folga devido à situação, se pudéssemos confirmar mais rápido, seria um alívio para a ansiedade daquela menina.

— Eu me pergunto. Não adianta falar sobre o "e se". Se ela puder pensar nisso como um prêmio por trabalhar duro, então o mundo pode ser um pouco mais gentil com ela, isso não seria ruim, não concorda?

Talvez se sentindo um pouco envergonhado por seu próprio discurso, Kosuke coçou a bochecha de forma desajeitada depois de dizer isso. A Chefe Magdanese parecia ainda mais feliz com isso, enquanto acenava com a cabeça.

— Não tenho qualificação para responder a isso... mas se esse é mesmo o caso, então com certeza não será ruim. Acho ótimo que haja uma salvação para ela, mesmo que seja apenas uma.

Essas palavras da grande mulher de ferro que carregava a proteção do país soavam como sua verdadeira opinião que foi exibida no final. Kosuke também acenou de volta com um sorriso calmo e saiu da sala.

Allen que viu o sorriso da chefe estava petrificado ao longo de todos esses eventos.


Parte 2

Foi em uma cafeteria localizada em um local em que poderia se ver o enorme prédio do departamento de segurança do estado. Havia uma garota com o cabelo loiro amarrado em uma trança lateral, Emily, parecendo distraída em seu interior.

A mão dela ficava segurando a xícara de latte3 em sua frente. No entanto, ela não mostrou nenhum sinal de bebê-lo. Ela só estava olhando fixamente para o vapor subindo.

Além de emoções de tristeza e dor, seu perfil também continha vários outros sentimentos. Havia pessoas que estavam encantadas com isso. Em primeiro lugar, Emily era uma linda garota, no entanto, agora ela parecia como uma "mulher" em vez de uma menina de sua idade. Sem dúvidas, isso foi porque a experiência que ela passou nestes dias foi algo incomum.

Os jovens e funcionários do sexo masculino dentro do café ficavam enviando olhares para a linda garota que estava sentada sozinha em melancolia. Essa foi a prova do charme que Emily emitia.

Suas longas e esbeltas pernas envoltas em meias pretas estavam cruzadas. Finalmente, um jovem cujo olhar foi atraído resolveu-se e levantou-se. Parecia que ele chamaria Emily.

Mas, logo após o jovem dar um passo à frente, seu pé parou.

Isso foi porque Emily de repente levantou o rosto. Parecia que era porque ela notou a intenção secreta do jovem. A reação dela parecia a mesma de ser chamada por alguém. Ainda assim, ele não podia ouvir nada que chamasse o nome da garota além do som de motores de carros.

O jovem inclinou a cabeça em confusão com o que aconteceu, mesmo assim, ele estava prestes a se avançar de novo...

— Ah, Kosuke! Aqui!

Ele viu uma flor desabrochando com orgulho. A melancolia de até agora desapareceu como se fosse uma mentira, e em seu lugar havia uma flor deslumbrante que estava florescendo. Emily mostrou um sorriso completo e acenou com a mão, o que fez com que o jovem parasse de andar mais uma vez. No entanto, desta vez ele estava puramente fascinado.

— ... Emily, parece que você se tornou capaz de me notar, hum.

O que apareceu ao dizer isso foi, é claro, Kosuke. O jovem também enfim notou depois que ouviu aquela voz de que havia um homem que se aproximou do local nas proximidades sem que ninguém notasse. O jovem era japonês sem características particulares que o destacavam.

Por um momento, o jovem comparou-se com Kosuke e ele se autoavaliou ganhando, mas no mesmo instante, murchou quando viu a confiança e o afeto que surgiram na expressão de Emily. Seus ombros caíram em decepção enquanto ele voltava para o seu assento com passos pesados. Os outros clientes e funcionários estavam olhando para o jovem com expressões complicadas.

— Imagino que sim. De alguma forma, quando Kosuke se aproxima, a área ao redor da minha testa fica formigando.

— Você despertou para uma estranha habilidade, hein? Bem, estou feliz, por isso está tudo bem.

Kosuke, dizendo que estava feliz, fez Emily sorrir ainda mais.

— Então, você acabou? Deu tudo certo?

— Sim, tudo correu bem. Com isso, "Berserk" não existe mais neste mundo. Parece que o departamento de segurança também trabalhou duro.

— Entendo... obrigada, Kosuke. Realmente, dizer isso não é suficiente, mas, obrigada.

Emily inclinou a testa no ombro de Kosuke de forma natural. Vendo isso, vários homens, incluindo o jovem de antes, estalaram a língua. Com certeza, eles queriam dizer: — Maldito exibicionista!

Kosuke sorriu enquanto ouvia as línguas estalando. Ele então bateu nas costas de Emily de forma gentil enquanto incitava-a a sair do café.

O jovem começou a andar na rua. Emily perguntou para onde eles estavam indo.

Hmmmm, há um lugar que quero ir. Você pode vir comigo?

Hã-hã, está tudo bem. Mas a agenda do avião de Kosuke é... tudo bem porque é à noite, não é?

Hoje, Endo estava voltando para o Japão. Ele tinha terminado de reservar uma passagem para um voo noturno. De modo natural, Emily estava se sentindo sozinha, mas não havia como negligenciar seus pais que estavam acumulando preocupação mental devido aos ataques contra sua filha, então ela estava planejando passar seu tempo em sua casa e não podia ir com o rapaz.

Porém, haveria um clone ficando com ela por um tempo para protegê-la, e Kosuke também prometeu a ela que essa separação não seria para sempre, então a garota não estava tão triste assim.

— Acabei de me lembrar, mas, e quanto a Vanessa? No meio do caminho, ela disse que tinha um negócio, então foi a algum lugar, mas, é sobre os negócios do departamento de segurança?

— Não, é outro assunto. Vanessa também está indo para o lugar que estamos seguindo. Há algo que quero que ela verifique, por precaução.

Hmmmmm. Você está falando de forma ambígua. Sou só eu que está fora do círculo aqui.

As bochechas de Emily se inflaram com um pouco de mal humor. Kosuke quase disse por reflexo: — Que fofo. —, mas a investida de seu coração fez com que ele fechasse a boca de forma decisiva.

— Não é nada disso... quer dizer, trata-se de Emily. Bem, você vai entender quando chegarmos lá. Dependendo da situação, talvez seja necessário que eu realize várias medidas, mas... sabe, havia coisas que queria cuidar primeiro no departamento de segurança. Só por precaução.

— Realmente não entendi, mas.... muito bem então. Se Kosuke e Vanessa acham que é melhor, então tudo bem.

Emily sorriu com gentileza. O tamanho de sua confiança em relação aos dois podia ser visto a partir disso.

Levaria cerca de trinta minutos de caminhada, então os dois não usaram um táxi ou outro veículo e caminharam até lá enquanto passeavam.

Não houve conversa, contudo, a atmosfera não era estranha. Ambos estavam andando em um ritmo relaxado. Depois de um tempo, Emily falou algumas palavras em um murmúrio:

— Sabe, estou pensando no professor mesmo agora.

Hmm?

Kosuke inclinou sua cabeça. Emily continuou enquanto olhava para o céu.

— Ele nos traiu, fez coisas desumanas, e no final, tentou levar muita gente com ele em sua morte... mesmo assim, não posso odiá-lo. Mesmo agora, em algum lugar dentro de mim, estou pensando nessa pessoa como "nosso professor". Você acha isso estranho?

— Eu me pergunto. Afinal, não sei o que foi acumulado entre Emily e Down.

Emily sorriu um pouco mais feliz sabendo que Kosuke não fez nenhuma negação.

Hã-hã, há muitas coisas que tínhamos acumulado. Não posso esquecer disso. Seja quando ele estendeu a mão para mim, ou como ele me salvou, ou o lugar quente e ensinamentos importantes que recebi, não posso esquecê-los.

— Porque isso não era mentira, certo?

— … sim. Essas coisas não foram mentiras.

Naquela época, a jovem Emily que estava acuada pelo ambiente, foi salva, isso era um fato. O fato de ela ter recebido o calor de uma família e também todo o resto. As coisas importantes que residiam no coração de Emily não eram mentira.

Uma sombra de melancolia caiu sobre a expressão da garota mais uma vez.

— É exatamente por isso, que sinto que é assustador.

— ...

Emily continuou olhando para baixo sem dar qualquer sinal de ter notado ou não o olhar de Kosuke que a observava de lado. Ela continuou murmurando:

— Sem dúvidas, "Berserk" está dentro de todos. Basta um pouco de ímpeto, algo que é trivial para outras pessoas se tornará o gatilho, despertando-o. Claro, é fácil de ocorrer em um determinado campo. Essa é a minha opinião.

Todos tinham a semente da loucura no fundo do coração. Kosuke não poderia negar isso. Os rostos dos colegas de classe que não conseguiram ir para casa junto com eles passaram pela mente do rapaz. O vínculo de seus corações chegou a uma situação única.

Assim como Emily disse, mesmo em uma situação que não fosse tão única, ainda era algo que poderia ocorrer. E então, seu comentário que significava que a ligação do coração era mais fácil de ser desfeita para aqueles que tentavam trilhar um caminho até o extremo provavelmente era uma afirmação precisa.

— Mesmo agora, estou pensando nisso. Se o professor não me conhecesse, talvez pudesse viver como um excelente educador.

Era um "e se" inútil. Emily também entendia isso. Mas, ela não poderia deixar de pensar nisso. Ela pensou e pensou, mas, mesmo assim, continuou vagando pelo labirinto de sua ponderação, sobre o que deveria fazer.

Foi aterrorizante. Pensar que talvez à frente de seu caminho ela mais uma vez puxaria o gatilho do "Berserk" de alguém. Ela não tinha nenhuma intenção de desistir de seu sonho, mesmo assim, quando pensou no futuro à frente de seu caminho de pesquisa, suas mãos e pés se enrijeceram, e algo frio e pesado estava afundando em seu estômago.

Kosuke desviou seu olhar de Emily e olhou para o céu. Era provável que a garota não estivesse pedindo nada de Kosuke ao falar sobre isso. A prova disso era como era possível ver dentro de seus olhos o brilho da determinação, que estavam tingidos de melancolia, e mesmo assim, ela não recuaria, ela não poderia recuar. Portanto, por que ela estava fazendo o rapaz ouvir seus pensamentos pesados e agonizantes, mesmo que só um pouco, era apenas a garota dependendo dele.

Kosuke coçou a cabeça de forma desajeitada e resposta a Emily, que estava se mostrando envergonhada por depender dos outros. E então, ele começou uma conversa estranha:

— Há muito tempo, num determinado local há muito tempo, não espere, não foi há muito tempo, foi algo relativamente recente, enfim, num determinado local, havia um herói.

? Err, Kosuke?

"Por que essa conversa tão de repente?" Emily inclinou a cabeça. Ignorando isso, Kosuke continuou a falar.

— O herói era superbonito; ele se destacava tanto no intelecto quanto nos aspectos físicos. Ele era justo e gentil, transbordando com um senso de justiça e era um homem superpopular. Ele fez outros pensarem: "Apenas exploda logo!", mas de qualquer maneira, ele era um cara muito bom.

— Ei, você queria que ele explodisse mesmo que fosse uma pessoa boa?

Nn, bom, apenas ignore essa parte. De qualquer forma, um dia, o herói sobre-humano perfeito foi invocado para outro mundo junto com seus companheiros. Ele foi sequestrado junto com as pessoas ao seu redor por um deus maldito de merda de outro mundo só por curiosidade.

Ver Kosuke falando aborrecido fez com que Emily soltasse um — Hah! — em realização. A história de que o rapaz estava de repente falando agora sem dúvidas não era um conto de fadas. Era uma parte da história do início, quando esse herói profundamente misterioso nasceu.

Emily fechou a boca e se concentrou em seus ouvidos. A pessoa que ela amava estava tentando dizer algo indo até o momento em que divulgava seu segredo. Ela se concentrou para que não perdesse sequer uma palavra.

— Pondo de lado a intenção do deus de merda, o povo daquele mundo fez um pedido ao herói e seu grupo. "Nos salvem", eles imploraram. "Derrotem o inimigo", eles disseram. O herói respondeu: "Se há pessoas com problemas, é claro que vamos ajudar". O herói e seus camaradas que atravessaram mundos tinham conseguido obter grande poder, então sem dúvidas tudo ia dar certo, foi o que ele pensou. Porém...

Não foi nada disso.

— Pouco a pouco, algo negro começou a se acumular dentro do herói.

— Algo, negro…

Emily podia imaginar. Isso devia ser a semente de "Berserk". Algo que todos possuíam, uma emoção negativa.

— A justiça em que o herói acreditava, não funcionou para nada. Ele perdeu a justiça e passou a agir como se estivesse possuído pelo delírio enraizado do que deveria ser o correto. Seus camaradas e amigos de infância também o repreenderam, mas o herói que foi instigado pelo inimigo... traiu tudo.

— ...

Emily teve seu fôlego tomado. Emily não sabia o que aconteceu com o herói. Mas, ela podia de alguma forma ver seu professor em contato com o herói. Mas o que o herói sentiu naquele momento? Mas que tipo de sentimento o herói teve para trair seus companheiros? E então... como o herói acabou no final?

Seguindo o ritmo de Emily, que parou, Kosuke também parou de andar e continuou olhando para a pesquisadora.

— O herói apontou esse tremendo poder para nós. Ele o apontou em direção a seus amigos de infância que deveriam ser importantes para ele. Ele o apontou, em direção às pessoas que disse que deveriam ser protegidas. Na hora da batalha decisiva, quando aquele cara era mais necessário, ele estava do lado do inimigo. Tudo era para provar que ele estava com a razão. Para voltar no tempo em que tudo corria bem para ele.

— … o que aconteceu então, com o herói?

Emily perguntou apertando sua voz. Em resposta a isso, Kosuke...

— É, ele foi brutalmente espancado por uma garota, sua amiga de infância, até se desculpar cheio de lágrimas nos olhos. Ele voltou com o rosto tão inchado que nos fez pensar: "Bem feitoooo, seu bonitão de merda".

— Eh?

Esta foi a conclusão de uma grande traição. Emily pensou que essa seria uma história trágica, mas com um pouco de salvação no final. Mas vendo Kosuke rindo enquanto falava: — Carambaaaa, naquela hora, aquele cara voltou com um rosto patético! Ele se desculpou enquanto parecia que ia chorar, mas seus dentes da frente estavam quebrados e isso quase fez todos caírem na gargalhada! Isso foi mesmo um desastre, sabia!? —, Emily ficou piscando em um torpor.

Kosuke, que notou Emily que não poderia seguir tudo que era dito, limpou sua garganta, tosse, uma vez.

— Bem, o que eu quero dizer, é que... desculpe. Eu não pude salvar o seu professor.

— Eh? E, ah, não, isso não importa. Eu, não quero dizer algo como...

Emily tentou pensar em uma desculpa em pânico, mas Kosuke a parou com a mão e sorriu de forma irônica. No entanto, ele então dirigiu um olhar forte para a garota, o que fez o coração dela palpitar.

— Eu sei. Mesmo assim, eu juro, Emily. Se à frente desse caminho que você está trilhando, alguém despertar sua loucura, dessa vez, não vou deixar você perder ninguém. Mesmo se tiver que socá-los no rosto, eu os arrastarei de volta para você sem falhar.

— ...u, a...

Ela estava sem palavras. Enquanto a boca de Emily estava abrindo e fechando, Kosuke a superou com palavras que iluminavam seu caminho.

— Portanto, não faça esse tipo de expressão dolorida e avance pelo seu caminho.

Emily saltou. Para onde? Isso era óbvio. Em direção ao peito de seu amado herói. Emily soluçou por algo quente enchendo seu peito enquanto Kosuke acariciava seus cabelos com gentileza.

Não se sabe por quanto tempo eles ficaram assim. Em pouco tempo, Emily levantou o rosto. Kosuke puxou a mão da garota e começou a caminhar mais uma vez em direção ao destino.

O silêncio estava dominando mais uma vez, mas desta vez, foi com uma atmosfera muito estranha. Emily ficava olhando para o lado do rosto de Kosuke com olhos úmidos enquanto o rapaz em sua forma usual estava se contorcendo em seu interior devido ao próprio discurso.

Tentando mudar um pouco a atmosfera, Kosuke fez uma proposta que ele de fato vinha pensando desde algum tempo atrás.

— Ei, Emily

— O queee, Kosuke?

Sua voz era doce. Escorria doçura. O açúcar no ar estava aumentando. Kosuke pensou: "Eu-eu posso ter realmente ferrado tudo agora...", enquanto suava frio.

— Sobre sua pesquisa a partir daqui.

Hum-hum. Continuá-la na universidade... acho que será difícil. Mas, em outro lugar...

— Sobre isso, se você quiser, que tal tentar ir para outro mundo?

— Outro mundo…

Dentro de Emily, já havia se tornado um fato que Kosuke foi invocado para outro mundo junto com seus colegas. Ela não pensava que essa história era ficção. Ao invés disso, ela compreendeu que o misterioso poder do rapaz tinha sua raiz a partir daí.

E agora, ela poderia ser capaz de ir para o mundo onde Kosuke obteve seu poder de herói. Isso foi o suficiente para encher a garota de felicidade.

— Está tudo bem?

— Sim, você mais ou menos precisa da permissão do rei do demônio para ir para o mundo de lá, mas, bem, com certeza não haverá um problema. Sabe, do outro lado, há muitas plantas e minerais misteriosos que não existem aqui. Há também algo como um estudo de farmácia lá, e se Emily aprender isso e colocá-lo em uso para a sua pesquisa, será que se isso não se tornará um atalho para uma nova descoberta?

— Estudo de farmácia de outro mundo... sem dúvidas, isso é mesmo interessante. Aquele remédio curativo também é feito a partir de lá, não é?

Hmmmm, acho que sim. Apesar de ser meio que um remédio mágico ao invés de uma mistura de produtos químicos puros...

Os olhos de Emily brilharam com a ideia de ir para o mundo de Kosuke, e também que isso poderia ser útil para seu trabalho de vida. O olhar dela parecia bem melhor do que o seu olhar extasiado de antes. Para Kosuke, isso era um veneno em vários sentidos. Embora fosse ele colhendo o que plantou.

— Aliás, sabe, como há magia naquele mundo, a tecnologia de lá não desenvolveu. Atualmente, estou estudando ciências médicas aqui, mas estou fazendo isso com o objetivo de aumentar a tecnologia médica de lá sem o uso de magia.

— ... Kosuke, por acaso, você está planejando ir para aquele outro mundo no futuro?

Emily olhou ansiosa para o rapaz. Ele acenou com a cabeça em resposta, sem hesitação. Uma sombra surgiu na expressão de Emily.

— Bem, no momento, o rei do demônio está tomando medidas para que seja mais fácil vir e ir daqui até lá, então não vou ficar daquele lado para sempre sem voltar...

Ouvindo isso, Emily começou a ponderar sobre algo. Kosuke ficou confuso vendo isso e inclinou a cabeça. E então Emily de repente levantou a cabeça e declarou ao rapaz:

— Então, nessa hora, irei acompanhar Kosuke! Nessa hora, mostrarei que posso desenvolver mais os fármacos do outro mundo!

Vendo Emily declarar "Eu absolutamente serei útil para Kosuke!", o jovem estava pensando que desde o início desejava a cooperação de Emily para melhorar o tratamento médico sem usar magia em Tortus, então ele aceitou a proposta sem pestanejar. No entanto, ele sentiu um peso estranho com a palavra "acompanhar" que a garota usou...

"Não, vamos parar de mentir para mim mesmo." Kosuke estava convencido. Essa palavra significava "acompanhar" naquele sentido. Kosuke estava suando frio. As bochechas de Emily estavam tingidas de vermelho e seus olhos brilhavam de forma feroz, talvez por pensar no futuro. Não havia dúvida de que em seu cérebro ela estava imaginando o desenvolvimento onde os dois estavam examinando pacientes na clínica em outro mundo.

Mesmo que ela estivesse em outro mundo, se houvesse um método para retornar à Terra, seria mais seguro fazer sua pesquisa lá do que na Terra, onde havia a possibilidade de ela ser um alvo. Ela também seria capaz de derrotar o Alzheimer com o resultado dessa pesquisa.

Para Emily, a imigração para outro mundo era uma coisa completamente boa.

— E-ei, Emily. Também há algo que tenho que te dizer...

Kosuke estava se preparando para falar sobre o assunto que perdeu a chance de dizer até agora por diversos motivos. Neste momento, ele ia dizer em alto e bom som. Mas parecia que a deusa do destino era bastante detestável.

Um toque familiar interrompeu as palavras de Kosuke. Parecia que Vanessa era a autora da chamada. Kosuke amaldiçoou: "Vanessaaa!", dentro de seu coração, mas pensando na coisa que pediu a ela para confirmar, ele não poderia a ignorar.

Como isso, o que entrou no ouvido do rapaz que aceitou a chamada foi uma boa notícia que apareceu com uma sincronia verdadeiramente milagrosa.


Notas

1 – A Caixa de Pandora é um artefato da mitologia grega, tirada do mito da criação de Pandora, que foi a primeira mulher criada por Zeus. A "caixa" era na verdade um grande jarro dado a Pandora, que continha todos os males do mundo. Pandora abre o Jarro, deixando escapar todos os males do mundo, menos a "esperança". A esperança pode ser vista como um mal da humanidade, pois traz uma ideia superficial acerca do futuro. O principal motivo da criação de Pandora, segundo a mitologia greco-romana, seria de que Prometeu roubou o fogo do monte Olimpo e levou ao mundo humano, contrariando a vontade de Zeus. Pandora foi criada com um único defeito, a curiosidade. Zeus criou a caixa porque sabia que um dia, a vontade de Pandora a levaria a abrir a caixa e libertar o mal ao mundo humano, castigando-os pelo fogo que haviam recebido contra sua vontade.

2 – O shogi (em japonês "jogo dos generais"), também chamado de xadrez japonês, é a versão nipônica do chaturanga, jogo de tabuleiro indiano que, teoricamente, originou o xadrez europeu e seus semelhantes. Ao contrário do Ocidente, onde todos os países possuem a mesma versão do jogo de xadrez, no Oriente cada país tem sua versão nacional do jogo: Xiang Qi na China, Janggi na Coreia, Makruk na Tailândia, Sittuyin no Myanmar, etc. O objetivo do jogo é o mesmo do xadrez ocidental, mas mudam-se as peças e o tabuleiro. Vence o jogo quem capturar o rei adversário.

3Latte é uma bebida de café expresso com uma quantidade generosa de espuma de leite no topo. Latte é simplesmente "leite" em italiano. Em países de língua inglesa, refere-se normalmente a um dos vários tipos de bebidas de café preparadas com leite.



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