Arena Coreana

Tradução: Apple


Volume 2

Capítulo 95: O que aconteceu quando eu voltei (3)

Os raios de sol da manhã que adentravam através da cortina me acordaram. Atrás de mim, havia um calor familiar, assim como um toque. 

Me pergunto quando ela voltou. 

Min-jeong estava me segurando nos braços com força enquanto eu dormia. 

“Ela veio.”  Parece que ela tinha escutado sobre o que aconteceu da Hyun-ji e voltou correndo após acordar. 

Eu aprovava aquela atitude, por isso me desfiz de parte da raiva que estava mantendo desde a noite passada. Mas, não tinha como deixar aquilo passar assim tão fácil.

Com cuidado, sai do seu agarro e me levantei. Saindo da cama, tentei pegar no sono novamente, mas dessa vez, no quarto de hóspede.  

Porém, alguns minutos depois…

 Min-jeong também acordou e se deitou ao meu lado, sem dizer uma palavra. Em silêncio, ela se meteu entre os meus braços e a sua expressão dizia claramente algo como: eu sei que eu fiz algo errado. Por favor, me perdoe.

“..........” Não dissermos nada. 

Não consegui falar nada, pra ser honesto. A decisão que eu estava tão certo de tomar antes, agora, não saia da minha boca quando eu precisava. Foi ela quem acabou com o impasse em que estávamos.

— Oppa. 

— Sim? — perguntei.

— Eu ferrei com tudo. 

“......” Ela tocou no assunto primeiro. 

— Por favor, ouça o meu lado da história também. Não estou criando desculpas, estou arrependida de verdade. Por favor, me ouça.

— Tá certo.

— O cara da noite passada tem vinte anos de idade, ele se chama Kim Min-suk. 

— Ele é jovem. Está querendo dizer que você não fazia ideia que um cara desses tinha um crush pesado em você? 

Deixei que ela tentasse negar. Mas não tinha como uma garota sociável como ela não saber.

— Eu sabia, mas fingia que não.

— E então?

— Mesmo que eu ficasse fingindo isso, os nossos colegas da aula ficavam tentando fazer a gente ficar juntos como uma piada. Eles diziam coisas tipo ‘Acho que ele gosta de você, por que não chama ele pra sair?’ etc.

— Esses filhos da puta. 

— É disso que eu tô falando. Na noite passada, na festa que tivemos, eles trouxeram ele sem que eu soubesse. Fiquei frustrada, mas não tinha como eu sair do nada, então me forcei a ficar.

— Foi por isso que bebeu até desmaiar perto de um cara que você sabia que estava interessado em você? 

— Me desculpa, oppa. Eu não bebia fazia um tempo, e não consegui perceber meus limites antes que fosse tarde demais. Prometo que não vou colocar mais álcool na boca, daqui em diante. — Min-jeong estava pedindo perdão por tudo que fez de errado.

— E as suas amigas que te deixaram sozinhas com ele e saíram do lugar?

— Tenho certeza que elas fizeram isso por diversão. Já apaguei todos os seus números. Não vou sair com esse tipo de pessoa mais. 

— Por que diabos elas fizeram isso?

— Elas deviam estar com ciúmes.

— Ciúmes?

— Quando você me ligou dizendo que viria me buscar, elas ficaram com inveja. E não só isso, mas Min-suk é um cara bastante popular no curso, e ele gosta de mim, então elas fizeram esse tipo de brincadeira comigo. 

— Você deve estar certa. 

Elas queriam separar um casal por pura inveja, e ainda chamam isso de ‘brincadeira’?

— Garotas são assim. Ji-hyun e Hyun-ji são as únicas que não agem dessa forma, por isso elas são minhas melhores amigas.

Depois de ouvir isso tudo, passei a concordar que a Min-jeong tinha sido enganada, e que tudo que aconteceu não tinha sido culpa dela. Ela sempre tentou manter distância do tal Kim Min-suk, e isso era o suficiente para derreter a minha raiva.

Além de ter bebido demais, ela não fez nada de errado de verdade. 

“Sim, da perspectiva dela, posso ver o quanto eu exagerei sobre esse problema.”

Eu voltei depois de um ano inteiro longe.  Estive lutando pela minha vida durante um longo tempo. E ter me deparado com uma situação como a da noite passada me deixou furioso. Mas do ponto de vista da minha namorada, estávamos bem, e de uma hora pra outra, a nossa relação atingiu o fundo do poço em um só dia.

— Min-jeong. 

— Sim, oppa?

— Já pensou alguma vez que nós simplesmente não combinamos? — Após ouvir minhas palavras, senti ela ficar nervosa ao meu lado e me abraçar com mais força.  — Sei o quanto você tem se adaptado pra me acomodar e igualar as minhas preferências. Como eu não saberia? Mas não consigo dar o mesmo de atenção a você.

— Isso não é verdade! 

— Não posso prometer que não haverá mais outras vezes em que eu terei que me afastar por causa do trabalho. É um trabalho muito complicado, e que preciso me concentrar ao máximo. É por isso que…

“......” Ela esperou pacientemente.

— Quando eu estiver aqui, com a minha garota, quero estar feliz e confortável. Não quero ter que me preocupar ou ficar estressado. Acho que isso me faz alguém egoísta e insincero. 

— Não diga isso. 

— As vezes sinto que você tem que passar por muitas dificuldades para ficar com alguém como eu. Me desculpe.

— Não estou sofrendo nem nada do tipo. Você nunca me desapontou, oppa. 

— De verdade…?

— Sim. —  Min-jeong trocou de lado para me olhar nos olhos. — Não desejo mais do que isso. Estou feliz apenas em passar meu tempo com você, como estamos agora. Vou dar o meu melhor para que você possa se sentir confortável. 

Nesse momento, os olhos dela não poderiam ficar mais bonitos. Abaixei a cabeça para que nossos lábios se encontrassem. Com nossas bocas juntas, a puxei para mais perto. Foi apenas um toque leve e macio.

— Oppa. 

— Sim? 

— O desejo? 

— Desejo? — questionei, confuso.

— Ontem, você disse algo… fiquei empolgada, esperando pra saber o que era. 

Explodi em risadas. Então, a virei de costas e subi em cima dela. 

— Quer saber qual o meu desejo?

— O que é?

— Não parar. — O rosto da garota debaixo de mim ficou vermelho. Nos beijamos novamente, e eu retirei a sua blusa. — Até que eu esteja satisfeito, não vou parar por nada. 

— Faça como deseja, oppa. — Com olhos brilhantes, ela abraçou meu pescoço.

Não contei as horas. As cortinas estavam fechadas e não havia relógio no quarto, então não sei dizer a localização do sol no céu. Fizemos amor por tanto tempo que até eu me senti cansado. 

Ding dong~

Mesmo exausta, Min-jeong despertou rapidamente com o som da notificação. Devia ser parte do instinto feminino. Ela estendeu a mão e agarrou o celular acima das nossas cabeças. 

— Quem é?

— É a Hyun-ji. Ela está preocupada comigo. 

— Avise que você está bem.

— Tá bom. 

Não sei o que tinha de tão engraçado na mensagem, porque minha namorada começou a rir enquanto digitava a mensagem. Eu espiei por cima do seu ombro. 

[Perdi a cabeça duas vezes hoje heheee <3 ]

— Espera aí. Pare os dedos!

— Heehee! 

— Disse: Parada!* — Mas os dedos de uma garota são tão rápidos quanto o flash. A mensagem foi enviada.  Se…. se enviar um textos desses….!

(ele tá usando coreano antigo pra soar como um rei dando ordens.)

Um instante depois, uma resposta chegou.

[Hyun-ji: Nossa, você é um gênio.]

— ARGH! Yoo Min-jeong! Venha até aqui!

— Ark, foi mal!

— Pedir desculpas virou um hábito pra você!? A pessoa do outro lado é a minha irmãzinha! Vocês duas são loucas! Você tá louca!?

— Owwnn, Oppa~

E foi assim que discutimos por um tempo. Deu-se início ao agitado intervalo do 6° turno.

 ***

Decidi parar com as aulas de violino. O instrutor disse que eu tinha talento, então tentei me convencer a não parar, mas não tinha como aumentar meus reflexos fazendo algo assim. 

“Preciso encontrar um método diferente agora.” 

Devia tentar piano? Acabei dispensando a ideia. Não quero mais me envolver com a música. Apenas ver com uma nota musical me fazia ficar enjoado. Música nunca foi meu estilo. Além disso, praticar artes marciais parecia com uma melhor ideia, já que eu iria usar mesmo isso.

“Puxa, por que não pensei nisso antes?” Um novo pensamento surgiu. “Me pergunto se tem como levar armas, tipo um rifle ou granadas, dentro do espaço de armazenamento.”

Mas os ingredientes que eu usei para criar o espaço eram teleporte e uma bolsa de itens. Se eu pudesse carregar armas numa bolsa dessas, o centro de pesquisa teria me dado uma granada desde o início.

“Mas a bolsa e o espaço de armazenamento são habilidades diferentes. Devo tentar?”

Primeiro, liguei para o Odin. Ele já devia estar fora da Arena agora. 

Sr. Kim Hyun-ho. Como foram as avaliações? — Odin respondeu alegremente. 

— Terminei com perfeição. 

Perfeição… você diz. Vendo como você levou os elfos à vitória, deve ter recebido um grande prêmio. 

— Sim, graças a você. 

 — Isso é ótimo. Mas por que me ligou?

—  Estava me perguntando se era possível carregar armas como granadas dentro da bolsa de itens. 

Isso é impossível. 

— É mesmo…?

Se desse pra fazer algo assim, não acha que eu já teria feito desde o começo? Você pode colocá-los dentro da bolsa, até mesmo eletrônicos, mas não consegue retirar enquanto estiver na Arena. 

— Acha que não é permitido porque seria considerado como trapaça?

Acho que não somos permitidos a quebrar a ordem das civilizações na Arena ao trazer tecnologias do nosso mundo. Antes, a América tentou fazer um gerador solar na Arena, e mesmo tendo sido construído corretamente, não funcionou.

Uma coisa dessas aconteceu? Bem, era previsível que a América tentaria algo do tipo.

— Mas, e se eu usasse o carma pra torná-lo num item?

Deve funcionar. Mas quanto de carma seria necessário pra tornar em um item todas as partes de um gerador solar?

— Haha, você tá certo. — Só de imaginar, já vejo o quão absurdo seria utilizar o carma pra algo assim. Custaria muito. 

Mesmo que eu armazenasse armas, não seria possível retirá-las na Arena, então o espaço de armazenamento não serviria também. “Não dá pra usar brechas nenhuma.”

Não tem como usar atalhos. Então, se eu não posso usar tecnologia, só me resta ficar mais forte.

Parece que você tem bastante a considerar.

— Sim. Preciso ficar mais forte, não importa o quê.

Você quer ficar mais forte…..  — Ele parecia ter algo em mente. — Tem certeza?

— É claro. 

Lembra que quando eu decidi te ajudar pela primeira vez, eu recebi dinheiro?

— Sim. — respondi.

Mas não fui capaz de ajudá-lo, e como pagamento, te disse pra escolher um item que custava 1.000 de karma.

— Eu me lembro.

Por que acha que eu disse que tinha que ser 1.000 de karma?

— O quê? — Aquilo era estranho. Ao pensar no que ele disse, parecia que eu estava esquecendo algum ponto. — Tem um examinado que troca carma por dinheiro?

Correto.  

Então, foi isso que ele quis dizer. A razão do porquê tinha sido 1.000! Esse era o preço do carma por 10 milhões de dólares. 

Dava pra comprar carma com dinheiro! Nunca tinha pensado nisso antes.

— Alguns preferem o dinheiro, mas ainda assim, há um examinado vendendo carma por dinheiro?

Isso mesmo. Mas não conte a ninguém quem te disse isso.  O mesmo sobre o Presidente Park Jin-seong. O que você acha que isso quer dizer?

— O quê?

Os examinados que vendem karma são loucos por dinheiro. Quem você acha que são essas pessoas?

 Um pensamento cruzou a minha mente. Me lembro quando Odin os xingou em voz alta. 

— Os examinadores chineses?

Você se lembra. E está certo. Eles são loucos o suficiente para matar outros na Arena, porque querem coletar majeong, que vale bastante dinheiro. A transação de carma é geralmente feita por eles. É por isso que não pode dizer meu nome. Não te quero envolvido com esse tipo de pessoa.

— Saquei… 

Mas se quiser mesmo trabalhar com eles, posso arranjar um encontro.

— Você fará isso pessoalmente?

Se eu estiver do outro lado da mesa, eles não irão tentar nada. Também, não quero divulgar a sua identidade para aqueles desgraçados chineses.

— A chama da vida?

Sim. É com isso que eu me preocupo mais. Uma habilidade que pode salvar a vida de uma pessoa pode dar muita grana. Se eles descobrirem, não vão te deixar em paz. 

Odin estava certo. Se eles são loucos o suficiente para matar humanos pela coleta de majeong, eles são capazes de cometer outros crimes. 

Me preocupo, de qualquer jeito. Todos na Arena sabem que o Presidente Park Jin-seong estava procurando por todo canto uma cura para a sua doença, mas agora, ele está perfeitamente curado. O que acha que todos estão pensando?

— ..........



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