Volume 2
Capítulo 94: O que aconteceu quando eu voltei (2)
“Onde ela deve estar?” O tempo havia passado, já eram 10pm, e mesmo assim, Min-jeong não havia chegado. “Ela não é criança. Não tem nada de errado nela sair pra beber até tarde, mas…”
Eu tinha dito a ela que iria buscá-la, então ficar sem notícias até agora me deixava com um mal pressentimento.
Enviei uma mensagem: [Eu: Está se divertindo? Quando devo ir te pegar?]
Logo depois, meu celular tocou. Era uma ligação dela.
— Alô? Você tá em Cheonan?
— Hehe, querido! Estava esperando ansiosamente pra ouvir minha voz? Ownt.
Hmm, como eu pensava, ela está bêbada.
— Estava esperando ansioso, sim.
— Sériooo? Por quê?
— Porque estou com saudades.
— Hehehe, tá sentindo saudades? Ownt, amorzinho, eu sabia!
— Onde você está?
— Meu gostoso, heheh.
— Eu sou bonito…
— Cheio de grana e gostoso; meu bebê é tudo isso e mais!
— Tá certo… seu sugar daddy tá aqui.
— Hehehehe! — Minha namorada riu alto. Ela já tinha passado da conta na bebida.
— Onde você está, Min-jeong?
— Em Arpeggio.
— Arpeggio? Onde isso fica?
— Arpeggio é… Arpeggio! Hah!
Era muito provável que esse fosse o nome de um bar.
— Isso fica em Cheonan?
—Uhum!
— Estou indo até aí. Fique me esperando.
— Oh, meu amorzinho vem me buscar. Também estava com saudades, sabe?
‘Nossa…’ Depois de desligar, troquei de roupas e desci até o estacionamento.
Procurei o nome que ela havia dito no GPS, e aquele era mesmo um bar da cidade, ou ao menos havia um lugar com o mesmo nome.
Não entendo como ela pode beber até aquele ficar naquele estado! Algum cara podia chegar e tentar levá-la sem que pudesse reagir.
Continuei a seguir a estrada enquanto pensava, pisando no acelerador. Eu devia ter ganho algumas multas por excesso de velocidade naquele ponto.
Ah! Eu quase havia esquecido. Meu carro era um bom carro. Por ser uma SUV, não parecia muito luxuosa do lado de fora, mas facilmente se destacava por ser um Porsche.
— Os amigos da Min-jeong estarão lá também. Imagino se eu pareço bem agora. — Olhei para minhas roupas. Eu tinha vestido a primeira coisa que vi pela frente, mas não tinha ficado ruim. Lee Soo-hyun tinha escolhido essas roupas pra mim em Copenhagen.
Depois de ficar rico, mesmo as coisas básicas que eu comprava eram caras e de boa qualidade, então não importava o que eu vestisse, as peças sempre tinham uma aparência excelentes. Mais do que isso, agora que meu porte tinha se tornado atlético e malhado, não importava a roupa, eu parecia bonito.
— Isso é mais do que o suficiente. — Elogiei a mim mesmo enquanto dirigia até o bar.
Com minhas habilidades de localização, fui capaz de encontrar a Min-jeong facilmente.
(nota: o cara usando um GPS e falando de habilidade kkkkkk)
Mas…
“Quem diabos é aquele cara?” Fiquei surpreso.
Ela não tinha ido beber com os amigos? Onde eles estavam?
Um rapaz que não parecia ter mais do que vinte anos estava apoiando a minha namorada no seu ombro. Eles estavam sentados juntos.
“O que está acontecendo?” O que mais me enfureceu foi o fato dele ser alto e bonito.
Não dava pra acreditar que algo assim estava acontecendo justo agora, depois de termos voltado a estarmos juntos.
— Oh, você é o namorado da Min-jeong noona? — O jovem rapaz pareceu me reconhecer, porque logo perguntou ao me ver. Lançando um olhar para a garota deitada no seu ombro, ele parecia envergonhado com aquela cena. “Me desculpe. É que ela tá muito bêbada."
— Onde estão os outros? — Eu fiquei tão indignado que essa foi a única pergunta que escapou dos meus lábios depois de um minuto de silêncio.
— Todos já foram.
— É mesmo? Hm.
Puxei o braço da Min-jeong, e tentei balança-lá na esperança que acordasse, mas nada aconteceu. Estalando a língua em reprovação, a coloquei nas minhas costas para carregá-la melhor.
— Nós estamos indo. — Dei um adeus breve, e estava pronto para sair, mas o garoto me segurou antes que eu andasse para longe.
— Espere um pouco, por favor.
— Sim? — Eu já estava de mal humor, então a irritação acabou transparecendo na minha voz.
Ele olhou para mim por um tempo, como se estivesse considerando suas palavras antes de dizer: — Ouvi bastante sobre você. Que você é muito rico e resolvido.
— E foi é?
— Você tem um bom carro e todas as roupas, incluindo o sapato que está usando, são de marcas de luxo; você é bonito, então deve ter um monte de garotas atrás de você.
O que esse puto tava querendo?
— E? O que isso tem a ver? — Qualquer traço amigável tinha sumido da minha voz.
— Caso seus sentimentos não sejam sinceros, pode deixar a Min-jeong noona?
— O quê…?
— Estou sendo bastante nesse momento. Eu gosto muito dela, e isso está me deixando louco. Sei que isso não é desculpa, mas estou te implorando. Por favor. — Ele completou suas palavras se curvando 90º pra mim. Era uma cena… estranha.
Eu estava frustrado. Só consegui olhar para aquilo, sem dizer nada, por um bom tempo.
— Ei… — Comecei e fui respondido com um “sim?”. — Você me parece alguém do qual as pessoas sempre elogiam por ser bem comportado, legal e respeitoso. Você tem uma boa aparência, então deve ter tido várias namoradas enquanto crescia. — continuei falando enquanto ele parecia cada vez mais confuso. — Mas achou mesmo que eu iria cair nessa de fingir ser legal, respeitoso e desesperadamente apaixonado?
“....?!” O rosto dele congelou.
— E sabe mais o quê? Achou que isso seria o suficiente para causar uma briga entre mim e a Min-jeong, e que iriamos nos separar? Abraçar uma garota comprometida; boa tentativa. Talvez você esteja querendo morrer?
— Ah, não, eu só…!
— Se eu vê-lo novamente, vou amassar essa sua cara de pau ridícula. — Sob meu olhar intenso, o rapaz ficou tão branco quanto papel.
De primeira, ele parecia uma criança gentil. Que desapontador. Se ele fosse menos covarde, teria entrado numa briga comigo. Nesse caso, eu teria dado uma surra nele.
Fui até o balcão do bar e pedi a conta, mas me foi dito que os amigos que saíram antes já haviam pago tudo. De volta ao carro, coloquei a garota adormecida nas minhas costas no banco do passageiro e passei o cinto por cima dela, depois liguei o carro e pisei fundo no pedal. No instante seguinte, estávamos seguindo em alta velocidade.
Sentia minha mente caótica e era difícil se acalmar. “Como posso lidar com isso?”
Ela tinha um cara como aquele por perto? E eles até saíram para beber juntos?
Mudei a direção do olhar para a Min-jeong, deitada no banco ao lado. Ela não tinha ideia de como eu estava me sentindo enquanto dormia em paz. O fato dela ainda ser tão bonita mesmo dormindo só me fez ficar mais zangado.
Eu voltei depois de um ano fora, e um cara daquele apareceu.
Não consegui segurar e explodi em risos. Eu ri muito.
“Que merda eu tô fazendo?”
Por que estou me sentindo tão mal por algo como um simples namoro? Eu tinha estado na guerra, onde um monte de vidas estavam em jogo, e até retornei depois de conseguir vingar meus amigos falecidos. Só depois de fazer tudo isso, foi que eu consegui um período de descanso de 100 dias, então por quê?!
Comparado a isso, esse era um problema muito menor, por isso não pude entender porque fiquei tão estressado!
Não conseguia lidar com o quão zangado isso tinha me deixado.
Peguei meu telefone do bolso e liguei para Hyun-ji.
— Ei, oppa, como vai?
— A Min-jeong pode passar a noite na sua casa hoje?
— Por quê?
— Eu não quero vê-la.
— Por que tá dizendo isso…? alguma coisa aconteceu?
— Ela desmaiou depois de beber demais e o cara que estava com ela me pediu para nos separarmos assim eles poderiam ficar juntos.
— Puta merda.
— Estou indo pra aí agora.
— Tudo bem.
Eu deixei a Min-jeong na casa da Hyun-ji, que era próxima a minha.
— Você tá bem, oppa?
— Tudo certo.
— Você não parece bem.
— Nah, eu só estou irritado, só isso. Essa situação toda foi cansativa.
— Mesmo assim, oppa, é melhor manter a calma. A Min-jeong não é do tipo que traí.
— Eu sei disso.
— Se você sabe, então devia deixar isso pra lá.
— Por que eu devia passar com esse tipo de situação pra namorar? Namorar é mesmo importante assim?
“..........” Ela ficou sem palavras.
— Deixa pra lá, eu tô indo.
— Hum…
Voltei para casa, retirei minhas roupas apressadamente e me joguei na cama.
***
— Oooh, oppa! — Min-jeong girou na cama, de olhos fechados, e abraçou a pessoa deitada ao seu lado.
Mas, o que ouviu em seguida foi uma voz feminina…
— Ewww. Eca, para com isso, garota. Quem você tá chamando de ‘oppa’?
“.....?” Ela arregalou os olhos de uma vez. Com uma expressão em branco, continuou a encarar Hyun-ji.
Soltando a outra mulher do abraço, Min-jeong olhou ao redor, confusa. O que entrou no seu campo de visão foi um apartamento menor do que 400 metros quadrados.
— Onde eu estou?
— No meu quarto, onde mais seria.
— Por que eu estou aqui?
— O oppa te deixou aqui e foi embora.
— Hyun-ho oppa?
— Você tem outro além dele?
Foi então que as memórias começaram a voltar à mente dela.
— Oh, é mesmo! Eu liguei pra ele?
— Ele disse que sim. Deve ser por isso que ele foi te buscar.
Min-jeong rapidamente pegou seu celular para checar o histórico de ligações. Como imagina, o nome dele estava na lista. Mas ao ver aquilo, a garota ficou ainda mais confusa.
— Por que ele me deixou aqui com você?
Hyun-ji estalou a língua
— Você não se lembra de nada?
— Bem, acho que bebi demais….
— Tsc tsc. Achei que você estava se controlando mais ultimamente, mas parece que você bebeu até cair ontem.
— Foi o meu último dia com o pessoal do curso de gastronomia… mas o que rolou? Por que o oppa não me levou pra casa dele?
— Você ferrou com tudo, querida.
— O quê? Como? — Min-jeong ficou assustada. Qual erro tinha cometido?
— Quem era o cara que você estava sozinha com?
— S-sozinha com um…?
— Foi o que o oppa me contou. Que quando ele chegou lá, não tinha nenhum outro amigo com você, só esse outro rapaz.
— Espera, tá dizendo que todo mundo tinha ido embora?
— Exato.
— Merda, o que foi que eu fiz!? Mas então, o que aconteceu depois?
— Ele disse ao seu namorado que queria ficar com você. Quem é esse idiota?
O rosto da Min-jeong perdeu as cores.
— Ah, como isso pode acontecer?! O oppa ficou bravo?
— Se ele deixou você aqui, dá pra ver que sim.
— Hmm, o quão bravo ele tava?
— Ele me disse que isso tudo era muito cansativo e que não sabia por que estava fazendo aquilo. Disse também que namorar não é tão importante assim para compensar o estresse. Se você não consertar as coisas, vai acabar perdendo tudo de uma vez.
Min-jeong estava com medo. Ela vestiu as roupas e começou a se arrumar rápido.
— Pra onde está indo a essa hora?
— Preciso ir pra casa!
— Ainda tá de madrugada.
— Não importa. Preciso ir! Vai ser tarde demais se eu não for agora implorar por perdão!
— Então, você sabe onde errou. Quer que eu chame um táxi?
— Sim, por favor!
Hyun-ji fez como sugeriu. Porque estava ansiosa, Min-jeong não sabia o que fazer enquanto esperavam o carro chegar, então continuou a fazer perguntas sobre o estado do namorado ao sair.
— Se ele só estiver zangado, ao menos você poderá acalmá-lo.
— Mas se ele não estiver?
— Ele parecia cansado desse relacionamento. Talvez desista.
— Meu Deus do céu! O que vou fazer?! Tô fudida!
— Bem, quem disse que sair flertando por aí seria uma boa ideia? Você não deixou esse mal hábito pra trás?
— Não foi nada disso que aconteceu! — gritou, seus olhos cheios de lágrimas. — Meus amigos só queriam pregar uma peça em mim! Meu Deus, como isso chegou nesse ponto…
— Se implorar não der certo, não há nada que você possa fazer.
— Você fala isso só porque não foi com você. — Min-jeong respondeu furiosa.
— A relação de vocês era séria? — Hyun-ji perguntou em um tom surpreso.
— Sim! A gente parecia casual pra você?
— É claro, já que você sempre foi assim. Oppa sabia desse seu lado quando vocês começaram a sair, certo?
Ao ouvir aquilo, Min-jeong ficou quieta. Depois do que aconteceu, é provável que Hyun-ho começasse a ter a mesma visão sobre ela.
Hyun-ho gostava de garotas que eram recatadas e bem comportadas. Min-jeong se esforçou para parecer ser daquele jeito e ganhar a confiança dele. Ela sabia que o oppa estava ciente das atitudes dela anteriores, principalmente do comportamento frívolo que ela tinha quando saia com Hyun-ji, por isso deve ter dar seu máximo para mudar a sua imagem.
Entretanto, por causa de um incidente, todo seu esforço podia ir pro lixo.
Assim que o táxi chegou, Min-jeong correu para dentro.