Arena Coreana

Tradução: Themis

Revisão: John


Volume 2

Capítulo 83: As Habilidades de Odin (1)

Depois de pensar com cuidado, eu disse: — Primeiro, nosso poder deve ser concentrado aqui.

— Você quer colocar os mais jovens nesse ponto?

— Sim. Da forma como vejo, esse é o lugar de maior risco. — Era um argumento simples.

O Visconde Bastian estaria mais que ocupado com a guerra contra Odin, e o Clã Prata não era grande coisa.

A área-problema. Ali, o lugar de onde o meu mau pressentimento estava vindo, era o ponto em que deveríamos aumentar as nossas forças.

— O Mago Negro está aumentando as suas tropas, então devemos fazer o mesmo e aumentas a nossas força.

— Ainda somos muitos.

— O que você quer dizer com muitos?

— …

— Claro, não estou duvidando das suas habilidades, Derrick. Mas que tal pensar assim?

— O que mais? — O Elfo mostrou interesse em minhas palavras.

— Eles se concentraram aqui, continuaram atacando e continuam falhando. Hoje, eles aumentaram em número e falharam de novo.

— Pois é.

— Então o que o Mago Negro vai pensar? Não vai querer mudar o lugar de ataque?

— Não tem outro ponto para atacar. Se não for nesse penhasco, outros caminhos são muito longos.

— Esse é o ponto fraco.

— O que?

— Eles vão continuar batendo aqui e nos fazendo focar nesse ponto, enquanto nos atacam por meio de um ponto fraco desprotegido. É o que eu faria se estivesse no lugar dele. — continuei a explicar. — Já que o ataque vive falhando, você não acha que poderia ser usado como distração? Não importa o tamanho do caminho.

O Elfo gemeu alto: — As suas palavras estão corretas. Eu devo voltar ao vilarejo imediatamente.

Parecia que ele ia entregar as minhas opiniões para as mães.

— Eu vou com você.

— Isso seria bom.

Nós voltamos para o vilarejo rapidamente. Como os 30 minutos de recarga tinham passado, pude usar a Proteção Divina do Vento e acompanhar o Elfo em sua velocidade máxima.

Conforme o nível subia, a duração da habilidade subia e o tempo de recarga diminuía. Por um momento, me arrependi de ter upado Teleportar ao invés de gastar o Karma investindo mais na Proteção Divina do Vento.

“Não, uma hora Teleportar vai ser útil.”

Não importava, essa era uma habilidade para fugir do perigo.

Tão logo chegamos ao vilarejo, Derrick e eu fomos na direção das Mães reunidas sob a Árvore da Vida. Elas estavam distraídas conversando e os seus olhares se focaram em nós.

Oh, docinho! — A Mãe Anciã estava extremamente contente e correu em nossa direção. A mulher correu rumo ao marido como uma flecha, e Derrick respondeu alisando o cabelo dela com calma, uma cena muito boa de ver.

“Vendo isso, sinto falta da Min-jeong… Ao menos eles têm sido um casal por 200 anos, e o seu relacionamento é tão bom…”

E vendo Derrick agir como se esse tanto de amor fosse normal, quase me fez me apaixonar por ele de novo. Tive que respirar fundo algumas vezes para limpar a minha mente.

— Por que você voltou tão cedo?

— Tenho que te falar uma coisa.

Ah, meu… só pra mim?

— Seria bom se todas ouvissem.

— Minha nossa, enquanto todas ouvem… — O que quer que ela tenha pensado a fez enrubescer. Apesar de saber que a realidade seria outra.

— Os movimentos dos zumbis ficaram cada vez mais suspeitos.

A expressão da Mãe Anciã mudou para decepção, enquanto as outras Mães, que esperavam um bom show, ficaram espantadas.

— Os detalhes vocês podem ouvir do Kim.

Agora todos olhavam para mim, enquanto repetia o que falei para Derrick. Dessa vez, consegui organizar ainda mais a explicação.

— Por agora, o problema mais importante são os zumbis do Sudoeste?

— Isso.

— Para nós, os humanos são mais assustadores. São eles que tentam sequestrar as nossas crianças e, tentando não serem pegos, usam métodos astutos para atingir os seus objetivos.

— Eu entendo. E como humano, estou envergonhado dos meus iguais.

— Eu não digo isso para ouvir esse tipo de coisa de você. É que nós não podemos diminuir a vigilância ao Norte nem por um instante. Teve aquela vez em que a Elise quase foi levada também.

Ouvindo isso, meus pensamentos voaram pela minha cabeça mais uma vez. Depois de organizá-los, respondi: — Sobre isso, tenho duas coisas a dizer.

— Tens a palavra.

— Primeiro, é claro que o maior perigo enfrentado pelo vilarejo agora são os zumbis. Mas nesse lado temos Derrick e muitos outros guerreiros respeitados lutando, então não temos medo dessa ameaça.

— …

— Mas todos vocês devem ter se assustado quando Elise quase foi sequestrada. Eu entendo. Essa criança adorável, levada por pessoas sem vergonha, quase foi perdida. — Ouvi suspiros de lamento e alívio vindos das Mães. Pensar naquele momento ainda devia doer. Essa era a força e a fraqueza das Mães. — Mas, por que vocês estão influenciadas por essas cicatrizes psicológicas, acho que a importância do caso foi mal medida.

Todos se surpreenderam, mesmo assim continuei a falar: — Por agora, sequestradores humanos invadirem não é um problema. Proibir as crianças de saírem do vilarejo sozinhas sem supervisão adulta, ou mesmo criar uma força-tarefa para caso haja um sequestro daria conta do recado.

Ah…!

— Mas os zumbis são diferentes. Se a defesa ali falhar e a Árvore da Vida for danificada, uma situação tão desastrosa que nem mesmo ouso falar em voz alta iria acontecer. Então, que lado é mais importante?

O amor instintivo das Mães as faziam sentir que cada criança era preciosa. Por causa disso, elas não conseguiam ver o problema maior.

— Se as crianças forem sequestradas, podemos recuperá-las…

— Eu nunca tinha pensado nisso.

— Pensar em humanos sem vergonha colocando as mãos nos nossos pequenos era assustador demais.

— Um grupo de resgate, essa é uma boa ideia.

— Será suficiente deixar as crianças sob guarda das mulheres?

As mães começaram a debater e conversar. Um tempo depois, a Mãe Anciã falou: — Você tem bons pontos. Deixaremos isso para as mulheres e organizaremos um grupo de resgate separado.

— Se uma criança sob responsabilidade de uma mulher sumir, a força-tarefa deve ser notificada imediatamente para agir o mais rápido possível. — comentei.

— Sim, claro! Essa é uma boa ideia.

E com esses dois conselhos, a segurança das crianças foi recuperada. Aqueles que guardavam o Norte poderiam ser realocados para o Sudoeste na luta contra os zumbis. Tudo ocorreu sem problemas.

As Mães se decidiram e reuniram todos no vilarejo, notificando as decisões feitas.

— Essa é uma boa ideia.

— Foi o Kim que teve.

— O Kim é um gênio, faz sentido.

— Então é só eu tomar conta dos meus irmãos?

Todos assentiram e concordaram que era um bom plano. A minha reputação ficou ainda maior por causa disso.

Em especial os rapazes pareceram satisfeitos. Todo esse tempo, a área Sudoeste foi guardada pelos homens mais adultos, mas agora eles teriam uma chance de agir. Todos queriam a chance de lutar bravamente pelo seu vilarejo.

Assim, a fronteira Sudoeste foi fortalecida, e bloquear os zumbis ficou ainda mais fácil. Derrick designou os jovens Elfos para uma unidade de patrulha lutadora. Com isso, se houvesse invasão por outros lados, seria mais fácil identificá-la. 

Por causa do perigo quase palpável, as crianças Elfo fizeram como mandado e brincaram dentro do perímetro do vilarejo. Na verdade, eles tinham perdido totalmente o interesse em brincar do lado de fora: estavam loucos para brincar de pega-pega.

Todos os dias, colocava duas Chamas da Vida na Árvore da Vida. Então, ia lutar contra os zumbis no penhasco. À tarde, treinei com brincadeiras, como pega-pega, e tarde da noite, antes de ir deitar, pratiquei com o violino.

Me livrei do som do violino com a ajuda de Sylph e treinei em silêncio, sem ninguém saber. Fiz isso porque tinha a sensação de que, se os Elfos se interessassem pelo instrumento, seria um incômodo para mim. Eles poderiam querer pegar e tentar tocar. Essa seria uma reação meio óbvia.

Acabei gastando quase um mês assim. Em uma monótona, mas prática, rotina.

— Humanos!... — Um grande barulho veio do vilarejo.

Um barulho que foi enviado até o desfiladeiro onde estávamos lutando contra os zumbis, fazendo com que eu e Derrick corremos de volta para lá.

A atmosfera ali estava caótica.

Claro, tanto os Elfos homens, que tinham voltado da patrulha, quanto as mulheres, estavam armados. As crianças deviam estar em suas casas, já que nenhuma podia ser vista.

O grupo que apareceu no vilarejo era composto de três humanos e do que pareciam ser 10 elfos magros de fome. Duas mulheres mais velhas, três homens e os outros eram jovens. Todos deviam ter sofrido muito, as suas faces mostravam emoções sinistras.

Embora os humanos estivessem armados, não empunhavam suas armas. Entre eles, havia uma cara familiar.

— Odin?

Ouvindo a minha voz, Odin olhou para mim, surpreso.

— Senhor Hyun-ho Kim?

Os Elfos olharam para nós e cochicharam: — Eles se conhecem?

— Kim parece conhecer ele.

— Ele é legal com o Kim?

— Se é amigo do Kim, não deve ser má pessoa.

— Vamos ver por enquanto. — A hostilidade dos Elfos diminuiu bastante.

Haha, é porque consegui muita credibilidade por aqui.”

Odin olhou para os Elfos ao redor antes de dizer para mim: — Parece que eles confiam em você.

— Pois é, eles confiam. Mas esses aí com você…

O homem fez que sim com a cabeça: — Eles eram escravos. Foi o máximo que consegui com o fundo que tinha disponível.

Então, as Mães apareceram. Ao lado da Anciã estava Derrick, como um guarda-costas.

Ela me perguntou: — Kim, vocês se conhecem?

— Sim, ele é meu amigo. E é confiável, não se preocupe.

Odin deu um passo à frente e a cumprimentou: — Eu sou Conde Odin, de Ulpenburg.

— O que te traz aqui? E esses Elfos que trazes…

Os 10 Elfos olharam para a Mãe anciã e as suas faces congelaram. Eu só podia imaginar as vidas que levaram até agora.

— Ouvi que meu amigo Kim Hyun-ho tinha feito amizade com os Elfos e que tem vivido entre os seus.

— Se você é amigo de Kim, suponho que não seja nosso inimigo.

— Sim. Os Elfos que trago estavam vivendo como escravos e foram resgatados.

— O que ele diz é verdade?

Com as palavras da anciã, os Elfos assentiram: — Esse humano nos comprou.

— Ele disse que nos traria para a Montanha Marrom no Leste.

— É um humano maravilhoso.

As outras três mulheres Elfo disseram, uma de cada vez.

A Mãe Anciã assentiu: — Não posso imaginar o quanto vocês sofreram. Esse lugar é seguro, fiquem conosco por agora.

— Obrigada!

— Agradecemos muito! — Os olhos dos Elfos trazidos por Odin se iluminaram.

Depois de tanto tempo com os Elfos, eu podia sentir o quanto amavam a natureza. Devem ter sofrido muito como escravos dos humanos. Podiam não ter sido designados a trabalhos pesados, mas só de ficar longe da natureza já era difícil demais para os Elfos.

— Estamos muito gratos pelo que você fez. Mas não sei que tipo de benefício essa ação trouxe a você.

Com as palavras da Mãe Anciã, Odin respondeu: — Primeiro, foi um presente para o meu querido amigo Kim Hyun-ho, que ama os Elfos, e, segundo, eu gostaria de discutir a possibilidade de um tratado com vocês.



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