Volume 2

Capítulo 88: Poder, Magia e Morte

– Matem-no!

Leafar sorri, faz movimentos com suas mãos e em cada movimento o peso, força e resistência dele aumentam fazendo o chão abaixo de seus pês trincar.

Ele caminha com pose de luta e de mãos limpas, ele derrota um a um que se aproxima parecendo um lutador indestrutível, ele vária entre soco, palma da mão, pés, cotovelos e joelhadas para aparar golpes, quebrar armas ou armaduras, quebrar algum membro importante do corpo do inimigo e para finalizar jogando o oponente contra a parede matando ou incapacitando totalmente seus agressores.

Alguns mais experientes conseguem atacar e se esquivar dos golpes, mas têm suas armas quebradas e outros têm alguns membros quebrados, quem está no salão principal fica intimidado ouvindo o som dos corpos batendo contra as paredes e dos gritos de dor dos homens, antes de chegar no salão Leafar se depara com um lutador forte que resiste aos golpes.

Leafar destrói as manoplas do lutador obrigando-o a lutar de mãos limpas também, o lutador revida, mas não consegue empurrar Leafar, o lutador sente como se estivesse batendo em uma montanha que faz seus punhos sangrarem ao atacar, Leafar gosta da luta e diz rindo alto:

– Achava que só guerreiros náuticos entravam em fúria, impressionante.

– Desgraçado!

– Me ataque com tudo, prove sua honra pelo Império!

Leafar se defende copiando os movimentos do lutador, soco contra soco, chute contra chute, no embate os ossos do lutador se quebram, ele segura o grito de dor e continua usando seus outros membros para atacar, na sequência perna, joelho e o outro braço são quebrados, o lutador cai e Leafar diz desapontado enquanto pisa do tórax do lutador matando-o:

– Pelo Império não foi tão forte assim.

Alguns assassinos e guerreiros surgem atacando Leafar, ele é acertado algumas vezes, mas os golpes não surtem danos, ele os derrota com socos e com as palmas das mãos no peito de cada um, ao entrar no salão principal Leafar é surpreendido por dois feiticeiros que surgem um de cada lado, cada um coloca sua mão no ombro de Leafar fazendo-o se curvar com uma perna ajoelhada e a outra dobrada.

– Chegou longe mágico, quem mais está com você?

Leafar ri e aos poucos o riso vai aumentando até transformar-se em uma gargalhada.

– Com quem eu estou?

Os feiticeiros usam mais energia para conter Leafar, mas não conseguem, Leafar usa magia e os joga longe, ele se recompõe e anda um pouco até o centro do salão. O salão é grande e tem acesso a outros andares através de sacadas e escadas, em todas janelas, portas e sacadas têm arqueiros prontos para atacar, dois andares acima Leafar vê o líder do templo, ele sorri e diz fazendo uma pequena reverência:

– Nilber Brow! Como vai você?

Nilber Brow, homem humano, pele clara bronzeada, estatura média, porte físico forte, cabelos lisos, pretos, longos e amarrados em uma grande trança, ele está usando uma armadura pesada corporal e no lugar do elmo veste um capuz preto, ele demostra ter controle da situação com confiança em sua fala.

– Ouvi dizer que um único homem estava nos atacando, ainda não acredito, você veio com mais alguém?

– Como os religiosos dizem, eu estou com Deus.

Nilber ri e se debruça na sacada.

– Só?

– Acredite, é o suficiente.

O sorriso de Leafar tira a moral de Nilber deixando-o bravo.

– Cansei, atirem!

Centenas de flechas são lançadas no térreo do salão, Leafar parecer estar no estado gasoso, pois todas as flechas o atravessam como se passassem por uma nuvem, Leafar ri alto enquanto é alvejado, ele abre os braços e diz baixo:

– Pobre almas desafortunadas.

Um tremor toma o salão, grandes rachaduras são feitas desestabilizando o lugar, algumas pedras soltam das paredes, sacadas caem e escadas se quebram matando vários arqueiros, Nilber corre, se esquiva, usa alguns de seus homens para se defender e saltando consegue chegar ao térreo do salão sem sofrer danos, ele se aproxima de Leafar pegando uma naginata de algum guerreiro morto pelo desabamento e corre para atacar Leafar.

– Bruxo maldito!

Algumas flechas no chão são controladas por magia e são lançadas em Nilber, ele apara e esquiva-se das que acertariam seus pontos fracos, as outras acertam a armadura que o protege totalmente do dano, algumas riscam a armadura tirando a tinta dela mostrando para Leafar que se trata de uma armadura feita de cristal corrompido e coberta com tinta prateada para enganar seus oponentes. Leafar gosta de ter informação do seu inimigo e comenta para si:

– Conhecimento, é poder...

Leafar se vira frente a frente a Nilber, com fumaça ele cria uma espada de lâmina fina na ponta que vai alargando até a base dela, uma esgrima mais longa que o normal e aparentemente mais resistente, Nilber se aproxima manejando e girando sua arma para impressionar quem o vê e desmerece a arma de Leafar dizendo:

– Uma agulha! Vai precisar mais que isso.

– Para você, é o bastante!

Leafar e Nilber iniciam uma luta um a um, Leafar coloca uma das mãos nas costas e com pose de esgrimista apara facilmente os ataques de Nilber deixando-o nervoso, Nilber pede ajuda para seus homens, que se aproximam aos poucos para ajudar os caídos:

– Idiotas! não fiquem olhando, ataquem-no!

Arqueiros que sobreviveram ao desabamento se recompõem e atacam Leafar a distância, ele continua usando a mesma pose de esgrima e esquiva-se das flechas como se previsse a direção delas, mesmo não sendo atingido pelas flechas Nilber consegue se igualar a luta conseguindo fazer Leafar recuar:

– Agora estamos iguais, miserável.

– Vocês têm um linguajar tão baixo... mas nunca estaremos igualados.

Leafar tira a mão que estava nas costas e aponta para os arqueiros, arcos, flechas, aljavas e partes das vestes deles pegam fogo assustando-os e impressionando Nilber.

– Você não é só um bruxo...

– Bem apontado, mas gosto de ser chamado assim.

A cada golpe aparado de Nilber, Leafar contra-ataca acertando a ponta de sua espada em uma parte da armadura, Nilber sente uma pequena pontada inofensiva, em segundos a parte acertada da armadura trinca e estoura deixando aquela parte exposta, Nilber não percebe por causa da adrenalina da batalha, depois de perder toda a armadura do tronco ele percebe.

– O cristal?... Impossível! Quem é você?

– Acredita que eu ouso muito?

A cada palavra seguinte dita por Leafar ele destrói mais uma parte da armadura de Nilber.

– Sou! Chamado! Por! Vários! Nomes! Mas! Você! Pode! Me... Chamar de!

Nilber fica só com um traje simples com a roupa de baixo, Leafar desarma Nilber e o joga para trás fazendo-o cair e diz:

– De Magnus Leafar!

Nilber se afasta ainda no chão e Leafar se aproxima:

– Você tem um corpo bonito, deveria vendê-lo ao invés de matar pessoas, teria um futuro melhor.

– Você conseguiu entrar sozinho, mas te garanto que você não vai sair.

– Já disse que não estou só.

– Para alguém que fala de “deus”, você mata muitas pessoas.

– Deus fez a morte no momento em que fez a vida, nunca viu o “reino animal”? Não somos distantes dele e hoje vocês são as gazelas.

O som de um rugido de leão sai da boca de Leafar, ele dá sorriso sádico e ataca Nilber para matá-lo, Nilber desaparece em uma cortina de fumaça roxa, os dois feiticeiros que neutralizaram Leafar anteriormente se aproximam com seus cajados eletrizados irradiando uma energia roxa e forte contra Leafar, eles demostram que irão usar todo o poder que ainda têm e dizem:

– Não importa quem você é, ou como chegou aqui, mas não vai mais importunar nosso império.

Os feiticeiros se aproximam de Leafar aos poucos com a energia dos cajados paralisando-o, a arma dele cai no chão e desaparece, aos poucos Leafar vai caindo ficando curvado, mesmo em uma situação aparentemente complicada Magnus Leafar ri:

– Mestres de maldição, realmente o Império tem de tudo.

– Calado!

– Apesar de que não vi outras raças e mulheres no exército, uma grande falha devo dizer, até posso julgar que por esse motivo que vocês vão perder.

Leafar levanta com dificuldade, a mão dele está tremula disputando o controle do próprio corpo contra os dois mestres, Leafar demostra satisfação pela disputa e ou mexer a mão faz os cajados dos magos rangerem como se lutassem pelo controle deles também, eles sentem as ações de Leafar e se espantam:

– O que ele está fazendo?

– Ele deve ser outro Mestre da Maldição.

Leafar deixa de sorrir e fica desapontado:

– Um pequeno conhecimento de uma classe antiga poderia ter preparado todos vocês melhor, uma falha crítica que hoje será mortal.

Leafar recuperou o controle de seu corpo e agora luta pelo controle do corpo dos dois mestres, antes de ganhar outros seis magos aparecem apontando seus cajados e forçando Leafar a ficar curvado novamente que diz:

– Não imaginava que o Império tinha tantos mestres de poderes em seu exército.

– Surpreso?

– Não, decepcionado! Vocês que treinam a mente deveriam ser bem mais inteligentes que isso.

Depois da falar, uma energia estranha cria um impacto no corpo de Leafar, ele tira o controle dos magos e levanta normalmente.

– Agora é a vez de vocês.

Todos se preparam e Leafar diz alto como um trovão ecoando por todo lugar:

– Ajoelhem!!!

Todos os magos sentem um grande peso e são colocados ajoelhados, a força que os controla é grande machucando seus joelhos, mesmo sentindo grande dor alguns atacam Leafar com magia, anéis de fogo, raios, estacas de pedra, ar gélido e estilhaços de metais no chão são arremessados em Leafar, ele se posiciona e se defende, ele usa elementos diferentes para se defender jogando alguns projéteis contra os outros.

Nas brechas Leafar faz ondas de energia que se transforma em uma onda de gelo que segura todos no chão, uma segunda onda de propriedade elétrica é lançada para neutralizar todos fazendo-os parar de atacar, e na próxima uma onda de fogo para queimá-los matando a maioria deles, por último ele faz uma onda de terra destruindo o chão e cobrindo os corpos dos homens, terminando de matar os que sobreviveram as ondas anteriores.

– Estou ficando cansado, não imaginei que usaria tanta energia aqui.

Leafar respira fundo e olha para o salão destruído:

– Pena, tinha uma ótima decoração... Onde será que Nilber está? ... Posso sentir mais pessoas se movimentando, quero resolver tudo antes que amanheça.

Leafar segue por um corredor que leva a uma parte subterrânea, no caminho ele tem um mal pressentimento.

– O que é isso? Nunca senti isso antes.

Leafar sente uma dor no peito que o deixa preocupado, mas continua andando, ele chega em câmaras ocultas no templo, ele usa magia para passar pelos portões de ferro e entrar mais a fundo, cada câmara está suja e coberta de sangue deixando Leafar apreensivo.

– Não queria ver isso... Deus, perdoe-me se eu perder o controle.

Os olhos de Leafar ficam azul-escuro, ele tem visões do que se passou pelas câmeras dias e até semanas antes e vê atrocidades feitas pelos homens do Império de Cristal, torturas, mortes, abusos sexuais com todos que são fora do padrão do Império, independentemente do tamanho ou idade, Leafar fica triste, vendo raças diferentes, mulheres, crianças e idosos sendo humilhados e usados para qualquer que seja a vontade imunda do Império de Cristal.

– Então é para isso que existe esse lugar... Não serve só como uma prisão.

 Na visão ele vê alguns sendo usados para testes de criação para armas mágicas e biológicas, por um momento a moralidade de Leafar vai a zero, no fim do corredor que liga mais câmaras abre-se uma passagem secreta para muitas outras que estão em atividade, tendo alguns homens e guardas fazendo seus “trabalhos” sujos.

Ao ouvir o choro e os gritos das vítimas Leafar perde a consciência, seus olhos brilham um vermelho-sangue, em cada mão aparece uma foice grande de lâmina serrada e uma aura vermelha envolve seu corpo, ele entra na ala obscura da prisão e logo é notado, seus movimentos são rápidos e críticos, ele se move como se voasse, ele ataca todos do Império, fazendo cortes profundos, mas não mortais.

Ele deixa seus alvos vivos agonizando de dor, cada vez que se aproxima de um alvo Leafar enfeitiça as vítimas próximas para que entrem em um sono profundo para que não vejam, ouçam ou sintam o que está acontecendo. Sangue, gritos, corpos dilacerados, dor e agonia é tudo que se vê por todas as câmeras ocultas no templo.

Leafar usa seus poderes para manter seus alvos vivos para que morram sentindo muita dor, ele corta partes dos corpos, quebra ossos, rasga órgãos até que morram de dor, morrer até que o cérebro não consigo mais calcular a dor e a perda de sangue.

Depois que todos estão mortos, Leafar usa magia para reagrupar todas as vítimas em um único lugar, uma sala limpa usada só pelo Império, todos ficam apertados, mas não desconfortáveis, Leafar é envolvido em fumaça laranja que restaura e limpa seu corpo e roupa, quando a fumaça some seus olhos voltam ao normal, as foices desaparecem e todas as vítimas despertam aos poucos.

– Vejo que todos vocês precisam de ajuda, mas a única coisa que eu posso lhes dar hoje é “paz”.

Antes que alguém falasse algo, Leafar faz uma luz forte tomar a sala desintegrando todos em instantes.

– Infelizmente deve haver mais de vocês em Sodorra... Não posso mudar meus planos agora, então devo seguir.

Leafar então corre saindo da ala secreta do templo, saindo de lá ele acha o lugar que dá acesso as celas dos prisioneiros de guerra, ele entra e diz:

Enteroctopus!

Oito tentáculos feitos de energia e gás saem de suas vestes como se estivessem no lugar de suas pernas, os guerreiros que se aproximam são estrangulados, golpeados e prensados contra as paredes, os tentáculos também são usados para se locomover mais rápido.

Leafar bebe mais um frasco com o liquido marrom e fica imbatível, alguns guerreiros de elite surgem e conseguem cortar alguns tentáculos, mas eles crescem de volta e os mata, Leafar arranca as portas das celas libertando todos, de grupos em grupos, os prisioneiros estão fracos e desmoralizados e mesmo vendo que estão sendo libertados eles ficam em suas celas com medo.

Os olhos de Leafar ficam azuis novamente, em algumas celas Leafar entra e paralisa os prisioneiros deixando-os em sono profundo, em outras ele os desintegra com a mesma luz que usou com as vítimas na ala oculta.

Leafar acha a sala de Nilber, um lugar onde ficava o antigo dono do templo, na porta Leafar é pego por uma onda de energia que o empurra de volta para o corredor, quando ele olha ele vê um mago elemental conjurando uma onda grande de fogo...



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