Volume 2
Capítulo 146: Reencontro III
Jhon ouviu uma grande história de Otoko com vários elementos, entre eles terror, ação, drama e romance, na parte da comédia Otoko contava em forma de pensamentos e pontos de vista que percebeu tempos depois do acontecido.
Ele contou um pouco de sua história deixando Otoko pensativo sobre o futuro dele, aconselhando-o a buscar algo além de poder e estudos, mencionando que há muito na vida e no mundo, citando também uma frase que ouviu em Pando, que Jhon acolheu para si.
Jhon usou os seus poderes para andar e conhecer um pouco da parte da montanha em que ele estava e refletiu sobre tudo que se passara nas últimas semanas, no fim ele conseguiu se teleportar para Libryans e mandou Otoko para um lugar próximo da Floresta de Pando, pois não conseguiu enviá-lo diretamente para dentro dela.
– Às vezes o brilho de um objetivo ofusca outras maravilhas que a vida quer nos dar.
Onurb mesmo mudado resmungou e fez várias piadas diretas e indiretas sobre a história que Peter contou, Onurb ouviu tudo e dedicou-se para ser mais simpático, deixando o clima sempre agradável, Peter não gostou de algumas coisas, mas entrou no clima e riu de algumas coisas, até o fim da viagem dos dois Onurb ganhou a confiança de Peter, tendo-o como um novo amigo.
– Realmente... Amizade é um item muito valioso, mesmo que seja uma nova.
Anirak gostou muito de conhecer as pessoas que estavam liderando e trabalhando na base em que ela estava, ela ouviu algumas instruções de Brenda, dando ideias para alguns programas que ela pretende iniciar em Libryans.
Ela teve um momento especial com Henrique esquecendo um pouco dos problemas pessoais e do mundo, mas negou a companhia dele até Libryans seguindo sozinha e o mais rápido possível.
– Não posso mudar meu objetivo por uma palpitação momentânea, a vida é mais que um romance...
Baltazar e “Braço Direito” construíram uma grande amizade e parceria no mar, revezando o comando do leme, comendo e bebendo muito, e ao invés de sempre se colocar à frente das decisões e contar as suas histórias ele se colocou como ouvinte e fã, ele ouviu, comentou, vibrou e até aconselhou sua nova amiga, percebendo que com ela aprendeu muito também, pois enxergou mais do que só suas próprias experiências.
– Ouvir às vezes é mais necessário do que falar, todos têm suas histórias e todos merecem contá-las também.
Lili foi bem recebida e acolhida por Mazda, Lincoln e pelo pequeno grupo de homens que os acompanhava, ela teve momentos legais com eles, contando suas histórias, sonhos e desejos, no percurso eles também ficaram mais abertos e contaram seus objetivos e histórias de combates, Lili ficou animada por ter um momento comum sem os olhares desconfiados e preconceituosos.
– Os olhos da igualdade são os olhos do Criador sobre tudo e todos.
Ray compartilhou sua aventura com Alim, Jefferson, Joara, Lays, Rômolo e Sida, ocultando por segurança informações mais reservadas e privilegiadas, todos ficaram assustados pelas coisas que Ray falou sobre o Império de Cristal e dos inimigos que ele encontrou pelo caminho.
Ele os animou contando sobre as superações e as conquistas que conseguiu em pouco tempo incluindo os novos amigos e companheiros de grupo que fez.
Todos ficaram admirados pelo grupo que Ray fundou sendo incluso como grupo de elite do reino de Libryans, todos também compartilharam novas músicas e danças que fizeram e aprenderam nos últimos tempos, tendo como motivação e inspiração tudo que viram e conheceram nas dez ilhas que cercam o Grande Continente.
– Tudo na criação serve como inspiração e motivação, especialmente a arte, com ela nós aprendemos uma forma linda de ver as coisas.
Ao se aproximar de Libryans e no término das histórias, Ray se lembra do Electi traidor, sentindo que o poder que bloqueava sua mente cessou, provavelmente por causa da morte dele, preocupado que Erèm tenha algum envolvimento com o traidor.
Ray segue rápido e ansioso para o castelo a fim de ver Erèm urgentemente, demostrando muito nervosismo e preocupação em seu semblante e no seu andar:
– Preciso saber de tudo, por pior que possa ser.
No reino de Libryans todos chegam e seguem por caminhos e cidades diferentes, todos chegam quase juntos ao Castelo Winfrey, no castelo eles são bem recebidos e ficam em alas de espera separadas até que todos cheguem para uni-los em uma sala só, até que todos cheguem.
Eles se banham e descansam da viagem, ao se reencontrarem todos demostram várias emoções e se abraçam forte, rapidamente eles sentam a falta de Alexia e Onurb comenta;
– Ela deve estar chegando, vamos esperar mais um pouco.
Ray estranha e diz:
– Falaram que Rosanne irá nos encontrar aqui para falar algo importante.
– Então, ela ainda não veio porque está esperando Alexia também.
Todos se servem com bebida e comida fresca que está em uma mesa na sala, todos iniciam conversas separadas e Maxmilliam percebendo o nervosismo de Ray o aborda:
– Ray? Está tudo bem?
– Sim Padrinho.
– Certeza? Você me parece ansioso e inquieto.
– Sim, preciso muito falar com Erèm.
– Eu vi você pedindo para os guardas, mais de uma vez.
– É algo que está me perturbando Padrinho, sobre o Electi traidor que ouvi falar.
– Calma Ray, um assunto de cada vez, você acabou com a tirania do Império de Cristal, aproveite esse momento, descanse e espere.
– O senhor está certo.
– Sim, não aja com impulsividade.
Baltazar comenta enquanto come:
– No meu teste eu conseguia comer muito mais que o normal.
Onurb demostra espanto e comenta.
– Se o normal já é sobrenatural, nem quero saber como é no sobrenatural, você ganhou o teste por ter acabado com a energia do Electi comendo toda a comida da magia dele.
Todos ao redor riem e Baltazar abraça Onurb.
– Senti muita saudade de você.
– Não é para tanto.
Lili se aproxima e questiona Onurb:
– Vai dizer que você não teve saudades de nós Onurb.
– Um pouco, confesso.
Todos comemoram e Lili diz feliz:
– Onurb conseguiu me ajudar no meu teste, obrigada novamente Onurb, você se revelou ser muito mais do que você parece ser.
– Eu gosto de fazer surpresas.
Jhon se aproxima de Kyran e diz.
– Bom ver que você está bem amigo.
Kyran fica surpreso e responde com um belo sorriso;
– Eu também fico feliz que você está bem, pena que fomos todos separados, teria sido muito bom ter a sua ajuda nessa magia poderosa que enfrentamos.
– Estranho você dizer isso, pois mesmo longe... Eu senti que estávamos perto.
– Eu também... Nosso “grupo” é bem especial.
– Sim, nós somos.
Anirak admira todos e pegando uma caneca cheia de água ardente diz:
– Vamos brindar! Oficialmente a missão dos Koètuz está cumprida.
Todos comemoram e Ray pede:
– Vamos fazer um segundo brinde, por aqueles que não sobreviveram, mas que mantiveram sua fé nessa missão que não é só uma conquista nossa e sim do Grande Continente.
– Sim!
– Bem que eu ouvi falar que alguns do grupo ficaram vivos.
– Sim, aqueles que deixamos com Maxmilliam e Lili antes de ir para Sodorra.
Todos comemoram e depois de beberem ficam em silêncio por todos que agiram em favor da nova conquista e não puderam estar comemorando junto com eles. Rosanne vê tudo e se anuncia com um ar triste:
– Olá pessoal.
– Rosanne!
– Bom vê-los aqui, tenho alguns pontos para falar com vocês.
Ray demostra que irá falar, mas Rosanne o interrompe:
– Eu sei Ray que você quer falar com Erèm, mas infelizmente hoje não será possível.
Anirak se aproxima e diz:
– Rosanne, por favor, espere Alexia, ela deve estar chegando, todos nos aparecemos largados pela costa, e ela é um pouco azarada.
Onurb ri e comenta:
– Ela tem um azar sobrenatural, deve estar na costa ainda desmaiada.
Rosanne abaixa a cabeça, todos percebem a sua tristeza e Anirak começa a chorar dizendo:
– Não! Rosanne? O que houve com Alexia?
– Confesso que verificamos atentamente, mas se quiserem podemos verificar mais, pois...
Ray a interrompe sério e triste, com seus olhos cheio de lágrimas.
– Não precisa... Eu sei o que aconteceu, eu suspeitei disso, mas com tanta coisa acontecendo eu não quis acreditar.
Anirak se aproxima de Ray inconformada e o questiona:
– Ray? O que houve?
– A magia de teleporte não levou todos nós.
– Você quer dizer que Alexia ficou em Sodorra?
– Sim...
– Você destruiu Sodorra!
– Sim...
Todos ficam tristes, não conseguindo esconder as suas emoções com muitas lágrimas, Anirak parece estar apavorada e com medo, ela demostra indignação, bate no rosto de Ray e diz alto:
– Por sua impulsividade ela morreu!
Anirak sai da sala brava, Lili segue atrás dela informando o grupo:
– Eu vou falar com ela, desculpem-na por isso, por favor.
Baltazar abaixa a cabeça e diz:
– Perdi a fome... Você tem mais alguma notícia Rosanne?
Antes que ela responda, Onurb comenta:
– Nossa azarada e amante de Yaoi. Uma grande falta para nós.
Jhon junto com Kyran se aproxima de Ray e o consola:
– Não se sinta culpado Ray, você não destruiu Sodorra... Nós destruímos! Você mesmo falou por todos que lutaram conosco e não puderam estar aqui para comemorar a vitória, faz parte da batalha, ela sabia disso também quando se uniu a nós e a causa que defendemos.
– Vocês têm razão...
Maxmilliam abraça forte Ray e diz:
– Estamos com você Ray, seja o que for e como for.
– Obrigado padrinho... Rose, por favor, continue o que a senhora veio nos dizer.
– Certo, eu lamento pelas perdas, vocês saíram em um grande número... Enfim, eu quero também dizer de alguns riscos do plano de vocês, para vocês ficarem preparados.
– Preparados?
– Sim e cientes das consequências. O plano de vocês foi ousado, eu pessoalmente concordo plenamente com a ação de vocês, eu até agradeço o que vocês fizeram por todos nós.
– Mas?
– Mas o Império de Cristal por décadas acomodou os reinos, dizia o que eles tinham que fazer e como fazer, e agora com a ausência dele muita coisa tem que ser refeita e revisada rapidamente. O Império impedia as ações de muitos inimigos menores e até a proliferação deles, mesmo sendo tirano ele tinha uma função fundamental na economia do nosso continente. Volto a dizer que a queda do Império de Cristal é algo muito bom, mas os reinos não saberão como seguir, podendo haver outra guerra e alianças quebradas, há um grande território vago agora, sem um rei para comandar, isso pode gerar ganância e reviravoltas para a conquista dessas terras, atraindo até renegados e inimigos.
Pensativo Maxmilliam questiona Rosanne:
– Aquela lei, de quem matar Xarles herdaria seu Império não existe mais?
– Existe, mas só a magia do “Eterno Rei” pode saber quem foi, você sabe quem o matou?
– Suponhamos que sim.
Maxmilliam joga uma magia em Ray que o envolve e desaparece em seguida. Ray sente que o resultado não foi animador, mas questiona:
– O que isso significa?
– Xarles deve ter sido morto antes da destruição de Sodorra.
Rosanne comenta:
– Ou ainda está vivo.
Todos se espantam olhando bravos para Rosanne e ela se defende:
– Por favor, não me encarem assim, são possibilidades que meu cargo exige que eu pense, não podemos ficar cegos as possibilidades, mesmo elas sendo remotas.
– A senhora está certa... E quais são os próximos passos?
– Amanhã Erèm vai se reunir com as outras líderes das cidades que formam o reino de Libryans e veremos o que podemos fazer em curto prazo.
– E nós?
– Peço que descansem, amanhã teremos mais noção do que podemos fazer e onde vocês se encaixam nisso, só peço que por favor, descansem e esperem a decisão até amanhã à tarde.
– Certo... Obrigado Rosanne.
– Por nada... Obrigada por tudo e meus sentimentos pelas perdas de vocês.
– Obrigado.
Rosanne sai da sala deixando o grupo em um clima triste e silencioso, aos poucos eles voltam a conversar, todos comentam sobre seus testes na Magia Electi, falando sobre os Electi, dificuldades, desafios e motivações, eles percebem também que um pouco do teste foi apagado de suas memórias suspeitando ser uma forma de assegurar informações da Magia Electi.
Maxmilliam, Ray e Onurb comentam sobre o trajeto e quem encontraram no caminho de volta até Libryans, em um momento todos riem lembrando de Alexia, sempre enfatizando que ela sempre foi uma ótima companheira e amiga.
Do lado de fora do castelo Anirak é consolada por Lili, que ressalta a importância de Alexia para o grupo e para a causa, lembrando que em guerras há mortes e que a dela não foi em vão.
Devido a viagem rápida e cansativa, todos vão para os seus dormitórios cedo, pensando em tudo que aconteceu nas últimas semanas, refletindo e revendo em suas memórias as batalhas, testes, mudanças que podem acontecer com a queda do Império e a morte de Alexia.
No meio da noite Ray sai fingindo dar uma volta, ele investiga com os guardas e consegue a informação que Erèm ainda está em sua sala, ele segue para a sala real e estranha por não haver segurança por perto, ele então finge estar perdido, olha atentamente para tudo usando magia para ver se existe alguma barreira, armadilha ou ilusão, certificando-se que não há nada que o impeça de entrar no grande salão.
– Me desculpe por agir assim, mas sinto que é necessário.
Ray entra no salão que está gelado e um pouco escuro, o céu está nublado, mas a sala tem iluminação própria, Ray caminha até o trono vendo só o escudo e a espada de Erèm nele, ele olha ao redor procurando-a e a vê entrando pela porta que leva a sacada, com um tom sério ela diz ao vê-lo:
– Ray? Você demorou.
– Era para eu vir?
– Não, mas sabia que você viria mesmo assim.
– Aproveitando a oportunidade, eu posso falar com a senhora? É um assunto muito importante, minha rainha.
– Ray, eu já pedi para me chamar de madrinha.
– Sim, “Madrinha”. Você não mentiria para mim então, você lutou ao lado dos meus pais não foi?
– Certo, eu não mentiria para você Ray.
Ray muda o tom de voz demostrando estar muito bravo.
– Então por que você mentiu?
– Ray, se acalme, sente-se e vamos esclarecer tudo, há muitos equívocos que precisamos resolver.
– Sim, um grande equívoco...
Ray se aproxima dela e diz sério, olhando bem no fundo de seus olhos:
– Qual a sua afinidade com Magnus Leafar?