Volume 2
Capítulo 140: Lider dos Koètuz
– Koètuz! Ataquem!
A batalha campal se inicia, saindo completamente fora da regra do jogo, o Rei inimigo se atenta a batalha e esquece um pouco de Ray que avança um pouco, mas fica recuado por medo de ser alvo de alguma armadilha ou magia.
– Não posso me ariscar muito, a missão do inimigo é me matar.
Na linha de frente inimiga estão sete Peões e o Bobo, atrás deles o Príncipe, Rainha e o Cavaleiro que estão bem posicionados guardando o Rei que está atrás deles, do lado do campo de Ray estão Maxmilliam e Úrsula à frente de Ray e na linha frontal o restante, Onurb, Alexia, Kyran, Baltazar e seis Peões. Os Peões de cada lado demostram ser habilidosos com a espada, mas os inimigos tem mais aptidão com o escudo, o que dá vantagem nas defesas do Rei negro, que com a ajuda de seu Cavaleiro e de sua Rainha, derrotam facilmente os Peões de Ray.
– Injustiça. Lembro que para cada Peão morto o Bobo ganhava mais um movimento... Onurb!
Onurb fica mais ágil e iguala a luta, enfrentando dois Peões e fugindo dos ataques do Príncipe que é mais ágil e forte que ele. Alexia tem vantagem e consegue lutar com superioridade contra dois Peões, mas inicia uma luta mortal contra o Cavaleiro oponente, que resiste bem aos seus ataques.
Kyran é cercado, mas se mantém vitorioso contra quatro Peões que, mesmo sendo inferiores conseguem contê-lo para que ele não consiga ajudar os outros. Baltazar com sua investida atordoa um Peão que está em seu caminho e passa pela linha de frente chegando até o Rei inimigo, que não pede ajuda, indicando que será uma luta um contra um.
Maxmilliam com magia neutraliza o Bobo inimigo e luta mentalmente contra a Rainha que usa de tudo para atrapalhar seu avanço no campo de batalha. Úrsula ajuda inicialmente mirando nos Peões para acabar com a linha de frente, mas Ray pede:
– Úrsula você consegue usar algo para auxiliar o nosso exército?
– Sim.
Úrsula bate seu tridente no chão e faz água surgir pelo campo, em segundos a água atinge um metro de profundidade, diminuindo a locomoção dos inimigos, mas não atrapalhando o exército de Ray, a Rainha inimiga conjura raios e a eletricidade se expande pela água.
O exército inimigo parece ficar imune a essa poder, mas o de Ray não, antes que a eletricidade cause grandes danos a todos, Úrsula absorve a energia, canalizando a eletricidade com o seu tridente e usa essa energia para desintegrar um dos Peões inimigos e quase acerta a Rainha inimiga.
– Ótimo Úrsula... Vamos aproveitar a boa jogada, ataquem com tudo!
Onurb mata os dois Peões usando sua adaga e boa agilidade, que está elevada pelos Peões aliados mortos, ele iguala a sua agilidade e a sua força com o Príncipe, mas acaba perdendo antes que Ray chegue para ajudá-lo.
– Não! Onurb...
O Ray vê o Príncipe recuar e lembra-se de outra regra.
– Para cada Peão morto o Príncipe perde um movimento, então ele será inútil após a morte dos Peões, ele será uma peça a menos sem que eu precise tocar nele. Melhor eu focar no Rei.
Com a morte de Onurb, Ray vê um Peão inimigo surgindo na coluna da lateral do lado do campo inimigo e lembra-se de mais um fato.
– Verdade, com a morte do Bobo o inimigo ganha um Peão a mais, preciso me apressar.
Alexia contém o Cavaleiro inimigo enquanto com dificuldade luta contra dois Peões, em pouco tempo ela os mata, Ray chega e ajuda Alexia contra o Cavaleiro, a armadura grossa dele dificulta a vitória dos dois, ele ameaça atacar Ray com tudo, Alexia o empurra para que se afaste da luta dando prioridade para a vida de Ray.
– Eu sei que sou o Rei, mas preciso ajudá-los.
Alexia morre pelo Cavaleiro dando chance para que Ray se afaste, após a sua morte Ray lamenta:
– Alexia... Não!
Kyran mata facilmente os quatro Peões que o cercam e recua para recuperar o fôlego para avançar novamente. Baltazar tem a sua luta igualada com o Rei, surpreendendo Ray, que observa a luta de longe
– O Rei aqui é realmente poderoso.
O Peão que Baltazar havia atordoado entra na luta e atrapalha o seu desempenho, Baltazar acaba matando o Peão, mas o Rei acaba matando Baltazar, que ganha moral e avança para a linha de frente na batalha.
– Baltazar...
Pelas mortes dos Peões de Ray, o Bobo inimigo atinge o máximo de seu poder e agilidade e consegue avançar pelo campo de batalha, atrapalhando todos e ameaçando matar Ray. .
– Não será tão fácil.
Maxmilliam tem dificuldade, mas acerta o Bobo com seu poder e o mata. Úrsula não consegue avançar, por manter a vantagem no grupo e por conter a eletricidade que a Rainha lança constantemente.
– Se mantenha firme Úrsula, nós vamos conseguir!
Ray acha uma oportunidade de matar o Rei e avança com tudo para cima dele, a luta é perigosa, deixando alguns machucados em Ray após ser acertado por socos, Ray usa de tudo para defender-se dos golpes de espada que são mortais.
Kyran avança e humilha o Príncipe inimigo com golpes fortes, deixando o Príncipe recuado e fazendo-o fugir da luta. Ray acha fácil abrir a defesa do Rei depois de se defender de algumas sequências de golpes e o mata com um golpe final, o Rei começa a virar cinzas e Ray vibra com a vitória gritando:
– O Rei está Morto!
Ray estranha pelo jogo não ter acabado, todos continuam lutando e ele vê que o Rei virou cinzas com exceção da coroa que flutua no ar, Ray ataca a coroa, mas não a destrói.
– O que é isso?
Ray vê a Rainha ao longe chamando a coroa com a mão e se lembra:
– Eu esqueci! Se o Príncipe e a Rainha ainda estiverem vivos a Rainha pode coroar o Príncipe como Rei!
A coroa é teleportada trocando de lugar com a coroa do Príncipe tornando-o Príncipe Rei, consequentemente tornando-o mais forte e fazendo com que ele consiga reagir contra Kyran, que começa a ser atingido pelos golpes e vai enfraquecendo.
– Kyran! Me desculpe... Como pude esquecer disso... Tem mais, agora eu lembro da vantagem da coroação, se o Príncipe for coroado Rei, o Sacerdote chamará mais um Peão para o exército. Bom que pelo menos o Sacerdote deles já foi morto.
Ray avança para matar o novo Príncipe Rei, mas antes disso Kyran morre com um golpe poderoso preocupando Ray.
– Estou perdendo todos.... Preciso acabar com isso logo.
Ray chega até o novo Rei e o contém, a luta fica igualada até que a Rainha chega para atrapalhar Ray que recua, mas acaba sendo ferido.
– Não! Eu não posso morrer!
Ray sente a sensação da morte, várias imagens e pensamentos passam pela sua cabeça transbordando uma tristeza e uma depressão profunda em sua alma, em segundos ele vê muito de sua vida, mas ainda tenta lutar contra o ferimento.
Ele empurra o novo Príncipe Rei, mas é pego novamente pela Rainha, que crava sua espada no peito de Ray, ao bater no coração, a espada da Rainha para e Ray ouve Úrsula dizendo:
– O jogo acabou... Mas não para você Ray.
– Úrsula?... Não!
Ray se lembra de outra vantagem do jogo e se entristece ainda mais.
– “O Sacrifício da Rainha”, após a traição do “Rei Branco” ele mandou um assassino para matar o “Rei Preto” e a Rainha se sacrificou para que o reino permanecesse de pé.
Todos no campo são paralisados lembrando-se do luto da “Rainha Preta”, o corpo do Ray se restaura e é teleportado para o quadrado onde Úrsula está.
– Sim..., essa é a minha escolha..., meu destino...
– Por que estou sentindo isso... Esse teste não afeta só a mim?
– Não Ray...
Ray lembra-se da frase que Úrsula disse quando foi questionada sobre a segurança de seus amigos: “Não se preocupe Ray, minha presença aqui anula qualquer dano que seus amigos terão aqui...”.
– Você se colocou no lugar deles?
– Sim... Vocês já fizeram muito por tantos e agora é a minha vez de fazer como a Electi que sou.
Ray abraça forte Úrsula e ambos começam a chorar, ela vira água e evapora junto com toda a água do campo, formando uma pequena névoa que atrapalha a visão de todos.
– Terá tempo para chorar Ray, mas agora vença esse jogo e termine com a tirania do Império...
– Eu vou...
Ray fica um pouco abalado enquanto as peças voltam a se mover lentamente, antes de Ray ser atingido Maxmilliam o protege com magia e luta contra a Rainha inimiga, todo o poder e toda a magia que a Rainha inimiga solta é contida por Maxmilliam, que conjura uma magia igual, maior e mais forte que a dela, ferindo-a.
No processo ele mata o Peão que foi chamado de volta ao jogo pela vantagem da morte de Onurb. A Rainha inimiga prepara uma armadilha e antes de morrer ela a usa para matar Maxmilliam, que alerta Ray para seguir em frente.
– Coragem Ray, você nunca esteve ou estará sozinho.
A imagem dos pais de Ray vem a sua mente junto com a imagem de seus amigos em Pronuntio, seus novos amigos e conhecidos que conheceu no último ano, todas estas imagens dão forças para ele avançar e atacar o Príncipe Rei, mas no caminho ele é barrado pelo Cavaleiro.
– Eu esqueci de você, eu preciso acabar com o Rei logo...
Enquanto Ray enfrenta o Cavaleiro ele escuta um som de luta além da dele no jogo.
– Eu perdi todas as peças, quem está lutando?
Com magia Ray se defende do próximo golpe do Cavaleiro e o empurra, para ver a luta que está próxima a ele, Ray ainda tenta avançar para ajudar quem quer que esteja lutando, mas o Cavaleiro o atrapalha a todo custo.
Com a sua funda Ray ganha vantagem sendo mais ágil do que seu inimigo, ele usa magia com a funda, fazendo mais vento para afastar a névoa e finalmente consegue ver a luta que está ocorrendo nas proximidades, se surpreendendo com seu reforço.
– Kyran?
Kyran está pleno como no início do jogo, sem cansaço ou ferimentos, ele está lutando contra o Príncipe Rei, Ray se anima e encara melhor o Cavaleiro, pensando em como Kyran chegou para ajudá-lo.
– Quando um Peão chega ao final no campo inimigo ele pode trazer de volta o Vigia, o Sacerdote ou o Cavaleiro.
Ray melhora seu desempenho, aumenta a velocidade e força de seus golpes conseguindo fazer o Cavaleiro inimigo recuar para que ele se aproxime da luta de Kyran contra o Príncipe Rei.
– Estou a caminho!
Kyran tem a luta igualada usando toda a sua força e habilidade com seu martelo de guerra, o Príncipe Rei demostra ser mais forte do que o anterior, mostrando para Ray que ele ganhará a luta contra Kyran. Ray comenta bravo:
– Estamos lutando contra inimigos que têm vantagem sob nossas técnicas de luta, o jogo não representa totalmente nossos poderes reais, tenho certeza de que eu e Kyran já teríamos ganhado em condições normais.
O Cavaleiro avança e não deixa Ray ir longe, com a funda e sua espada Ray se defende, mas sente que aos poucos o Cavaleiro fica mais habilidoso e preciso em seus ataques, enquanto Kyran é atingido pelo Príncipe Rei que demostra ser mais ágil, porém pouco resistente.
Kyran consegue quebrar a defesa do Príncipe Rei deixando-o mais vulnerável, aos poucos a luta de ambos se aproxima, Ray ataca o Cavaleiro e prende sua funda com magia no capacete dele atrapalhando sua visão, ele o derruba e corre para ajudar Kyran.
Ambos combinam os seus ataques de socos, chutes e de suas armas e conseguem ferir e desarmam o Príncipe Rei. Ray diz:
– É Agora!
Kyran deixa o último golpe para Ray, que o faz com êxito e finalmente mata o novo Rei gerando uma grande explosão em seguida, o impacto destrói tudo ao redor.
Ray abre os olhos e se vê no espaço, fora de Arbidabliu, ele vê as luas ao seu redor emanando uma energia que só ele consegue ver, uma a uma vão se iluminando, até que todas fiquem energizadas, olhando para as luas Ray sente que todos cumpriram os seus testes, inclusive ele:
– Ótimo... Todos estão bem e concluíram a Magia Electi.
Ray escuta a voz de Maxmilliam.
– Ray?
– Padrinho?
– Sim, consigo sentir através da Magia Electi que você conseguiu vencer o seu desafio.
Ray se emociona sabendo que tudo deu certo e olha para cada lua, ainda escutando Maxmilliam:
– Todos deram a vitória e o poder adquirido, nos desafios que venceram, a você Ray, fale o nome das dez ilhas Electi e diga o que você quer, nomeie seu desejo e a sua ordem... Você realmente quer seguir com o plano?
– Sim...
Ray sente que a energia canalizada nas luas se conecta a ele, ele fecha os olhos e medita junto ao poder Electi, ele vê várias possibilidades para que não sejam necessárias mais mortes, ele vê a possibilidade de matar somente os vilões, só Xarles, dar poder para os refugiados, tirar o poder de todos que existem lá, mudar a forma de pensar deles, entre muitas outras formas, mas devido os últimos acontecimentos.
Ray só consegue ver uma resposta rápida e efetiva para concluir seu desejo de terminar com a tirania de Xarles e de seu Império. Antes de pedir, Ray ouve novamente Maxmilliam dizer:
– Tem certeza disso Ray?
– Sim padrinho... A magia que ainda está em Sodorra não me dá mais escolhas, e precisamos acabar com essa tirania o quanto antes, ainda mais lembrando que o Electi traidor pode estar lá, antes que ambos os inimigos fujam eu decido seguir.
– Certo... Eu estou com você Ray.
– Obrigado.
Ray estende os braços, abre os olhos e vê de cima Arbidabliu, uma luz intensa surge em um ponto que ele acredita que seja um sinal mágico indicando a localização de Sodorra, ele aponta para lá, dizendo alto e em bom som, imaginando e lembrando de todos que já morreram e sofreram pelas injustiças e crueldades do Império de Cristal.
– Pronuntio, Amor Mei, Affectus, Et Affectio, Matri Meae, Amici Mei, Vir Meus, Nunc, Ego Sum, Aeterna...
A luz do sol enfraquece e as luas começam a emanar uma luz forte, como se fossem dez sóis, Ray sente o poder tomando tudo ao redor e termina dizendo:
– Magia Electi! Destrua Sodorra e tudo que há nela!