Volume 2

Capítulo 118: O Maior de Arbidabliu

O Castelo de Cristal é o símbolo principal do Império de Cristal, é o pedestal da tirania e do poder do imperador, o castelo é a maior construção de Arbidabliu feita por seres mortais, comparando-se a grandes montanhas do mundo, ele é famoso pela sua grandiosidade, resistência, pelo seu poder e segredos, a maior parte dele é feita de cristal maciço e corrompido, de cores diversas e escuras.

No interior há grandes salas com móveis bonitos, grandes e detalhados, salões bem esculpidos com escadarias e estátuas de homens e animais que representam força e sabedoria, portas feitas por artistas e passagens que dão acesso para vários lugares diferentes, sendo alguns secretos, possui torres de tamanhos diferentes e com boa visão para a cidade de Sodorra e para seu horizonte.

Os dormitórios de luxo têm o tamanho de casas comuns e são para os cargos hierárquicos elevados e para os mais próximos da realeza, todos os banheiros do castelo são grandes, bem feitos, bem arrumados e limpos, o castelo também possui vários depósitos espelhados que guardam coisas diferentes, entre elas, condimentos, itens mágicos, itens comuns, ouro e tesouros.

O lugar tem armoriais e forjas especiais para criar itens e armas de cristais corrompidos, uma cozinha matriz, com todo tipo de utensílio comum e mágico que liga outras cozinhas menores através de corredores pequenos para trabalhadores, grandes poços de água para abastecer toda a cidade, tendo o racionamento só para os aldeões.

O castelo tem piscinas para treinos e outras para lazer da nobreza e realeza, belos jardins com pouca variedade de flora, portões de cristais em lugares importantes, belas cortinas, ótimos tapetes e belos quadros. Por todo o lugar tem armaduras e armas negras feitas de cristais corrompidos.

Todo o castelo é iluminado por cristais específicos e com formato de velas, lustres, tochas e braseiros que absorvem energia solar e lunar para se manterem brilhantes. No subterrâneo foram construídas alas ocultas e equipadas com os melhores itens para a prática, pesquisa e treino de ocultismo, alquimia, química, biologia entre outros. Atos ilícitos e libidinosos também são praticados em alas secretas e mais profundas do castelo.

 

Tarde, 05 de março 1591 – Sodorra, Castelo de Cristal

 

– O Castelo de Cristal, símbolo e pedestal do rei... Tolice... Não passa de um buraco de covardes inúteis.

Leafar é envolvido em energia e se conecta com os cristais ao seu redor, ele tenta se teleportar usando-os, mas sem sucesso.

– Não custava tentar, aqui eles são mais poderosos.

Enquanto Leafar anda pelo castelo ele observa o lugar.

– Até que os mortais que fizeram isso, fizeram bem feito... Um buraco elegante, os cristais daqui são bonitos e muito poderosos.

Leafar sente o poder dos cristais que formam o castelo, sentindo neles o poder que neutraliza certas ações e magias de invasores.

– Não consigo nem ver além dessas paredes, isso vai me atrasar.

Nas salas os móveis estão revirados, há bagunça por todos os lados, com alguns corpos mortos nas escadarias, portas quebradas, passagens bloqueadas, banheiros imundos, depósitos remexidos e saqueados, cozinhas destruídas, piscinas com sangue e com alguns corpos boiando, muitos sinais de fuga e luta, mostrando que só os jardins do castelo ficaram intocados.

– O ataque de Sodorra despertou traidores, assassinos... E até a fúria de escravos... Suspeito ter havido mais inimigos do que isso.

Leafar sente uma ressonância do castelo e uma grande energia se formando por todo o lugar, ele ouve algumas pessoas lutando ao longe e no subterrâneo.

– Um Guerreiro do Caos... Era de se esperar.

Os olhos de Leafar mudam para várias cores e ele demostra surpresa.

– Realmente, esses cristais são mais poderosos... Eu não consigo localizar o meu objetivo...

Um guerreiro surge de surpresa e faz Leafar recuar.

– Quatro chifres? Muito fraco para mim.

Os olhos de Leafar ficam pretos e uma pequena aura envolve seu corpo, o guerreiro acerta um golpe de machado em seu pescoço, quando o machado encosta em Leafar o machado e o Guerreiro Caos viram pó deixando Leafar animado.

– Iniciamos bem... Mas preciso de ajuda para procurar o que preciso.

Leafar conjura uma fumaça colorida entre suas mãos, essa fumaça toma a forma de um livro grosso, ele arranca algumas páginas e lança à sua frente.

– Está na hora de ensiná-los um pouco de cultura... “Conhecimento Popular”, venha a um antigo mestre e ajude-me com seus poderes... Folklore!

As folhas se comprimem e explodem à frente dele, uma onda grande de água que passa pelos corredores avança pelo castelo, no caminho essa onda encontra traidores lutando contra homens do Império e Guerreiros Caos, todos veem dentro da onda o vulto de uma mulher e um peixe grande de cor rosada.

Guerreiros Caos de níveis maiores não são afetados pelo impacto da onda de água, mas são derrubados e até destruídos pelos guardiões dentro dela. Assassinos escondidos surgem para atacar, mas são repelidos por uma magia que está na água, deixando-os recuados e na defensiva. Leafar sente que seu plano está indo bem e diz alto:

– Eu preciso de mais!

Leafar rasga mais páginas e as assopra, ao voarem elas queimam formando uma nuvem cinza que avança por outra direção do castelo, a nuvem avança mais rápido, ignorando humanos buscando o que Leafar procura.

Guerreiros Caos de níveis elevados conseguem conter a nuvem, revelando dentro dela um vulto preto no formato de um homem sem uma das pernas, esse vulto luta brutalmente com os Guerreiros Caos, igualando a luta mesmo em desvantagem numérica, ele apara os golpes com as mãos, destrói alguns com seus socos fortes e com a fumaça cinza ele asfixia humanos que entram na luta. Leafar rasga duas páginas, coloca dentro de sua boca, mastiga e fala com dificuldade:

– Quero mais!

Um grunhido forte de javali sai da boca de Leafar e ele cospe o papel, formando uma grande gosma que expande e estoura fazendo um vento forte que corre por outro caminho dentro do castelo, todos nessa direção ouvem nos corredores o barulho de um quadrúpede com cascos correndo e uma risada de uma criança no ar, todos são empurrados e alguns são atordoados, Guerreiros Caos de níveis maiores não são afetados mas não conseguem atacar o guardião mágico.

Leafar ri alto e ataca o livro para outra direção, o livro pega fogo e forma um cavalo e uma cobra de fogo, que descem para o subterrâneo em direções diferentes, o relinchar do cavalo e os olhos da cobra amedronta os humanos, o fogo de seus corpos repelem projéteis e suas investidas atrapalham Guerreiros Caos no caminho.

Leafar sente que todos guardiões estão fazendo um bom trabalho e comenta:

– Perfeito... Me sinto até em casa.

Leafar ouve passos e urros de guerreiros caos se aproximando.

– Tenho que guardar energias, tem muito por vir ainda.

Leafar conjura sua espada através da fumaça que se forma em sua mão e corre mais para dentro do castelo, seu corpo começa a se conectar com alguns cristais do lugar, ele faz movimentos com as mãos e muitos cristais trincam e racham, criando estilhaços afiados e bem pontudos.

Ele usa os estilhaços como projéteis manipulando-os com magia e arremessando-os nos inimigos em seu caminho, a maioria de seus alvos são Guerreiros Caos que aumentam de nível cada vez que ele fica mais próximo do centro do castelo.

Leafar usa golpes com sua espada, estilhaços de cristais e magia para enfraquecer a armadura grossa dos Caos, seus inimigos estão armados com machados e espadas de duas mãos que se igualam a resistência dos cristais corrompidos, alguns demostram serem mais poderosos resistindo aos estilhaços e as magias de Leafar, mas são destruídos no ataque corpo a corpo. Leafar entra em alguns cômodos e intriga-se ao ver tudo revirado.

– Isso conclui minha suspeita... O Império sofreu outro ataque... Ou ainda está sofrendo.

Leafar faz o cômodo inteiro ceder, caindo em cima de um grupo de homens do Império que estão lutando contra traidores no andar de baixo.

– Insetos esmagados!

Leafar voa e avança mais rápido pelos lugares, manipulando os cristais ele destrói cômodos, portas, portões e passagens secretas, demostrando sua ansiedade em achar algo importante.

– Onde você está? A energia dos cristais daqui é diferente dos outros.

Leafar é surpreendido por assassinos e Guerreiros Caos no seu trajeto.

– Não tenho tempo para vocês!

Leafar tenta avançar, mas um poder o impede de sair.

– Quanto mais entro, mas o poder daqui se revela...

Leafar é atacado por vários inimigos seguidos, ele apara e se esquiva dos golpes que recebe em conjunto, demostrando muito poder sobre todos, assassinos chegam perto de acertá-lo, mas são repelidos sempre que se aproximam, quando cercado e sem espaço para evasão Leafar grita:

– Ajoelhem-se!

Ele estica e cruza os seus braços apontando suas mãos para o chão, uma grande energia toma conta da área, o chão trinca por todo o arredor, a gravidade desse lugar trava e puxa todos para o chão, causando danos graves nos humanos.

Leafar levanta os braços e todos são jogados ao teto, o impacto atordoa e mata alguns humanos, os Guerreiros Caos tem parte de suas armaduras destruídas, mas continuam a avançar contra Leafar quando voltam ao chão. Leafar luta com os Caos e continua a avançar, o tempo passa e o número de inimigos diminui.

– Está acabando o arsenal. Aldeões estão morando em lugares decadentes e eles aqui nessa imensidão de lazer, apesar de que hoje esse lugar está à altura do rei, destruído e sujo.

Leafar ri e vê perto dele uma ânfora negra com a armadura dos Guerreiros Caos.

– Aquário? Já vi isso antes... Não pode ser...

Leafar usa magia para neutralizar a ânfora, mas não consegue. Uma fumaça colorida sai do recipiente formando um ser, uma imagem idêntica a Leafar, deixando-o preocupado.

– Isso é sério?

A imagem dá um sorriso malicioso e olha para Leafar com ambição, antes de Leafar reagir, a imagem solta um grito e uma energia muito forte sai de sua boca e olhos, Leafar se envolve em cristais retirados dos arredores que o protegem da magia empurrando-o para trás, o esquife de cristal estoura e lâminas voam em direção da imagem que se esquiva delas, Leafar se aproxima e a imagem faz uma espada da mesma forma que Leafar faz.

– Um sósia...

A imagem faz “Não”, fazendo sinal com o dedo.

– Interessante, é consciente também.

A imagem faz “sim” fazendo sinal com a cabeça.

– Espero que não seja ousado também.

Os dois se atacam com suas espadas, a imagem demostra ser mais fraca, mas iguala a luta neutralizando as magias e a manipulação dos cristais de Leafar. Leafar faz sua espada se transformar em armas diferentes, mas a imagem o copia para igualar a luta.

Eles travam uma luta de espadas, machados, lanças, adagas, tridentes entre outros, Leafar sempre com maestria e a imagem sempre na defensiva, esperando uma brecha nos ataques e na defesa de Leafar.

Depois de um tempo de luta um elmo de duas faces aparece sobre eles, a imagem agarra Leafar e o impossibilita de atacar o elmo que se envolve em fumaça negra e dele sai outra imagem de Leafar, outro clone, fazendo o original soltar um riso involuntário:

– Impressionante, muitos enlouqueceriam ao verem três de mim.

Leafar toca em alguns lugares no corpo da sua imagem, neutralizando seus movimentos conseguindo se soltar, o clone desaparece se teleportando para atacar as invocações de Leafar pelo castelo, ele sente isso e antes que possa fazer algo a imagem o ataca, levando-o para longe de uma das passagens próximas.

– É ali que está o rei!

A imagem fica séria e Leafar diz desapontado:

– Então vocês não sabem o que eu vim fazer... O elemento “surpresa” ainda é meu então, ótimo!



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