Volume 2
Capítulo 115: Atilados & Koètuz
– Não acredito, uma mulher... Isso vai ser interessante.
Anirak avança e ataca Mahlock com sua espada Zordrak Ikarus, Mahlock bloqueia os golpes e tenta agarrá-la, Anirak se esquiva das mãos grossas de sua oponente até o momento em que é pega por ela.
– Agora é minha vez.
Mahlock levanta Anirak indicando que irá executa-la quebrando sua coluna, Anirak bate em Mahlock causando pequenos ferimentos, mirando em lugares onde a armadura dela não a protege, antes de continuar Mahlock solta Anirak por sentir uma flecha sendo acertada em sua armadura, ela se defende de outras flechas que Alexia atira dando chance para Anirak se posicionar, Mahlock bloqueia as flechas colocando sua armadura na mira dalas.
– Essa é a cota de mulheres? Ou têm mais?
Anirak fala para Alexia:
– Vá, eu dou conta aqui.
Alexia pensa em se mover, mas pressente alguém atrás dela que diz:
– Não dá conta não.
Alexia identifica a voz e pergunta:
– Christina?
– Essa está morta, eu sou só “Chris”.
Chris está com uma flecha apontada na cabeça de Alexia obrigando-a a ficar parada.
– Não achei que encontraria vocês duas novamente, que continente pequeno.
Alexia aproveita que Chris está falando, se vira e bate no arco, fazendo Chris atirar a flecha e errar o alvo, Chris se afasta e atira uma flecha em Anirak que recua e fica na defensiva, Mahlock corre dando uma investida em Alexia para desfocar de Chris.
– Bom que vocês já se conhecem, assim nós economizamos conversas.
Jajesado dá de frente com Ray e Jhon, que estão cercados por Guerreiros do Caos.
– Esses são os rapazes que Leafar falou, eles lutam bem. É bom encontra-los, pois assim já conheço o estilo de luta deles.
Jajesado se aproxima e esquiva das magias lançadas por Jhon que o vê observando.
– Magia... Tempos que não luto contra isso diretamente.
Baltazar está atento, mas é surpreendido com Samuk que fala com ele:
– Um Guerreiro Náutico? Não está muito longe das águas?
Baltazar vira-se e analisa Samuk, vendo que ele não está em posição de batalha, Baltazar abaixa aguarda e pergunta:
– E você, não está longe de suas ilhas?
Os dois se aproximam e ficam se encarando, aguardando a próxima ação do outro. Kisnar invade o casarão, por sua experiência ele vai até os lugares aonde as pessoas costumam guardar bens preciosos, no caminho ele esbarra em algo aparentemente invisível, o esbarrão revela Onurb que também vasculha o lugar, Onurb aponta sua adaga Zordrak Nagga para Kisnar e o ameaça.
– Saia! Eu achei esse lugar primeiro.
– Como assim achou primeiro?
Os dois dão três golpes com suas armas e se afastam, Kisnar analisa Onurb e diz:
– Agora entendi, você está pilhando?
– Não! Sim! Não interessa a você, aliás o que um esfarrapado faz aqui?
– Esfarrapado?
– Essa roupa não combina nada com nada, espere, acho que já o vi antes...
– Você é de onde? Do Império ou está com aquele Ray?
– Não é da sua conta.
– Então é um inimigo!
Kisnar ataca Onurb com seu sabre, ele se esquiva e bloqueia o próximo golpe, Kisnar conjura eletricidade em sua lâmina, mas Nagga impede que Onurb seja eletrocutado, impressionando Kisnar.
– Maldito, outro bandido cheio de truques.
– Truques? Você que é o abutre pegando restos de uma cidade tomada pelo caos.
– Caos? Onde?
Kisnar acha que Onurb está falando de algum Guerreiro Caos que se aproximou deles e se debate esbarrando em Onurb, ele se distancia demostrando medo, olhando para todos os lados, a ação de Kisnar também deixa Onurb com receio, ele encosta suas costas na parede olhando para os lados vendo se tem algum Guerreiro Caos dentro do lugar.
– Caos? Onde? Entrou algum?
Os dois se olham e voltam a reclamar.
– Minha adaga?
– Meu cetro!
Mesmo demostrando medo, Kisnar aproveitou a ocasião e pegou Nagga da mão de Onurb, e Onurb pegou o cetro de Kisnar.
– Até em uma situação dessas você pensou em me roubar?
– Olha quem fala! Esse estilo só pode ter vindo de Coniuro.
– Também não é da sua conta!
– Ladrãozinho patético, devolva meu cetro.
Kisnar avança contra Onurb e antes de iniciarem a luta uma ânfora negra aparece entre os dois.
Ânforas negras aparecem perto dos Atilados e dos Koètuz, elas são bem detalhadas com aspectos das armaduras dos Guerreiros Caos, elas emanam uma energia poderosa ganhando a atenção e prioridade na luta.
Antes de agirem as ânforas soltam uma gosma preta que as aumentam de tamanho, elas ficam maiores que um humano comum, todos miram seus golpes nessas gosmas, mas antes de serem tocadas as gosmas soltam uma onda de energia empurrando todos para trás.
Cada gosma forma um Monstro do Caos feito de energia pura, protegidos por uma armadura grossa, formando algo específico e diferente para cada uma delas, após o surgimento do novo inimigo as ânforas desaparecem.
Um escorpião negro, feito de armadura do Caos ataca Kisnar e Onurb dentro do casarão, os dois se assustam e correm pelo casarão fugindo do bicho, o escorpião avança rápido atrás dos dois destruindo tudo no caminho, rapidamente ele alcança os dois que se viram para se defenderem, mesmo demostrando convicção para lutar os dois reclamam um para o outro.
– Achei que você iria enfrentar o bicho?
– Eu? Você que usa roupa de nobre, faça algo!
– Você não é um herói? Ataque o monstro e ganhe a fama.
– Mortos não ganham fama!
O escorpião ataca com seu ferrão, destruindo tudo que toca, Kisnar e Onurb se esquivam e voltam a correr juntos, Onurb volta a reclamar:
– Cadê os seus comparsas para ajudar?
– Cadê seu grupo para nos salvar?
– Você reclama demais e faz de menos.
– Cale a boca e corra!
O escorpião alcança os dois várias vezes, mas eles se esquivam, em um momento eles agem em conjunto ferindo uma parte do ferrão, eles se motivam um pouco e Onurb tem uma ideia.
– Você viu? Acho que conseguiremos enfrentá-lo.
– Certeza?
– Pegue.
Onurb devolve o cetro para Kisnar e Kisnar devolve Nagga para Onurb, os dois enganam o escorpião fingindo se atacarem, na brecha da defesa os dois atacam o escorpião, Kisnar usa magia com o cetro e paralisa a calda do escorpião deixando-o bravo, Onurb se esquiva das presas e pula para cima do escorpião e o ataca com Nagga, tentando achar algum ponto fraco na armadura negra e dizendo para Kisnar:
– Você não consegue segurar o monstro todo?
– E você não consegue matá-lo com um golpe só?
O escorpião se debate e rola para o lado, Onurb salta e se machuca batendo em uma parede, Kisnar solta uma energia contra o escorpião deixando-o confuso e comemora.
– Boa, funcionou!
O escorpião solta uma gosma grudenta pela boca que pega em Kisnar deixando-o preso no lugar, o escorpião avança e é atacado por Onurb que passa por debaixo dele, atacando a parte de baixo do animal.
Onurb consegue atravessar a armadura fazendo a monstruosidade gritar, Kisnar mesmo preso, consegue usar uma magia que deixa o escorpião confuso novamente, Kisnar ultrapassa sua capacidade e usa toda a sua energia para ferir o escorpião com um raio de luz verde-escuro, essa energia acerta o escorpião e deixa várias fendas na armadura.
Onurb vê uma chama através de uma das fendas e ataca uma adaga nela, a adaga queima e desaparece, mas demostra ter causado danos no escorpião deixando-o enfurecido, antes que o escorpião haja, Onurb se aproxima da fenda e ataca a chama usando Nagga, a lâmina apaga a chama fazendo a armadura virar pó, o ferrão do escorpião vira uma gosma pegajosa e cai em Onurb, ele consegue andar um pouco chegando perto de Kisnar.
– Você conhece magia, sabe se soltar disso?
– Você tem uma arma milenar, tente usá-la, eu estou esgotado.
Onurb senta no chão junto com Kisnar e tenta usar Nagga para cortar a gosma, mas toda vez que ele corta a gosma gruda de volta, irritado ele diz:
– Já acabamos com o inimigo em comum, agora adeus!
Onurb tenta levantar-se, mas fica preso no chão, Kisnar também tenta sair da gosma e fica preso igual Onurb, os dois se olham sem moral e Kisnar diz:
– Vamos ser sinceros, somos dois ladrões patéticos, sentados no meio de uma guerra que decidirá o destino do Grande Continente.
Kisnar continua rindo deixando Onurb confuso.
– Você comeu essa gosma?
Kisnar começa a falar com alteração em sua fala, como se parte de sua boca estivesse anestesiada:
– Eu quase comi um monstro, mas ela me bateu, aquilo foi sinistro.
– Ele não está falando nada com nada.
Onurb analisa a gosma e percebe que há algo alucinógeno nela e se questiona:
– E agora? Estou preso com um bêbado.
– Bêbado? Eu não bebi nada.
– Será que isso se passa pelo contato com a pele? Se for, eu estou ferrado.
Onurb ouve barulho de criaturas gritando ao longe e pensa melhor.
– Entre uma possível morte e um papo com um louco, acho que eu vou ficar com o louco mesmo.
– Louco? Onde?
– Nada não, continue, por que essa guerra decidirá o destino do todos?
– Não posso te contar, você é meu inimigo.
Onurb pega uma gema preciosa de seu bolso e entrega para Kisnar mostrando um sorriso grande e falso.
– Inimigo? Não... Acabamos de derrotar um monstro juntos, olha aqui, presente de um amigo.
– Amigos...
Kisnar olha bem a gema e acredita.
– Meu amigo... Onde eu fui desembarcar? Aliei-me a um grupo que desafia a morte a todo momento.
– Eu sei bem como é isso...
Um leão feito de armadura negra ataca Baltazar e Samuk, as investidas são rápidas e suas patas são pesadas, Samuk demostra muita habilidade se esquivando dos ataques e Baltazar resiste sendo somente empurrado pelo animal, sem pensar os dois agem em conjunto contra o leão do caos.
Samuk usa toda a sua velocidade atacando um único ponto da armadura deixando-a fragilizada, Baltazar em seguida ataca esse lugar fazendo um buraco na armadura, antes que eles continuem com seus ataques a armadura ruge, o som afeta a mente dos dois, deixando-os com os sentidos confusos
O leão demostra fraquejar com o buraco que os dois fizeram e cambaleia um pouco até se sentar no chão, uma aura envolve o leão e parte dessa aura forma um elmo negro com dois rostos, os olhos brilham dando energia ao leão, antes que continue, Samuk intervém, atacando o leão com sua espada Zordrak Seppuku.
O poder dela corta a energia da aura impedindo que o elmo de duas faces dê mais poder ao leão, o bicho então segura a espada de Samuk com a sua boca, Baltazar se aproxima e ataca por um dos lados fazendo o elmo sumir, o leão demostra ficar fraco e recua. Baltazar então comenta com Samuk:
– Muito bom, o que será que aquele elmo iria fazer?
– Acredito que iria dobrar os nossos problemas.
O leão avança de surpresa empurrando os dois para trás, ele os ataca freneticamente, conseguindo fazer alguns ferimentos nos dois, Baltazar fica com raiva e bate forte na cabeça do leão, Samuk aproveita e enfia sua espada por dentro do buraco na armadura negra, Samuk sente acertar em algo e se afasta, o leão cai no chão e vira pó.
– Perfeito.
Um touro em formato de armadura negra aparece entre Mahlock, Chris, Anirak e Alexia, ele bate seus cascos de metal no chão alterando a gravidade ao redor, as flechas de Chris e de Alexia voam lentamente errando o touro, Anirak e Mahlock se olham com antipatia, mas as duas acenam a cabeça indicando uma trégua.
Anirak se envolve em fumaça e avança contra o touro, ela o rodeia atacando em vários pontos diferentes, a distração dá uma chance para Mahlock atacá-lo com mais força e precisão tentando atordoá-lo, o elmo de duas faces surge envolvendo o touro com uma aura chamativa, as duas tentam se aproximar, mas o touro as repele dando coices e chifradas.
Mahlock o bloqueia e é empurrada para trás, Anirak se esquiva e com uma acrobacia sobe no touro, Chris ataca com raio no elmo de duas faces, o elmo absorve a energia e a joga de volta, Chris se esquiva, mas é jogada para o lado pelo impacto que explode perto dela.
– Agora vem essas coisas estranhas nos atacando, como derrotar algo assim?
Mahlock fica atenta e diz para Chris, se aproximando dela sem dar as costas para o touro do caos.
– Fique atenta, algo está acontecendo com o monstro do caos.
– E essas mulheres que não ajudam. Você aí!
Chris aponta procurando por Alexia e a vê caída no chão desmaiada.
– O quê... O que houve com ela?
– Esquece ela, olhe!
O elmo de duas faces penetra a armadura negra do touro fazendo a armadura se expandir formando dois touros do caos, no processo Anirak é jogada contra uma parede. Chris olha a situação e diz desanimada:
– Ótimo, estamos com menos duas e ele com um a mais.