Volume 2
Capítulo 113: Ustakadat II
Mahlock faz sinal para os outros, indicando um ataque, ela corre em direção do Gigante do Caos ainda se usando como escudo para Jajesado que a segue, no percurso ele faz gestos com as mãos energizando seu corpo, ganha mais agilidade e poder, e comenta para si:
– Esse Leafar é brilhante.
O Gigante do Caos urra, e antes de focar em Mahlock, ele é atingido por flechas energizadas por Chris.
– Estou fraca! Isso servirá só de distração.
Samuk corre por uma das laterais e usa o poder da espada, lançando lâminas de energia que forçam o Gigante a se defender, Fainaru tira sua espada do chão, corre em direção ao ataque e pergunta para Kisnar, que está a algum tempo carregando energia:
– Isso vai demorar mais? Precisamos de todos agora.
– Não sou mestre de magia, tenha calma, eu preciso de tempo!
O Gigante do Caos usa suas mãos para pegar Mahlock, com esforço ela se esquiva e se posiciona para servir de impulso para Jajesado, que sobe em suas costas e dá um salto bem alto, usando a energia acumulada anteriormente, ele chega na cabeça do Gigante, ficando nos ombros dele atrapalhando os futuros movimentos e atacando o capacete dele por todos os lados.
Caos tenta pegá-lo com suas mãos, mas é atrapalhado por Mahlock, que bate com sua arma nas pernas dele e por Samuk que está próximo deixando suas lâminas mais fortes e mais precisas, Caos urra novamente, sua armadura esquenta criando uma aura quente, repelindo Mahlock e Jajesado.
Ele salta do Caos para uma construção próxima e Mahlock se afasta, na sequência Chris acerta suas flechas dentro do capacete do Gigante deixando-o mais enfurecido, ele carrega uma grande energia e mira em Chris.
Caos erra o alvo ao ser atingido por Fainaru com uma espada espectral, poderosa e de quatro metros, espada o acerta, o atravessa e fica cravada em seu tronco, a energia solta por Caos destrói um quarteirão do lado de Chris assuntando-a.
– Pelo Criador, achei que morreria agora...
Chris vê que a espada veio de Fainaru e fica admirada.
– Multiplique esses homens nesse mundo meu Criador.
Fainaru senta no chão demostrando estar muito cansado, a lâmina desaparece e o Gigante volta aos ataques, mirando em Fainaru com outra onda poderosa, Mahlock e Jajesado tentam atrapalhar, mas sem sucesso, Samuk corre e entra na frente de Fainaru dizendo:
– Fainaru, levante-se e corra!
– Não vou fugir!
Fainaru fica lado a lado com Samuk cruzando suas espadas.
– Não vai apanhar sozinho.
A energia vai de encontro aos dois, empurrando-os para trás, eles não ficam com ferimentos graves, mas são desarmados, os dois se aproximam um do outro e se ajudam a levantar.
– Vamos nos dividir, ele só poderá acertar um.
– Vamos nos dividir para só um de nós ter sorte?
– Sim.
O Caos solta ondas de energia, atrapalhando Jajesado e Mahlock que tentam ajudá-los, vendo que estão indefesos Caos solta outra energia em Fainaru e Samuk, ambos ficam imóveis esperando o outro correr, os dois se olham e sorriem.
– Eu imaginei que você não correria.
– Eu também...
– Foi um prazer...
A energia é barrada por uma energia maior feita por Kisnar, que grita eufórico:
– Agora sim eu aprendi... Engula magia monstro maldito!
Kisnar solta outra onda poderosa que cobre a próxima magia do Caos, essa onda de energia, além de dissipar o poder do Caos, destrói a arma dele e o joga para trás, Kisnar faz mais movimentos com seu cetro e sabre, manipulando sua onda energética, essa energia cerca e envolve o Caos, o levanta ao ar e comprimi sua armadura negra causando-lhe grandes danos.
Caos levanta sua mão, uma fumaça negra sai dela formando seu machado, ele dá uma vibração e faz a onda de Kisnar se dissipar, Caos volta ao chão e bate forte com o machado a sua frente, criando um grande impacto e devastando tudo a sua frente, o impacto joga todos para trás.
Todos usam suas habilidades para se protegerem e esquivarem-se dos destroços de construções e de corpos mortos, todos conseguem se reunir, enquanto assistem a armadura do Caos se regenerar de todo dano causado até o momento, Chris se chateia.
– Droga, realmente o Império é poderoso.
Samuk comenta:
– Graças a nós. Aquela energia foi retirada e copiada de nós.
– E o que faremos agora?
Kisnar usa magia e traz Seppuku e a espada de Fainaru de volta para eles.
– Nos preparamos!
Caos faz um movimento com sua mão desarmada puxando o impacto de energia de volta, todos sentem a gravidade puxando-os para perto do Gigante, junto com mais destroços direcionados para atingí-los, Chris se esquiva de tudo, Samuk usa Seppuku para repelir os projéteis, Jajesado e Mahlock batem em algumas pedras e usam partes de seus corpos rígidos e resistentes para resistir melhor aos impactos.
Kisnar se defende usando magia, destruindo algumas pedras e manipulando outras para se defender, Fainaru empunha bem sua espada, mas é surpreendido por um corpo de um soldado morto entre as pedras, o corpo o atinge e o joga mais à frente do grupo e acaba sendo atingido também por outros destroços.
O Caos aproveita a proximidade e o ataca com seu machado, todos se afastam e notam que Fainaru está no chão e na mira de um golpe fatal.
– Não! Ele vai matá-lo!
Primus em forma de um gorila gigante empurra o Gigante do Caos, fazendo-o errar o golpe que mataria Fainaru, todos ficam surpresos por Primus estar de um tamanho maior do que os Grandes Animais, ele está à altura do Gigante do Caos, ganhando a admiração de todos os Atilados, em especial Chris que comenta:
– O Rei dos Monstros!
Primus empurra, urra e bate em Caos, tomando toda a atenção para si, Primus é mais ágil e mais habilidoso conseguindo se esquivar e golpear Caos, atrapalhando o manuseio de seu machado, Caos é surpreendido, mas aos poucos ele se adapta ao estilo de luta de Primus, conseguindo se defender e até acertar seus socos deixando Primus cansado e machucado, Mahlock observa tudo e alerta o grupo:
– Ele não vai aguentar por muito tempo.
Kisnar se prepara para avançar, mas pensa alto:
– Essa monstruosidade tem nossas habilidades, ele vai se adaptar rápido a todos nós...
Chris e Samuk correm para ajudar Fainaru, e Jajesado diz, enquanto corre para ajudar Primus:
– Então precisamos de algo novo!
– Como novo? Parece o Leafar com seus enigmas.
Em uma brecha dos ataques de Primus, Caos bate novamente seu machado no chão causando outra onda de impacto mirando nos Atilados.
Todos se preparam para o impacto, mas antes de serem atingidos a onda se dissipa com o poder da lança de Leafar, que cai do céu cravando a ponta no chão, um zumbido ecoa atrapalhando todos menos Primus, que aproveita a oportunidade para voltar a conter o Caos.
Chris e Samuk ajudam Fainaru e vão até a lança junto com os outros, ao se aproximarem eles ouvem uma voz distorcida saindo dela.
– “Aquele que for justo e digno, empunhará essa lança como um Electi que merece ser”
Kisnar avança confiante:
– Claramente eu.
Chris debate:
– Não seja idiota, se isso for uma armadilha do Império?
Samuk observa e diz:
– Não, é a lança que Leafar estava usando.
– Verdade... Mesmo assim, Kisnar não é homem para usar isso.
Kisnar tenta tirar a lança do chão e diz bravo:
– Como você ousa, eu sou merecedor de tudo.
Kisnar faz força, mas não consegue tirar a lança do chão, Fainaru se recompõe e comenta:
– Não temos tempo para isso.
Mahlock coloca sua arma nas costas e se aproxima de Kisnar:
– Concordo! Precisamos ser rápidos, Primus não vai aguentar mais, e o Império deve ter mais reforços chegando.
Enquanto Mahlock fala ela faz força para tirar a lança do chão, ela a tira, mas a sente bem pesada e não consegue manuseá-la.
– Só precisa de um braço forte, mas será impossível atacar usando isso.
Samuk se aproxima pegando na lança.
– Deixei-me ver, mas não a solte.
– Seja breve, está bem pesado.
Samuk analisa, tenta segurá-la e conclui:
– Se Leafar mandou é para algum de nós, Jajesado, Chris e Fainaru, tentem pegá-la.
Kisnar interrompe dizendo:
– E eu também, agora é fácil, ela já está solta do chão.
Chris tenta empurrar Kisnar, mas ele consegue passar e pegar na lança.
– Não me atrapalhe, claro que ela é para mim...
Mahlock solta a lança na mão de Kisnar, ele não aguenta o peso dela deixando-a cair no chão, ao bater no chão um zumbido menor ecoa irritando o grupo, com exceção de Fainaru que estranha a situação e se aproxima da lança:
– Estranho... Eu sinto a energia dela, mesmo sem tocá-la...
Fainaru ouve uma advertência em sua mente, mas não hesita em pegar a lança, ao tocá-la, uma grande energia o envolve restaurando suas feridas e dando-lhe mais poder e capacidade do que a de um humano comum, todos olham a cena e ficam animados fazendo uma nova formação de ataque, Fainaru está revigorado e diz para si, olhando com seus olhos em chamas:
– Passarei direto pelo Vale das Sombras e estarei com o senhor... Meu Criador.
Fainaru se move em energia pura como um raio, em grande velocidade ele chega até Caos, ficando entre ele e Primus, aparando o próximo golpe do machado que acertaria Primus, o impacto das armas cria uma onda fazendo Primus recuar, com o cansaço da luta ele diminui, volta a sua forma comum e vai cansado até os Atilados que se aproximam para resgatá-lo e afastá-lo da luta, nesse processo Fainaru diz para ele:
– Obrigado... Descanse menino, lutou muito já.
Um grupo de guerreiros sai da área do Castelo de Cristal e lutam contra os Atilados enquanto Fainaru enfrenta o Caos, a batalha entre os guerreiros do Império e os Atilados fica equilibrada e se espelha na batalha de Fainaru, quanto mais Fainaru ganha vantagem e fere Caos, mais os Atilados ganham moral e vencem o grupo de guerreiros imperiais.
Fainaru e Caos travam uma batalha com suas armas, a Lança da Justiça demostra ser mais forte que o machado gigante empurrando Caos para trás, ele intercala usando magia negra e a sua outra mão para golpear, na primeira oportunidade Fainaru faz a lâmina da lança se estender com magia, e com ela, destrói o machado.
Antes que o Caos tente fazer algo, Fainaru se torna um raio e penetra no peito de Caos, chegando em seu interior ele grita e explode em pura energia branca e dourada, a chama dentro do elmo se apaga instantaneamente, a armadura negra trinca e explode, a energia da explosão sobe direto ao céu sem causar danos nos arredores.
Todos ficam surpresos com o poder usado, os pedaços da armadura sobem se desfazendo em pó antes que cheguem ao céu, e Fainaru desaparece junto com a lança. Chris fica confusa e demonstra tristeza.
– Como? Ele sumiu!
– Infelizmente eu não cheguei a tempo... Desculpem-me.
Todos se assustam com a chegada inesperada de Leafar, que derrota os últimos guerreiros imperiais com magia, ele chega perto dos Atilados com um olhar desapontado para o local onde Fainaru desapareceu e fala:
– Se tudo der certo, teremos tempo para chorar pelas perdas... Se agrupem, iremos entrar no castelo.
Todos fazem uma reverência a Fainaru e se preparam para avançar para dentro do Castelo de Cristal, que há algum tempo está com uma aura negra ao redor, indicando que algo está sendo conjurado no local.
– Se preparem, esse turno é essencial para chegarmos ao final de tudo isso.
Todos avançam atacando um grupo de guardiões que guardam os portões do castelo, Leafar fica para trás, ele pensa e olha para a cidade, vendo ao longe Taurus lutando.
– Chegou longe ancião... Agora você vai aceitar os meus termos!
Leafar abre os braços e anuncia alto, com magia sua voz ecoa pela cidade.
– Apresento o último dos Atilados!
Raios correm pelo seu corpo e ele aponta para Taurus ao longe.
– General de Mil Homens, Rei dos Gigantes... Volte ao auge de outrora, Ustakadat!
Momentos antes, Hanna e Oulan se aproximam e falam com Ustakadat na luta:
– Não acha que já apanhou muito?
– Ficar recuando assim não vai funcionar, e nem vai nos cansar, não chegamos aonde chegamos por perder lutas bobas.
– Vocês se transformam na minha raça, eu sei do que vocês são capazes de fazer.
– Ótimo, então você sabe que vamos acabar com você.
Ustakadat fica em silêncio, esperando brechas nas defesas delas, elas o cercam e avançam, elas ouvem a voz de Leafar ao fundo, mas ignoram, elas conseguem derrubar Ustakadat e juntas dão um ataque final usando suas armas mirando na cabeça do alvo, as armas são aparadas por algo invisível.
Elas sentem um pequeno choque passar pelos seus corpos paralisando-as por alguns segundos, nesse tempo elas veem fogo e raios envolvendo Ustakadat, deixando-o forte e revigorado, curando-o de ferimentos graves causados na luta.
Uma fumaça negra aparece na força invisível que aparou as armas, formando uma alabarda grande com uma lâmina extensa e mortal, Ustakadat admira a arma e diz com nostalgia:
– O Corte da Libélula.
Ustakadat pega na alabarda e a fumaça se estende envolvendo em seu corpo, formando uma roupa bonita de cor preta com detalhes laranja, essa fumaça transborda e forma uma armadura prateada que cobre o tronco, antebraço e a canela. Hanna e Oulan ficam surpresas e são jogadas para trás:
– O que foi isso?
– Ele teve ajuda...
Elas olham para trás e sentem a presença de Leafar ao longe.
– Já o vi antes...
Ustakadat avança com tudo, deixando as duas recuadas e se defendendo dos golpes da alabarda, cada golpe danifica as armas de Hanna e Oulan, também as suas armas, as roupas e a restauração vital deixou Ustakadat com moral elevado, com sua experiência milenar de luta somada a um ótimo armamento ele se destaca em luta, humilhando as duas em combate, os socos delas são repelidos, golpes mais estratégicos e mais elaborados são neutralizados.
Ustakadat usa o cabo de sua alabarda e seus chifres para fazer tudo, ele consegue desarmar as duas, Hanna recupera o martelo de Oulan e o devolve para ela, em um momento eles entram em uma disputa com os chifres, as duas enraízam seus chifres nos de Ustakadat e tentam empurrá-lo, Ustakadat mostra mais força empurrando-as para trás até que batam no muro.
Ele força mais e quebra o muro com os corpos das duas, os chifres se soltam e elas caem com os destroços. Ustakadat olha fixamente para a lâmina da alabarda, que emana uma energia rosada, e sorri:
– Engenhoso... O mundo terá saudades de você... Leafar.
Ustakadat ataca com tudo em Hanna, Oulan entra na frente aparando o golpe dele, Ustakadat força a alabarda e destrói o martelo de Oulan, em um movimento rápido ele a fere mortalmente no ombro cortando-a até o peito.
Hanna se levanta e tenta ajudá-la, Ustakadat repele Hanna jogando-a longe e a ataca com sua alabarda, Hanna segura a lâmina causando um ferimento leve, Ustakadat sorri e diz, forçando a lâmina no corpo dela:
– Vocês lutam bem, espero que escolham o outro lado na batalha em suas outras vidas.
Hanna tenta dizer algo, mas se esforça para segurar a lâmina que entra aos poucos em seu corpo, Oulan mesmo com ferimentos graves, atrapalha Ustakadat tirando a lâmina de Hanna, as duas gritam preocupadas uma com a outra, ganhando um pouco de admiração de Ustakadat que mesmo assim não hesita em atacá-las.
Hanna luta ao máximo, mas não consegue fazer Oulan parar de defendê-la, Ustakadat atravessa o corpo de Oulan com a alabarda, Hanna desaba em choque com a cena, a lâmina da alabarda brilha e faz o corpo de Oulan virar energia pura e absorve todo o seu corpo, Hanna perde o controle e avança contra Ustakadat.
Ele fica recuado se defendendo dos ataques de Hanna observando seu desespero, ódio e tristeza pela perda da parceira, com o ataque de fúria, Hanna deixa várias brechas em sua defesa, Ustakadat aproveita uma delas e a fere no pescoço derrubando-a com o golpe, sem perder tempo ele ataca novamente no mesmo local cortando a cabeça dela, a lâmina da alabarda absorve o corpo de Hanna, deixando Ustakadat impressionado com o poder dela.
– Que ilusão... Benevolência deveria ser seu sobrenome...
Ele fica pensativo por um tempo, bate a ponta de madeira da alabarda no chão e se envolve em fumaça, ele diminui de tamanho e fica dentro de outra esfera negra igual a de antes, a esfera levita e sai da cidade sem ser notada e em uma velocidade considerável.
Amanda Mahlock, Chris, Samuk, Kisnar e Jajesado ganham a luta contra os guardiões nos portões do castelo, Leafar observa um pouco a luta deles e de Ustakadat, por um momento ele lamenta ao ver os outros Atilados menores mortos.
– Triste... Infelizmente necessário... Mas consigo ver que alguns, tanto meus, quanto do Império fugiram...
Com magia, Leafar também vê um grupo que passou pela cidade e se aproxima do castelo indo em direção a ele.
– Imaginei que viriam... Koètuz.