Volume 1

Capítulo 45: Mestres do Poder

Um pequeno flash de luz aparece atrás de uma elevação do cemitério chamando atenção de Sokushin. Nesse momento, ele sente que Ray consegue resistir à morte, fazendo a marca na testa desaparecer e impressionando Sokushin.

— Está sendo protegido… Um mestre sempre ajuda seu pupilo.

As raízes que prendem Ray perdem a textura seca e morta e ganham vida, ficando verdes e florescendo folhas, as raízes afrouxam e soltam de Ray. O ar fica mais tranquilo e a temperatura começa a subir.

Ray está desmaiado, mas se solta das faixas como se estivesse acordado. Antes que se afastasse, Sokushin o paralisa com magia e aponta as mãos para seu tronco.

Ele tenta sugar a vida de Ray, mas não consegue. Ouve uma voz se aproximando.

— Afaste-se dele!

Maxmilliam aparece já empunhando seu cajado e fazendo uma onda de energia para empurrar Sokushin, que consegue bloquear a onda e com magia jogar Ray dentro de uma cova próxima. Ele fica próximo da cova, usando Ray como refém, impossibilitando Maxmilliam de usar magias de grande destruição.

Maxmilliam tenta se aproximar, mas Sokushin faz movimento com as mãos, fazendo as raízes prenderem-no ao chão. Ele bate seu cajado no chão, fazendo uma onda de fogo que queima deixando em pó todas as plantas em todo o cemitério

Essa ação deixa Ghilber alerta e o faz tentar voar novamente. Ele consegue e sai do local. Baltazar desperta, mas ainda se sente fadigado no chão.

O baú da cabana destruída estoura e um cajado voa até as mãos de Sokushin. Maxmilliam tenta deter o cajado, mas não consegue, ele é grande, feito de galhos entrelaçados um no outro, com uma adaga cravada na ponta. A lâmina está entre os galhos, o que deixa a bainha exposta. Ao pegar no cajado, uma tempestade é formada sobre o cemitério, um grande vento toma o local e uma pequena garoa começa a cair.

Maxmilliam bate forte seu cajado no chão, provocando um tremor. Ele gira o cajado ao seu redor e faz um círculo de fogo, e com movimentos da mão e com o cajado forma bolas de fogo ao seu redor. Algumas são elevadas até as nuvens, e outras são arremessadas em Sokushin, que gira seu cajado, aparando o fogo. Movimentando seu cajado, ele faz granizos grandes caírem em direção de Maxmilliam.

Os olhos do mestre brilham como se fossem fogo, e das nuvens caem grandes bolas de fogo que parecem meteoros, que destroem e evaporam os granizos. Sokushin faz movimentos com sua mão, e raios caem no cemitério. Maxmilliam energiza as árvores próximas e as transforma em para-raios para não ser atingido por eles.

Uma aura expande ao redor de Sokushin, e essa aura tenta atingir Maxmilliam, mas não consegue por conta do círculo de fogo que se expande formando uma esfera de fogo que cobre Maxmilliam. Essa esfera anda em direção de Sokushin com Maxmilliam dentro e explode quando Sokushin bate nela com o cajado.

O fogo se espalha para todos os lados, sem ferir Sokushin. Ele cria energia na mão que se estende até a ponta do cajado e empurra Maxmilliam para trás. Maxmilliam fica na defensiva, Sokushin assopra um ar frio e congela o mestre com uma camada grossa de gelo. Maxmilliam se liberta do gelo, coloca seu cajado na horizontal, seu olho fica cinza e ele diz:

Lake Natron!

Uma camada de terra se forma sobre o corpo de Sokushin como se estivesse petrificado. A crosta quebra, Sokushin manipula os pedaços de pedra para que se formem lâminas no ar e lança contra Maxmilliam.

Os pedaços de gelo próximo de Maxmilliam também levitam, formando-se lâminas que colidem contra os pedaços de pedra e detêm o ataque. Maxmilliam se enfurece e bate forte seu cajado no chão. Uma grande onda de energia toma o cemitério.

Todas as linhas invisíveis de Sokushin que ligam as marionetes são destruídas. Maxmilliam se concentra e faz uma aura cobrir Sokushin, dizendo:

Orbis Absolute!

Maxmilliam tenta levar Sokushin para a batalha das mentes, mas não consegue. Sokushin cessa a aura com seu cajado. Ele faz uma aura maior do que a de Maxmilliam, e essa aura toma a forma de um Dorylus maior do que eles. Com as presas, ele ataca Maxmilliam, que apara com seu cajado e consegue quebrar a mandíbula, desfazendo a aura do formato de inseto.

Uma aura fria fica ao redor de Sokushin, e uma quente ao redor de Maxmilliam. Quando essas auras se encostam, causam um atrito, explodindo energia para lugares aleatórios. Sokushin levita e faz linhas transparentes saírem das pontas de seus cabelos, ligando corpos próximos.

Esses corpos voam até perto deles, e essas marionetes atacam Maxmilliam, que consegue aparar os golpes com seu cajado, mas toma alguns socos e pequenos cortes. Sua esquiva está baixa, e sua energia, esgotando.

Ele energiza o cajado, e cada um que ele acerta um impacto é causado, jogando longe a marionete e desfazendo a conexão com Sokushin. Com várias linhas, Sokushin consegue controlar o corpo de Baltazar, que se aproxima para atacar Maxmilliam. Baltazar usa seu machado como se fosse uma guilhotina para cortar Maxmilliam ao meio.

Ele bloqueia com seu cajado energizado, cujo impacto é maior do que os outros, mas não repele Baltazar, por ser mais forte, porém alguns fios são desfeitos, devolvendo metade do controle para Baltazar. Sokushin joga mais fios para controlar Baltazar e diz em voz alta:

Braille!

Maxmilliam perde a visão temporariamente, dificultando sua luta corpo a corpo contra Baltazar. Para revidar, Maxmilliam diz:

L’Épée!

Sokushin sente um mal-estar, perde a audição e fica com um zumbido em sua mente que o deixa desorientado. Maxmilliam conversa com Baltazar.

— Baltazar, um mestre dos mares não pode ser manipulado dessa forma, resista, preciso que você leve Ray daqui, afaste-o da batalha.

Baltazar fica parado com seus músculos tremendo, lutando contra a vontade de Sokushin. Dentro da aura quente de Maxmilliam, bolas de fogo se formam e voam nas nuvens, fazendo-as se dissiparem, parando os raios e a garoa. Maxmilliam se concentra, fazendo sua aura quente destruir a aura fria.

Sokushin já demonstra fraqueza. Maxmilliam também fica fraco, mas usa todo o seu poder para carregar uma esfera mágica que parece um buraco negro. Sokushin se aproxima da cova onde tinha colocado Ray. Baltazar consegue se soltar das linhas, mas é jogado longe por uma onda de energia solta por Sokushin.

Maxmilliam usa magia para amortecer a queda de Baltazar, que cai alguns metros de distância atrás de uma das pequenas elevações. Maxmilliam volta a carregar a esfera de energia. Sokushin usa magia para retomar sua audição e o intimida:

— Não se atreva! Senão seu pupilo morre junto.

Sokushin olha para a cova e vê que está vazia, com o fundo remexido. Ele lembra que Maxmilliam bateu o cajado e teve um tremor e associa que foi proposital, para tirar Ray escondido por baixo da terra enquanto lutava com ele. Tudo foi uma distração para salvar seu aprendiz. Maxmilliam se sente vitorioso.

— Sua hora chegou, é o fim desta guerra…

— Ainda não terminei…

Sokushin joga seu cajado na energia criada por Maxmilliam. Quando o objeto encosta na esfera negra, ela paralisa e não deixa acumular mais poder. Maxmilliam se afasta, e, antes que agisse, Sokushin diz:

— Julgamento da Violência!

Pedras pequenas e grandes se desprendem do chão avançando contra Maxmilliam, que gira seu cajado fazendo um campo de força mágico que bloqueia os projéteis. Maxmilliam manipula as pedras, que batem no escudo e caem no chão, e arremessa em Sokushin.

— Como ousa conjurar um dos julgamentos em mim?

Sokushin fica calmo, junta as palmas da mão, nenhuma pedra o acerta e ele continua:

— Julgamento do Assassinato!

O chão abaixo de Maxmilliam abre revelando lava e um ar muito quente. Maxmilliam flutua por alguns segundos e joga seu cajado no buraco. Ao encostar-se à lava, esfria, voltando a ser rocha sólida e fria. Maxmilliam entra no pequeno buraco e com seu cajado arremessa um raio de luz branca em Sokushin antes que ele atacasse novamente.

Sokushin é jogado para trás, e antes de cair ao chão ele manipula a gravidade e se mantém levitando. Sokushin estende sua mão em direção ao seu cajado, e ele se transforma em um raio negro que, na velocidade da luz, vai até ele. Maxmilliam avança com o seu cajado, encostando-se à esfera de energia.

A esfera começa a sugar e absorver energia ao redor e fica mais forte e um pouco maior. Os dois forçam com os cajados para empurrar a energia um no outro. Mesmo cego, Maxmilliam consegue sentir a esfera e a energia que ela está adquirindo com o poder dos dois mestres.

Um campo magnético é criado ao redor dos dois, pegando quase todo o cemitério, como um grande campo de força. Ainda lutando para controlar a esfera de energia, os dois conjuram magias pequenas para atrapalhar e ferir um ao outro.

Da borda desse campo de força e do chão, saem pequenos feixes de fogo, raio elétrico, gotas de água fria e quente, estacas de pedra e de gelo e até espinhos de plantas. Eles conseguem se esquivar e bloquear poucas, a maioria os acerta causando pequenos danos, e aos poucos ficam machucados.

As escritas do cajado de Maxmilliam brilham uma luz intensa. A esfera de energia repele os cajados para longe, mas ainda dentro do campo de força. A esfera é jogada em Sokushin, que é empurrado até a borda do campo de força, imprensando-o contra ela.

Maxmilliam manipula seu cajado até sua mão e, com movimento rápido, faz a esfera explodir, joga uns pergaminhos no ar, aponta seu cajado e cria três escudos de força ao seu redor, um de cada cor diferente.

A explosão é intensa e muito forte, e devasta todo o campo dentro do campo magnético. O impacto destrói o primeiro escudo de Maxmilliam. A energia continua, destrói o segundo, e o desaparecimento da energia explosiva faz com que o terceiro se desfaça sugando energia de Maxmilliam.

O cajado de Sokushin vai em direção de Maxmilliam e o joga para trás, mas não causa dano. O campo magnético se desfaz. Maxmilliam se apoia em seu cajado para não cair. O cajado de Sokushin rola lentamente no chão até chegar ao corpo de seu dono, que está desmaiado e muito ferido. Maxmilliam recupera a visão e vê de longe, e se impressiona por Sokushin ainda estar vivo, mesmo que por um fio de vida.

— Ele conseguiu se defender mais do que a metade do dano da esfera no último segundo, por isso sobreviveu até hoje, uma defesa mestra, uma das raras técnicas, eu ouvi falar dela uma vez… Até seu cajado sobreviveu à destruição… Incrível… Pena ter seguido esse caminho…

Maxmilliam tenta andar, mas perde o equilíbrio. Ray aparece e o segura.

— Mestre? O senhor está bem?

— Ray? Ótimo saber que você está bem.

Ray o abraça com muita força e chega perto de chorar ao saber que ambos estão vivos e a salvo.

— Graças a você.

— Não, graças a nós… O Koètuz fez um ótimo trabalho.

Baltazar se aproxima, ainda cansado.

— Dessa vez eu concordo com Onurb, ficamos à beira da morte, mas conseguimos… Falando nele, será que eles estão bem? Anirak e Onurb.

Ray coloca o braço de Maxmilliam sobre seus ombros e lembra:

— Alexia? Onde ela está?

— Estou aqui.

Alexia se aproxima toda suja de terra por ter escalado a cova funda. Todos se olham, sorriem, e Ray questiona:

— E o que faremos com Sokushin?

Maxmilliam fala, com uma voz cansada:

— Pelos seus feitos, ele será julgado pelo Império, não podemos intervir, para não gerar conflito de poder com o Império. Se ele morrer antes que chegue ajuda, não teremos o que fazer.

— Entendi… Vamos descansar um pouco e voltar para Detroit.

Ray, Alexia, Baltazar e Maxmilliam sentam em bancos improvisados com o que sobrou da cabana do cemitério. Maxmilliam pergunta:

— No meio da explosão não consegui ajudar vocês, como vocês conseguiram escapar?

— Um grande campo de energia nos empurrou levando a gente para longe.

— Que bom que todos ficaram bem.

Em pouco tempo, aparecem três carruagens “S”. Alguns cavaleiros saem, seguidos de Ford, que se alegra ao vê-los.

— Quando as marionetes pararam, eu tinha imaginado que tinha dado tudo certo, obrigado novamente pela grande ajuda.

Ray levanta, ajudando Maxmilliam a chegar até a carruagem, e fala com Ford.

— Foi um prazer… Anirak e Onurb? Estão bem?

— Sim, eles foram medicados e estão descansando. Hoje foi um dia difícil.

— Sim, e muito.

Todos entram em uma carruagem. Sokushin é levado em outra, amarrado com cordas mágicas próprias para conter um mestre de maldição. No caminho, Ray questiona Ford:

— O Império passou por muita pressão esses tempos. Pelos papéis que Ian nos deu, vejo que acabaram, ou ainda tem algum problema?

— Acabou, Ray, vou assinar seus papéis informando que vocês ajudaram na defesa do Império e entregar a Ian, assim vocês não devem ter muitos problemas.

— E as cidades afetadas, como Ducem, como ficaram?

— Temos cidades com superlotação e vilas em expansão, o excesso de pessoas irá popular essas cidades afetadas. Com o tempo, o Império retomará sua virtude.

— E seus líderes? Em Ducem teve conflito interno no Império, como ficará essa questão? Vocês ficarão bem?

— Sim. Taylor, um dos líderes, já tinha traçado um plano para esse tipo de ocasião. Não se preocupe, Ray, agora vocês têm que descansar e seguir com o caminho de vocês, antes que o Império se opunha achando que vocês são traidores.

— Você acha que eles irão nos procurar?

— Irão, mas vocês têm cinco dias de vantagem, sem o teleporte da torre eles irão vir aos poucos, averiguar as cidades e depois procurar vocês. Eu tentarei provar que vocês ajudaram o Império e que não têm envolvimento com ninguém, assim acho que esquecerão vocês e a fuga de Maxmilliam… Qual é o caminho de vocês depois daqui?

— Iríamos para as montanhas de Irene White e de lá iremos pegar o caminho até Libryans.

— Eu recomendo a vocês pegarem um atalho pela floresta de Pando.

— Pando? Não seremos atacados? Ouvi falar pouco do clã da floresta de Pando.

— Não se preocupe. Eles são neutros e conseguem ler as intenções dos visitantes, saberão que vocês não têm más intenções… Vocês irão economizar uns dez dias de viagem.

— Tudo isso?

— Sim, se você olhar pelo mapa verá que tem pântanos, florestas densas, animais hostis, entre outros. Pelo grande território neutro e pela floresta de Pando, vocês conseguirão passar entre esses problemas sem serem afetados se acharem o clã de Pando.

— Ótimo! Obrigado pela informação e ajuda.

— Disponha, é uma honra ajudar vocês e especialmente você, Ray, filho de Ynascar, um grande herói do Grande Continente.

— Obrigado.

Depois de um tempo, Maxmilliam se recupera e comenta com Ray:

— Ray, eu achei alguns papéis sobre o ataque contra Xarles, provavelmente foram eles.

— Baltazar também conseguiu alguns quando eles passaram por Milite.

— Ótimo, estamos no caminho de achá-los.

Ray questiona Ford:

— Ford, você sabe se meus amigos passaram por Prince?

Ford pega os papéis e os nomes, e os dados não significam nada para ele.

— Desculpe, Ray, eles não devem ter passado por Prince, só se passaram disfarçados, a cidade é muito grande.

Maxmilliam aproveita e mostra uma joia verde com um formato peculiar. Ray a pega e diz, com voz triste:

— Helena… A joia de Meena…

Ray pega todos os papéis e lê rápido, meio por cima, à procura de palavras-chaves que envolvam prisão ou execução. Maxmilliam tenta acalmá-lo.

— Ray, acalme-se! Eu verifiquei, não há dados de onde eles estão e não há dados dizendo se o Império os matou ou prendeu.

— Entendi… Verdade, eles são a elite de Pronuntio, devem estar bem.

— Sim, esses dados são só para traçar o caminho que eles seguiram, eles podem estar refugiados e descansando em algum lugar neutro ou reino alado.

— Sim…

Ray continua analisando os papéis à procura de pistas do que fizeram no Império de Cristal e onde podem estar. As horas passam, e Ray vê o sol nascer, o que o deixa surpreso.

— O sol? Já?

— Sim — Ford responde.

— Mas… Mas você não usou o teleporte para nos encontrar… Estamos na manhã do dia 27 de setembro?

— Não, estamos na manhã do dia 28 de setembro.

— Como?

— Algo no cemitério deve ter colocado todos em um torpor sem perceberem o tempo passar, parecendo passar pouco tempo, quando na verdade estava passando muito.

— Fiquei um bom tempo desacordado, não saberia dizer o que houve… Meu mestre, Baltazar e Alexia já estão descansando, todos estão exaustos… Enfim, o importante é que estamos todos bem.

— Sim, já estamos chegando a Detroit, e todos vão conseguir descansar melhor.

Pouco tempo passa e eles chegam a Detroit. Chegam a um casarão e são ajudados por soldados. Maxmilliam, Baltazar e Alexia são logo levados para ser medicados.

Ray sente uma dor de cabeça e tem uma visão do passado de Sokushin planejando a invasão em Prince após descobrir planos do Império de usar Anopheles carregados de doenças poderosas e letais. Em segundos, ele entende que o Império usou Prince, uma de suas próprias cidades, como teste para uma arma biológica resistente à magia de cura e à cura natural do ser vivo.

Esse teste serviria para ver a gravidade e a extensão para usar em outros reinos que forem contra o domínio do Império, assim conseguindo intimidar e dominar o Grande Continente. Sokushin descobriu que essa doença seria usada em vilas e tribos que fossem compostas por feminismo, raças diferentes, opositores e filhos de Ivo e Adéa.

Ray olha para a carruagem em que está Sokushin e entende mais a natureza do mestre da maldição. Mesmo tendo ações agressivas e extremas, ele não matou todos em Prince e não começou a guerra, isso foi só mais uma consequência das ações do Império.

Ray ainda sente a maldade de Sokushin no passado, não sendo digno de compaixão e nem benevolência, mas graças a Sokushin, o jovem entendeu mais as intenções do Império e até onde ele irá para conseguir poder e domínio. Ray também é levado a um quarto dentro do casarão, onde foi deitado, medicado e foi lhe dado comida para que descansasse também.

Ele então cai no sono ao ver a linda manhã tomando a cidade, lembrando-se da madrugada difícil e caótica que passou. Dorme por um bom tempo e tem um ótimo sonho, com seu pai, mãe e seus amigos de Pronuntio comemorando um aniversário de alguém que não ficou claro no sonho, uma pequena reunião amigável, alegre, com bebidas e muita comida. No sonho, Ray entra em um enorme salão com vários metros de largura e comprimento.

O salão é branco, com vários símbolos no chão, paredes rachadas, uma abertura no formato de um círculo no teto no centro, de onde sai uma luz amarela que parece ser o sol, vidraças nas extremidades com imagens de cidades do Grande Continente; cada vidraça com uma cidade ou vila diferente, desenhada e com o seu respectivo brasão heráldica. A porta por onde Ray entrou desaparece, e ele olha ao redor e vê um homem no centro do salão ao lado de um pedestal de pedra vazio. Ray se aproxima devagar.

O homem tem estatura média, usa túnica e um manto branco com detalhes dourados e manoplas de ouro e está coberto por uma aura colorida. A luz do teto bate nele e reflete para todos os lados cores diversas. O sonho fica embaçado, dificultando a Ray de ver o rosto do homem, que abre os braços e fica parado olhando para Ray, que estranha tudo, mas sente uma paz interior.

O jovem pensa em falar com o homem, mas antes que fizesse ele desperta. Sente seu corpo mais revigorado, porém ainda sente muito sono. Ray adormece lembrando-se do sonho com seus pais e amigos e esquecendo-se do salão e do homem misterioso.



Comentários